JAKE

De vez em quando, Jake White conseguia ser mais burro do que já diziam por ele ser loiro natural. E essa burrice foi exatamente escutar o conselho de Ivan, um dos seres mais lerdos que podem existir no mundo.

Lá estava ele, boa sala de dança do Orfanato do Sol, após se identificar como amigo de Irene. No final, ela o deixou entrar apenas porque precisava falar algo com ele.  E no final, ele também teve que participar da aula.

Não é como todos pensam, o loiro sabe dançar, mas não do modo que Irene dançava. As pessoas da sala aparentava já estar acostumada com os movimentos rápidos e as explicações mais rápidas ainda de Irene, então Jake acabou se perdendo em alguns passos. Na realidade, todos.  

— Jake, se solte. — disse Irene ao passar em volta de todos. —Você está muito duro. Se estivesse o Pavel aqui, acho que já estava dançando perfeitamente.

Ele olhou Irene.

— Não. É que dança não é um dos meus fortes, por mais que eu sei dançar. — disse Jake parando de dançar e olhando a irmã de seu namorado. — E eu vim para falar com você, e não para aprender os passos de High School Musical. — disse em brincadeira.

Todos da sala o olharam e Tadase parou o som.

— Focus, da Ariana Grande, está bem longe de ser música de High School Musical. E como todo duro, nem a coreografia de nenhum dos filmes você consegue dançar. — disse Tadase a Jake, sendo honesto.  — Nem sei como o Zac Efron conseguiu dançar.  

— Tadase. — Irene chamou atenção do menino. — Não fale assim com o Jake, mas devo ser honesta em dizer que ele tem certa razão.

Ele olhou Jake.

— Você não é ruim dançando, mas você parece sofrer enquanto dança, e isso não é legal. Você está com cara de cansado ou de doente, e isso não é legal. — disse Irene calmamente e chegou perto de Jake, ficando na frente do mesmo. — Quando você dança…

Assim que ela ia falar, a porta se abre com um Kariya cantando algo fora do tom que fez até Jake reparar o quão horrível ele cantava. A albina fechou os olhos como se segurasse para não socar o de cabelos verdes, e isso fez o loiro lembrar-se de como Irene odeia ser cortada no meio da frase, mas logo um sorriso se formou nos lábios dela mesmo com os desafinados que era como alguém furar uma bola de futebol perto de qualquer membro da família do loiro, inclusive ele.

— Irene, sabemos que você sabe o resto! — disse Kariya, apontando um microfone “invisível” em sua mão a Irene, que revirou os olhos e começou a cantar.

This could be the

Start of something new

It feels so right
To be here with you (Oh)

And now, lookin’ in your eyes.

I feel in my heart, feel in my heart.

The start of something new

Uma leve salva de aplausos para a breve humilhação da cantoria de Irene e ele escutou duas meninas comentando que Irene era o tipo de menina que cantava no chuveiro e tinha alguém que realmente aplaudia.

— Agora, Troy, vai procurar a Gabriela. — disse Irene a Kariya, que sussurrou algo que Jake não entendeu e Irene pegou o telefone do bolso, atendendo. — O que foi Benjamin?

Irene respondeu algo em russo e desligou o celular, o colocando no bolso e pegando as suas coisas. Ela assobiou e Kariya junto a Kirino, que entrava na sala, olharam-na.

— DLC foi invadida. — disse Irene. — Temos que ir.

***

SAMANTHA

Ela olhou o seu líder terminando de falar com todos que não estavam na DLC naquele momento e continuar a ficar escondido. A morena o olhou e depois a Rosmery ao seu lado, que pegava o seu “leque que não é leque” de seu bolso.

Eles estavam dentro da prisão especial de vampiros, embaixo do DLC, onde eles prendem alguns que podem ajudar no futuro, como fizeram com Gluttony. A prisão estava vazia, talvez pelo o fato de não fosse muito usada.

— Ally disse que Dimitri topou o que ela queria, mas a condição que ele deu é algo meio… — sussurrou Benjamin e o garoto tentou imitar um riso nervoso de Ally, fazendo as meninas rirem de leve.

Logo eles escutaram passos de alguém, os fazendo se calar rapidamente. Samantha ajeitou a sua espada em suas mãos e viu Benjamin fazer a mesma coisa, assim agindo mais rápido que as outras duas.

Assim que Benjamin saiu do esconderijo e fez o gesto de cortar algo, Samantha escutou apenas gritos e o moreno de cabelo longo respirar fundo em alívio. Ele abaixou a espada e olhou para frente.

— Pavel, Nikolai, Ibuki, Joshua e Fuyuka. — disse Benjamin a Samantha e Rosmery. —Nenhum vampiro.

Sam saiu do esconderijo ao lado de Rosmery. A morena olhou Pavel com o arco e flecha, parecendo procurar por alguém, e depois olhou a garota.

— Cadê o Jake?

— Ele foi com a sua irmã no Orfanato. — disse Sam e o albino arqueou a sobrancelha. — Eu não sei por que, então…

— Não é hora de se importar com namoro. — disse Joshua e Pavel olhou o ruivo.

— Antes de ser meu namorado, ele é meu amigo e companheiro de equipe, então eu me preocupo. A diferença é que eu sei onde os outros estão. — disse Pavel ao mesmo, que o imitou de brincadeira. — Oh, tão infantil. — disse Pavel com um enorme desprezo na voz, apontando o arco para frente enquanto olhava para o lado onde estava Joshua e atirando.  — Eu sinto pena.

Todos olharam para trás e viram um vampiro caído no chão, e logo começando a pegar fogo. Samantha não tinha visto o vampiro, o que assustou de leve, e Rosmery fez uma cara de aterrorizada, como se imaginasse o Pavel errando a mira e atirando nela.

— Legolas. — sussurrou Fuyuka e Ben concordou no momento que escutou, os fazendo baterem as mãos em um comprimento camarada.

— Espero que seja tão boa quanto à dele, porque se errar… — comentou Rosmery, olhando o corpo pegando fogo novamente.

— Viramos churrasco. — completou Ibuki, fazendo Rosmery concordar. — Ok, como você viu aquele vampiro?

Pavel olhou Ibuki e fez sinal para ele todos se calarem. Passos começou a ser escutados, e então Samantha segurou mais forte a sua espada e deu um breve giro nela. Os passos foram aumentando, como se chegassem mais perto. E foi quando viram olhos vermelhos vindos até eles.

Todos deram um breve passo para trás. A garota segurou a espada fortemente, e foi quando viu um homem loiro de cabelos presos em um rabo de cavalo.

— Enzo. — disse Benjamin e o loiro sorriu.

— Olá, meu querido. — disse Enzo sorrindo. — Sei que sou famoso na DLC, mas devo dizer que não sou o único aqui.

Ele disse olhando para o lado e um vampiro apareceu. Seu rosto tinha as feições de Benjamin, os cabelos negros e curtos, tão pálido quanto o garoto. Seus olhos estavam vermelhos como os de qualquer vampiro e parecia estar perdido no meio do nada.

Samantha olhou Ben e depois Pavel, que estavam de olhos arregalados. Ela olhou novamente o vampiro, logo caindo à ficha de quem era.

Depois de tanto tempo escutando histórias sobre o caçador odiado se tornando o melhor de todos, lá estava ele. Victor Hugo Salazar.

— Quero que apenas eu e Joshua fiquemos aqui. O resto vai procurar outros e ajudar com os vampiros que tem lá em cima. — disse Benjamin mais sério que o normal.

Assim que Sam se virou junto aos outros, ela pode escutar a voz de Ibuki dizendo a palavra que definiu realmente aquele momento:

— Ferrou.

***

MEY YURI

A garota estava encolhida atrás da mesa do diretor junto a Yuri, que pensava de olhos fechados no que eles iam fazer. Eles sabiam que um vampiro poderia entrar a qualquer momento, afinal, viram alguém andando na direção da sala. Tinham que pensar em algo para fazer.

— Está nervosa?

A albina engoliu em seco. Estava nervosa, muito. Mas não ia admitir, já que sabia que ia dar tudo certo. Afinal, estava com o chefe substituto da DLC e a pessoa mais inteligente que alguém pode conhecer, sem falar que ela é bem forte. Afinal, se não fosse, não teria aguentado os treinamentos e nem teria entrado na DLC.

— Não. — disse a Yuri. Mey colocou os cabelos amarrados em um rabo de cavalo e pegou a sua arma. — Eu nunca estou nervosa.

Yuri abriu os olhos depois de um pequeno tempo. Ele a encarou por um longo tempo que até que a Tarabotti ficou constrangida, mas logo o albino soltou um leve riso.

— Calada. — disse desviando o olhar e parando de rir.

Eles escutaram a porta abrir e alguém entrar. O barulho de salto fez a questão de Mey se lembrar de antes de ter quebrado a costela. Aquele barulho de salto irritante, aquela vampira mais irritante ainda…

Lust estava no local.

Mey até pensou em se mexer, mas Yuri colocou a mão na frente dela e apertou um botão de baixo da mesa. Uma música começou a soar, fazendo a albina ficar brevemente confusa, até ouvir que era a música “Pledge” do The GazettE.

Ele retirou uma arma de seu bolso e se levantou. Aquilo era suicídio ao ver de Mey, mas era o Yuri que ela estava falando. Ele atirou contra a vampira e pulou por cima da mesa, e com os barulhos, parecia que ele estava continuando a lutar contra ela. Mey calculou o que ela poderia fazer e se levantou, saindo do esconderijo.

Yuri desviava dos ataques de Lust com certa facilidade, parecia prever o que ela iria fazer. Mey pulou a mesa, olhou as coisas ao seu redor e viu Yuri sendo segurado pelo o pescoço por Lust, que sorria vitoriosamente. Ele se mexia rapidamente como se estivesse sendo sufocado e desesperado.

Logo a mesma olhou sua arma e apontou.

— Não! — Mey ficou confusa com o grito de Yuri.

Foi então que viu o mesmo se apoiando com os pés em uma das paredes que Lust ia o jogar e a empurrando com o pé até o encontro de outra, fazendo a mesma bater a cabeça de leve. Yuri aproveitou que a mesma estava tonta e deslocou o pescoço da mesma, jogando-a em um canto do quarto.

— O próximo vampiro é meu. — disse Mey a Yuri, fazendo o garoto sussurrar algo em russo e depois começou a cantarolar a música. — E afinal, o que tem essa música?

Yuri não respondeu, apenas abriu a porta da sala.

— Vamos, tem mais vampiros e o próximo é seu porque iremos se separar. E não reclame da música para mim, foi a Irene que escolheu. — disse Yuri. Assim que Mey saiu do quarto, ela viu que todos da DLC escutavam aquela música e pareciam atentos. — Gás tóxico para vampiros será jogado em toda a DLC após o final dessa música. Quando vir que está acabando, tampe o nariz. O cheiro é desagradável para nós.

Ela viu Yuri saindo andando até uma pessoa ali perto, no qual reconheceu ser Vanilla. Mey olhou para o lado oposto ao de Yuri e viu uma Giulia sendo arremessada para perto dela, mas caindo em pé.

— Ajuda?

— Pode ser. — disse Giulia com a mão no braço esquerdo. Um corte bem profundo estava ali, exposto. A garota amarrou com um pano que usava no pescoço e mexeu levemente o braço.

— O que aconteceu?

Ela olhou um homem albino com uma enorme e pesada espada, com a blusa cortada e arranhões cicratrizando. Era Jordan Morozov, o “tio” traidor.

— Toda arma de um Morozov tem um veneno para machucar seus inimigos. — disse Giulia um pouco fraco olhando o braço. — Espero que ele não tenha colocado veneno na dele.

Mey olhou Giulia um pouco assustada e depois olhou o vampiro, sorrindo de canto e mexendo as armas em suas mãos.

— Você não é a garota que a Lust quebrou a costela? Impressionante estar viva. — disse Jordan colocando a enorme espada em seu braço.

— Sim, eu sei. — disse Mey. — Mas pode me chamar de Mey.

Mey viu Giulia sentindo uma dor enorme no braço, tanto q a mesma deu um breve gemido de dor baixo. Ela estava suando frio, pálida e parecia meio tonta.

— Mey, vamos… — ela sussurrou baixo o que elas deveriam fazer e a mesma concordou.

A albina começou a correr em direção ao vampiro, atirando no mesmo, mas os tiros foram tampados com a espada que ele facilmente colocou na frente dele. Jordan fez o gesto de cortar a cabeça da mesma e Mey se jogou no chão no momento certo, deslizando por baixo da perna dele e atirando nas costas do mesmo, no qual ele desviou.

O homem a olhou.

— Acha mesmo que vou cair nesse truque? — ele perguntou.

Mey deu um breve sorriso e viu Giulia pulando na parede, pegando impulso e subindo nas costas dele, ficando pendurada pela as pernas nos ombros do mesmo. Enrolou suas pernas no pescoço do vampiro e girou, torcendo o pescoço do mesmo.

Se colocou no chão e o jogou por cima de seu corpo no chão, o fazendo bater com tudo a cabeça no chão. Giulia olhou Mey por um momento, ofegante.

— Adorei a deslizada. — disse Giulia a albina, que deu um breve sorriso.

A morena cambaleou, dando dois passos para frente e caiu inconsciente no chão. Mey correu rapidamente até ela e olhou o sinal vital da mesma e mais alguns aspectos. Provavelmente estava com veneno.

Ela sentiu algo atrás dela e se virou, vendo Envy indo a atacar. A garota arregalou os olhos, mas antes que ela fosse morta naquele momento, alguém pulou na cabeça do vampiro e a torceu, o fazendo cair no chão.

Mey respirou de alívio, vendo um garoto mexendo nas costas e reclamando de algo.

— Yukimura?

O garoto a olhou. Era realmente o Yukimura.

— Sim, sou eu. O que foi? Acha que eu nunca mais ia lutar por conta de um cóccix quebrado?

Mey sorriu alegre e o garoto olhou Giulia, pegando-a no colo. Mey se levantou.

— Vamos tentar a levar para algum hospital. Ela não pode morrer agora. — disse o mesmo. — E ele não morre se apenas torcer o pescoço, apenas fica desmaiado por uma hora. Por isso…

— Eu sei dessas coisas. Vamos.

***

PAVEL

O garoto desceu as escadas e foi até aonde ficava as mesas dos grupos, vendo algumas lutas de outros caçadores. Ele parou por um segundo, vendo vários corpos de vampiros em sua volta. Sua blusa branca estava com gotas vermelhas do sangue de alguns vampiros que ele matou a facadas quando estavam perto demais para jogar uma flecha.

Junto aos de vampiros, tinham os de alguns caçadores. Na realidade, muitos caçadores. Ele respirou fundo novamente e atirou uma flecha em um vampiro que vinha atrás dele, o explodindo.

Ele olhou para trás, vendo Glutonny atras dele com mais alguns vampiros. Olhou para frente, sabia que o vampiro era bem mais rápido que qualquer um que ele já enfrentou.

Assim viu Jake vindo correndo em sua direção, matando alguns vampiros com facilidade. O garoto olhou para trás vendo Saligia o alcançando e sorriu de leve, tendo uma ideia.

— JAKE!

O loiro o olhou aliviado e feliz por ouvir aquela voz. Provavelmente nem acreditaria que ele estava vivo.

Pavel correu até o mesmo olhando para trás e depois a Jake, que pegou uma arma e atirou em um vampiro perto dele depois de chutá-lo três vezes no rosto.

Assim que chegou perto de Jake, o albino pulou e agarrou no braço esquerdo do mesmo, começando a girar e distribuir chutes no ar a quem estava em sua volta. Parou, se colocando de pé no chão e olhando o loiro, que piscou os olhos surpreso. Pavel se virou, chutou o loiro na barriga e o jogou na parede, atirando uma faca corretamente no braço direito do vampiro e o fazendo ficar preso na parede com a faca atravessada em seu braço.

— Olá. — disse a Jake, se virando e vendo o mesmo acabando de atirar dentro da boca de um vampiro e o jogar no chão.

Jake olhou o garoto e sorriu de canto, dando um beijo em sua bochecha.

— Ficou bom em luta.

— Eu estava preocupado. — disse Pav sorrindo ao de olhos verdes.

Eles olharam ao redor, se vendo cercado de vampiros. Pav fechou os olhos e escutou a música que tocava dentro da DLC, vendo que daqui a pouco ela ia acabar.

— Não se preocupe. — disse Pav sorrindo e segurando a mão de Jake. — Cinco... Quatro…

— Qual é dessa música depressiva?

— Três... Dois… — ele engoliu em seco e tampou o nariz, fazendo Jake fazer o mesmo. — Um.

E um alto barulho de explosão soou, assim como um gás verde tomou conta de todos os lugares da DLC. Pavel olhou Jake e fez sinal para ele o seguir, assim ambos correram para fora do local.

Lá fora, Pav olhava assustado por onde passava ao ver a quantidade de caçadores e vampiros mortos. Viu sua irmã matando três ao mesmo tempo com a ajuda de Kariya, que junto a Kirino, cortavam cabeças dos vampiros.

Foi então que o ar acabou por sair da DLC e se infestar por fora. Pav sabia que não iria tão longe, talvez ia fazer efeito até a esquina, mas depois dela não iria fazer nada demais. E não seria por tanto tempo, talvez daqui a cinco minutos o gás tóxico para vampiros ia sumir, deixando os que foram mortos novamente, afinal os vampiros já estão mortos, para trás.

Olhou os vampiros caindo no chão e se contorcendo de dor. Pav olhou novamente suas vestes sujas de sangue, parando e sentindo Jake esbarrar nele por conta do mesmo ter parado tão de repente.

O albino fechou os olhos e sentiu Jake retirar o arco de sua mão e colocar a sua cabeça do mesmo no seu pescoço, tampando a visão do albino diante dos mortos.

Sua cabeça começou a doer fortemente e um chiado alto soava em sua mente, o fazendo ficar meio zonzo. Ele olhou para frente, sentindo lágrimas rolarem em seu rosto.

Cenas estranhas começaram a passar em sua mente, assim como cenas de algo sendo enfiado em seu braço junto a um acidente. Um garoto o socando, o mandando ir embora…

— Não olhe. Apenas fique assim. — disse Jake calmamente e o albino começou a respirar fundo, tentando parar com aquilo.

Pav afirmou com a cabeça e ficou por um bom tempo abraçado ao mesmo, sabendo que o loiro estava atento a todos os sinais que tivesse. Ele escutou a voz da irmã se aproximando.

— Melhor casal. — disse Irene e Pav se virou, correndo até a mesma e a abraçando. A garota levantou os braços, assustada e provavelmente estava fazendo cara de nojo.

Pavel se soltou da mesma e a olhou, assim dando uma olhada ao seu redor. O garoto viu uma minivan parar na frente da DLC lentamente, como se tivesse acabando a gasolina.

Olhou para trás, vendo alguns caçadores saindo com outros feridos em seus colos. Também pode escutar Kariya pedindo para que viessem ajudar a emergência.

— Pav, sua mãe. — disse Jake e o garoto se virou, vendo a azulada saindo do carro calmamente e mancando um pouco.

O garoto olhou a mãe e correu rapidamente até ela, a abraçando. A mulher ficou surpresa na hora, mas logo retribuiu o abraço. Ele sorriu a mesma, beijou a sua testa e viu Irene parada no mesmo local.

— Estou de volta, Irei.

— Não faz mais que a sua obrigação voltar viva antes da sua hora. — disse e Pav deu um breve riso. Esse era o jeito máximo de demonstração de preocupação da Irene.

Bem, é a Irene, não é surpresa. Ela estava apenas sendo… Irene.

Viu Nikolai e Valdir saindo junto a Sam e Ibuki e Pav se aliviou ao ver o rosto de seus dois amigos. O russo de olhos azuis olhou Pav é saiu correndo até o mesmo, passando pela a multidão. O albino soltou a mãe e andou três passos para frente.

E então Nikolai o abraçou fortemente, envolvendo seu corpo com uma enorme facilidade. Afinal, Niko era muito mais alto e musculoso que ele. Pav pode escutar o coração do garoto batendo muito rápido e ele se soltou do mesmo.

— Niko, se acalme. Esta tudo bem. — disse Pav olhando para trás de Nikolai e vendo Jake olhar com um breve sorriso no rosto e depois a Sam, a abraçando como se estivesse aliviado.

— Achei que você tinha morrido. — sussurrou Nikolai, o soltando. — Desculpa.

Pav sorriu e disse que o mesmo não precisava se desculpar.

— Nagumo e Hiro… — a voz de Lorelai travou.

Pav olhou para frente, vendo Nagumo junto a Hiroto e andando até eles calmamente. Atrás deles, no caso, não tinha uma cena agradável.

***

SAVANNAH

A garota abraçou o namorado por apenas um segundo e o soltou, o fazendo olhar para frente e ver o que tinha atrás dele e de Nagumo, que fez a mesma coisa.

O corpo de um ruivo foi arremessado em seus pés e Yuuna, que tinha parado para conversar com Kariya quando chegou, correu até o mesmo. Era Joshua, ele parecia acabado. Estava todo machucado e tentava se levantar…

Sem sucesso, no caso.

— Fique parado. — disse Yuuna. — Alguém aqui também trabalha com a área médica?

Carolina arrumou o cabelo em um coque e foi até Joshua. Ela não trabalhava, mas de tanto escutar e ver Kidou treinando. Era uma das vantagens de ter um namorado que seria, futuramente, um médico de caçadores.

Samantha olhou para trás, vendo três vampiros retirando máscara de gás. O do meio, no qual ela reconheceu ser o Enzo, ou Pride, puxava alguém pelo o rabo de cavalo.

Era Benjamin.

Eles pararam e Enzo deu um sorriso sarcástico, olhando para todos e depois a pessoa que segurava. Ele viu Giulia quase morta nos braços de Ivan, que tinha a retirado do colo de Yukimura por saber que ele não a aguentava mais no colo, mas não falou nada, apenas desviou o olhar e disse:

— Olá. — disse jogando Benjamin em sua frente, ainda o segurando pelo o cabelo.

Savannah estava em estado de choque. Se fosse realmente Victor naquele corpo, ele teria se importado mais que nunca com o estado de Benjamin.

"Mas aquele era Sloth.” Uma voz disse aquilo em sua cabeça. No fundo, ela acreditava que aquele líder que conheceu ainda estava ali dentro daquele olhar vermelho e o corpo frio como a morte.

— Não comemore por sermos três. Os outros foram para casa na frente… Alguns foram carregados, mas estão vivos. — disse Takuya olhando Violetta.

Irene jogou uma adaga em Takuya, que desviou. A adaga, por sua vez, atingiu o braço de um vampiro atrás deles. Takuya riu de leve.

— Takuya, solte Benjamin! — disse Violetta pegando a lança de Henry, que tinha acabado de sair do carro.

Ela ia se mexer, mas não conseguiu. A mulher olhou para baixo, como se tentasse mexer seus pés e, sendo assim, estava sem sucesso algum.

Savannah fez o mesmo ato, mas seus pés não se mexiam. Suas mãos pareciam pesadas e ela não conseguia sair do lugar e nem dizer nada. Tentou falar algo, mas não conseguia abrir a boca.

Olhou em volta e viu que todos estavam assim, até mesmo Greed, e olhou para frente vendo Enzo com os olhos vermelhos. O chamou por nomes ofensivos em sua mente naquele momento, enquanto parecia desesperada.

— Como vocês ficam mais bonitos calados e parados. — disse Takuya. — Agora podem curtir uma amostra do nosso show de horrores.

Ele andou para trás e olhou Victor, que piscou os olhos três vezes. Uma delas, seus olhos passaram de vermelho para castanhos.

— Sloth, mate Benjamin. — disse Takuya com os olhos vermelhos. Ele estava controlando a sua mente, e o moreno parecia não se tocar do que fazia.

Enzo jogou Benjamin no chão e na frente de Victor, que pegou a espada que o mesmo tinha em mãos. A espada que usava quando ele ainda estava vivo, passada para Ben.

Ele ficou parado por um longo tempo e Savannah escutou a voz de Victor em sua mente, de uma conversa em um passado distante.

“A minha espada contém toda a minha memória. Se eu morrer, quero que ela seja dada a alguém que cuide bem dela.”

Savannah engoliu em seco e fechou os olhos. Não entendeu exatamente o motivo de aquilo ter passado em sua mente.

***

BENJAMIN

— Sloth, mate Benjamin. Agora! — disse Takuya novamente, vendo que o mesmo demorava para fazer o pedido.

Benjamin fechou os olhos e olhou os membros de Pierrot sem conseguirem se mexer por conta de Enzo estar controlando o corpo deles. Ally foi uma das primeiras a reparar na situação que estava ser algo assombroso, de joelhos e todo ferido, com Victor andando até o mesmo com a espada de Benjamin, como se sua mente estivesse sendo controlada.

Sloth, bem ou mal, era o verdadeiro dono da espada, porque ele era o Victor. O moreno fechou os olhos e deu um breve riso. 

— Sendo morto pelo o meu próprio irmão gêmeo… — ele comentou baixo e Victor o olhou nos olhos. — Mesmo que você não se lembre de mim, saiba que eu te amo.

Victor, ou Sloth, pegou a espada e colocou as mãos no cabelo de Benjamin e puxando o rabo de cavalo, deixando o seu pescoço a mostra e pronto para ser cortado. O moreno ajeitou a espada e Benjamin fechou os olhos.