More Than Love escrita por anniemione


Capítulo 30
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POV ANNIE


A aula de química estava demorando muito para acabar, era a última aula antes das tão esperadas férias de natal e ano novo, certo que não eram férias de verão, na qual podíamos curtir 3 meses inteiros sem nenhum compromisso, mas eu não conseguia me conter de ansiedade para o natal, meu feriado favorito do ano. Adorava o natal, todas as luzes, a neve e o famoso espírito natalino, podem me chamar de clichê, mas eu amava todo esse sentimento que o natal trazia, a união, a caridade... Ah! E também amava como as crianças do orfanato ficavam, todo ano fazíamos uma festa lá, com direito a presentes e tudo mais! Quase morri de felicidade quando Piper disse que ela e Jason me ajudariam esse ano, confesso que fiquei um pouco preocupada quando Piper me contou sobre o namoro dos dois, não sabia se ele era bom para ela, mas depois de Piper me contar detalhe por detalhe do que aconteceu e ver algumas atitudes dele, era perceptível o quanto ele gostava dela, ou melhor dizendo, babava por ela. Sério. Quando ela passava só faltava alguém lhe oferecer um pano.
Com isso ainda em mente meu olhar foi atraído para o fundo da sala, seus olhos verde-mar cruzaram com os meus. Meu coração só faltou derreter quando ele me lançou um sorriso, devolvi o gesto enquanto voltava meu olhar para o professor. Eu não conseguia prestar atenção em suas palavras, os momentos de algumas noites atrás invadiram meus pensamentos. Eu não conseguia parar de sorrir, foi tudo tão perfeito... Como eu queria reviver cada momento. Quando contei isso ao Percy ele disse que ainda viveríamos muitos momentos como esse se dependesse dele, bom... Se dependesse de mim, também, mas isso eu não contei.
Mesmo achando que fosse impossível, ele havia ficado mais carinhoso ainda comigo. Me mandava flores, me abraça, me beijava e depois sussurrava que eu era a coisa mais linda que ele já havia visto, ou que nunca iria deixar de me amar. Eu, é claro, ficava toda boba alegre vendo aquilo. E acreditava, acreditava de verdade em suas palavras. Ele tinha um jeito que me fazia sentir que eu era a única para ele, que era insubstituível... E ele era tudo isso para mim também. Pensando nisso e não deixando de sorrir, o sinal bateu, avisando o final das aulas e me lembrando o que eu precisava fazer.
                                                                        ~//~
Caminhei até a sala do Glee com o coração quase pulando pela boca, ontem eu e Percy concordamos que eu deveria para de adiar o inevitável e encarar a situação. Estava evitando Luke ao máximo nas últimas semanas, era a última a chegar e a primeira a sair do Glee, não deixando nenhum espaço para conversas. Mas hoje não. Hoje eu iria resolver tudo com ele, queria que ele me dissesse o que estava fazendo ali e esclarecesse tudo aquilo. Percy insistiu para que ele participasse da conversa, mas afirmei que aquilo era uma coisa entre eu e o Luke e que ele poderia não ser totalmente sincero se Percy estivesse lá, ele então concordou em me esperar no corredor e que se eu precisasse de alguma coisa era só chamar por ele. Me sentia insegura, não sabia o que esperar de Luke.
Ao terminar o Glee, Quíron nos liberou e foi em um canto repassar algumas coisas com Luke, era normal que os dois fizessem isso. Percy saiu da sala junto com os outros, mas antes me deu um beijo e me desejou boa sorte, me lembrando que era para eu chama-lo se acontecesse qualquer coisa. Thalia ainda estava organizando suas coisas e então resolvi puxar assunto com ela enquanto Luke estava ocupado.
— Oi Thalia. - Disse me aproximando. - Como você está?
— Ei Annie, - Respondeu enquanto guardava a última folha na mochila e se virava para mim. - estou muito bem.
— É mesmo? O que aconteceu?
— Bom... - Ela abriu um sorriso maior que o rosto. - Eu e Nico estamos oficialmente juntos! Já faz um tempo... Mas só assumimos mesmo mesmo agora.
— Ai Deus! - Eu sorri também, acompanhando sua empolgação. - Me conte como aconteceu.
— Então, - Ela disse sentando ao meu lado, enquanto colocava uma mecha dos seus cabelos negros atrás da orelha. - eu te contei há algum tempo que estava interessada nele.
— Sim, eu lembro.
— E então começamos a conversar naquela época e, sério, você não entende o quanto somos iguais. Mesmo gosto musical, mesma filosofia de vida... Até a mesma cor favorita!
— Que eu nem imagino qual seja. - Brinquei, já que os dois sempre usavam preto, desde o cabelo até o sapato era tudo preto, com exceção da pele, que de ambos era pálida.
Ela riu e continuou:
— Sério, parece que ele é minha versão masculina. Só que em outras coisas nos somos totalmente diferentes, o que torna tudo mais interessante. Acredita que ele prefere Kiss a Green Day?! Idiota...
— Um absurdo. - Afirmo, mas ela nem parece ter notado minha ironia.
— Com certeza! Mas apesar disso eu gosto dele. Continuando, começamos a conversar e... Você sabe. Conversa vai, conversa vem. Descobrimos milhões de coisas interessante um no outro e então um dia ele me chamou para sair, foi no Halloween. Fomos em uma festa fantasia, e só um parentese que ele estava muito gato na fantasia de Paul Stanley...
— Mas não dá pra ver o rosto com toda aquela maquiagem.
— Mas com aquela blusa dá pra ver muitas outras coisas...
— Continua a história. - Eu disse rindo.
— E então a gente ficou, e depois ficamos mais algumas vezes. Mas nenhum dos dois sabia direito se queria algo mais sério na época, então a gente continuou assim por mais algum tempo, digamos que foi um período como “amigos coloridos”, - Ela fez aspas com os dedos. - “amigos pretos”, no nosso caso.
Eu ri, o nome fazia jus as roupas.
— Depois ele viu um menino dando em cima de mim na escola e teve uma crise de ciúmes, ficou possesso. Acredita que ele chegou a dizer para o menino que não era pra ficar perto de mim porque ele era meu namorado?! Quando ficamos sozinhos eu perguntei o que foi tudo aquilo, ele meio tímido disse que estava apenas me protegendo daquele cara, claro que não acreditei. Depois de pressiona-lo ele confessou que não aguentava a ideia de eu estar com outros caras e então não estávamos mais confusos, eu tinha medo de admitir o que sentia e ele me rejeitar, mas depois que eu vi que ele sentia o mesmo fiquei mais confiante. Então, depois de algumas conversas e alguns beijos... Cá estamos.
Quando eu abri a boca para responder Piper entrou na sala.
— Eu sou muito idiota, esqueci meu caderno na mesa. - Ela nos disse, guardando o caderno na mochila. - Fiz Jason voltar aqui só para busca-lo.
— Ele está lá fora? - Thalia perguntou e Piper assentiu. - Ótimo! Acabei de arrumar carona pra casa, tchau Annie. Te espero no carro, cunhadinha. - Disse saindo da sala. Piper me encarou corando, ela ainda não estava muito acostumada com aquilo. Tive uma crise de risos quando ela me contou de quando Jason a levara em um jantar com sua família, Thalia disse tanta coisa que só faltou Piper se enterrar viva. Mas no final deu tudo certo. Thalia era o completo oposto de Jason, em todos os sentidos, nem parecia que eram irmãos.
Piper me mandou um beijo e saiu apressada, olhando para o outro canto da sala vi Luke guardando suas coisas, Quíron já havia saído. Respirei fundo, agora ou nunca. Caminhei em sua direção, seriamente cogitando o nunca.
— Oi. - Eu disse ao me aproximar.
— Oi. - Luke se virou para mim e suspirou. - Nossa... Isso é... Esquisito.
— É. - Sorri sem graça, não mostrando os dentes. - Percy me disse que você queria falar comigo.
— Ah sim, no dia que você desmaiou. Desculpa por aquilo.
— Não foi sua culpa. - Menti. - Eu não tinha comido.
— Certo... Olha Annabeth, eu vou ser transparente com você. Sei que fui um idiota e não tem como mudar o passado, não deveria ter feito o que fiz, não espero que sejamos amigos, até porque sei que não é possível que você queira se aproximar de mim. Eu sei que foi muito difícil pra você, acredite se quiser... Foi muito difícil para mim, depois de um tempo a culpa começou a me consumir e eu... - Ele bufou, frustrado. - Acho que você não está muito interessada em ouvir como eu fiquei. Mas o importante é que quando eu consegui esse emprego não me lembrava que você estudava aqui, então não pense que estou te perseguindo. - Ele brincou, mas nenhum de nós riu. - Você forma daqui alguns meses e vamos continuar nos vendo durante esse tempo, sei que é quase impossível pedir que uma garota de 17 anos seja compreensível e que não fuja de mim em cada situação em que nos encontrarmos, mas também sei que você não é qualquer menina de 17 anos, você é muito mais que sua idade, Annabeth, sei que é madura, até demais ás vezes. - Ele deu um leve sorriso. - A questão é... Só não precisa me tratar como se eu fosse um monstro.
Fiquei alguns segundos em silêncio, então o encarei.
— Não acho que você seja um monstro. - Dei de ombros. - Só um babaca.
— Ah sim... Mereço esse nome.
— Por que fez o que fez? - Perguntei mas logo me arrependi. Eu e minha mania de falar as coisas sem pensar!
— Luxúria, acho. - Ele não me olhou quando respondeu. - Mesmo que eu gostasse muito de você, sabia que não podia te pedir algumas coisas, você era muito nova.
Meu rosto queimou e eu apenas assenti.
— Luke, - Eu disse após alguns segundos. Com sinceridade. - Eu não te odeio. Mas você está certo, não acho que seja possível que nos tornemos amigos, mas também não precisamos ser inimigos. Apenas... Indiferentes.
Ele assentiu, suspirando. O clima não estava estranho, e vendo que os dois não tinham mais nada para falar me despedi dele e segui em direção ao corredor.
Encontrei Percy sentado no banco do corredor. Ele se levantou ao me ver.
— E então? Como foi?
— Não foi horrível, foi tranquilo até. Não somos inimigos nem nada, só indiferentes.
Ele assentiu e enlaçando os nossos dedos disse:
— Vamos logo, temos muito pra aproveitar nessas férias.
Concordei sorrindo, ansiosa para passar o máximo possível ao lado dele.


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Notas finais do capítulo

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