Nightmares escrita por Rafú


Capítulo 9
Capítulo 9 - Angel


Notas iniciais do capítulo

OIZINHO!
"Tia Rafú! Por onde andaste que não postou mais?"
Pois é, meus amores... Problemas com a internet. Minha irmãzinha acabou com toda a franquia jogando na internet.
Mas cheguei com o capítulo que todos estavam ansiosos. A Greta vem aí...
Ah, é! Este capítulo é dedicado a Priprican, que deixou uma recomendação fofissíma na nossa história. Obrigada, meu bem. Adorei a recomendação e espero que goste do capítulo.
Boa leitura!



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A garota de cabelos castanhos cacheados que faziam cócegas em seus ombros estava a minha frente mais uma vez. A garota pela qual perdi noites imaginando um futuro ao lado dela me olhava com seus grandes olhos verdes. Além disso, trouxe consigo seu meio sorriso que, antigamente, me deixava abobado.

Mas, diferente de antes, eu não sentia nada mais por Greta. Nenhum mísero sentimento passou pelo meu coração ao vê-la na minha frente. Como se ela fosse uma pessoa completamente desconhecida por mim.

Não é engraçado isto?

Até alguns meses atrás eu estava perdidamente apaixonado pela aquela garota. Mas agora tudo está diferente. Tudo que eu sentia por ela, o amor, o carinho…. Tudo! Havia evaporado ou virado cinzas. Como melhor ficar.

É estranho como as pessoas passam a ter um novo significado nas nossas vidas de uma hora para a outra.

Em um dia você ama aquela pessoa com todas as suas forças…. E no outro dia, já esqueceu-se dela com as mesmas forças que usou para amá-la.

O engraçado é que isto não é difícil de acontecer.

Acontece com todo mundo. E provavelmente, a vida toda.

Namorados terminam.

Casais se divorciam.

Amigos se separam.

Acontece com a gente o tempo todo. Mas estamos tão acostumados com isto, que não nos damos conta do quão bizarro é se desfazer de alguém de uma hora para outra.

Somos seres tão insensíveis às vezes, que não vemos o quão terrível é achar isto natural.

Choramos pela separação? Sim. Sofremos por isso? Sem dúvida.

Mas em um ou dois meses, já nos habituamos a uma vida sem aquela pessoa.

E para mim não foi diferente.

— Oi, Peeta. – diz Greta sem tirar o sorriso do rosto e usando o mesmo tom doce que sempre teve. – Eu não esperava encontrar você novamente aqui.

— Eu também não. – falei sem medir as palavras.

Não conseguia acreditar que ela realmente estava na minha frente.

O sol bateu no pingente dourado que levava seu nome escrito com belas letras cursivas, trazendo o reflexo para os meus olhos.

Eu havia dado aquele maldito pingente para ela.

Greta pareceu notar e tocou no pingente, o acariciando com os dedos.

— Lembra disto? – perguntou ela, olhando para o próprio pingente em seu pescoço.

Claro que eu lembro. Lembro nitidamente. Lembro como se fosse ontem.

O belo pingente que mandei fazer para dar a ela de presente pelos seus dezessete anos. Isto foi dois meses antes de eu sofrer meu “dia pesadelo”. E ver minha vida virar bruscamente de cabeça para baixo.

Mas ainda tinha aquela lembrança fixa em minha mente.

 

Entrei no quarto de Greta, com a pequena caixa de cor azul-escuro e que possuía uma fita vermelha encima.

A encontrei passando algo nos olhos. Não sei o que era. Não entendo de maquiagens.

Toc toc. – falei, dando duas batidas na porta após abri-la.

Peeta! – exclama ela, parando o que estava fazendo e virando-se para trás para dar-me alguma atenção. – Entra. Só eu estou terminando minha maquiagem.

Como se você precisasse destas porcarias para ficar bonita. – comento, fechando a porta atrás de mim.

Ela vestia um tomara que caia rosa, com uma faixa apertada logo abaixo dos seios.

Ela sorri para mim pelo espelho ao ouvir meu comentário.

Já chegou todo mundo? Estão todos lá embaixo? – pergunta ela, largando a maquiagem e ajeitando os cabelos.

Sim. Estão lá embaixo.

Eu não queria uma festa de aniversário.- reclama ela. – Puxa vida. Mas você sabe como é minha mãe. “Vou dar uma festa a você, sim. Afinal, você é a única filha que eu tenho no mundo”. Ah, Deus! Eu queria ter três irmãos como você.

Não, linda. Acredite, você não quer isto.

Ela sorri gentilmente para mim e se vira.

Bem, como estou? – pergunta ela colocando as mãos na cintura.

Linda, como sempre. – falo como se fosse óbvio.

Ela deixa uma leve risada escapar.

Mas apesar de eu ter dito que estava linda, Greta se vira e começa a mexer nos cabelos mais uma vez. Eu reviro os olhos.

Eu vi você revirando os olhos, Peeta. – diz ela.

Eu rio e me aproximo, abraçando ela por trás e colocando a pequena caixa azul encima da cômoda.

Feliz aniversário. – sussurro em seu ouvido.

Pra mim? – ela pergunta, pegando a caixinha e abrindo curiosa.

Sim.

Ela pega o pequeno pingente e ergue abrindo a boca em surpresa.

Deus... Amor! É tão lindo! – exclama ela, sem tirar os olhos cintilantes da pequena joia.

Gostou? – perguntei sorrindo, vendo nosso reflexo no espelho.

Eu adorei. – diz ela. – Você coloca?

Claro. – falo pegando o pingente de suas mãos.

Ela levanta os cabelos e eu coloco a pequena peça em volta de seu pescoço o prendendo atrás. Deixei um beijo em seu ombro quando soltei o pequeno pingente.

Greta coloca a mão encima do objeto ainda admirada por ele. Ela se vira para mim e me dá o seu mais belo sorriso.

Obrigada. – diz ela antes de me beijar. – Eu amo você.

Eu também amo você.”

 

— Lembro sim. – falo dando de ombros.

Como eu desejava ter Katniss aqui comigo neste exato momento. Só queria poder deixar bem claro à Greta que eu havia seguido em frente sem ela na minha vida. Que eu havia achado outra pessoa para ocupar o lugar dela.

Talvez, não exatamente o lugar de Greta. Já que Katniss não é realmente a minha namorada. Sou apenas um novo passatempo.

— Eu senti sua falta. – diz Greta tirando o sorriso do rosto. Seu olhar entregava toda a verdade que sua frase possuía. E eu não soube o que dizer. O que eu diria, afinal? Que eu senti a falta dela também? Se fizesse, estaria mentindo. Eu posso ter sentido no início, mas era só ter a lembrança de Tresh encima dela que este sentimento sumia. – Eu ainda sinto sua falta. – complementou ela.

Sem ter chance de nenhuma reação, Greta atirou-se em mim, me dando um abraço forte que eu nunca supus que ela poderia dar. Ela apertou seus braços em volta do meu corpo e afundou a cabeça em meu peito enquanto eu não devolvi o abraço. Coloquei minhas mãos em suas costas, sem dar um abraço realmente.

Consegui ver Katniss à distância, saindo da tenda. Ela saiu rindo e olhou para alguém que estava dentro da tenda e abanou para ela. Caminhou para onde eu estava, sem olhar para mim, apenas olhando para seus pés ou para a areia.

Em certo ponto, quando apenas alguns metros nos separavam, ela olha para mim e para instantaneamente.

“Já cansou de mim?” Fala ela, só movendo os lábios sem emitir som algum. Ela me lança um sorriso debochado.

“É a Greta.” Falo do mesmo modo, e ela imediatamente fica séria. “Me ajuda.”

Ela olha para o mar, tentando ter alguma ideia e sorri em minha direção logo em seguida.

Afasta alguns passos e tira seu vestido o deixando cair no chão.

Meus olhos mais uma vez prendem em seu corpo. Deus! Acho que meus olhos nunca irão se acostumar com as curvas desta garota.

Ela dá uma leve bagunçada nos cabelos, os jogando para o lado e deixa os chinelos junto ao vestido. Ela sorri maliciosamente para mim antes de começar sua atuação.

— AMOR! – ela grita.

Greta toma um susto e me solta, olhando para trás enquanto Katniss caminha até mim igual a uma modelo em uma passarela, ignorando Greta e chegando a mim, beijando meus lábios brutalmente e escorrega a boca para o meu ouvido.

— Enlaça minha cintura com o braço. – sussurra ela e eu a obedeço imediatamente. Ela afasta seu rosto e sorri para mim. – Será que não posso deixar você sozinho por cinco minutos que já vem uma garota caindo encima de você? – ela beija minha bochecha e sussurra novamente em meu ouvido. – Me apresente ela.

— Katniss, esta é a minha... Hã... Amiga! Greta. – falo não sabendo dizer o que Greta era minha atualmente. – Greta, esta é a Katniss. Minha namorada.

— Prazer, querida. – fala Katniss.

— Prazer. – fala Greta a contragosto. – Eu sou a ex-namorada dele na verdade.

— Bem, eu sou a atual. Então acho que seu cargo não faz muita diferença agora.

Deus! Katniss não perdoa. Greta olha para ela de boca aberta, não esperando esta resposta de Katniss.

Acho que eu também estou com meu queixo no chão.

— Mas acho que pode valer, caso você eu troquemos de cargo. – alfineta Greta.

Katniss ri levemente, não se sentindo atingida pelas palavras de minha ex-namorada.

— Acho difícil. Peeta me falou sobre você. Você não é a garota que traiu ele? E ainda com o melhor amigo dele? O Tresh? – devolve Katniss.

— Eu estava bêbada. – justifica Greta entredentes, se sentindo irritada.

— Claro. Isto é a desculpa que todos dão. – ela logo troca o tom de voz. – “Eu não lembro de nada, eu bebi tanto na festa e blá, blá blá.”

— O que você sabe sobre mim? Nada! Então não tem o mínimo direito de me julgar. – Greta levanta a voz.

— Tem razão. Eu não sei quase nada sobre você. Mas sei o suficiente para saber o tipo de garota que você é.

Greta ri.

— E que tipo de garota eu sou então, Katniss? – pergunta ela em desafio.

— O tipo de garota vadia que trai o namorado, não dá valor o suficiente pra ele, não nota que é difícil encontrar um cara como Peeta e que ainda por cima culpa o álcool por suas ações. – diz Katniss sem pestanejar.

Greta pisca várias vezes.

— Você não tem... – começa Greta, mas é interrompida por Katniss.

— Eu não tenho o quê? O direito de dizer a verdade? Quer saber? Dane-se! Quem saiu perdendo foi você de qualquer forma. E tem mais uma coisa. – Katniss se aproxima de Greta e sussurra como se eu não pudesse ouvir – Seja feliz com Tresh. Eu não o conheço pessoalmente. Mas tenho certeza que ele não chega aos pés de Peeta.

— Em que sentido da frase? – pergunta Greta com um sorriso debochado.

— No sentido sexual da frase. – responde Katniss no mesmo tom e com o mesmo sorriso.

Oh Deus!

Greta deixa os cantos da boca caírem, levando embora seu sorriso sarcástico. Ela pisca várias vezes como se algo se passasse em sua mente e olha para mim como se eu tivesse feito algo errado. Seu olhar zombeteiro vira um olhar de surpresa. E ela relaxa os braços que estavam cruzados, os deixando caírem ao lado do corpo.

Na verdade, Katniss não sabe se isto é verdade. Afinal, neste tempo em que estamos neste jogo de passatempo, não tivemos nenhuma relação sexual. O mais próximo que chegamos de algo foi na cabana quando eu a beijei e quando meu tio ligou dois dias atrás, avisando que estava me esperando no portão da escola para o Dia de Ação de Graças.

— Eu acho que já está ficando tarde. – falo, já que nenhuma das duas disse mais nada. – Melhor irmos embora, Katniss.

— Concordo. – responde Katniss, sem tirar os olhos de Greta. Mas ela logo se vira para mim e sorri. – Vamos embora. Vou buscar minhas coisas.

Ela caminha pela areia até chegar no seu vestido que ficou jogado no chão.

— Eu vou indo também. Foi bom ver você, Peeta. Tchau. – Greta se despede rapidamente de mim, sem me olhar nos olhos.

— Tchau. – digo e ela se vira caminhando pela areia.

Katniss volta com o vestido cobrindo seu corpo e com seus chinelos nos pés.

— Você acha que eu exagerei? – pergunta ela, enquanto nós dois observamos Greta caminhando pela areia que parecia não ter fim.

— Puxa vida, você colocou a cara da menina lá no chão. Você é terrível. Ela saiu magoada. – respondi a sua pergunta.

— Não esqueça que você saiu magoado primeiro. – comenta Katniss.

— É, vamos embora. Quero passar em uma locadora e pegar algum filme para assistirmos.

— Está brabo comigo? – pergunta Katniss me seguindo.

— Não. – respondi.

Eu realmente não estava brabo com ela.

Mas acho que não havia necessidade de jogar tudo que Greta fez na cara dela. Ela sabe bem o que fez. Imagino eu que ela deve ter consciência da coisa terrível que ela fez comigo.

Ao menos me livrei da garota. Uma coisa a menos para mim.

Montamos na bicicleta novamente e pedalei até a locadora que havia perto de minha antiga casa. Peguei um outro caminho para não passar bem em frente a casa.

Entrei na locadora seguida de Katniss. Ela logo se entreteu com as prateleiras de filmes.

— Peeta, meu garoto! Como vai? – pergunta o Sr. Maurice, o dono da locadora.

O Sr. Maurice me conhece desde sempre. Já que meus pais sempre alugavam os filmes de sua locadora. Normalmente, meus pais levavam toda a patota de filhos com eles.

— E aí, Sr. Maurice? Eu vou bem. Esta é a Katniss. – falo e Katniss se vira rapidamente ao ouvir o próprio nome.

— Prazer, senhor. Sou Katniss. – diz Katniss se aproximando e apertando a mão do homem.

— Maurice. – se apresenta o velho. – Seja bem-vinda a minha locadora. Sinta-se à vontade.

— Já me sinto. – diz Katniss, fazendo Maurice rir.

Ela volta para os filmes.

— Nova namorada? – pergunta Sr. Maurice.

— É. – respondo olhando as costas da garota.

— O que faz em Atlantic Beach?

— Tio Phil veio por causa da padaria entre outras coisas. E me arrastou junto. – falo olhando a prateleira de filmes.

Um cliente chega ao balcão e ocupa Maurice. Aproveito e vou para o outro lado da locadora. Evitando a pergunta que todos fariam no lugar dele.

E como vai indo depois de tudo?

Perdi Katniss de vista, então procuro algum filme que possa agradar nós dois. Entre tantos títulos acho um que sei que ela irá gostar. Sorrio para a capa do DVD.

— Katniss? – chamo ainda olhando a capa do filme.

— Quê? – ouço sua voz nas minhas costas.

— Achei um filme para a gente ver. – falo, virando de frente para ela e levantando a capa para ela ver.

Ela ri.

— Não acredito nisso! É sério que existe um filme baseado no livro O morro dos ventos uivantes? – pergunta ela em descrença.

— Parece que sim. E então? Vamos levar este?

— Sem dúvida.

Após pagarmos o filme, voltamos para casa. Tio Phil estava atirado no sofá da pequena sala de estar, assistindo alguma série na televisão e devorando o que parecia ser uma comida japonesa.

— Pedi o mesmo para vocês. – fala ele em relação a comida. – Está no balcão da cozinha.

— Ok. – respondo.

Katniss e eu seguimos para a cozinha. Onde havia duas caixinhas japonesas encima do balcão. Katniss pega uma e abre, cheirando o conteúdo.

— Hmm, Yakisoba. – diz ela.

— Entende de comida japonesa? – pergunto pegando a minha caixinha.

— Na verdade não. Só sei que este macarrão se chama Yakisoba. – ri ela. – Tem um garfo? Não sei comer com estes palitinhos.

— Claro. – falo pegando um garfo para ela e estendendo em sua direção. – E o nome dos palitinhos é Hashi. – falo comendo a comida com os Hashi.

— Como você come com isto? – pergunta ela.

— Curiosidade minha. Fui na internet ver como se comia com Hashi e aprendi. É mais fácil do que parece.

— Vendo daqui, não parece fácil.

Assim que terminamos de comer deixo Katniss tomar banho primeiro, para tirar o sal da água do mar do corpo. Consigo alguns travesseiros para nós, já que a cama só possuía um monte de almofadas.

Depois que tomei meu banho, colocamos o filme e nós aconchegamos um no outro para ver O morro dos ventos uivantes.

Achei o filme bem mais interessante que o livro. Ao menos tem uma linguagem mais simples que o livro.

— Heathcliff é um tanto vingativo, não é? – pergunto quando os créditos finais do filme rolam pela tela. Mas não obtenho nenhuma resposta. – Katniss?

A garota havia dormido. Caramba! Para ela ter dormido assistindo uma adaptação de seu livro favorito é porque ela está realmente exausta. Eu destruí ela hoje. Sorri para minha conclusão.

Empurrei Katniss devagar para o lado, a fim de sair da cama e tirar o DVD do aparelho. Ela acabou se virando sozinha, talvez por reflexo. Ela murmurou alguma coisa que eu acabei não entendendo. Após guardar o filme, deitei novamente e dormi.

Acordo durante a madrugada devido a mais um pesadelo com minha família morrendo e eu não podendo fazer nada para evitar.

Atordoado pelo sonho ruim, me viro e noto que Katniss havia sumido da cama. Levanto-me, e já ia sair do quarto para procurá-la, até notar que o vento soprou a fina cortina da porta que dá acesso à sacada. Caminho até lá e vejo Katniss sentada em uma cadeira de praça que havia na sacada. Ela olhava fixamente para o mar ao fundo da paisagem.

Me aproximo devagar, suspeitando que ela esteja tendo mais uma crise.

— Katniss? – chamo parando ao seu lado.

— Você acredita em Deus? – ela me pergunta sem tirar os olhos do mar.

— Acredito. – falo sentando ao seu lado. – Você teve um pesadelo?

— E você acha que Ele castiga uma pessoa que tentou ajudar, mas não conseguiu ajudar? – pergunta ela, ignorando minha pergunta.

— Eu acho que Ele não faria isto. Afinal, Ele deve ter visto que a pessoa tentou ajudar.

— Então por que estou sendo castigada com pesadelos? – indaga Katniss mais uma vez.

— Eu não sei. Talvez não seja um castigo. Talvez seja apenas uma consequência.

— É tudo a mesma coisa.

— Não é não. As pessoas recebem castigos por fazerem algo errado. E as pessoas têm consequências quando fazem alguma ação. Ou sofrem algo. Depende do caso. Tudo que fazemos na vida nos gera uma consequência. Nem sempre ela é boa, assim como nem sempre é ruim.

— Você acha que a minha consequência vai acabar um dia?

— Você fala dos pesadelos?

— É.

— Eu não sei. Eu ainda tenho pesadelos com a minha família. E é quase sempre a mesma coisa.

— Consequências não costumam ser reversíveis.

Eu não estava entendo aonde Katniss queria chegar com esta conversa, mas entrei no assunto. Talvez esta fosse a porta para eu saber um pouco mais sobre ela. Destravar mais alguma caixa de segredos da garota de brilhantes olhos cinzas. Eu estaria disposto a ajudá-la, se ela me deixasse fazer isto.

— Você tomou o remédio? – perguntei.

— Eu tomei agora, quando acordei. – ela responde sem nunca desviar os olhos do mar. – Eu não pensei que eu fosse acordar você.

— Você não me acordou. Eu tive um sonho ruim.

Ela sorri e finalmente olha para mim.

— Igualmente. – ela apoia a cabeça em meu ombro – Um ponto em comum entre nós: pesadelos.

— Você quer voltar para a cama?

— Quero.

Nós entramos no quarto e nos confortamos na cama. Deixei Katniss dormir abraçada em mim. Eu a abracei de volta como se este gesto fosse ajudar com seus problemas de alguma forma. Mas eu poderia ao menos confortá-la ou consolá-la com um abraço. Apesar de não saber o que ela sofreu para ter que tomar remédios e ter constantes pesadelos, além de possuir a Síndrome do Pânico.

Tudo o que eu queria ser no momento era a cura dela. Algum tipo de milagre que a livrasse dos pesadelos, das crises devido a Síndrome do Pânico, do remédio receitado. De tudo que a atormentasse.

Queria ajudá-la da mesma forma que ela me ajudou com o álbum de fotografias. Mas para ela me ajudar, foi preciso que eu contasse tudo o que eu sofri para ela.

Eu não posso ajudá-la se ela não se abrir comigo. Ela insiste em viver nessa bolha, usando a máscara de que está tudo bem quando na verdade está tudo errado.

— Eu nem consegui ver todo o filme. – ri Katniss.

— Eu notei. – sorri.

— Por que você chama esta casa de chalé? Eu acho ela grande demais para ser considerada como um chalé.

— Sei lá. Meus pais sempre chamaram de chalé. Então, assim ficou.

— Entendo. – ela suspira e se ajeita melhor com a cabeça em meu peito. – Se você fizesse uma tatuagem... O que você tatuaria?

Mas que droga de pergunta é está? Por que ela quer saber disto?

Mesmo sendo uma pergunta sem pé nem cabeça, tratei de pensar em uma resposta.

Nunca pensei em tatuagens. Nunca me imaginei com uma, pare ser mais exato. Mas fiquei pensando nesta pergunta de Katniss. Eu nunca tatuaria algo que eu gosto, por exemplo, algum artista. E se eu deixar de gostar dele no futuro? Vou ter de ficar com aquilo no meu corpo.

Se eu fosse tatuar algo no meu corpo, seria algo que eu amo compulsivamente e infinitamente. Seria algo que eu amo para sempre. Não pode ser algo que eu amo hoje e amanhã já esqueço. Eu tatuaria alguém que eu amasse incondicionalmente. Seria o nome de uma pessoa que transformasse a minha vida.

— Eu tatuaria o nome de alguém que eu amo. – respondi a sua pergunta em um sussurro.

— Interessante. – afirma Katniss.

— E você?

— Eu nunca vou fazer uma tatuagem, tenho medo de agulhas. – ri ela.

Eu rio junto.

O silêncio se fez presente neste momento.

Inúmeras coisas passam em minha mente, e todas elas estão ligadas a garota que está descansando a cabeça no meu peito.

A questão de saber o que houve com ela há cinco anos atrás, deixou de ser uma curiosidade, para ser uma necessidade.

Eu queria ajudá-la, mas não sabia como. As crises. Frank havia falado que elas foram consequências desta coisa que aconteceu com ela. Mas o que aconteceu com ela? Por que ela não me conta? Eu quero entender Katniss, mas, aparentemente, ela não deixa ninguém entender ela.

— Você é um cara legal, Peeta. – Katniss fala no meio de um suspiro.

— Eu sou? – perguntei estupidamente.

— Você tenta me ajudar. Com os pesadelos, crises, choros... Você tenta me ajudar mesmo não entendendo nada na maioria das vezes. Nenhum dos outros tentou fazer isto. Eles simplesmente fingiam que nada acontecia. Ou eu mesma muitas vezes engolia tudo e esperava estar longe deles para ter meus ataques. Mas você não. É como se você tivesse a obrigação de cuidar de mim. Como se este fosse seu cargo. Eu não preciso engolir o choro quando estou com você. Eu me sinto livre com você. Eu poderia chorar neste exato momento e sei que você estaria me abraçando e me consolando. Eu não mereço você. Nem aqui, nem em nenhum lugar. Na verdade, você é uma pessoa tão incrível que acho que nenhuma garota nesta droga de mundo merece ter você.

Minha boca se abre ao ouvir sua curta declaração. Suas palavras de alguma forma aqueceram meu coração. Por um momento, senti que Katniss se importava comigo. Senti que não passava de mais um passatempo para ela. Eu queria ser mais do que isto para ela.

Eu queria que ela fosse minha. Em todos os sentidos da palavra.

Mas isto era algo que nunca viria a acontecer. Ela não está apaixonada por mim. Ela não me ama. Sou apenas mais um brinquedo em suas mãos. O que está acontecendo é que a minha mente de garoto apaixonado está interpretando suas palavras de forma errada.

Talvez, Katniss esteja apenas me agradecendo por ter sido o único que se importou com o que ela sente.

— Quantos passatempos você já teve? – pergunto me sentindo curioso sobre isto de repente.

— Tirando você, foram três. Foram os únicos relacionamentos que eu tive. O primeiro se chamava Adam Smith. Cabelos escuros, olhos cinzas iguais aos meus. Eu andava meio deprimida naquele tempo.

— Quando foi?

— Faz uns dois anos. Eu achei algum tipo de distração nele. Quando ficava com ele, esquecia do mundo lá fora. Ele me fazia rir o tempo todo. Por isso gostei dele. Mas em pouco tempo enjoei. Dentro de dois meses terminei tudo.

— E o segundo?

— O segundo se chamava Bryan Lewis. Cabelos pretos também, mas os olhos eram verdes. Ele tinha covinhas. Por isso, eu adorava fazer ele sorrir, apenas para apreciar as covinhas que ele tinha. Mas isto não era algo fácil. Bryan era um cara muito sério. Por conta disto, terminei com ele. Nosso relacionamento não durou nem um mês. Ele me encheu o saco no dois meses seguintes, dizendo que poderia mudar. Mas acho que ele não havia entendido a parte de “eu não estou apaixonada por você e não quero você”. Mas ele acabou me deixando em paz, após algum tempo.

— E o terceiro foi o Gale. – suspirei

— Gale Hawthorne. Cabelos castanhos, olhos cinzas. Ele apenas queria uma namorada para se exibir por aí. Aceitei, não tinha nada a perder mesmo. Mas Gale não é um cara... Hmmm... Educado, digamos assim. Acho que os pais dele não ensinaram o que é respeitar os outros. O cara era o maior cavalo.

— E o quarto sou eu.

— Sim, é você.

— E o que você tem a dizer sobre mim? – perguntei forçadamente, não queria ouvir a resposta, mas também tinha curiosidade.

Katniss senta-se de frente para mim e cruza as pernas como um índio.

— Peeta Mellark, loiro, olhos azuis. Eu diria que de todos foi o melhor. Foi o único que pareceu se importar de verdade comigo. E que lembrou que apesar de eu não gostar de relacionamentos sérios, gosto de ser bem tratada e mimada, como qualquer outra garota. Beija bem. Além de ter um abraço que faz qualquer uma feliz. Ele foi o único que me entendeu sem, de fato, me entender. Ele foi o garoto que me ensinou a andar de skate e deixou-me sentir o vento no meu rosto com uma simples volta de bicicleta. Foi Peeta que me apresentou ao mar. O único que disse que eu sou linda. O único que tentou me interpretar em vez de ignorar meus problemas. Ele foi o único que me chamou de anjo.

Diante disto eu fiquei completamente sem reação. Continuei a encarar Katniss surpreendido por saber que nenhum dos outros garotos deu um devido valor a ela.

Me ergui da cabeceira da cama e puxei Katniss para mim, a beijando delicadamente. Me senti ainda mais apaixonado por ela. Talvez nem fosse mais paixão, talvez fosse amor. Pois só quando você ama uma pessoa, você sente seu coração queimar. Mas não dói. Ao contrário, é uma sensação tão boa que você tem vontade de sentir aquilo o resto da vida.

— Você gostou de ser chamada de anjo? – perguntei sorrindo contra seus lábios.

— Me senti mais especial de alguma forma. – responde ela, raspando sua boca na minha. A puxei pela cintura, tentando colocá-la no meu colo, mas ela segura minhas mãos as tirando de seu corpo. – Podemos dormir?

Pisquei várias vezes enquanto olhava para seus olhos cinzas. Eu não queria dormir. Ela sabe bem o que eu queria agora.

— Claro. – sussurrei.

Não forçaria Katniss a fazer nada que não quisesse.

Ela sorri gentilmente para mim antes de ajeitar-se novamente em meu peito.

— Boa noite, Peeta. – sussurra Katniss.

— Boa noite, anjo. – respondo e consigo imaginar seu sorriso ao ouvir o apelido.

Ele canta uma música bem baixinho, como se fosse uma canção de ninar:

 


The mirror can lie

(O espelho pode mentir)

Doesn't show you what's inside

(Não mostra o que você é por dentro)

And it can tell you you're full of life

(E ele pode dizer que ele é cheio de vida)

It's amazing what you can hide

(É impressionante o que você pode esconder)

Just by putting on a smile

(Só com um sorriso)

 

I don't wanna be afraid

(Não quero ter medo)

I wanna wake up feeling

(Quero acordar me sentindo)

Beautiful today

(Bonita hoje)

And know that I'm okay

(E saber que estou bem)

Cause' everyone's perfect in unusual ways

(Pois todos são perfeitos de formas diferentes)

You see, I just wanna believe in me

(Veja, eu só quero acreditar em mim)

 

Às vezes fico me perguntando se Katniss quer me dizer alguma coisa com as músicas que ela canta.

Caio no sono rapidamente e sou acordado por alguém pulando na cama, fazendo eu quase cair da mesma. Abro os olhos vendo Katniss pular na cama quase a quebrando. Me sento e ela ri.

— Acorda, dorminhoco. Está fazendo um belo dia lá fora. – diz ela sem parar de pular.

— Acordado eu já estou. – falo passando a mão no rosto.

— Então vem. – diz ela me estendendo as mãos. Eu pego suas mão e me levanto. – Pula comigo.

— Por quê?

— Porque é divertido.

Pulei apenas para não chateá-la. Mas em pouco tempo estávamos os dois rindo. Parecíamos duas crianças.

— Ok, já chega. Temos que ir na locadora devolver o filme. – falo descendo da cama rindo e estendo os braços para ela.

Katniss segura em meus ombros e seguro sua cintura a descendo da cama. Desço, vendo que tio Phil dormiu no sofá mesmo. Ri para a cena e desliguei a televisão que permaneceu a noite toda ligada.

Preparei sanduíches de queijo quente para nosso café da manhã e depois de trocarmos as roupas fomos caminhando para a locadora.

Conversamos bastante enquanto caminhávamos pelas ruas de Atlantic Beach. Em pouco tempo estávamos na locadora.

— Viemos devolver o filme. – disse ao Sr. Maurice.

— Sim, claro. Gostaram? – pergunta o velho conferindo o estado do DVD.

— Claro. Principalmente a Katniss. Não é mesmo, Katniss? – pergunto alto para ela que estava entretida com outros filmes.

Katniss ri alto já que sabe que dormiu durante o filme.

— Claro, gostei bastante.

— Irão levar outro? – pergunta Sr. Maurice.

— Não. Nós iremos embora amanhã mesmo. Tchau, Sr. Maurice. Foi um prazer revê-lo.

— O prazer foi meu.

Saímos da locadora notando que o tempo decidiu virar e grossas gotas de chuva começaram a descer do céu.

— E agora? – pergunto a Katniss.

— Agora vamos correndo pra casa. – diz ela e se põe a correr.

Corro e consigo alcançá-la.

— Ninguém disse a você que garotos são mais rápidos que garotas? – grito.

Ela apenas ri enquanto tenta aumentar o ritmo. Rio junto, mas meu sorriso some quando passo por um lugar. Meus pés diminuem a velocidade e eu paro vendo a grande casa que eu morava com a minha família. Katniss para junto e parece notar ao ver parte da casa que foi queimada.

Me aproximo pisando no gramado e não me importando com as gotas de chuva que caiam sobre meus olhos.

Todo o acidente passou pelos meus olhos em apenas um segundo. Tudo o que eu vi atravessou minha visão como um filme curto e rápido. Os bombeiros, policiais, médicos. As poucas luzes que se mantinham acessas naquela noite. Vi novamente minha família saindo dentro de sacos pretos.

Me aproximei pé por pé da casa vendo que ela estava intocada. Apenas faltavam alguns móveis, provavelmente foram roubados ou meu tio deu algum jeito neles. Entrei pelo grande buraco que ficou aberto na cozinha. Vi praticamente tudo queimado. Girei devagar na cozinha vendo quase tudo destruído. Katniss estava em um canto com os braços cruzados me observando. Dei um passo para trás, pisando em algo. Tirei o pé vendo que era algum tipo de corrente.

Me abaixei pegando um pequeno pingente e erguendo no ar. Lembrei de ter visto ele muitas vezes no pescoço da minha mãe. Ela sempre nos contava a história dele. Meu pai havia dado o pingente quando ela engravidou do primeiro filho. Foi desta história que eu havia tido a ideia de dar um pingente de aniversário para Greta.

Olho para o pingente com ódio do destino e de mim mesmo. Dou vários passos para trás até sentir a parede tocar minhas costas. Posso sentir as lágrimas em meus olhos descerem pelas minhas bochechas. Atiro o pingente no chão e me viro para a parede socando ela com minhas mãos, sem me importar se elas estavam ficando machucadas.

Sinto alguém tentar me puxar, eu me rendo me virando. Katniss coloca suas mãos em meu rosto me trazendo para perto dela.

— Tudo bem. Tudo bem. – ela sussurra apressada.

— Eu quero ir embora daqui. – choraminguei.

— Então vamos para o chalé.

— Não. Eu quero ir embora de Atlantic Beach.

Katniss suspira pesadamente.

— Vem, vamos. – ela diz segurando minha mão.

Katniss abaixa-se para pegar o pingente que eu atirei no chão. Ele me conduz até o chalé. Entro em casa ainda perturbado pelas lembranças e molhado pela chuva. Caminho até a cozinha onde encontro tio Phil comendo o sanduíche que deixei pronto mais cedo.

— Isto está muito bom. – diz ele em relação ao sanduíche. – Você está chorando?

Eu bati minha mão na mesa, furioso.

— Por que você me trouxe aqui? – grito para ele. – Eu não quero nunca mais ter de vir para Atlantic Beach. Eu quero que este lugar se exploda e não exista mais.

— Você viu a sua casa? – pergunta surpreso com meu estouro.

— Eu vi a minha casa, vi o acidente, vi minha família saindo ensacada de dentro de casa. Eu vi tudo! E isto é culpa sua! – aponto o dedo para ele, notando só agora que eu havia machucado minhas mãos socando aquela parede.

— Peeta, você precisa enfrentar o passado. Não poderá ignorar...

— Eu quero que o passado se dane! Eu não quero mais o passado!

— Você acha que não dói em mim também? – explode Tio Phil – Você acha que o que você sente no seu coração eu não sinto no meu? Eu também perdi meu único irmão. Perdi três sobrinhos. Perdi minha cunhada. Eu agradeço a Deus todos os dias por ter salvado você daquilo, Peeta! Porque nem você deveria ter sobrado. Mas eu preciso enfrentar isto, Peeta. Senão carregarei isto a vida inteira comigo. Não tem como eu olhar para você e não lembrar de seu pai, porque ele era exatamente igual a você na sua idade. E toda a vez que vejo você, lembro de quando éramos dois meninos e ficávamos imaginando o futuro. Nos imaginando casados, bem sucedidos, com nossos filhos a nossa volta. E logo após os netos e bisnetos. Seu pai nunca poderá ver os próprios netos. Mas você está aqui, não está? Então para de reclamar um pouco e tente apenas agradecer, porque você poderá ver seus netos algum dia.

Fico parado em absoluto choque até ser puxado por Katniss para o andar de cima. Ela me conduz até o banheiro e me faz sentar na privada. Eu sigo suas ordens pois estava no modo automático, tentando absorver cada palavra que meu tio falou.

Sou acordado quando sinto um líquido ardido queimar minhas mãos.

— Ai, Katniss! – reclamo.

— Desculpa. – ela diz com a voz trêmula.

— Está chorando? – pergunto pois não conseguia ver seu rosto claramente. Ela estava ajoelhada entre minhas pernas.

Ela larga o frasco e pega algodão para limpar os machucados.

— Não. – ela responde sem me olhar.

Mas eu não acredito nela.

— Por que está chorando? – sussurro enquanto ela enfaixa minha mão.

— Fica quieto! Eu não estou chorando. Eu estou bem.

Katniss começa a fazer o mesmo com a outra mão.

— Me diz... – insisto.

— Peeta, cala essa boca, por favor. Só deixa eu cuidar de você. - decido ficar quieto e deixar ela cuidar das minhas mãos. Assim que termina, ela se levanta enxugando as próprias lágrimas com as mãos. – Agora vá trocar esta roupa molhada. – ela me ordena me dando espaço para passar.

A obedeço sem dizer nada e vou para o quarto trocar de roupa. Ela entra algum tempo depois.

— O que você quer que eu faça agora? – pergunto, notando que minha rotina seguiria da forma que Katniss planejasse.

— Durma um pouco. – ela me ordena.

— Eu não quero. Vou ter pesadelos com...

— Os pesadelos vão ser melhores do que ficar acordado e tendo lembranças da sua família. Não há consolo nenhum em estar acordado.

Sem discutir mais me deito e ela senta ao meu lado, tirando algo do bolso e erguendo no ar.

Era o pingente de minha mãe. O pego e aperto em minhas mãos.

— Obrigado. – sussurro.

Ela sorri antes de me beijar.

— É seu novo amuleto. Durma bem.

Katniss se levanta e vai para a sacada me deixando sozinho com meus pensamentos.

Uma frase rápida passou pela minha mente:

Você é um amuleto melhor que o pingente, anjo.”

 


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Notas finais do capítulo

A música que a Katniss cantou se chama Believe In Me, da Demi Lovato.
Espero que tenham gostado e agradeço pela paciência de terem esperado o capítulo.
Beijocas da Tia Rafú pra vocês. ;)



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