Chegamos em casa e colocamos os ingredientes em cima da mesa. Eu peguei meu celular e fui olhar as duas coisas que devíamos fazer.

Mi o que vocês devem fazer é um bolo trufado.

É o preferido do seu pai.

E faça um Fricasse de Frango.

É o preferido da minha mãe ^^.

— Não é nada tão difícil. – Eu penso em voz alta.

— O que? – Kentin pergunta e se aproxima para ver o que está na tela.

— As receitas. – Eu respondo. – Uma eu ser de cabeça, a outra é simples.

— Ah, deixe-me ver. – Ele pede.

Kentin passa os braços em volta de mim e pega o celular. Enquanto ele lia a receita, eu fui tirar os ingredientes da sacola. Eu olho para Kentin e ele estava subindo mensagens. Eu rapidamente me aproximo e puxo meu celular de suas mãos.

— Posso saber o que está fazendo subindo as mensagens? – Pergunto meio brava e arqueeio uma sobrancelha para o mesmo.

Ele fica vermelho.

— D-Desculpa, pensei que tinha a receita do trufado... – Ele fica mais vermelho ainda.

O que foi que ele leu? A última conversa que eu tive com a Rosa foi sobre... Meu Deus foi sobre ele.

— C-Cadê o Snow? – Ele muda de assunto.

— Dever estar por aí... Espera um segundo. – Eu explico. – Snow! – Eu o chamo e assovio. – Vem cá garoto!

Não demora muito e o cãozinho aparece na cozinha com um brinquedo na boca. Eu o pego no colo e o deixo morder seu brinquedinho.

— Aqui está ele, mordendo algo. – Eu falo sorrindo.

Eu o coloco no chão.

— Precisamos começar a fazer as coisas, vamos todos lavar as mãos antes de começar. – Eu ordeno.

Lavamos as mãos e começamos a fazer tudo. Foi estranho, não conversamos durante a preparação, os dois nem se olhavam. Eu parecia um cone ali no meio.

                                                      ~X~

Finalmente acabamos de fazer tudo. Rosa já havia chegado e parecia feliz. Todos foram embora, menos Castiel, ele ficou para me encher o saco por mais um tempinho. Rosa estava dentro da casa e eu no jardim, observando as estrelas com Castiel fazendo sei lá o que. Ele se deita do meu lado.

— Hey Mi. – Ele me cumprimenta.

— Hey.

— Como você pôde perdoar o idiota do representante? – Ele pergunta bravo.

Eu me viro para ele.

— Por motivos que eu entendi. – Explico e ele ri.

— Ele não merecia, ele não merece ficar perto de você.

— E quem é você para decidir isso? – Desta vez, sou eu que estou brava.

— A pessoa que viu você sofrer por conta de um idiota.

— Qual é o teu problema com ele? Você tem ciúmes dele? – Eu pergunto e viro minha cabeça para as estrelas.

— Você nem imagina... – Ele fala baixo no meu ouvido.

Eu fecho os olhos e respiro fundo.

— Problema seu. – Respondo.

Viro-me de novo para ele, o mesmo se aproxima.

— Não... Problema nosso. – Ele fala ainda baixo.

— Mais o q... – Antes que eu pudesse completar, ele cola seus lábios nos meus.

Ele começa a me beijar, pede passagem e eu cedo.

— Eu. Te. Amo – Ele fala entre os beijos

Não nos separamos por falta de ar e nem nada, eu separei o beijo porque minha bochecha estava queimando e meu pai podia estar em casa.

— Por que separou? – Ele pergunta chateado.

— Meu pai está em casa, esqueceu? – Lembro-o.

— Ah...

Eu dou um selinho nele e me levanto.

— Tenho que ir, amanhã tem uma reposição de aula, ou também não lembra? – Pergunto sorrindo travessamente.

— Obrigado por me lembrar. – Ele bufa. – Fica mais um pouco, vai?

— Tchau Castiel.

Eu nem espero o mesmo responder e entro em casa. Eu subo para meu quarto, tomo um banho e me deito. “Eu. Te. Amo” lembro-me do que ele falou para mim e coro.

— Eu também... – Sussurro para mim mesmo.

 Snow dormiu comigo de novo.

Acordo-me com a mesma sensação do dia anterior, eu me levanto, tomo meu banho, me visto e desço para tomar café. Entro no carro e meu pai nos leva ao colégio.

— Tenham um bom dia crianças! – Meu pai nos deseja.

— Tchau! – Nos despedimos em coro.

Entro na escola e me dirijo à sala de aula. Eu reparo que tem uma mochila diferente do lado da do Castiel... Estranho, será uma aluna que mudou de mochila? Enfim, deixa para lá.

A aula começa e quem sentou do meu lado hoje foi a Rosa. Tinha uma pessoa nova, e ela era dona da mochila. Seus cabelos eram longos e castanhos, tinham várias trancinhas no mesmo, seus olhos eram azuis, a sua tatuagem transparecia na blusa branca do colégio e a sua saia era bem curta. Eu a via flertar com Castiel todo tempo, porém ele apenas ria. Quem estava morrendo era o Diabo Loiro vendo tudo aquilo, agora quem ri sou eu.

— Alunos, temos uma aluna “nova”, entre aspas, pois a maioria já a conhece, porém eu tenho de apresentá-la aos demais e conhecê-la. Senhorita venha cá e se apresente. – Professor Faraize a chama.

Ela se levanta e se dirige até o professor. Ela se vira e começa a falar.

— Olá! Me chamo Debrah Prayg, tenho dezesseis anos e sou uma antiga aluna de Sweet Amoris! – Ela se apresenta e o professor a cumprimenta.

Ela se dirige ao seu assento.

                                                      ~X~

A aula acaba e Castiel havia saído logo.

— Mia, faz um favor? – Rosa pede.

— Qual o serviço?

— Vá atrás do Castiel para mim? Eu preciso dele para me dar o número do Buffet, preciso ligar para saber se está tudo certo... E pode deixar o seu celular, caso eu precise?

— Tudo bem, e irei atrás.

Eu fui direto ao porão, já que ele sempre está por lá... E não, ele não estava. Fui na sala de ciências e também nada, eu entro nas salas e nada. Logo eu vou na biblioteca, eu olho pelo vidro e encontro uma cabeleira vermelha, achei!

Eu entro, mas não o chamo, pelo simples motivo de que eu queria lhe assustar, ele parecia estar nas mesas que ficam no meio das estantes. Eu me deparo com algo que me quebra no mesmo instante... Debrah está sentada em cima de uma das mesas e Castiel está beijando a mesma. Ele está segurando sua cintura e ela está com os braços em volta do seu pescoço, sinto meus olhos se encherem de lágrimas.

Eu saio correndo dali, eu não enxergava nada, apenas um borrão, a luz bate em meu rosto, estava fora da escola, porém acabo me esbarrando em alguém, eu ia cair, porém a pessoa me segura.

— E-Está tudo bem, Mi? – Era Kentin.

— Não... – Eu respondo com voz baixa e chorosa.

Kentin me senta em um banco e enxuga as lágrimas que estavam em meus olhos.

— Me conta... Quem ou que fez isso com você? – Ele pergunta preocupado.

— Eu sou muito idiota! – Eu reclamo.

Minhas mãos estavam apoiando minha cara.

— Eu não devia ter acreditado... NÃO DEVIA! – Eu começo a gritar.

Kentin me puxa para perto e me abraça forte, eu continuo a chorar, porém esse abraço me acalmou. Ele me solta e enxuga as outras lágrimas.

— Agora me conta. – Ele pede com voz calma.

Sua expressão era calma e serena como a neve. Eu respiro fundo.

— Eu vi... – Aperto os olhos. – Eu vi... A Debrah e o Castiel... Juntos... Se beijando. – Eu aperto os olhos de novo. – Ele disse que me amava. – Eu murcho na última frase.

Kentin respira mais fundo que eu, ele ia falar algo, porém eu o abraço de novo e ele começa a fazer cafuné na minha cabeça.

— Ele é um mentiroso, quem ama não machuca... – Ele fala. – Quem ama está sempre perto quando o ou a amada precisa... Sempre.

Eu saio do abraço e o olho.

— Obrigada Kentin. – Sorrio. – Você é uma das melhores pessoas que já conheci.

Eu me estico para beijar sua testa e depois me levanto.

— Aonde vai? – Ele pergunta.

— Para casa.

— Eu te acompanho. – Ele se oferece.

— N-Não precisa.

— Eu não aceitarei não como resposta. – Ele explica e estende a mão.

Ponho minha mão sobre a dele e sigo caminho até em casa.