Ice Ice Baby escrita por Miss


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

hello
queria desejar um feliz ano novo a todos vocês :)
o próximo capítulo só sai ano que vêm (meio óbvio, não? hahahahahah)
boa leitura 0/



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Jack me encarava. Ele sabia o que eu planejava fazer, e sabia muito bem o quão arriscado seria.

–Não podemos fazer isso. Não assim, de uma hora pra outra. – disse ele.

–E de que outro jeito seria? – insisto.

–Ari, você não concorda com ela, concorda?

–Jack, queremos isso há anos. E agora temos uma chance! – responde Ariel. Ela parecia tão assustada quanto ele. Mas sabia que era o que teríamos que fazer.

Jack se levanta. Ele não consegue acreditar que estamos dispostas a isso.

–Tá, depois planejamos isso. Vamos logo, temos muito trabalho.

Levantei-me, e joguei meus talheres de plástico no lixo. Eu não conseguia descrever a tal sensação. Esperava por momentos como esse há tanto tempo! Seria tão fantástico, tão perigoso.

Seguimos caminho até nossa área. Mas dessa vez, foi diferente. Não conversamos, nem uma palavra. Com tanta coisa que eu gostaria de dizer... Preferi observar. Os passos de Jack eram rápidos, mais do que o comum. Seus cabelos castanhos caiam sobre seus olhos. Ariel parecia aflita também. Eu não consegui distinguir seus olhos azuis cristais das lágrimas que segurava para não chorar.

Peguei no machado. Era terça, dia de minerar ouro. Naquela tarde não prestei atenção no trabalho, e mal podia esperar para o dia acabar.

Nove e meia da noite. O sinal havia tocado, e com ele, nosso toque de recolher. Corri para casa. Não esperei nem mesmo meus “compadres” da missão. Cara, como era divertido!

Entrei em casa e joguei meu material de trabalho em algum canto. Procurava um caderno velho e alguma caneta usada. Ao consegui-los, sentei e comecei a pensar.

O plano inicial seria esperar a data marcada para os representantes de a Elite subirem e recolherem os recém-nascidos. Uma noite antes, eu, Jack e Ari subiríamos lá e falaríamos com o príncipe. Daí, de manhã, eles estariam distraídos para prestar atenção em nós, com a quantidade de criança. Passei a noite em claro reescrevendo, até achar um plano realmente infalível. Não poderia ser tão fácil.

*

Rapidamente amanheceu. As exatas cinco horas, Jack parava em minha porta. Sozinho, desta vez.

–Você sabe que não é minha babá, não sabe?-dou uma risada. Mas ele não.

–Ky, você sabe no que está se metendo?

–Você acha que se eu não tivesse um pingo de noção, teria bolado isso? –estou com o caderninho na mão. –Por favor, Jack. Minha família está lá. Sofrendo nas mãos de um governo ignorante. Assim como a sua.

–E todas as pessoas com as quais nos importamos aqui? A família que nos sustenta?

–Eles só nos sustentam, pois são obrigados. – não acredito que Jack estava amarelando. –Cara, você sabe o quanto queremos isso. O quanto vamos ajudar e ser ajudados.

–O quanto vamos caçar e ser caçados. –Ele se aproximava. – As pessoas com as quais nos preocupamos também entrarão nessa. De uma maneira ou outra. – Eu conseguia sentir sua respiração. Seus olhos castanhos vidrados no meu.

–Você se preocupa demais. Esse é o problema. –digo.

–Não é um problema. Os problemas vão além. –ele passa a mão sobre meu rosto, tirando o cabelo de meus olhos.

Era constrangedor uma situação como essa. Encaramo-nos por um bom tempo. Jack era meu amigo desde... Desde sempre. Eu me lembro bem, no dia em que fui arrancada brutalmente de meus pais. Lembro-me de juntar-me as outras crianças, e de ser mandada para a Média, assim como me lembro de que Jack estava lá. Nós devíamos ter entre cinco a sete anos. Ele era proteção, não amor.

Por sorte, ou destino, meu relógio despertou a tempo de que nada acontecesse.

–São cinco e dez. – Me afastei. – Temos que trabalhar.

Andamos em silencio total até a escotilha de Ariel. Encontramo-nos com ela e fomos em direção à lanchonete.

–Vocês não cansam? – digo – De fazer a mesma coisa, todo santo dia? De ter as mesmas conversas, mesmas histórias pra contar?

Ariel sabia muito bem do que se tratava, assim como Jack. Minha respiração estava forte. Eu sabia que era o que devia fazer.

–Kylie, relaxe. Nós estamos juntos nessa. Pro que der e pro que vier. –Ariel me conforta.

–Então, o plano será? –pergunta Jack.

Explico aos dois tudo que formulei. Parece meio arriscado, de início, mas é simplesmente perfeito.

–Vocês sabem o dia certo para irmos? –Jack pergunta.

–Temos duas opções. –respondo- Mês que vêm ou... Amanhã à noite.

–O QUE? – Exclamam juntos.

–Amanhã à noite. É a data mais próxima. Por favor, galera, não vamos amarelar.

Os dois pararam. Pensaram. E no final, concordaram.

*

As horas passaram literalmente voando. Não progredi no trabalho, afinal, não estava com cabeça para isso. Difícil de admitir, mas sim, tinha medo. Eu realmente queria encontrar minha família, e eu realmente queria acabar com aquele império/governo ridículo. Estava um passo mais próximo.

Onze e cinquenta da noite. Como o combinado, a hora exata em que partiríamos. Quanta emoção. Meu coração saltitava, saía pela boca. A respiração estava ofegante. Era agora ou nunca.

Vesti-me com roupas pretas, discretas. Olhei-me rapidamente no espelho, e vi que combinavam com meus negros cabelos e olhos verdes. Mas não era a vaidade que estava em jogo essa noite. Coloquei numa mochila, tudo que achei necessário. Água, casaco, um pouco de comida. E pensei que, Ariel e Jack provavelmente estariam fazendo o mesmo.

Abri a porta do quartinho, olhei para fora, e não vi nenhum guarda. Estranho, pensei. Talvez seja uma espécie de sorte de principiante. Segui até a escotilha mais próxima, a de Ariel. Juntas, seguimos até Jack.

–Vocês querem mesmo fazer isso? –Ele dizia ao fechar a porta.

–Com certeza. –disse.

–Absoluta. –completou Ariel.

A partir daquele momento, nada valia mais. Não eram apenas nossas vidas em jogo. Era toda uma revolução.

Andamos em torno de metade do caminho até a superfície. Enfim, chegamos à parte considerada restrita. Olhamos em volta, tudo vazio, nenhum sinal de guardas.

Estava realmente muito abafado ali, o calor da superfície transbordava para nós.

Havia em nossa frente uma grande e larga escadaria, e por volta do quarto degrau, existia uma espécie de grade, portão. Corremos até lá.

–Não esperava que funcionasse assim. –Sussurrei.

Talvez eu devesse retirar o que havia dito, pois no momento em que minhas mãos tocaram a grade, as luzes ali se acenderam, e uma sirene começou a soar. Não havia para onde correr, as únicas passagens eram a escadaria e o caminho por onde viemos. O problema, porém, era que homens armados seguiam por aquele caminho. Jack reagiu, tentou correr. Acabou levanto uma bala na perna. Fui a sua direção para ajudar. Não parecia ser uma bala, e sim um tipo de... Tranquilizante.

Fui atingida na nuca. Doía radicalmente. Abaixei-me ao chão. A dor foi ficando cada vez mais peculiar. Olhei para Ariel, e sorri. Eles nos levariam ao castelo do Imperador por tentar rebelar-nos. Provavelmente nos jogariam na superfície, onde receberíamos o apoio do príncipe e dos baixos.

Era exatamente o que planejávamos.

Enfim, desmaiei.


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Notas finais do capítulo

não se esqueçam de comentar e de favoritar!
vejo vocês na próxima :)



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