Mariana estava na sala de estar, tocando piano, apenas para passar o tempo, as coisas andavam estranhas ultimamente, Ladybug, parecia estar fora de si, ela entendia que seu beijo com o Chat deveria ser algo meio surpreendente, pois ela gosta do Adrien, mas tinha algo a mais, algo faltando, não se encaixando. Mariana não queria ter que fazer aquilo, mas era a sua última opção.

Fechou os olhos, esvaziou a mente, e concentrou-se nos miraculous de Ladybug, com as mãos parando gradativamente de tocar o piano.

"-Tikki, estou preocupada, não consigo parar de pensar no livro e no Chat! - Exclamou Marinette, mas a que livro ela se referia?

—Marinette, eu já te disse, você deveria entregar o livro para o Mestre Fu ou a Mariana, em relação ao Chat, você precisa tentar ver por outro angulo, não viu como ele ficou arrependido? - Tikki disse, tentando consolar a jovem que abraçava suas pernas, numa tentativa de acalmar sua crise interna.

—Eu... Eu me sento perdida Tikki, eu vi como ele ficou arrependido, m-mas não muda o fato que eu amo o Adrien e ele ama Ladybug! Por quê ele me beijou? Por quê eu retribui?! - Marinette perguntou-se, ficando cada vez mais desesperada, sua voz mudava para um tom mais nervoso e um tanto choroso.

—Marinette, você é a única que consegue responder essa última pergunta. - Tikki disse acariciando o braço de Marinette."

—O quê você está fazendo? - Uma voz familiar perguntou, acordando Mariana de seu pequeno transe.

—Estava olhando como estão as coisas com Ladybug... - Mariana respondeu à Adrien, desviando o olhar para o chão.

—Por quê? Ela está bem? - Adrien perguntou preocupado.

—Sim...Sim. -Mariana respondeu um tanto baixo.- Eu vou sair, volto em algumas horas, ok? -Adrien assentiu.- Ótimo, não me procure nem como Adrien, nem como Chat, eu vou estar bem. - Mariana disse, vestindo-se com sua jaqueta de couro, e foi-se até o destino desconhecido à Adrien.

Assim que saiu pela porta, Mariana foi até um dos muros, escondendo-se e virando Kwamy, para chegar mais rápido ao seu destino. Logo colocou-se a voar, pegou seu celular e ligou para Marinette.

"—Alô?!" - Ouvia-se a voz de Marinette.

—Mari, eu to indo na sua casa como Kwamy, ok?! Deixe a janela aberta para eu entrar. - Respondeu Kwamy, que ao horizonte já conseguia ver a casa de Marinette.

"— Ok, estou abrindo. Então até daqui a pouco." —Marinette disse, Kwamy viu ela abrindo a janela e rapidamente jogou-se na mesma, que ao entrar, deslizou no chão e parou perfeitamente ao outro lado do quarto.

—Fui mais rápida, hehe! - Kwamy disse num sorriso destransformando-se. Marinette ainda tinha o telefone na mão e desligou a chamada.

—A que honras devo a visita da super heroína Kwamy. -Disse Marinette ironicamente, fazendo ambas rirem, mas Mariana percebeu que ela ria para tentar se acalmar.

—Primeiro, vim te entregar isso. - Mariana respondeu entregando um papel branco, onde estava escrito "Ticket para desfile de Primavera, convidado especial, primeira fila".

—Céus! Obrigada, Mari. - Disse Marinette após ler, animada, que foi logo ao encontro de Mariana e abraçou-a, e a mesma acariciou o cabelo da morena.

—De nada. Mas agora por segundo, eu sei que você está com o livro. - Mariana disse, e logo Marinette se paralisou, mas assim mesmo foi até o livro, pegou-o e entregou a Mariana.

—Hey, eu não pedi para entregar. - Mariana disse dando uma risada fraca.- Mas é melhor que eu sei exatamente onde guardar, e se quiser pode pegar quando quiser. Só me ligar que eu te envio por magia. - Mariana complementou pegando o livro em suas mãos.

—Sério?! Valeu, mais alguma coisa? -Marinette perguntou.

—A terceira coisa, Mari. É que eu sei o quê aconteceu entre você e o Chat, apenas, relaxe, ok? Eu te garanto que tudo vai ficar bem em breve. - Mariana disse consolando Marinette, segurando-a pelos ombros, e logo depois abraçou-a.

—Bem, melhor eu ouvir o quê a garota que prevê o futuro diz. - Marinette falou, afastando Mariana um pouco para poder ver o rosto dela, que deu um sorriso, e arrancou uma risada de Mariana.

—Já que to aqui, por quê não damos uma passeada, só tenho sessão de foto ás 14h. -Mariana sugeriu, apontando para a janela.

—Por quê não?! Vem Tikki! - Marinette chamou a pequena kwami, que entrou sem devaneios na pequena bolsa cor de rosa. Logo, as três estavam fora da casa.

—Então como tá as coisas com a Alya?! Tanto você quanto ela parecem estar muito ocupadas e como consequência falando menos. -Perguntou Mariana com ambas mãos atrás das costas.

—Ainda falamos muito por telefone e na escola, mas estamos nos vendo menos por causa dos compromissos. Mais da minha parte. -Marinette respondeu num tom um tanto triste.

—Que disse que ser uma heroína seria fácil, né? - Mariana brincou, encostando em Marinette com o cotovelo.

—Haha. - Marinette riu baixinho. - Absolutamente, ninguém. - Marinette riu outra vez.

—Marinette, cuidado! - Mariana exclamou após olhar para trás, e puxou Marinette para seu lado, desviando de um ataque de akuma. - Vamos ali! Dá para se transformarmos ali. -Mariana disse desesperadamente, apontando para um beco. Elas correram até lá, se transformaram e voltaram, Chat já havia chegado.

—Estou correndo atrás desse akuma tem uns 10 minutos! Onde vocês estavam esse tempo todo? - Chat perguntou desviando-se de vários tiros. 

—Ei! Não temos culpa se só vimos o akuma agora! - Retrucou Kwamy. Que quase foi atingida por um raio, se ela não tivesse pulado, teria sido acertada.

—O quê esses raios fazem? - Perguntou Ladybug.

—Ainda não sei, eles paralisam as pessoas, o quê me dá medo, por quê talvez paralise-os para usar como exército depois! - Exclamou Chat desesperado.

—Não... É pior!- Kwamy disse olhando com os olhos arregalados fixamente para um grupo de pessoas vindo em nossa direção. - Não é paralisia, É ZUMBIFICAÇÃO! - Kwamy gritou e começou a voar, levando Chat Noir e Ladybug consigo através da magia dela, ou apenas levitação. - Espera, sério mesmo, zumbis?! - Indagou Kwamy encarando os "zumbis" após voar alto o suficiente para eles não tocarem nos heróis.

—Pois é, o apocalipse começou. - Zombou Chat remexendo-se para os "zumbis" não o pegarem pelas pernas.

—Melhor irmos até um prédio ou até, A TORRE! - Ladybug gritou observando os lados e depois apontando para a Torre Eiffel, e Kwamy os levou em pleno voo até o topo.

—Temos que descobrir onde está o akuma e como reverter esse "apocalipse". - Disse Kwamy apertando a têmpora, nervosa.

—Está na... Rua Gotlib 12?  - Respondeu Ladybug olhando para o ioio, parecendo mais uma pergunta.

—É na rua da casa da minha amiga! - Disse Kwamy atrás de Ladybug com a mão direita no ombro da mesma. - E ... Está na casa dela? - Complementou Kwamy, trazendo a atenção de Chat.

—Será que não é sua amiga? - Indagou Chat.

—Não, eu estava com ela quando começou o ataque do akuma, acho que ela virou um daqueles zumbis. Deve ser ou a mãe ou o pai dela. - Kwamy disse completando seu raciocínio, e Chat, nem sabendo que essa amiga era a Ladybug bem ao lado deles.

—Vamos lá ver! - Disse Ladybug um pouco receiosa, jogando seu ioio em um prédio qualquer e passando entre os mesmos até sua casa. Quando o trio chegou lá, estava tudo diferente, a casa era assombrosa e aterrorizadora, perto dela, o céu parecia vermelho, parecendo realmente um apocalipse.

— HawkMoth ficou mais forte? Assim de repente? - Perguntou Chat encarando a casa.

—Eu não sei. - Disse Kwamy arregalando-se para a casa, era tudo novidade até para ela. E logo depois, por uns segundos os olhos dela deram um brilho branco paralisando-a por um segundo, e logo depois voltou ao normal, com exceção que estava branca de medo e os olhos mais arregalados possível. 

— O quê que foi? - Perguntou Ladybug colocando os braços atrás de Kwamy por medo da mesma cair.

—E-Eu tive uma v-visão, acordada, u-u-um de vocês p-p-p-pode m-m-mor-rer. - Ela respondeu com as pernas tortas, deixando-se cair gradativamente até ficar de joelhos no chão, algumas lágrima começavam a brotar.

—Você disse "pode", né? - Perguntou Chat ajoelhando-se ao lado de Kwamy.

—S-sim, o futuro que eu enxergo é mais uma probabilidade de acontecer, o problema que é uma probabilidade maior que 50%. - Kwamy respondeu tentando passar o ante-braço abaixo dos olhos secando as lágrimas, e não deu certo, logo foram substituídas por outras lágrimas.

—Paris é mais importante! Eu não me importo de trocar minha vida pela de toda Paris! - Ladybug disse confiantemente abrindo a porta da casa, embora por dentro quisesse chorar.

—Ladybug! Você não pode! Você é a única que pode concertar tudo no final! Você não pode fazer um risco tão grande! Olhe antes de pular! É assim que você faz as coisas! - Kwamy disse tentando-se levantar, mas estava muito fraca de medo.

— My lady, vamos voltar para a Torre, pensar num plano antes de arriscarmos nossa vida assim, o futuro de Paris depende disso também. - Disse Chat segurando Kwamy que estava quase a desmaiar.

—Espere eu tenho um plano. - Disse Kwamy tentando resistir a fraqueza.

—Qual? - Chat e Ladybug perguntaram em uníssono.

— O akuma provavelmente está lá em cima no topo, posso ir até lá, paralisa-lo com meu canto, e dai vocês vão lá e o derrotam! Aqui é uma padaria então, dai vocês me levam para cá depois que a confusão acabar. - Ela disse se levantando, as pernas tremiam um pouco por causa da fraqueza.

—Você já está fraca demais! - Exclamou Chat.

—Mas é o jeito mais seguro! Eu não vou morrer vocês sabem! - Retrucou Kwamy.

—Ah... Está bem, consegue voar? - Disse Ladybug.

—Sim, o suficiente para chegar até lá em cima, vão até aquele prédio e aguardem meu sinal. 

E logo que Chat Noir e Ladybug chegaram no prédio ao lado, Kwamy voou até o topo, onde o akuma estava, fez uma continência de costas, e começou a cantar. A dupla logo chegou e procurou qualquer coisa onde podia estar o akuma, e era os pais de Marinette, como se estivessem fundidos por algo meio verde e gosmento. E então, Ladybug encarou um colar, do Ying Yang, que seus pais tinham metade cada um, e que ele se juntava formando o desenho do Ying Yang, ele estava arroxeado, Ladybug logo o pegou e o quebrou com o ioio, ainda sem expressão, purificou o akuma o libertando no ar. Jogou seu ioio para cima gritando "Miraculous Ladybug", e assim que tudo foi concertado, caiu de joelhos no chão, não estava bem emocionalmente. Logo as duas heroínas estavam no chão, Chat as levou para o andar de baixo, o quarto de Marinette, deixando-as lado a lado na cama de Marinette. Começou a procurar comida por perto e viu perto do computador de Marinette, uma caixa de doces, iria servir. Deu um doce para Mariana comer e logo acordou.

— O quê aconteceu com Ladybug? - Perguntou Mariana sentada na cama encarando Ladybug ao seu lado.

— Eu não sei, depois que ela concertou tudo, ela encarou um colar do Ying Yang onde estava o akuma, e de repente caiu de joelhos e desmaiou! Daí eu trouxe vocês aqui para baixo. - Respondeu Chat.

—Acho que ela precisa descansar, vai indo para casa, vou levar Ladybug até a casa dela. - Mariana mentiu, e logo Chat saiu pela janela indo até a Mansão dos Agreste.

Encarou Ladybug por alguns segundos, logo depois, tirou os miraculous da orelha dela para se destransformar e deixou-os numa caixinha ao lado do travesseiro com uma mensagem. E Mariana foi até sua própria casa.

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Logo ao entrar no seu quarto, Mariana tomou um banho e pois um pijama bem largo e deitou-se na cama, era ainda 22:00 da noite, perdera uma sessão de fotos, o quê não a incomodou-a muito. Não conseguia dormir, apenas encarava o teto branco. Começou a sentir um desconforto na cabeça, que foi aumentando, começou a se contorcer de dor e logo teve uma visão rápida:

"-Preciso que me deem seus miraculous. - Disse Kwamy voando, ao fundo se via Ladybug e Chat Noir, o céu estava meio amarronzado, e em frente de Kwamy tinha uma espécie de observatório, com uma borboleta em vitral. Sua aparência era horrível, parecia que passara um tempo sem comer, estava suja de terra provavelmente, e tinha diversos cortes em qualquer lugar que não tivesse seu uniforme de heroína. 

Chat e Ladybug, ficaram de costas um para o outro, tiraram seus miraculous e jogaram até Kwamy, ambos correram sem se ver para uma parte do telhado que era mais elevada, para se protegerem de algo."

Assim que acordou da visão, deu um suspiro rápido de susto, sua respiração e batimentos cardíacos estavam acelerados, começou a suar frio, as coisas estavam se tornando aterrorizadoras, nada igual tinha acontecido a ela antes, era tudo diferente e novo, e tenebroso, ela já se tremia por inteiro.

Outra visão veio a sua mente, mas, não sabia se era futuro, presente ou passado:

"- Own filhinha! Seu dente caiu! - Uma mulher de cabelos longos e dourados com algumas mechas ruivas disse erguendo uma menina de cabelos inteiramente ruivos e cacheados, a menina parecia ter 4 anos, a mulher uns 30.

—Sim! - A menininha disse animada. - Vou ter dentes de coelhinho igual você mamãe. - Ela disse apertando um gatinho preto de pelúcia, os olhos azuis dela brilhavam de alegria e inocência.

—Sim, vai ter sim! - Exclamou a mulher abraçando a menina, apoiando o queixo a cabeça da garota. - Mas se não tiver, lembre-se, mamãe te ama mesmo assim. - A mulher disse num tom triste, beijando a testa da pequena, que mal sabia dos terrores que a aguardavam pro futuro."