Deadline Circus: The Second Act escrita por Arya


Capítulo 16
O lobo em pele de cordeiro.


Notas iniciais do capítulo

ESSE CAP TA SEM NOME DE MÚSICA PQ? PQ É O CAPÍTULO ONDE FALA DE QUEM? DO TAKUYAZINHO! #apanha

Eu não sabia em que nome por, ai e tava pesquisando coisas aleatórias até que achei um vídeo no youtube falando da fábula "Lobo em pele de Cordeiro". Eu pesquisei mais, vi mais algumas coisas e cara... NOME DE CAP PERFEITO PARA ELE!

"Lobo em Pele de cordeiro"é uma expressão popular, utilizada para caracterizar uma pessoa que aparenta ter boa índole, mas na realidade é má, perversa e desonesta.

BEEEEM... Vamos ler?
XOXO



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"Apenas uma criança quando se olha de longe, mas de perto ela pode ser seu pior pesadelo. Cuidado, lobos gostam de se vestir em peles de cordeiros."

 

BENJAMIN

Benjamin fechou os olhos, mas não sentiu nada cortando a sua garganta.

Na realidade, a única coisa que sentiu foi o seu cabelo sendo cortado, já que o Salazar foi solto das mãos do vampiro. Abriu os olhos, ainda de joelhos.

Em um ato rápido, ele viu o mesmo fazendo um corte enorme no tronco de Takuya e jogando os fios do cabelo do gêmeo na cara de Enzo, fazendo que os caçadores conseguissem se mexer. Depois jogou a espada no chão e chutou o queixo de Takuya, assim pegando a espada novamente.

Takuya colocou a mão no machucado, com um sorriso de leve nos lábios.

— Sloth…

— Meu nome não é Sloth, Takuya. — perguntou o moreno. — Meu nome é Victor Salazar.

Ele e Takuya ficaram em posição de combate e Takuya avançou no moreno, que não se mexeu por um tempo. Enzo gritou para Takuya não atacar, provavelmente por saber dos ataques de Victor perfeitamente, mas o de cabelo roxo ignorou-o.

Ao ver que o mesmo estava perto, ele se abaixou para se defender do golpe e cortou o rosto do adversário, na altura dos olhos. Benjamin viu Takuya com as mãos nos olhos, gritando de dor e sumindo rapidamente junto a Enzo e aos outros vampiros. Seu rosto sangrava e podia ver isso entre os dedos do vampiro, onde jorravam sangue.

Benjamin viu a lâmina da espada com um pouco de sangue e se levantou aos poucos para encarar o irmão. Victor olhou Benjamin e o ajudou a levantar. Ben se afastou um pouco, mas depois de olhar nos olhos do irmão, ele deixou—se cair em cima dele.

— Eu sempre odiei o seu cabelo longo mesmo. — disse Victor.

Benjamin olhou para trás de Victor, vendo Violetta abaixar a lâmina e pedir para todos abaixarem suas armas.

— É você mesmo, Victor? — perguntou baixo ao irmão.

— Eu nunca iria te matar. — disse Victor. Benjamin abraçou o irmão fortemente. — É a única pessoa que eu nunca iria matar.

Olhou para trás novamente, vendo um caçador apontando a arma para Victor e atirando. Benjamin arregalou os olhos e tentou tirar Victor na frente, mas não foi possível. Ben foi devagar demais.

Victor levou um tiro nas costas. Benjamin passou as mãos nas costas do irmão, principalmente no ponto que mataria qualquer vampiro e viu o sangue em suas mãos. Segurou o irmão com força nos braços e viu o rosto do atirador.

Tinha sido Joshua. E após ver o rosto do ruivo, ele começou a perder a consciência. Nem tinha levado um tiro, mas ele estava perdendo a consciência.

E assim caiu no chão, soltando-se de Victor, que caiu ao seu lado.

****

SALIGIA

Saligia colocou Takuya com as mãos nos olhos no chão do novo esconderijo deles, gritando fortemente de dor. Era a casa de férias do mesmo, ele já se cansou de ir e voltar do Japão quando ele não estava a fim de ficar no Brasil.

Ele viu Pride acordar Lust rapidamente e a mulher mandar todos para fora, trancando a porta do local. Passaram-se no máximo, quatro horas lá dentro e eles ficavam Calados o tempo todo esperando algo.

— Porque ela?— disse Wrath. Provavelmente foi agora que ela reparou que Lust estava sozinha com Takuya no quarto.

— Ela era médica de caçadores e cientista no passado. — disse Pride. Wrath demorou um tempo para entender, logo se acalmando.

Eles foram até onde tinham colocado Envy e Gluttony, afinal Takuya provavelmente ia demorar. Saligia deu um breve sorriso ao ver o Morozov se recuperando da luta, o que iria demorar um pouco para isso acontecer por conta dos golpes e do gás tóxico, que por sorte ele não teve tanto contato para matá-lo, enquanto Gluttony estava acordando aos poucos.

Sloth se lembrou de quem era.

Greed os traiu dando informações ao caçula dos Morozov. Foi até divertido o ver no fundo de tudo que estava acontecendo no grupo adversário.

Morozov… Isso o lembrava da morte de Ygor, no qual somente soube os detalhes depois de um ano, quando conversava com Takuya durante seus dias de massacre no país, no qual duraram poucos, já que uma caçadora descobriu e quase conseguiu o capturar, se ele não fosse embora.

Saligia caiu na risada. O vampiro loiro, Enzo, o olhou confuso.

— Porque está rindo?

O brasileiro olhou os outros vampiros e sorriu de canto. Afinal, Takuya não ia se importar se ele contasse sobre aquilo.

— Takuya matou um Morozov e, depois de muitos anos, ainda tem um Morozov como aliado. — disse Saligia rindo de leve. — Isso não era para ser engraçado, mas… A vida é uma comédia.

— Não foi há tanto tempo assim. — disse Pride. — Acho que faz três anos que Ygor morreu.

Saligia o olhou confuso. Pride cruzou os braços, e então o moreno de cabelos roxos olhou todos parecendo ter a mesma reação do loiro.

— Takuya não matou Ygor. — disse Saligia. — Ele não ia matar quem ele salvou no passado? Não tem lógica.

Ele deu um suspiro. Logo a porta se abriu, com Takuya sentado em uma cadeira e os olhos enfaixados. Lust vinha atrás dele, empurrando a cadeira.

— Parece que vocês sabem muito pouco de quem são aliados. — disse o brasileiro. — Que tal contar a sua história a eles?

— Bem, antes de tudo, eu vou demorar a me recuperar totalmente. Talvez eu nem consiga recuperar a minha visão.

Saligia revirou os olhos.

— E… Vai ser uma boa contar. É uma bela história para se contar as crianças antes delas dormirem. — disse Takuya virando o rosto para o nada.

Naquele exato momento, ele não reconhecia Takuya. Ele não era o líder frio e sanguinário que tinha pensamentos horrorosos e causava traumas facilmente nas pessoas.

Ele era exatamente igual a alguém que conheceu há pouco tempo em uma luta: Uma criança sem foco e perdida em seus sentimentos, sem saber por onde começar.

— Bem, vamos começar do momento feliz.

***

Vinte e quatro anos atrás.

TAKUYA

No meio das ruas movimentadas de uma velha Inazuma encontrava-se Takuya correndo com dois garotos atrás dele. Aos seus treze anos de idade, Takuya era uma simples criança sapeca como qualquer outra, correndo na rua como se o mundo fosse acabar naquele exato momento.

Um dos garotos era seu irmão mais novo, Tadashi Tachibana, de nove anos. Ele era mais alto que Takuya, tinha cabelos roxos curtos e olhos castanhos. Ao contrário de Takuya, o mais novo era tímido e bondoso, e apenas estava correndo atrás do irmão por estar sendo perseguido pelo o outro garoto, já que Takuya pegou o diário do mesmo.

O outro garoto era um estrangeiro que conheceu na manhã daquele dia após os pais o forçar a entregar um bolo de boas vindas aos vizinhos novos. Ele tinha a mesma idade de Takuya, mas era mais alto e o mais inteligente do trio, do tipo que aprendia uma língua estrangeira em um ou dois dias, e isso foi comprovado, já que ele, mesmo sendo estrangeiro, fala a língua de Takuya e seu irmão perfeitamente. Seus cabelos eram brancos como neve e seus olhos eram da cor de uma esmeralda. Tinha um rosto de alguém brincalhão e feliz, mas no momento ele parecia mais desesperado, já que Takuya estava com seu diário.

Assim que eles se cansaram, todos pararam e Takuya começou a folhear o diário, fazendo o estrangeiro fazer bico. Tadashi olhou o irmão, que apenas com um gesto, fez o mais novo entender de segurar o mesmo.

— Tá tudo em outra língua, russo. — disse Takuya. — Você é um gênio, mas é lerdo. Eu não sei ler russo.

O garoto parou e pegou o diário, colocando—o dentro do casaco que usava, fazendo bico. O russo era uma parede enorme que tinha cara de quem ia matar alguém, mas no fundo era uma criança birrenta.

— Eu já disse para me chamarem de Ygor, e não de “russo”. — disse Ygor. — Como vocês gostam de provocar…

— É genética da família Tachibana. — disse Tadashi e Takuya ao mesmo tempo.

Ygor riu de leve e abriu o diário, pegando um lápis que tinha dentro dele, enquanto ia sentar no chão de uma parte. Takuya e Tadashi o olharam confuso e se sentaram do lado dele.

— O que está fazendo?

— Falando de vocês no meu diário. — disse Ygor. — Esse diário é muito importante.

— Por quê?

Ygor suspirou e começou a explicar um monte de coisas. O fato era que o diário era uma tradição de família, onde eles escreviam diários até seus últimos anos de vida para os outros membros da família ler quando atingirem a maioridade, caso algum for mais novo.

A família de Ygor era a melhor de caçadores, vindo diretamente da Rússia para o Japão, já que infelizmente o arquipélago estava sendo atacado brutalmente por vampiros. Aparentemente, Japão não era mais um local pacífico, sendo agora um dos países com mais vampiros de todo o mundo, sendo que tinham poucos caçadores, o que fez pessoas de fora vir ao país ajudar.

E foi assim que o avô de Ygor, Ivo Morozov, veio ao país pela a primeira vez, quando Takuya era apenas um feto. De início, era apenas para ficar para uma missão de dois meses, mas acabou que ele decidiu morar e ficar por ali para sempre, criando o Deadline Circus em Inazuma, um dos poucos clubes de caçadores do Japão.

Enquanto ele e Tadashi conversavam e Ygor escrevia em seu caderno, passaram-se dez minutos. Ao ver aquilo, o garoto olhou o amigo russo e deu um breve soco em seu ombro, o fazendo parar e apagar algo, enquanto ajeitava rapidamente.

— O que está escrevendo sobre nós que demora tanto? — perguntou o mesmo, curioso.

Ygor terminou de escrever e sorriu os mostrando o diário. Uma página estava toda escrita, enquanto a outra estava um desenho de Tadashi e Takuya um do lado do outro, rindo. Até mesmo podia ver o detalhe do cabelo de Takuya sem corte e na altura dos ombros, assim como as sardas que Tadashi tinha e que podiam ser vistas de longe.

Takuya ia falar algo quando ele escutou seu tio o chamando de longe. Um homem completamente assustado e aflito, suado como se estivesse correndo uma maratona, foi até ele e o abraçou com muita força, puxando Tadashi para seus braços também.  

— A sua casa foi invadida por vampiros. — disse o tio. Takuya arregalou os olhos e viu Ygor se levantar na hora em um pulo. — Seus pais estavam lá dentro e…

Era a véspera de seu aniversário quando Takuya recebeu a pior notícia de todas. O que era um dia calmo como todos os outros acabou em uma enorme tragédia. O menino ia passar a noite esperando dar meia noite; Agora, ele não fazia ideia do que irá fazer.

A morte de seus pais foi um marco enorme e horrível em sua vida. Eles se mudaram para a casa de seus tios, onde estavam recebendo amor, carinho e umas terapias tensas por parte de Takuya, que não tinha aceitado bem a morte de seus pais.

Takuya amava seus pais. Morreria por eles, mataria por eles…

Foi quando decidiu se tornar caçador de vampiros. E foi essa decisão que o tornou vampiro.

***

Dias atuais.

IRENE

A garota tinha acabado de chegar a sua casa junto a sua mãe e Pavel, já que os outros ficaram pelo o hospital. Ajudou a mãe com algumas coisas após a mesma tomar um bom banho de banheira tranquilamente e ficou do lado dela, em silêncio, durante o tempo todo. Violetta apenas desabafava como foram horríveis os momentos que passou lá enquanto estava deitada, até o momento que acabou por dormir. Yuri disse que ia cuidar para ela das coisas na DLC enquanto ela descansava, e isso era bom: Faz tempos que a mãe não conseguia dormir direito.

E agora lá estava a anã violenta que nem parece ter quarenta e poucos anos, deitada ao seu lado enquanto Irene lia um livro ao seu lado em seu profundo silêncio. Era muita informação para apenas uma única pessoa, mesmo essa pessoa sendo Irene Morozova.

Benjamin não podia receber visitas. Victor muito menos. As meninas estavam muito alteradas, cansadas, machucadas e estressadas, apenas queriam saber de Benjamin ou de gritar quando Joshua passasse por elas por estarem preocupadas com o bem estar psicológico do líder. E o que o Joshua fez? Nada. Estava muito machucado para fazer alguma coisa ou mandar uma delas tomar em um local sagrado.

O fato era: Joshua atirou porque tinha motivos “fofos” ao ver de Rosmery, e apenas poucas escutaram os motivos já que o resto estava ocupado gritando e discutindo sobre o assunto. E esse “poucas” se refere a Irene e Rosmery. Joshua atirou pelo o simples fato de achar que Victor ia o matar. Estava com a visão turva, machucado até a alma, sem saber o que estava acontecendo e ao ver o vampiro com a espada, ele apenas reagiu pegando uma arma e atirando.

Giulia, por sua vez, estava extremamente mal. Ela demorou muito a ser socorrida, o que fez o veneno se espalhar pelo o seu braço e, para não atingir mais partes do corpo, tiveram que o amputar. Foi essa a última notícia que recebeu de Ivan sobre a garota.

Assim que olhou o seu celular e tinha dado uma hora que estava ali sentada ao lado dela, a garota saiu debaixo das cobertas e tomou cuidado para não acordar a mãe. Era fim de tarde, o céu estava ficando cada vez mais escuro. Irene foi até o quarto de Pavel, o vendo dormir tranquilamente.

Ela deu uma breve corrida até seu quarto e trocou de roupa rapidamente, colocando uma calça jeans, all-star e uma blusa branca de meia manga, no qual foi tampada por um casaco preto na qual ela fechou até o final do zíper. Amarrou o cabelo em um coque e colocou o capuz, depois se abaixando e pegando uma mala de uma alça de ombro cinza. Irene respirou fundo e pegou um celular que tinha sob o seu colchão e pegou o que ela naturalmente usa, correndo para fora do quarto.

 Olhou para trás, vendo uma imagem de seus pais, ela e seus irmãos juntos na sua casa em seu país natal, no Ano Novo. Pegou o porta-retrato, o olhou levemente e abriu a mala, o colocando dentro de sua mala, e logo após colocou uma carta que tinha dentro da mala em cima de sua cabeceira.

Saiu do quarto rapidamente, deu uma olhada em Pavel e depois em sua mãe e sussurrou um breve “adeus”, logo indo na direção da porta dos fundos da casa. Irene não ia voltar tão cedo, não era boa em despedidas, por mais que ninguém poderia saber o porquê dela estar indo embora e para que. Fechou a porta e saiu calmamente e disfarçadamente na rua, andando sem rumo e de cabeça abaixada.

Seguindo um caminho que parecia não acabar, a garota parou apenas quando chegou a uma praia de Inazuma, onde estava vazia por poucas pessoas irem até lá. Não entrou na praia, apenas ficou parada no ponto de ônibus vazio que tinha na frente dela. Depois de duas semanas de pesquisa, descobriram que era difícil alguém ficar por ali.

Sim, “descobriram”. Ela não iria sozinha.

— Se ele demorar, eu vou enfiar uma adaga no coração dele.

***

WRATH

A garota olhava Pride atentamente. Ele mexeu em alguns livros e depois se sentou, parecendo não achar o que ele queria, depois voltando a prestar atenção em Takuya, que respondia perguntas de Gluttony que apenas tinha pegado o início da história a partir da palavra “desenho”.

Enzo Santiago, ou Pride, era bonito. Cabelos dourados amarrados em um rabo de cavalo, olhos naturalmente da mesma cor que o cabelo, já que como todos os vampiros eles ficavam vermelhos. Além disso, ele tinha corpo invejável. Mas Wrath não era a Lust, na qual se apaixona por qualquer garoto que aparece em sua frente.

Ela tinha apenas um em seu coração que já estava parado a um bom tempo. E ela estava realmente preocupada com ele, já que o mesmo estava machucado em seu tronco e seus olhos estavam enfaixados.

— Ok, agora eu entendi. — disse Gluttony sorrindo. — Mas, se ele te conhecia, porque ele não o reconheceu quando Ygor o viu?

Takuya deu um breve sorriso de canto e quando ia responder, Wrath viu Pride ir em direção ao quarto. Não parecia tão interessado como estava antes. Então Takuya riu de leve e voltou à atenção a pergunta de Gluttony.

— Uma pessoa apagou a imagem do meu rosto e de tudo que pudesse me reconhecer da memória de Ygor e de seus familiares. E essa mesma pessoa queimou todos os diários de Ygor até aquele que tinha o meu rosto.  — disse Takuya. — Agora, podemos continuar a história?

***

Vinte e quatrinos atrás

TAKUYA

Já fazia um mês que seus pais tinham sido mortos e um mês que tinha começado a treinar com Ygor e seus irmãos, Jordan e Kanaria. Eles estavam sendo treinados por Ivo, o dono do Deadline Circus, e Rose, a mãe do trio. Ela era médica de caçadores e professora de aprendizes.

Kanaria era uma garota séria e uma das melhores aprendizes dentre os irmãos, perdendo apenas para Ygor, no qual ela aparenta fazer careta toda vez que ele faz algo. Ela tinha cabelos curtos até a altura do ombro, olhos vermelhos e era magrela e alta, sendo um ano mais novo que Takuya. Ou seja, ela tinha treze anos e era praticamente uma girafa.

Jordan era o mais novo, de oito anos, e o mais calmo dos irmãos, e o mais inexperiente. Se ele tivesse que se comparar a um nível de força que ele estava, era a de Jordan Morozov. Tinha começado no mesmo ano a treinar para ser caçador e era iniciante, assim como Takuya. Ele tinha olhos castanhos claros, cabelos brancos como todos da família e era o mais baixo dos irmãos, entretanto bem alto para a idade dele.

E Ygor era apenas o Ygor. O mais forte dos irmãos, o mais inteligente, o mais calmo, o mais talentoso, o mais isso, o mais aquilo... De tanto o elogiarem, dava para entender porque Kanaria é tão competitiva quando se trata do irmão. Afinal, é difícil aturar quando as pessoas comparam alguém quando se tem um irmão “perfeito” como Ygor Yvanovich Morozov.

E Takuya era o zero que podia ser excluído facilmente da expressão. Ele era bom em lutas corpo a corpo, mas quando o dava uma arma era mais fácil ele atingir a testa do vizinho que está bebendo chá na varanda da casa ao lado do que o alvo. Mas o bom era que seus professores eram pacientes. Rose, a mulher de cabelo negro e olhos azuis, sempre chegavam perto do mesmo e o ajudava a apontar a arma, o ajudando a atirar e o pedindo para ficar calmo.

Era tranquilo e até divertido as aulas, até que um dia não teve aula no quintal enorme da casa dos Morozov. Além do mais, Takuya havia ficado na detenção até tarde no colégio. Não tinham o avisado que naquele dia não teria aula, então ele foi até a casa dos Morozov, no qual não tinha ninguém, e depois seguiu o caminho para a casa de seus tios cantarolando uma música que sua mãe sempre cantava para o mesmo antes de dormir.

A rua estava vazia, o que o deixava um pouco mais preocupado em apertar os passos. Queria chegar a sua casa logo, para finalmente poder entregar o presente de aniversário do irmão que fez na aula de artes: Um retrato deles juntos com seus pais, jogando damas. Era uma memória feliz dos momentos que tinha passado com seus pais.

Foi quando escutou alguém gritando e o fez parar de cantar e olhar para o lado aonde vinha à gritaria. Estava ficando escuro e nublado, parecendo cenário de um típico filme de terror. Ele engoliu em seco, pensando em começar a andar de novo quando escutou a voz forte de um pedido de socorro.

Era a voz de Ygor.

Ele mexeu no cós da sua calça para ver se estava com sua arma e saiu correndo na direção de onde o grito vinha. Ele se lembrava em ter apenas duas balas na arma, por isso não podia errar nenhuma.

 Correu até o final da rua, no qual estava Ygor jogado no chão com um vampiro em cima dele, com as presas de fora e os olhos vermelhos. Ele não viu nenhuma característica de quem era apenas pegou a arma trêmulo e com medo de errar e engoliu em seco, atirando nas costas do vampiro, que se virou para o olhar. Em pânico, Takuya atirou novamente e dessa vez acertou a cabeça, fazendo o mesmo cair no chão.

Ele respirou fundo e olhou um Ygor assustado, empurrando o corpo do vampiro para longe e olhando Takuya um pouco agradecido e com medo. O de cabelos azuis escuros foi até o mesmo, amarrando o cabelo e ficou ao lado dele.

— Está tudo bem?

— Takuya... O meu avô era um vampiro. — disse Ygor assustado olhando o mesmo, o abraçando de leve com medo. Takuya olhou para o vampiro, vendo um velho homem alto e em boa forma para a sua idade: Ivo Morozov.

Takuya tinha matado Ivo Morozov.

 — Eu li o diário dele, ele se transformou em vampiro um ano atrás e desde então tenta controlar a sede, mas quando não consegue... Ele mata alguém.

Takuya respirou fundo e abraçou de leve Ygor para acalmá-lo, dizendo que vai dar tudo certo e que já tinha passado. Ygor pegou a arma da mão de Takuya, colocando-a no chão.

— E o pior de tudo é que... — Ygor pegou o caderno ao lado dele, no qual estava jogado no chão. — Ele matou seus pais.

Takuya travou na mesma hora e um ódio consumiu a sua mente. Ele apertou o ombro de Ygor fortemente, mas logo o soltou. Tinha que se controlar, não podia descontar em Ygor.

— Isso não...

Ygor arregalou os olhos e gritou, puxando o mesmo para perto dele e o puxando para começar a correr. Takuya fez o mesmo, sem olhar para trás, apenas olhando depois de um tempo, vendo um homem de cabelos roxos e moreno correndo atrás deles com os olhos vermelhos vibrantes.

Takuya virou para frente e viu Ygor achando uma janela que dava em uma casa para eles entrarem. O albino entrou e Takuya, com a ajuda do mesmo, tentou entrar também, mas claramente podia ver que iam acabar morrendo nas mãos do vampiro. A arma não tinha mais balas, era completamente inútil.

Era ele, ou ele e Ygor.

Foi então que Takuya fechou a janela, mandando Ygor fechar. O garoto albino olhou o mesmo, e Takuya deu um sorriso calmo, deixando ser atacado pelo o lado por um vampiro. Mas ele não foi morto, apenas caiu sem conseguir se mexer. Sua cabeça estava sangrando, podia sentir isso.

Ele olhou para cima, vendo o vampiro e deu um breve sorriso de canto. O vampiro o olhou.

— Eu odeio matar pessoas que querem morrer. — disse Saligia. — Bem, acho que posso me divertir um pouco com você, criança.

E então Takuya levou um soco do vampiro, o que o fez desmaiar.

****

Dias atuais.

TAKUYA

— Esse vampiro é o Saligia. — disse Takuya.

Ele sentia facilmente as pessoas ao seu redor e sabia o que elas estavam fazendo normalmente. Sabia que Enzo estava em seu quarto, provavelmente deitado enquanto escuta música. Podia claramente perceber que ele estava escutando Bom Jovi, já que estava no último volume.

Todos ficaram algum tempo em silêncio até que Lust deu um grito de surpresa.

— Esse babaca lhe transformou naquele dia? — disse Lust assustada. — Eu achava que ele somente servia para matar os outros, e não os transformar em vampiros.

— Ei, eu não sou um babaca. — disse o vampiro. — Não foi o que você disse a uma noite atrás, lembra?

Provavelmente Lust ficou vermelha como um pimentão sobre o que ele tinha comentado. Takuya deu um breve riso e depois sentiu a mão de alguém tocar na dele, o que o fez virar a cabeça em direção a mão da pessoa.  Era a de Wrath.

— Você se tornou vampiro naquela hora?

Takuya a olhou.

— Não. — disse Takuya. — Para Ygor, eu tinha morrido, mas eu estava vivo. Saligia não me matou ou me transformou em vampiro naquela hora, ele apenas me deixou inconsciente e levou para o seu cativeiro.

— Casa. — disse Saligia. — A melhor da época.

Saligia bocejou alto, como se ele estivesse com sono.

— Fui eu que apaguei tudo que podia identificar Takuya, que queimei os diários de Ygor e que o transformei em vampiro. — falou o brasileiro. — Sim, eu peguei uma criança que podia ser o salvador de uma nação e a transformei no que é hoje.

— Mas, por que... — começou Gluttony. — Se você era alguém bom, porque se tornou o que é? Os Morozov fizeram algo de errado depois? Saligia o convenceu a algo?

Takuya fechou o rosto, e então Saligia fez alguma coisa que fez Gluttony dizer baixinho “me desculpe” em sua língua natal. Takuya respirou fundo e forçou a seus olhos a “ficarem” vermelhos, e então pode reparar que conseguia ver tudo que estava acontecendo. Sorriu de leve e quase imperceptível, não precisava contar a ninguém sobre isso.

Seria bom se todos achassem que ele está cego.

— Eu enlouqueci. Mas isso é uma história para outra hora. — comentou Takuya e Tobias afirmou com a cabeça. Takuya fingiu não ter visto

— Espera! — gritou Lust novamente. Takuya respirou fundo e colocou a mão na cabeça. A voz de Lust a irritava. — Se não foi o Takuya que matou Ygor Morozov, além do mais ele e Takuya eram mais shippaveis que aqueles dois... Ah! Aquele loiro insignificante e bonito com o Pavel. — disse Lust, que fez Wrath levantar da hora do sofá onde estava e ser segurada por Gluttony. — Enfim, se não foi essa criança psicótica, então... Quem matou Ygor?

Todos trocaram olhares entre si e depois olharam um Envy se sentando.

— Demoraram a perceber. — disse o mesmo. — Vocês acham mesmo que Ygor iria abaixar a guarda para Takuya no papel de “amigo indefeso de Pavel”?

****

IRENE

Depois de meia hora esperando, logo um carro chega e para do lado dela. A janela se abaixa, e a mesma olha para dentro para ver quem era depois revirando os olhos.

— Idiota. Quem você pensa que é para me deixar esperando? — reclamou, andando até a outra porta do carro que levava ao banco da frente e se sentando, jogando a sua bolsa para o banco de trás após pegar seus dois celulares.

Viu que Kariya estava a ligando. Queria atender para ao menos dizer alguma coisa sobre não poder ir ao show do The GazettE amanhã, no qual ela prometeu que iria com ele. Sem pensar muito, a menina desligou o celular, ligando o outro que tinha pegado embaixo da cama.

— Foi mal a demora, Irene, tive que dar um jeito de sair sem que ninguém percebesse. — disse calmamente a pessoa. — Tem certeza que não quer contar a sua mãe ou a alguém?

— Não. Vai acabar dando errado, melhor apenas nós dois irmos. — disse Irene retirando os olhos de seu celular desligado e depois olhando o motorista.

— Como quiser... Rainha das Cobras. — disse o mesmo, começando a mover o carro.

— Ainda bem que você sabe quem é que governa o mundo aqui, Smooth Criminal.    


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Notas finais do capítulo

Só quem leu a primeira temporada (não sei se alguém não leu, que apenas começou a acompanhar a fanfic a partir dessa temporada. Acho q sim, slá... Sou esquecida) vai sacar e saber quem é a pessoa que está com a Irene no carro e... Deixa eu correr aqui rapidinho, ok? #apanha

E SIM, eu parei a história do Takuya antes dele se tornar um vampiro. Pq? Vocês vão descobrir em breve, muhahahah!

Enfim... Até o próximo. E ah! Vejam no tumblr o formulário q eu fiz e me mandem a resposta por MP, ok? Tem mais detalhes lá sobre o formulário.
http://dl-circus.tumblr.com/

XOXO



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