Taiga Kagami, o jogador de basquete que iniciou seu sonho no basquete escolar no Japão, para atingir seu auge nos Estados Unidos, andava pelas ruas de Los Angeles sem rumo.

Uma noite fria, brisa típica da cidade entrando em seu corpo e alma, passos compassados até ouvir o barulho de uma moto. Deixou para lá, afinal o que há de incomum em uma moto? Porém o barulho foi ficando mais perceptível aos seus ouvidos, o rapaz inclinou rapidamente o pescoço e parte do tronco para trás e reparou também que a moto preta – Harley Davidson –andava de forma lenta, como se seguisse-o. Virou a esquina de uma rua qualquer, o ruído parou. Kagami continuou seus passos até achar um típico rock bar, chamado “Fire Fire”, sem reparar que aquela moto peculiar estava estacionada ali.

Entrou no local e quando ia em direção ao balcão, Taiga ficou embasbacado com quem viu, bebendo uma generosa caneca de cerveja: Sir Lemmy Kilmister, vocalista e baixista da lendária banda de Heavy Metal, Motörhead. O homem conversava com outros lendários do mundo da música, heróis do basquete, artistas da nova geração japonesa e até idols de grupos coreanos. Kagami também reparava na mulher atrás do balcão, de visual singular: com sua maquiagem pálida, um dos olhos delineados ao estilo egípcio, batom preto, regata, calça jeans e coturnos da mesma cor, mas o que chamava mais a atenção era o colar, adornado com um ankh enorme.

Todos olharam fixamente para Taiga.

Repentinamente, um corvo entrou por uma janela aberta, voou por Kagami, deixou cair algo na cabeça do rapaz, ele passou a mão no local e pegou uma pena branca.

Uma lágrima caída no chão.

A mulher com o colar sorriu:

— Chegou nosso segundo convidado. Venha, Taiga.

Lemmy retirou a pena branca guardada no bolso de sua jaqueta, deu um sorriso discreto para Kagami e falou:

— Está esperando o que, cara? Senta aqui! – levantou seu copo para cima, ato repetido por todos os presentes naquele bar e gritaram bem alto:

— Bem vindo, “Às de Fogo”!

Com um sorriso no rosto, Taiga foi em direção aos convidados, aproveitar todo o acolher que aquele local tinha a oferecer: o eterno festejar.

“(...) Tudo que temos é uma vida curta

O mais longe que podemos chegar

E se você não sabe como viver

O mundo não será gentil (…)”

(One Short Life – Motörhead)

RIP Ian “Lemmy” Kilmister (1945 – 2015) – O Eterno Às de Espadas