Além dos Miraculous escrita por MarianaProkopowiski


Capítulo 22
22° Capítulo: Poderia ser, a última vez...


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal (Sem Bugaboo! Pois esse capítulo foi bem sério).
Esse capítulo, ele é importantíssimo, agora, é a hora.
Pode ser que nesse cap, o fim de nossos heróis seja demarcado.
O capítulo é bem sério, então gostariam que nos comentários agissem como tal, eu mesma fiquei comovida por ele, e espero que gostem dele.



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Os três entraram em posição de contra-ataque, em outras palavras, um cobrindo as costas do outro. Mas, Kwamy notou que algo estava errado, em 3000 anos, HawkMoth nunca havia lutado diretamente, até esperava que uma hora ele aparecesse, mas não que fosse lutar frente a frente. Era fraco demais dessa maneira.

Até que algo chamou atenção da ruiva, ela começou a ouvir atentamente, ouviu um som, que a muito tempo foi tocado para ela, sua cabeça encheu-se de memórias, mas tentou esquece-las e voltar ao foco.

—Gente! Não ataquem! – Kwamy alertou. Chat e Ladybug a encararam com dúvida. – Não é o HawkMoth! É a Volpina! – Kwamy soltou uma carga de energia, e HawkMoth se desfez como fumaça. Logo atrás estava Volpina.

—Akumatizada de novo? – Ladybug indagou baixo.

My Lady, cuidado! – Chat gritou, jogando uma de suas lâminas contra um ioiô negro.

— Anti-Bug! – Kwamy gritou, e logo atrás surgiu aproximadamente duas dezenas de akumas. – Gente! Ele conseguiu controlar quem ele já havia akumatizado antes! – Kwamy gritou para seus parceiros. Logo em seguida gotas caíram sobre os três jovens heróis. – Me deem cobertura. – Kwamy pediu, Chat Noir e Ladybug imediatamente se ajeitaram para um ficar na frente de Kwamy e outro ficar atrás.

Kwamy começou a flutuar suavemente, era visível em sua expressão que estava se esforçando em uma magia. Os cabelos dos três ficaram molhados, e atrapalhava um pouco suas visões, as gotículas de água desciam sobre seus rostos, sentiam cada sensação das pequenas gotas deslizando sobre os cabelos, rostos, uniformes, ficava mais difícil de enxergar. Ladybug olhou para trás, Kwamy não estava mais lá, e muito menos Chat, estavam em outros cantos lutando contra outros akumas.

Enquanto Kwamy estava distraída, Anti-Bug correu em sua direção com uma espada gigante, mas ela foi rápida para se agachar, pular sobre o Bubbler, mas a espada chegou a tocar nela, um pequeno corte foi feito em sua bochecha. E então Kwamy se paralisou, ao som de Anti-Bug rindo, a ruiva levantou as mãos sobre os cabelos, não sentia mais da metade dele, a espada cortou-o desastrosamente, os cabelos antes ondulados, estava muito cacheado, era o que dava para aparentar apesar de toda a chuva, a ruiva que estava com o olhar confuso e assustado, o substituiu por um olhar de raiva e determinação.

—Você... Cortou... O meu cabelo? – Indagou lentamente para Anti-bug, ainda segurando o próprio cabelo. – VOCÊ CORTOU MEU CABELO? – Ela gritou com raiva, Anti-bug só ria da ruiva, que conforme sua raiva aumentava, ela voava mais alto. – COMO VOCÊ OUSA, CORTAR MEU CABELO!? – Kwamy gritou novamente, naquele tom agudo e ensurdecedor que Chat Noir e Ladybug ouviram quando treinavam suas habilidades. Logo após gritar essas frases, gritou fortemente, as ondas sonoras eram fortes demais até para o Coração de Pedra, alguns chegaram a ficar presos na ponta da Torre Eiffel.

Mas aconteceu algo que nem Kwamy sabia que era capaz de fazer. As ondas sonoras feitas pelo seu grito, foram capazes de deixar todos os akumas tão desnorteados, que as borboletas negras começaram a sair dos lugares em que se escondiam. Todas, as borboletas negras. Ladybug logo correu para capturar e purificar todas.

Quando Ladybug terminou, Mariana, destransformada, estava ajoelhada sobre o cabelo cortado no chão, observando as mechas azuis e ruivas misturadas, onduladas perfeitamente por mágica. Parecia besteira, até Mariana explicar-se.

— Sabem por que isso me afetou tanto? – Mariana indagou, encarando o loiro e a morena com os olhos marejados, ambos negaram. – Eu tenho quase nada da minha mãe, e mal conheço minha família, meu próprio pai é com quem estamos lutando, minha mãe, era loira com poquíssimas mechas arruivadas, quase nenhuma, herdei meu ruivo da família dela, sempre recusei em cortar meu cabelo e deixa-lo crescer naturalmente, arrumando-o apenas por mágica. – Ela deu uma pausa. –Essa é a única forma que eu consigo encontrar de certa forma, honrar minha família. – Ela continuou entre soluços, suas lágrimas misturavam-se com a chuva. – É uma das únicas formas que eu encontrei de continuar ligada à minha mãe. – Ela segurou o colar que ela sempre usava quando se transformava em Kwamy, e o arrancou do pescoço. – Estão vendo esse colar? Que supostamente deveria ser meu miraculous? – Chat Noir e Ladybug assentiram. – Aqui, nesse pingente azul, é onde minha mãe fica presa, num estado semelhante a coma, nada destrói um miraculous, absolutamente nada, já fiz de tudo, tudo mesmo, e nada quebra um miraculous, não importa a situação que ele esteja. Por isso HawkMoth prendeu minha mãe aqui, ele sabia que seria a prisão perfeita. Eu preciso encontrar um jeito de salva-la, tenho mais de 3000 anos, minha mãe nunca pode me conhecer, assim como eu nunca pude conhecer ela, graças a HawkMoth, minha mãe perdeu meus primeiros passos, minhas primeiras palavras, minhas primeiras mágicas, meu primeiro amor, a família que eu já tive. – Ela parou, apertando o pingente com força, Ladybug não fazia ideia de sua dor, pois sempre fora bem unida a sua família, ela pousou a sua mão sobre o ombro de Kwamy. E logo depois disso, Chat abraçou Mariana, com força, as lágrimas que desciam sobre os olhos do gatinho, escorriam até o ombro da ruiva. Dizem que um tempo ruim pode trazer mal-humor, desânimo, luto.

Nesse caso.

Ele trouxe união.

As palavras não eram necessárias naquele momento, a chuva parecia leva-las junto com as lágrimas.

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Marinette procurava em todo o lugar daquele mercado, que nessa altura estava abandonado, o tempo a fora era acizentado e frio, apesar do verão, desde que HawkMoth mostrou-se cerca de duas semanas atrás, os três eram procurados feito criminosos, os sobreviventes que eles não conseguiram salvar durante esse tempo, haviam sido encontrados por outros akumas e levados de reféns para HawkMoth, que havia evoluído mais ainda, conseguia transformar todos os reféns em semi-máquinas inteligentes que patrulhavam toda a cidade em busca de mais sobreviventes para escravizar, ou dos três jovens heróis. Dava-se para ouvir os sons mecânicos que produziam la fora. Os heróis haviam aprendido a serem mais silenciosos e encontraram formas mais eficientes, rápidas e furtivas de pegar suprimentos.

— Chat, quanto de comida ainda temos? – Marinette indagou, ainda não sabia quem era Chat apesar de estar destransformado, Mariana usou sua magia para criar máscaras semelhantes às dos miraculous, pois sabia o quão importante era para Marinette, apesar da situação atual não importar muito.

— Três latas de sopa enlatada, para dois jovens e uma garota que nem tem definição. – Ele brincou, com um breve sorriso felino, desde que o tempo passou, Chat foi perdendo sua parte flertadora e brincalhona aos poucos, os sorrisos e risadas ficaram mais raros, pois um momento de desatenção poderia custar tudo.

As coisas haviam mudado tanto que Mariana nem se deu o trabalho de responder, diferente de sua personalidade, que responderia numa resposta irônica e engraçada. Ela estava sentada numa mesa lendo o livro de sua mãe, que, de acordo com Mariana, tinha alguns feitiços que sua mãe julgava úteis para ela no futuro.

— Guarda a terceira, eu não to com fome, sério. – Ela respondeu sem tirar os olhos do livro, com a voz sem emoção, ela parecia estar se tornando mais inexpressiva conforme o tempo passava.

— Você não come há dias! E ainda diz que não ta com fome? Você tem um KWAMI fundido a você! – Adrien rebateu, tudo estava deixando-os estressados. A situação era horrível, quarto em que estavam, tinha uma parede quebrada com direção a um mercado, mas a comida ou não dava para fazer sem chamar atenção dos akumbots, o nome que eles deram para os sobreviventes escravizados e viravam semi-máquinas, ou já havia sido roubado, sem comentar que Mariana precisava mandar uma parte para a resistência de sobreviventes que ela havia feito, ela mandava sobreviventes sempre que os achava.

—Eu já disse, não to com fome. – Mariana respondeu em tom autoritário, parecia uma mãe falando para seu filho que estava ocupada demais para fazer alguma coisa com ele.

— Você mal está conseguindo lutar com akumas! Você já desmaiou em quatro lutas só essa semana! Como você quer salvar o mundo e continuar conseguindo sustentar esse campo de força mágico se não come? E quando estiver morrendo de fome? Como vai mandar comida para sua resistência? Como vai conseguir esconder o lugar que estamos e abafar o som? Todo o mundo está dependendo de sua magia! – Chat continuou brigando, com confiança e autoritarismo, e bateu o enlatado com força na mesa em que Mariana estudava, ela mal comia e dormia, e a sua aparência, assim como a do loiro e da morena, era de uma pessoa acabada.

Todos estavam cansados, e nunca conseguiam dormir direito, sempre tinham que se manter alertas, e Mariana era quem mais se esforçava, ela só conseguia dormir 40 minutos, pois precisava sempre estar alerta para continuar mantendo o campo de força e o esconderijo. E o tempo diminuía cada vez mais, pois os akumbots começaram a chutar e bater na barreira com força para tentar quebra-la, e para reforçar-la, exigia muito de Mariana.

No final, ela acabou cedendo, encarou o enlatado por alguns segundos e depois virou o olhar, levitando levemente a lata para poder comer a sopa. Mas ela começou a gemer, levou a mão a cabeça, como se aliviasse algo, usava suas últimas forças para manter tudo no controle. Quando conseguiu manter tudo estável, olheiras começaram a surgir aos poucos abaixo de seus olhos, dando uma aparência ainda mais esgotada.

— Você não está bem! – Adrien exclamou, levando a ruiva a força para o colchão, e pegou outros e colocou por baixo, para ficar mais semelhante à uma cama, chegou a buscar uma almofada e cobrir a garota, que suava frio, ela estava tão acabada, não precisava ser ela para ver que seus olhos pesavam, estava com dificuldades até para piscar.

—Você, trate de dormir, eu e Ladybug vamos manter patrulha, vamos fazer assim, quando acordar daqui 40 minutos, você estabiliza tudo, mantem tudo estável, e depois dorme mais um pouco. Ok? – O loiro indagou. E a ruiva assentiu, após sua tentativa falha de falar sim, sua voz estava levemente rouca. Ela se virou de lado e dormiu em segundos.

—Coitada, esta exausta... – Marinette comentou, encarando Mariana tristemente.

—Mesmo que ela tenha habilidades estendidas graças a magia dela, ela também não é uma máquina. –Chat comentou. – O coração bom dela e a vontade inesgotável dela de manter todos seguros, é o que acaba esgotando ela mesma. – Continuou, ele estava cabisbaixo, e sentou-se no sofá que estava ao lado do colchão, e acariciou os cabelos agora curtos de Mariana, Marinette sabia que eram próximos, mas não sabia por que, e nem como, mas isso não importava.

— Se não bastasse o passado horrível dela, ainda tem essas responsabilidades que acabam com ela. Você acha que ela conseguirá continuar lutando tanto assim? – Marinette indagou, sentando-se no chão logo ao lado do colchão, e de frente para Adrien.

— Honestamente, acho que deveríamos deixa-la descansando aqui, ao invés de arrastarmos ela com nós para as próximas batalhas.

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—VOCÊ NÃO VAI! –Adrien gritou contra Kwamy.

—EU VOU SIM, VOCÊ NÃO VAI ME DEIXAR AQUI! SOMOS MAIS FORTES JUNTOS! – Kwamy, em seu novo visual, rebateu gritando também, Marinette foi acordando aos poucos.

— Mariana, por favor... – Chat disse cabisbaixo. – Por favor... eu me importo com você, você tá sofrendo para ficar de pé, fica apenas deitada no colchão ou sentada no sofá pois está cansada demais. Quando desviamos o olhar, você já ta dormindo pois esta exausta demais para fazer outra coisa. Por favor, não vai ser muito tempo...

Marinette sabia que iria ser um desastre. Durante um dos sonos da Mariana, ela e Chat haviam planejado em atacar furtivamente a torre quase impenetrável que HawkMoth fez no lugar da Torre Eiffel, Alya e Nino, foram escravizados lá, porém, tiveram sorte de cuidar de uma parte mais tecnológica e da proteção do local, para HawkMoth, eles estavam akumatizados em akumbots, mesmo que eles se parecessem mais humanos que o restante, ambos conseguiram superar o akuma, e trabalhavam secretamente dando informações para os três.

—Eu consigo! Olha. – Kwamy se levantou do sofá, e começou a andar e flutuar calmamente, mas em um momento, ela se enfraqueceu e caiu no chão.

— Entende o que eu quero dizer? Você insiste em dar mais upgrades para a gente, e ainda reforça nossa proteção com sua própria magia, se você aguentar isso mais um pouco, tenho certeza que somos capazes de vencer HawkMoth.

— Entendo... – Mariana murmurou cabisbaixa, deitando-se no colchão, virada para o lado oposto de Adrien, evitando contato visual. – Eu não sou capaz de lutar contra HawkMoth apenas por ele ser meu pai... – Adrien abriu a boca para falar, mas Marinette o impediu, Mariana não estava em condições de nada. – Vão... eu só vou ficar aqui... servindo apenas como fonte de magia...

Apesar de tristes, Ladybug e Chat Noir deram as últimas comidas que tinham para seus kwamis, para durarem o máximo que podem, e se transformaram, avisaram para Alya e Nino que chegariam, colocaram comunicadores em suas orelhas e correram até o lado da Torre. Encararam até o topo, onde HawkMoth ficava.

—Está com medo, my lady? – Chat indagou, aquele, poderia ser o último “my lady” que ele falaria, naquele típico sorriso felino.

— Muito... E você? – A joaninha indagou, olhando para a Torre com o coração acelerado.

— Muito também... – Respondeu cabisbaixo.

—Bem... vamos... – Ladybug declarou lentamente, começando a andar furtivamente até o local que Nino e Alya falaram para irem, mas a pata de um certo gato, segurou o pulso da joaninha.

— Ladybug... Caso a gente morra... só quero d-dizer... Je t’aime... – Chat confessou-se, a joaninha segurou as lágrimas por um tempo, e abraçou seu parceiro.Aquele abraço... Poderia ser o último abraço de ambos... Esse “je t’aime”, poderia ser a última vez que Chat poderia dizer seus sentimentos.

Aquela...

Poderia ser a última missão de ambos...


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Notas finais do capítulo

Pois é pessoal, aqui tá demarcado o destino dos nossos heróis. Será que conseguirão?
Vamos torcer né?!
Espero que tenham gostado desse capítulo, me dediquei bastante nele.
Aqui você encontra uma imagem referência de como os três ficaram depois do Upgrade (e sim a Mariana também teve upgrade, mas não especifiquei muito bem)

Ladybug: blob:http%3A//imgur.com/89bfbda3-0e45-4a06-8b75-3bb4bfc2d6a3

Chat: blob:http%3A//imgur.com/1b791f51-7c82-4fef-9264-63ef76f34985

Kwamy: blob:http%3A//imgur.com/d3d994a0-b476-421a-ba10-c2377faa1699 (sim, sem máscara mesmo).