POV PERCY

Depois de sair do Glee pensei em passar na casa da Annabeth para ver como ela estava, só que Hazel disse que ela precisava descansar e como tinha marcado de me encontrar com Jason e Frank me contentei em só mandar uma mensagem para ela.

Nos encontramos na casa do Jason e fomos no seu carro.

— Não acredito que estamos indo nesse show! – Eu disse animado

— Sim! Minha tia mora perto do estádio, vamos poder ficar na casa dela nesses dias.

— A gente volta sábado? – Frank perguntou

— Claro, não vai dar pra voltar amanhã depois do show, vai acabar muito tarde.

Concordei e me recostei no banco, preocupado com Annabeth, ela ainda não tinha respondido minha mensagem.

— Estou com fome, vamos passar no Snack Bar, é perto daqui.

— Pode ser. – Frank concordou

— É, também estou com fome.

— O que aconteceu hoje com a Annabeth, Percy? Me falaram que ela desmaiou. – Jason me lançou um olhar pelo retrovisor

— Sim, mas já está melhor. Parece que a pressão dela caiu.

— Hm, que bom que ela melhorou. – Frank disse

— É, que bom. – Repeti

Quando chegamos Jason parou em uma vaga meio distante da porta, ao sair do carro eu tremi, estava muito frio. Andamos meio apressados para chegarmos logo na lanchonete.

Quando entramos Jason arregalou os olhos, segui seu olhar e vi Piper, também nos encarando com os olhos arregalados. Acenei para ela, que devolveu com um leve levantar da mão. Só quando Grover se virou percebi que ele estava ali também, fui até eles.

— Oi Percy. – Ele disse

— Grover! – Apertei sua mão – Oi Piper. – Dei um pequeno abraço nela – Como vocês estão?

— Bem, ãn...

— Esperem. – Eu disse – Vou puxar uma mesa, vamos sentar com vocês! Ei. – Chamei Jason e Frank – Vamos sentar com eles.

— Oi. – Frank disse

— Oi Piper. – Jason falou, e se não o conhecesse bem acharia que ele estava sem graça.

Ao nos sentarmos juntos, comecei a mexer no celular, pensando se Annabeth estava bem.

JASON POV
 

Ao chegar na lanchonete e ver Piper meu estomago revirou, e eu não gostei disso. O que ela estava fazendo ali? Espera! Aquele era o Grover? Ela estava em um encontro com o Grover?!

De repente comecei a sentir raiva por ela estar em um encontro. A parte racional do meu cérebro dizia que não existia absolutamente nenhum motivo para ter raiva, mas eu não estava nem aí para ela. Eu estava com raiva. Ela não podia ter encontros com o Grover, não podia ter encontros com ninguém!

Percy interrompeu meus pensamentos, me chamando para sentar com eles. Por um lado eu queria estrangular o Percy, por outro beijar os seus pés. Queria sentar naquela mesa pelo simples prazer de poder atrapalhar aquele encontro e, não vou negar, ficar um pouquinho perto de Piper. Mas só a ideia de ter que assistir aquele romance me dava nojo.

Sentei ao lado de Piper, Percy do lado do Grover e Frank na ponta.

Frank começou a puxar assunto e enquanto Piper falava fiquei reparando em seus lábios, os mesmo que eu já tinha beijado há algum tempo e que tinham me proporcionado o beijo mais maravilhoso da minha vida. Tão maravilhoso que procurei desesperadamente, em vão, outro beijo que tirasse aquele da minha cabeça.

Ao perceber que devia estar parecendo um idiota enquanto a encarava, foquei no menu. Eu não estava entendendo mais nada, porque ela me deixava assim? Quase ri ao pensar na simples hipótese de gostar dela, de jeito nenhum, eu era quem quebrava os corações, não o contrário.

Não resisti a curiosidade e voltei a encara-la, porém depois de um tempo percebi que ela olhava para todos naquela mesa, menos para mim. Comecei a falar para ver se ela ao menos me lançava um olhar, mas ela só ficava, com seus dedos delicados, brincando com sua pulseira. Desisti depois de um tempo.

— Já sabem o que vão pedir? – Percy perguntou.

— Sim, vou ficar com o cheeseburger clássico. – Frank afirmou.

— Eu ainda não decidi. – Na verdade, nem tinha conseguido me concentrar no cardápio.

— Acho que você deveria pegar esse. – Piper, pela primeira vez me olhou, com aqueles olhos que mudam de cor como um caleidoscópio que vai do castanho para azul para verde, e apontou para alguma coisa no cardápio que eu não me dei o trabalho de olhar, por estar muito ocupado contemplando seus olhos.

— É. – Eu disse ainda a encarando – Esse parece bom.

Ela sorriu, mas ainda assim não desviou o olhar. Não sei quanto tempo se passou e pouco me importava o que os outros estavam pensando, eu não conseguia tirar meus olhos dela. E aqueles poucos segundos mais pareciam uma eternidade, uma eternidade que eu rezava para que nunca acabasse, uma eternidade que mexeu mais comigo do que qualquer outra. A eternidade mais bela que eu já havia vivido.

Agora é que você começa a se perguntar quando foi que Jason Grace ficou poético. Eis minha resposta: quando você conhece uma garota tão encantadora como Piper McLean, que só de ouvir sua voz você já fica encantado, o mínimo que pode acontecer é você se tornar poético.

Ao pensar isso rapidamente desviei os olhos, mesmo não querendo. Meu rosto começou a ferver, o que eu estava pensando?! Olhos encantadores? Poético? Isso soava tão estúpido que estava a ponto de me dar um soco.

— Vamos pedir? - Perguntei desviando de assunto. Grover não pareceu irritado com aquele cena toda, na verdade parecia não ter nem notado. Frank me encarava com uma cara de interrogação e Percy sorria, na verdade era uma risada discreta, como se ele estivesse fazendo muito esforço para conter, mas não era uma risada irônica e sim como quem sabe das coisas.

Ao terminarmos de pedir Grover foi ao banheiro e Percy disse que tinha esquecido alguma coisa no carro, puxando Frank consigo.

— E aí. - Eu disse. - Como você está?

— Bem. - Ela respondeu me olhando. - E você?

— Também... - Não sabia como continuar a conversa, mas também não queria parar de ouvir sua voz. - Desculpa pelo incidente do carro da sua amiga. E do resto...

— Está tudo bem. É normal as pessoas serem insensíveis.

Ai.

— E também me desculpe pela festa da Drew... - O que eu estava fazendo? Nunca tinha sequer cogitado de pedir desculpa para uma garota algum dia da minha vida, mas era mais forte do que eu. Queria tanto, inexplicavelmente, que ela gostasse de mim. - Não foi certo nunca mais ter falada com você...

— Jason, - Ela me interrompeu. - o que você está fazendo?

— Como assim?

— Por que me pedir desculpa por algo que aconteceu tanto tempo atrás, que aliás você não me deve nenhuma satisfação. - Ela não falou com o objetivo de ser grossa, mas apenas expressou o obvio.

— É, eu só... Só achei que você tinha ficado chateada, não queria isso.

— Por que eu ficaria chateada?

— Ah, você sabe... Achava que você gostava de mim. - Me arrependi no momento que disse essas palavras, a expressão dela mudou, começou a ficar na defensiva.

— Entendi.

— Eu estava errado?

— Por que te interessa? Você não tem a Drew? Que diferença faria se eu gostasse de você ou não? - Toda, pensei. Mas obviamente não respondi isso, comecei a gaguejar.

— Bom, talvez eu também gostasse um pouco. Talvez eu tivesse achado seu beijo melhor do que os da Drew, ou de qualquer outra menina. Talvez eu não quisesse nunca ter saído daquele jardim.

— É? - Ela encarou meus olhos, firme. - Então porque nunca me disse isso antes?

— Eu é... eu...

— Pois é. Agora não adianta mais, eu não quero mais ficar com você.

Aquelas palavras foram as mais duras que já tinha recebido, continuei a encarando e só parei quando Grover chegou. Eu não sabia o que fazer em relação a tudo aquilo, estava com tanta raiva. Raiva dela, raiva de mim. Não sabia o que estava sentindo, mas de uma coisa eu tinha certeza: eu iria reconquista-la, e dessa vez não soltar mais.