Natural Selection escrita por Paper Wings


Capítulo 4
Cap. 3: Take Control


Notas iniciais do capítulo

Gente, voltei! Demorei um pouquinho mais porque estava na praia e meus pais não suportavam a ideia da filha enfiada no apartamento escrevendo fics. Poxa... Então, como voltei para casa, pude colocar alguns parágrafos a mais na história. Amém!!!
Agradeço a todos os comentários e às carinhosas palavras. E um agradecimento mais do que especial à AliceSalvatore, que recomendou a fic! Muito, muito obrigada! Significa muito para mim saber que estão gostando do rumo de NS. Amo vocês demais, viu?
Sem mais delongas, boa leitura a todos.



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"Take control of who you are
When the world is getting stranger
Take control of who you are
Stay the same don't let them change you"
Take Control - Kodaline

 

Assim que Rick explicou sobre as hortaliças, aos poucos os murmúrios dos presentes passaram a ficar mais altos, beirando à uma conversa comum, apesar de eu estar no meio deles. Assim, vendo que era a minha deixa, coloquei a mochila nas costas, afinal, nunca a abandonaria para não correr o risco de encontrarem a tesoura de costura ou as agulhas de crochê, e direcionei-me à porta principal. Todos os olhares imediatamente dispararam em minha direção, confusos no início, e Carl endireitou-se, alerta, franzindo a testa como seu pai, e deu um inquisidor passo à frente.

Ergui o bolo de roupas molhadas, o qual pingava sobre o assoalho, em resposta à sua pergunta silenciosa de "O que você está pensando em fazer?" e o garoto pareceu, enfim, entender. Pelo seu novo cargo de vigiar-me, foi obrigado a me seguir porta afora, com a postura meio revoltada, emburrado como um adolescente de castigo. Tive completa noção de Rick fitando não só a mim, mas como ao menino também, como se avaliasse o nível de competência do jovem para tal responsabilidade. Seu semblante continuava sendo de liderança, porém, uma pontinha orgulhosa de ter Carl como filho cismava em aparecer.

Já estava ficando escuro. Apesar da iluminação vinda do casarão, ainda havia uma leve luz proveniente de um ponto mais afastado — no entanto, ainda dentro da área da fazenda — formando sombras disformes nos arredores. Talvez um dos integrantes do grupo de Rick que não estivesse participando do jantar... Torci silenciosamente para ser Shane, pois não lembrava de tê-lo visto com os outros e seria muito bom não precisar me esquivar de qualquer tentativa de homicídio nos próximos minutos.

A brisa gélida e as cigarras cantando davam uma espécie de sensação de conforto, entretanto. Quase suspirei, imaginando o porquê de eu não ser normal, de não querer fazer parte daquilo: a refeição reunida, a sua vida sendo zelada pelo seu companheiro e vice-versa, a segurança... Tudo vinha deles... Dos que diziam ser minha família. Só que família não se abandonava, ainda mais daquela cruel maneira, então, o que éramos? O que eu era? Só uma herança genética?

Senti a presença impaciente de Carl atrás de mim, o qual apostava estar com a mão sobre o coldre, analisando os arredores da fazenda e atento aos possíveis errantes, sortudos a ponto de acharem uma brecha e entrarem no território de Hershel. Apressei-me, sem muita vontade, a pendurar minhas peças úmidas na cerca da varanda, esperando que secassem até a manhã seguinte, mesmo com o frio ar noturno.

Por um mínimo instante, porém, ignorei o garoto e fingi ajeitar melhor as roupas para ficar apenas mais um pouco do lado de fora. Ali, em silêncio, não havia a necessidade de repensar tudo que precisava falar, de sentir os olhares desconfiados e meio assassinos, de lembrar do passado vivamente para não cometer os mesmos erros... Era tranquilo, era quase pacífico. Era estranho admitir, mas a ideia de se estabelecer em um lugar como aquele de repente não parecia tão ruim assim. O único problema era ter sido desconfigurada pela minha família: o certo não era eu fugir de sobreviventes, derrubando-os com golpes de krav maga e sendo grossa o tempo todo, definitivamente estar armada com tesouras e agulhas também não, pois meu alvo, no caso, não eram os errantes, e sim, a possibilidade de sair machucada pelos humanos. Humanos... Estávamos em meio a um apocalipse zumbi e o que liderava o ranking de coisas que mais temia era pessoas, sobreviventes como eu.

Era bem óbvio que o grupo de Rick também permanecia na defensiva e eu entendia o lado deles, mesmo considerando que era uma contra umas vinte pessoas, talvez. É claro que eles deveriam pensar que um exército de ex-guerrilheiros raivosos estaria atrás de mim pela manhã, ameaçando derrubar as cercas e invadir a fazenda, mas, sério... Um mês ajudando na plantação e na colheita? Com um cara provavelmente da mesma idade que eu portando um revólver e seguindo-me para todo lugar, o qual eu fosse obrigada a ir? Era pior que uma vez em que meus pais decidiram confiscar todos os meus blocos de papel, lápis, e tudo artístico que eu possuía, pois eu não arrumara meu quarto. Bom, só foi uma desculpa para me aventurar em outras ramos da arte: teatro, cerâmica e coral, porém, desta vez não havia uma válvula de escape por perto, exceto seguir com o plano.

Carl pigarreou, chamando minha atenção, quase como se dissesse "Qual é a dificuldade de pendurar algumas roupas, hein?", e imediatamente virei o rosto, encarando-o, analítica. Sem escrúpulo algum, continuei estudando sua postura de menino tentando ser homem... Era evidente que perdera a infância e a pré-adolescência para o apocalipse zumbi como eu e outros jovens sobreviventes ao redor do país e do mundo provavelmente, então, seus perigosos olhos azuis não pareciam tão gentis como deveriam, eram meio selvagens, prontos para aguentar o que viesse de ruim, qualquer baque de realidade, qualquer perda... Sua mão continuava sobre o coldre, mas sua pose durona fraquejou por uns segundos, mostrando bochechas coradas por minha indelicada fitada. Ali estava o garoto que ele seria se nada daquela loucura houvesse acontecido e, rápido como surgiu, rápido desapareceu, sem deixar vestígios, trazendo o carrancudo e aparentemente chato filho do xerife de volta.

Com sua expressão mais severa, percebeu que a única maneira de quitar seu deslize — o de deixar escapar sua momentânea vergonha — era fazer exatamente o que eu fazia para incomodá-lo e, assim, uma espécie de disputa iniciou-se, ambos olhando um para o outro com as faces tomadas pela vontade de vencer. Cada um tentando transparecer mais... Mais o quê? Bravura? Coragem e força? Nem eu sabia ao certo, somente não queria perder para alguém como ele. Quase ergui uma sobrancelha, testando-o naquele cortante silêncio, quando a porta foi escancarada e, de lá, uma mulher de cabelos castanhos escuros surgiu.

— Carl? — Viu, enfim, o menino. — Ah, posso saber por que está demorando tanto, mocinho? A comida vai esfriar, vamos...

Suprimi o desejo de gargalhar, enquanto o jovem encarou a recém-chegada, incrédulo e irritado. Ele não parecia querer sequer dar uma rápida verificada na minha reação diante daquela cena de preocupação, afeto e carinho. A batalha foi encerrada e eu claramente ganhara, imaginei, satisfeita. Só que rapidamente a sensação gloriosa foi embora e eu encarei o vazio, sentindo algo além da vitória percorrendo estranhamente minhas veias. Alguns flashbacks despontaram em minha mente: ceias de Ação de Graça, piqueniques, acampamentos de verão... Tudo convergindo para um ponto: família. Era uma família que se importava comigo; que puxava minha orelha quando eu me atrasava, pois estava ocupada terminando um desenho; que me amava... Não era difícil ligar os pontos e saber que aquela mulher era mãe de Carl.

Congelei, lembrando de como tudo era simples, claro e perfeito antes do mundo ruir. Era uma vida boa... Com certeza, conviver com aquele novo pessoal não estava fazendo bem a mim. Logo, eu ficaria doida, mais paranoica que meu estado atual. Nesses três anos, nunca me distraíra tanto com o passado, porque estava ocupada tentando sobreviver sem lembrar da tenebrosa faca cravando em minha pele. E distração fazia os detalhes passarem batido. Se eu não notasse todos os detalhes, só havia um resultado plausível: morte.

Suspirei, retomando meu controle. O mundo mudara e transformou todos à sua maneira. Não poderia ficar rebobinando coisas perdidas, precisava encarar a realidade, a qual, no caso, era: eu não sabia o que fazer. Meu trato com Rick era o de dividirem sua comida comigo, porém, isso não significava que eu poderia me juntar a eles na grande casa, certo? Tinha plena noção dos meus limites como prisioneira. Será que... Bom, se eu simplesmente entrasse, como se eu estivesse impondo que possuía um lugar de direito ali no meio, seria apenas mais um ponto negativo para mim. Eu precisava dar motivos a eles para não me matarem por qualquer errinho meu. E um ponto negativo a mais ou a menos poderia decidir o curso da minha sobrevivência.

Antes de entrar, então, Carl virou para mim e travou o maxilar com um semblante indeciso, trocando o olhar entre sua provável mãe, que já havia desaparecido porta adentro, e eu. Nem ele sabia o que fazer comigo. Sem outra opção, a não ser ficar na varanda comigo, vigiando-me, indicou para que eu passasse à sua frente e, engolindo em seco, logo, senti o bafo quente — em comparação à brisa levemente fria do exterior — vindo do interior do casarão, junto com o aroma de uma refeição pronta, posta à mesa como se nada de ruim houvesse acontecido com o planeta. Somente um jantar comum.

Tentei disfarçar minha expressão estupefata, com a cabeça presa às memórias junto à minha própria família, e postei-me ao lado do garoto, perto do batente de madeira. Não atrás, porque não poderia mostrar medo ou fraqueza. O salão novamente ficou em silêncio e, de rebatida, ergui levemente o queixo para não pensarem que era apenas uma menininha frágil, além de colocar uma madeixa castanha atrás da minha orelha para terem ampla visão de meu rosto repleto de seriedade e longe de demonstrar covardia.

Estudei o rosto dos presentes. Além da clara opinião sobre mim — a de que era uma impostora —, alguns expressavam algo mais. A loira, Beth, deu um mínimo sorriso de lado para mim e, a seguir, voltou a comer, usando o talher com um cuidado extraordinário para não romper o atual silêncio com o som metálico; uma outra moça analisava-me com cuidado, formando uma ideia a partir do meu estado, e sentava-se perto de Glenn. A maioria ali parecia já estar desconfortavelmente taciturna mesmo antes de minha chegada. Era bem óbvio que não costumavam ter aquela confraternização... Eram quase estranhos entre si.

Rick tentou não demonstrar muito interesse em mim, deixando claro que estava certo sobre suas escolhas. Estava com um prato cheio no colo e sentava-se ao lado da mulher, a qual eu tinha impressão de ser a mãe de Carl, no sofá, pois o resto dos lugares estavam todos ocupados. A grande mesa e uma menor, quadrada, colocada no canto, estavam repletas de olhares cuidadosos, desconfiados e nada discretos em minha direção. Hershel também encarava-me, curioso, como já imaginava.

O homem não usava o chapéu, pois colocara-o em um dos espaços vagos, em sinal de respeito, e por alguma razão, ele continuava a transparecer aquela aparência de liderança inquestionável. Também não se deu ao trabalho de ajudar o filho, que estava contemplando as diversas possibilidades: algemar-me e colocar um prato com sobras para mim; indicar um assento no qual eu poderia me acomodar e bancar o bem-feitor... Ele estava totalmente duvidoso sobre o que fazer comigo.

Talvez Carl não tivesse notado, mas algumas vezes, nos cinco minutos em que tudo parou pela minha presença, seu pai fitava-o de soslaio, tentando fingir não ligar, mas estava lá, atento e disponível se algo desse errado. Era sua forma provavelmente de fazer o jovem se acostumar com as responsabilidades necessárias de um vigia adolescente. Responsabilidades estas dadas pelo fim do mundo.

— Sirva-se. — O dono das terras anunciou finalmente, fazendo-se de desinteressado como fachada. — Pode se servir, Srta. Wayland...

Arqueei a sobrancelha. O fazendeiro parecia ter suas aversões em relação a uma parte do grupo de Rick, tanto é que sua postura era a de alguém bem incomodado em meio a tanta gente, porém, comigo ele parecia ser receptivo demais para o meu gosto. Será que, devido à cicatriz, o velho tinha dó de mim? Pena por divagar sobre como eu deveria ter sofrido com aquilo? Hershel não sabia nada de mim e, se dependesse apenas da minha pessoa, nunca saberia. Bom, na verdade, ele teria razão ao menos sobre como foi doloroso...

Com toda a atenção sobre mim, aproximei-me da mesa maior e analisei com minúcia o cardápio atipicamente farto, considerando onde nos encontrávamos: em meio a um apocalipse. Eu senti meu estômago gemer e se revirar com uma sensação de fome que não esperava estar tão forte como se manifestava, mas eu nunca comeria o suficiente para saciá-la. Sabia disso e tentei visualizar bem tal fato para não exagerar nas porções de comida.

Assim, para não parecer abusada, peguei quantidades bem pequenas — capazes de satisfazer somente uma criancinha — de purê de batata, vagem e pão de milho, e recusei o bolo de carne, pois era o prato mais concorrido ali. Não queria que reclamassem depois que não puderam comer mais, devido às vontades de uma refém, a qual deveria estar algemada em algum canto do lado de fora, sem direito algum de se alimentar igual a eles.

Segurei meu prato, como se meus dedos fossem garras de um águia segurando sua presa. Era difícil não perceberem que eu estava faminta e mal via a hora de sentar em qualquer lugar e devorar o primeiro prato de comida, sem ser enlatado requentado, após tanto tempo. E eu que já considerava um milagre comer sardinha ou ervilha mornas... Enquanto estive sozinha demorara muito para achar um isqueiro em boas condições e, nesse intervalo, eu tentava manter o calor do corpo como desse, assim como com os alimentos. O problema de se estar em um apocalipse, porém, era o fato de que encontrar o que comer já era um lucro dos grandes.

Já fazia dias que não encontrava um isqueiro novo; além de escova de dentes, que perdera junto a outras coisas em uma das últimas tentativas de fuga de uma loja, quando vários mortos-vivos vieram de todas as direções possíveis; água e, bom, comida. O que eu tinha em mente era procurar esses itens depois de despistar o xerife e o caçador caipira, mas as coisas não correram em seus conformes, pelo visto. Ainda bem que um pouco de alimento já estava garantido...

Sem demorar muito ali, direcionei-me novamente à porta principal, vendo de esguelha pela primeira vez o companheiro do xerife, Shane. Ele secava-me com os olhos estreitos e totalmente desconfiados. Também parecia com muita raiva, como se acabasse de ter tido uma feia discussão. Meu palpite? Com Rick, certamente... Pude, então, descartar a possibilidade do mais forte estar no exterior, sendo o responsável pela estranha iluminação. Talvez fosse o caipira da besta, Daryl, já que não o encontrara na saleta ainda...

Eu não queria permanecer entre eles nem mais um minuto, assim, limitei-me a enviar um olhar de desdém ao cara de pavio curto e prossegui meu caminho. Não tinha direito algum de compartilhar do mesmo espaço de refeição como todos eles, isso eu sabia muito bem. Minha ideia, portanto, era comer — sossegada e, como de costume, sozinha — na varanda. Ao tocar na maçaneta, entretanto, uma mão segurou-me pelo ombro. Virei imediatamente, dando um instintivo passo para trás com uma expressão assassina no rosto, mesmo segurando o precioso prato de comida como se este representasse minha vida.

Carl estava sério. Por alguma razão, ler o que se passava em sua mente estava difícil, porém, resumindo, deveria ser algo como "Que saco, tenho que seguir essa menina para todo lado; em contrapartida, é meu dever para/com meu grupo...". Conforme o adolescente aproximava-se de mim, a mulher de cabelos castanhos escuros ergueu o rosto, interessada no que viria a seguir. Não era um mero interesse, era apreensão em relação ao filho, se eu entendera direito. O xerife também estava atento, mas encontrava-se mais relaxado que a moça ao seu lado. Estava possivelmente confiante sobre suas decisões.

Alguns minutos passaram-se e, por fim, o garoto decidiu que me acompanhar era a melhor maneira para as coisas avançarem. A ideia de que eu não era bem-vinda ali deveria ter passado por seus pensamentos e, ao darmos um passo à frente, prestes a abrir a porta, senti uma movimentação atrás de nós, como se alguém tivesse levantado de súbito. O barulho de um prato sendo colocado às pressas na mesinha de centro e o tilintar agudo da prataria sendo largada chamou atenção de Carl também. Ambos viramos para ver o que ocorrera.

A mulher, a qual eu julgava ser a mãe do mais novo, estava visivelmente estressada pela posição em que Rick colocou o adolescente. Na verdade, manter aquele aspecto de psicopata não deveria ser realmente sua intenção, entretanto, eu continuava sendo intimidada por ele. Era meio inevitável não tremer quando uma mãe está com os cabelos eriçados de tanta raiva. Uma raiva, no caso, por estar representando seu papel materno muito bem: o inabalável — nem tanto, julgando meu passado — amor maternal.

O xerife também levantou-se do sofá, barrando levemente com o braço, em sinal de "Vamos conversar...'', a moça, que parecia preparada para explodir em uma série de xingamentos e maldições. Não compreendi ao certo tal ação, mas assim que a mulher se ergueu, Shane acompanhou-a, cercando o possível casal, como se fosse uma espécie de defensor. Um defensor apenas dela. Absorvi a informação com um ar puramente questionador.

— Que ideia foi essa, Rick? — Ela murmurava rapidamente de modo audível, indignada. — Já não basta ele carregar uma arma para todo lado e ter que vigiar a garota, e agora quer que Carl coma lá fora, sozinho?

— Cara, mesmo ela derrubando o Daryl, você ainda quer colocar a vida do menino em risco? — Shane intrometeu-se com um tom falsamente apaziguador e expressou incredulidade, além de verdadeira preocupação com o bem-estar do filho do xerife. — Eu só acho...

Rick franziu os lábios e respirou fundo, encarando o chão com o maxilar travado e um sorriso forçado, sem sentir a mínima graça. Parecia estar controlando o impulso de atacar o companheiro, tanto é que fechou a mão direita e seus nós dos dedos ficaram brancos de tanta força. Ao mesmo tempo, a mulher agora agia de um jeito mais cuidadoso, temendo o pior... Se eu ainda não tivesse perdido completa noção de como triângulos amorosos manifestavam-se, algo muito estranho estava acontecendo ali. Confusão e encrenca retrataria muito bem determinado quadro. Duas das coisas que eu mais gostaria de evitar. No meio daquilo, quem não tinha nada a ver com a história era o que mais pagava no processo. Diante das circunstâncias atuais, o preço evidente era a vida, ou seja, quem seria o próximo da plateia a morrer?

— Você... — Sussurrou em resposta, praticamente cuspindo as palavras. — Você não decide as coisas por aqui, entendeu? — Apontava o indicador, sacudindo-o em direção a Shane, e a cabeça também movimentava-se com ênfase, como se o simples ato de olhar para o outro homem provocasse um terrível desgosto. — Você... Você não tem o que achar aqui! Assim como mais cedo... Você...

Rick, enfim, percebeu, após a expressão de aviso da moça, a qual estava com os olhos arregalados, que a sala de jantar estava em absoluto silêncio, nenhum som de talher ou pessoas murmurando. Tudo havia parado, os outros tentando ignorar a discussão e fazendo-se de desentendidos, Hershel suspirando pesarosamente, Carl com um rosto tomado pela desconfiança... Eu conhecia muito bem aquela cara: de "não é possível", a qual pensamos que não passa de uma bobagem sem sentido somente. Conhecia bem demais depois de experimentar o mesmo. Eu sentira na pele como era estar naquela situação, porém, mil vezes pior.

— Carl. — O xerife chamou o filho em tom de veredicto. — Fique aqui dentro com a sua mãe.

Analisei o garoto, enquanto este obedecia, meio "com o pé atrás" ainda. Quando o jovem estava próximo o suficiente, bufou ao ter seus ombros agarrados pela mulher, que o colocou bem perto de si, em um gesto indiscutivelmente protetor. Rick, então, pegou seu próprio prato, trajou o chapéu, colocando-o com uma mão apenas, em um gesto costumeiro, e acenou para que eu fosse para o lado de fora, pois ninguém me impediria mais e, antes de seguir-me, pude vê-lo enviando um olhar nada amistoso a Shane.

Mesmo com o recente ocorrido, eu me sentia aliviada de não precisar ficar ao redor de tanta gente. Eu ainda estava preocupada, entretanto, com a nova descoberta: a treta entre os três adultos. Lembrava-me do que aconteceu, em Chicago, com uns conhecidos do meu pai. Apesar de ter dez anos na época, recordava-me de como fora horrível, das noites em claro em que o amigo traído pedia para dormir em casa... O desfecho não foi o dos melhores. Não que eu imediatamente presumisse ser o mesmo caso, mas que fora bem suspeito, foi.

A luz da fogueira e as sombras continuavam a bruxulear a alguns metros. Pensando bem, após saber que Shane estava sob a companhia dos outros, o perfil de alguém que não participaria de um jantar comunitário encaixava-se perfeitamente ao caçador caipira. A primeira impressão que tive em relação a Daryl foi mesmo a de um lobo solitário, quase como eu. Então, faria sentido se ele quem fosse o indivíduo meio isolado do grupo, aquele que consegue sobreviver a custas do seu próprio eu.

Estava um pouco mais frio que antes e, assim que a brisa gélida bateu contra meu rosto, involuntariamente meu corpo travou, querendo retornar ao agradável calor da casa. Forcei meus pés a seguirem em frente, sentindo a presença autoritária do xerife às minhas costas.

Fiquei a uma distância considerável do homem e, como ele parecia ocupado demais preso a divagações, não me demorei a sentar em um canto, escorada à parede de madeira, colocando uma quantidade mínima de pão de milho na boca para aproveitar o quanto pudesse. Deliciei-me com o alimento fresco se desfazendo e, cedo demais, acabando. O sabor era incrivelmente maravilhoso, muito melhor que ervilhas ou sardinha enlatadas.

Minha vontade era a de engolir o prato inteiro com uma abocanhada só, porém, tinha plena noção de que me arrependeria se me deixasse levar pelo momento. Já sobrevivera com menos... Era nisso que precisava me prender. Aquele prato de criancinha era uma dádiva perto das mínimas quantidades de comida, das quais precisara viver, então, valia a pena comer daquela forma vagarosa. Precisava valer.

Ao mesmo tempo em que enchia parcialmente meu estômago — o qual pesava pela chegada de comida, recebendo-a com um som seco e animalesco — estava bem atenta a Rick. Detalhes, detalhes... Ele finalmente voltara a comer, mas ainda estava fora de órbita, pensativo. Parecia estar tentando resolver um crime difícil e enigmático, o qual tirava suas forças aos poucos, até que você estava oco por dentro, somente uma carcaça. O cara estava tentando carregar o que sobrou do mundo nas costas, tinha certeza, e somando com seus problemas pessoais... Uma loucura.

Terminei a refeição em silêncio, assim como o homem. Apoiamos os pratos limpos aos nossos lados e eu tirei da mochila minha garrafinha quase acabada de água, tomando cuidado para não mostrar os objetos roubados da suíte principal. Bebi dois goles pequenos e voltei a guardar a garrafa, confortável até... Com o xerife tão perdido, naufragando em seus plurais transtornos, era possível que eu conseguisse esquecer de sua presença se eu não estivesse tão preocupada com meu destino.

— Esta noite e provavelmente nas seguintes, dormirá em uma barraca vaga e será vigiada...

Quase dei um salto ao ouvir sua voz após tantos minutos em completa quietude, mas logo em seguida acenei em um gesto de compreensão, afinal, não havia outra alternativa. Eu duvidava que o grupo concordasse com sua decisão, porém, não me daria ao trabalho de dizer isso, esperaria pelo veredicto.

— Como sobreviveu sozinha por três anos? — Perguntou, como quem não quer nada. — Sente falta de sua família? Você deveria ser bem nova quando foram pegos pela horda, não é?

Decidi não dizer qualquer coisa que inferisse o que acontecera comigo. Limitei-me a franzir os lábios e menear em consentimento, sem dar pistas, ao certo, a que eu me referia. Estava desconfiada do interesse inesperado do homem sobre minha vida. Será que Hershel havia comentado algo sobre a cicatriz? Não, ele não parecia esse tipo de pessoa. Bom, se bem que meus pais também não eram do tipo de gente que abandonava a própria filha... Se meu plano não corresse como o previsto, teria que ter uma conversa séria com o fazendeiro, antes que ele começasse a espalhar suposições por aí.

— Pelo menos eles deveriam amá-la... — Anunciou com um tom suave e cauteloso, no qual não captei sinais acusadores ou maldosos. — Como foi passar tanto tempo solitária? Por que... — Estreitou as sobrancelhas, tentando me compreender e mantendo a pose de homem da lei. — Por que escolheu ficar sozinha?

Precisei me controlar para não desabar. Fazia tanto tempo que não chorava... Fora algo que eu colocara na cabeça, quase como um estereótipo: lágrimas são o sinônimo de fraqueza. Fraqueza levava à morte. Mantras aprendidos com o passar dos anos... Mesmo alguns deles sendo bem idiotas, foram os responsáveis por me manterem viva, apesar de estar dependendo apenas da minha carne e do meu suor.

— É um ambiente hostil... — Respirei fundo. — Estamos sendo testados por uma força acima de nós o tempo todo. A cada barreira que quebramos, é uma parte de nossa essência ficando para trás... Eu já disse isso para você: é a seleção natural. Quem está disposto a se perder, pode tentar se encontrar de outra maneira, uma pessoa completamente diferente... Nós perdemos o controle da situação, estamos à mercê do destino e não somos os mesmos... Somos obrigados a escolher entre matar ou ser morto, pois as rédeas não estão em nossas mãos infelizmente. Tudo que fazemos é nos adaptar ao nosso admirável mundo novo.

Rick não ficou surpreso pela minha súbita resposta filosófica — que não o respondia diretamente — pelo contrário, mesmo com o pouco de tempo que passamos juntos, parecia já me entender. Eu guardava as palavras e as usava quando estritamente necessário, apenas. Não havia um porquê de desperdiçar saliva se você sabe que não passará o resto da vida com outras pessoas, as quais precisam de frases de confiança para aceitá-la.

— Você matou alguém depois que toda essa porcaria começou? — Indaguei, incerta, vendo de relance quando ele negou. — Bom, não tenha medo dos mortos, Rick... — Pausei, lembrando do sobrenome dito por Beth. — ... Grimes. Tenha medo dos vivos... Os Estados Unidos foram à loucura. Quem está vivo toma a vida dos outros sem pestanejar...

O xerife fitou-me, curioso, medido-me com o olhar. Quem diria que uma adolescente estaria dando lições de moral a um homem beirando os quarenta anos? O mundo tinha, de fato, virado de cabeça para baixo. O controle estava nas mãos dos mais aptos... E surpresa? Nós não ocupávamos exatamente esse posto? Talvez se restringíssemos o campo de seleção... Éramos os mais aptos da raça humana, mas não tão preparados para, por exemplo, darmos um fim ao estado atual do resto dos humanos, os quais estavam andando sem rumo, mortos-vivos, na verdade.

— Ao encontrar esse pessoal, fiz uma promessa a mim mesmo de que iria protegê-los, de que faria com que eles sobrevivessem a isso tudo... — Divagou com seu sotaque tipicamente sulista, selecionando muito bem o que revelava. — Perdemos gente demais para simplesmente desistir e parar de lutar por esse lugar. Essa fazenda pode ser o fim... Podemos ter uma vida aqui. Não precisamos desistir de viver, podemos mesmo dar um jeito.

Não expressei qualquer comentário, não sentira sua necessidade. Às vezes, o silêncio era a resposta. Eu mesma não era capaz de contar quantas vezes contornei perguntas e acusações permanecendo quieta e preferia continuar agarrada à essa minha característica do passado, apesar de tudo ter bruscamente se transformado em merda. Quem eu seria se desse a ele falsas esperanças ou quebrasse seus desejos e sonhos, inerente às minhas próprias concepções de vida? Não era um monstro para fazê-lo. Nunca seria como eles...

— Me perdoe, querida.

De repente, o som de cadeiras se afastando e talheres sendo colocados sobre os pratos, indicando o fim da refeição, despertaram-nos de nossa quase casual conversa. Eu realmente esperava que nossas discussões ficassem entre nós, porém, estava ciente de que, talvez, se eu apenas contasse de uma vez a minha "bela" história, poderia convencer mais deles a não apoiarem a minha morte, por pura pena. Por que eu não conseguia ser sincera para ter mais chances de sobreviver? Por que eu precisava tornar tudo mais difícil? Bom, era provável que a causa fosse não ter tido chances suficientes, nesses três cansativos e solitários anos, para absorver, de fato, o que ocorrera comigo. No fundo, ainda não caíra a ficha de que eu fora abandonada para  morrer. Mesmo acordando e indo dormir com tal pensamento, admitir para mim mesma que eu era descartável para minha própria família ainda era um desafio não atingido.

A moça que se sentava perto de Glenn apareceu, enfim, na varanda e recolheu nossos pratos rapidamente, já retornando ao confortável calor do interior da casa, sem tardar do lado de fora. Antes de vê-lo, Carl estava ao meu encalço novamente, mas desta vez, o olhar perigoso da mulher de cabelos castanhos escuros fora adicionado à lista de pessoas que não me queriam ali. Lá estava ela, apoiada à tela contra mosquitos, ainda na análise se eu era ou não uma ameaça à segurança de seu filho.

Aos poucos, as pessoas foram saindo do casarão e se direcionando ao meio-círculo de barracas. Todos estavam cansados evidentemente, por isso, nem se importaram muito em me enviar suas energias negativas, e quase senti fagulhas de ódio no ar quando Shane passou pelo xerife, fitando-o por um longo tempo de propósito, testando a paciência de Rick. A mulher disputada pelos dois ficou para trás, ainda conosco, como se quisesse falar sobre algo urgente. O cara percebeu seu semblante e arrastou-se para tratar do que quer que fosse tão importante, sem deixar antes de olhar para o garoto ao meu lado. Uma discussão silenciosa passou por meio de um simples aceno: "Você está com tudo sob controle?" e "Pode deixar, pai."...

— Vai deixar nosso filho acordado também, Rick? — Ela engoliu em seco, passando a mão pela testa em frustração e ignorando minha presença. — Mesmo depois de Sophia?

Agucei meus ouvidos, pois a moça abaixara o tom de voz, praticamente sussurrando. Era um assunto delicado, tinha certeza. E, se era delicado, era importante estar a par. Eu encarava meus coturnos surrados e com respingos de sangue e marcas de terra, precavida de não mostrar de forma direta estar escutando descaradamente a conversa, por outro lado, era óbvio que Carl fazia o mesmo que eu, curioso e à procura de informações que esclarecessem os recentes acontecimentos durante o jantar.

— Sophia é outra história, Lori. — O xerife travou o maxilar. — E nós vamos encontrá-la, entendeu?

A mulher suspirou, mordendo os lábios, e assentiu em silêncio. Ela estava evitando contato visual...

— Lori, nós vamos encontrá-la. — O homem repetiu, tentando convencer mais a si mesmo. — Ela não pode ter ido tão longe... Nós vamos encontrá-la!

— Eu sei... Eu sei, Rick. — Falou com um tom nada persuasivo, mas indicava ter esperanças positivas também. — Só estou dizendo que não quero que coloque a segurança de Carl abaixo de uma tentativa de prepará-lo para essa vida. Nós não sabemos quanto disso... — Olhou o ambiente ao seu redor, alarmada. — ... vai durar. Carl merece uma chance de viver e colocá-lo para vigiar uma estranha é o mesmo que ignorar a necessidade de mantê-lo em segurança... — Seus sussurros ficaram mais altos, conforme colocava mais seriedade no assunto tratado. — Ele já aprendeu a usar uma arma... Você permitiu isso.

Rick entortou a cabeça, estreitando os olhos e coçando a barba rala, sem fitá-la.

— Não foi só a minha decisão. — Deu um riso anasalado de desgosto e, enfim, voltou a encarar a mulher. — Carl precisa saber como se defender contra o mundo. Ele já está crescido, Lori... Acredite: quando coloquei uma arma na mão dele e pedi a Shane... — Quase cuspiu o nome, tamanha sua repulsa. — ... que o ensinasse a apertar o gatilho, estava mantendo-o em segurança e assegurando-me que ele vivesse.

— Sim, eu sei disso, Rick. Você ama Carl mais do que tudo e suas intenções são sempre boas... Eu sei que está protegendo-o. Eu sei... — Respirou fundo, forçando-se a ficar mais calma, ainda que estivesse uma pilha de nervos. — Só... Só não o faça cobrir o turno da noite, ok? — Deu-se momentaneamente por vencida. — Arrume alguém para isso, por favor.

Depois de um longo tempo em silêncio, utilizado para ambos voltarem à razão, refletindo, o homem concordou. Eu não sabia se era algo bom ou ruim. Provavelmente, quem me vigiaria não seria Shane, considerando como Rick agia perto do companheiro à minha presença, porém, quem garantiria que eu estaria segura com outro desconhecido armado? Mesmo em Rick não poderia confiar...  Então, o que eu estaria enfrentando naquela noite, sem contar com os costumeiros e dolorosos pensamentos do dia-a-dia?

Fomos, então, nos juntar ao resto do grupo. Alguns, como o cara de pavio curto, limpavam as pistolas e espingardas com panos encardidos. As manchas escuras não saíam com a lavagem possivelmente, mostrando que aquele era o nível máximo de limpeza que alcançariam, assim como muitos de nós, sujos com as malditas mortes que sofremos pelo caminho. Ao aproximar-me, vi que a maioria dos presentes na aconchegante sala de jantar não estavam ali. Já descansavam ou cuidavam da vigília noturna.

Tudo que conseguia fazer era contemplar cada possibilidade que havia ali. Quem seria  escolhido para me vigiar? De quem precisaria me defender, usando nada mais, nada menos que instrumentos de costura? Eu criava histórias em minha mente, cada uma com o desfecho "morte" escrito em minha testa.

— Temos alguma barraca sobrando no trailer?

As pessoas pararam suas atividades e entreolharam-se, supondo para quem seria o objeto de desejo do pai de Carl, e negaram, fitando-me de soslaio. Não que fosse de propósito, realmente parecia não haver nem um saco de dormir para mim, como eu imaginava. Estavam sobrevivendo do que conseguiam achar pelo caminho, assim como todos os que ainda estavam vivos por aí.

— Não temos barracas suficientes, Rick.

O tom de Shane foi como se quisesse acrescentar mais um motivo para a caixinha de "Sim" para morte imediata da refém, pois eu causava prejuízos demais. Felizmente, o xerife respirou fundo e assentiu algumas vezes, processando uma maneira de resolver as coisas pacificamente e de modo mais humano possível. Só que eu sabia o que aconteceria no final, apesar de seus esforços de não se perder para o mundo pós-apocalíptico...

Assim, sem precisar ouvir de qualquer um deles, somente deitei próxima a uma das tendas e aos restos de uma fogueira de alguma outra noite, e abracei meu corpo para reter calor, fechando os olhos na tentativa de ignorar a presença de tanta gente. Deixei a mochila por baixo de meu rosto para não o encostar na grama rala, e tentei relaxar. Não queria transparecer como estava apavorada pela possibilidade de me apunhalarem pelas costas. Eu fingiria estar dormindo, era isso que faria. Passaria a noite em claro. Só mais uma entre todas as semelhantes, nos infinitos meses em solidão.

Já estava acostumada a ter que dormir em espaços desconhecidos e perigosos, mas os mortos-vivos eram estúpidos demais para esquivar de armadilhas barulhentas, feitas de arame e latinhas vazias, as quais fariam alarde caso qualquer um deles estivesse se aproximando. Humanos? Humanos eram espertos, chegariam perto com a habilidade de se camuflar em sua própria inteligência... Eu necessitava das minhas armas o quanto antes possível para dar o fora daquela fazenda. Com eles, nunca estaria segura. Quero dizer, estaria menos segura se em relação a sobreviver, sozinha, à companhia de errantes famintos. Minhas chances eram melhores quando isolada.

Dias extremamente difíceis viriam a seguir e quem começara perdendo fora eu...

         


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Notas finais do capítulo

O que acharam, galerinha? Isso soou bem infantil, mas a noite é uma criança, e cá estou eu digitando e já imaginando um monte de coisa para o próximo capítulo... Hmm, nada de SPOILER, serei justa com vocês. XD
Eu tenho alguns tópicos em mente para discutir aqui. Vejamos...
1. Sei que, pelas minhas palavras, parece que odeio o Shane do fundo da minha alma e... Bom, provavelmente eu odeio mesmo. U.U Eu tenho um longo histórico de cair de amores pelos vilões, bad boys, foras da lei e tals do mundo fictício, mas Shane... Ah, Shane. Coitado, eu não suportava ele na série.
2. Lori. Estranhamente, eu não a odiava como tantos por aí. Ela era meio nula {Ouch} para mim, porém, ~Cof, cof. SPOILER ALERT ~o que aconteceu com ela quebrou meu coração. Ok, não foi um SPOILER muito SPOILER, mas não quero estragar para quem ainda não assistiu a série ou ainda não alcançou o episódio, então... É isso.
3. Parece que não estou explorando muito os outros personagens, porém, conforme os capítulos forem andando, vocês vãos se sentir mais confortáveis, prometo. Nada de excluir mérito de gente diva de TWD por aqui... Beleza?
4. Sério, estava vendo novamente como o Rick estava na primeira temporada e, gente, é impressão ou o apocalipse faz bem para a aparência das pessoas? O.O Estou chocada. Rick, Carl, Carol, Daryl, Glenn. Ah, Glenn... Minha nossa, você parecia um jovenzinho adolescente, sinceramente. Mals, eu amo o Glenn, gente! ❤❤❤ Aqui é só paixão. *w*
5. Se houver bastante comentários, postarei mais cedo o capítulo 4. Farei de tudo para postar rápido! Tudo, ouviram? E vou tentar deixá-lo bem grandinho como de costume!!!
É isso, gente. Parabéns e obrigada àqueles que leram até aqui. Hahahaha Amo vocês ainda mais por isso!!! ❤ ~Sintam a vibe do momento...~
Xxxxxx