Uma doce história escrita por Janedoe


Capítulo 8
Um doce sabor antigo


Notas iniciais do capítulo

Esse saiu grandinho e.e mas na verdade como eu tou postando todos de uma vez parece um capítulo só gigantesco, de qualquer forma aproveitem a leitura, amo vcs ♥ e não tou falando pq me sinto super culpada sksks



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À minha volta havia só escuridão, eu conseguia ver a luz roxa cada vez mais longe ... eu estava caindo , só conseguia ouvir o ar silvando ao passar por mim e seguir o seu rumo e pensar que logo eu estaria no fundo de algum buraco como minha mãe sempre dissera. Ah, ela realmente dizia que eu acabaria no fundo de um buraco, um buraco literal e não figurativo, mas essa é uma história desnecessária. Estávamos na parte da queda, quando eu fiquei realmente entendiada de toda aquela queda apesar de estar com medo, afinal se depois de tanto tempo eu ainda não havia chegado ao fundo provavelmente era um lugar bem alto e eu morreria com o impacto... pensava que talvez fosse melhor chegar ao fundo do buraco de um vez.

Cuidado com o que pensa.                  

Atingi o chão quando menos esperava e todo o ar foi retirado dos meus pulmões, eu não conseguia respirar, ouvir e estava meio cega por conta da dor, aquela dor que nem sequer posso descrever fez com que eu me arrependesse de querer estar morta. Morrer doía e não havia tempo pra assistir ao filme da sua vida.

***

—Srtª Anya - chamou uma voz fraca que se tornava mais clara conforme o zumbido no meu ouvido diminuía - Srtª ... me desculpe eu deveria ter prestado atenção... por favor, por favor não conte ao senhor - pedia uma mulher que eu reconhecia bem 

Ela era alta e loira, usava um vestido longo e antiquado que a deixava gorda , um avental e um esfregão em uma mão, Ambre. O ar começou a voltar aos poucos assim como a sensação de algo molhado em minhas costas que continuavam a doer , uma prova de que não fora só coisa da minha cabeça. A mulher ofereceu a mão para me ajudar a levantar mas recusei e me levantei com dificuldade, água escorrendo pelo vestido de boneca até minhas pernas e enfim para o chão que brilhava de limpo e o balde de madeira caído .Só depois de notar o quanto aquele chão era melhor que o da minha casa que resolvi olhar em volta. Minha primeira reação foi me assustar e dar um passo pra trás  escorregando na água mas sendo segurada por mãos fortes.

Girei 180º pra ver quem era ... Um familiar moreno de olhos azuis, apesar de aparentar ser outra pessoa... não resisti à chance de pisar com força em seu pé, Armin soltou um grito surpreso e indignado antes que eu terminasse meu momento de protagonista com um tapa estalado em sua face.  Ele me olhou com o rancor de alguém que apanhou sem ter feito nada mas logo sua expressão suavizou-se.

—Eu vim ver o que era todo esse barulho! - exclamou para a mulher sorrindo pra ela - Você é tão desastrada - riu ele assanhado-lhe os cabelos como se fossem bons amigos ao que Ambre corou e sorriu timidamente, estranhei.

—Não faço de propósito ! - retrucou .

—Sei que não faz, querida, mas deveria se esforçar pra que não acontecesse - suspirou 

—Por que está gritando comigo se quem tropeçou foi ela - choramingou.

—Tudo bem, me desculpe - ele a abraçou e através do abraço vi o sorriso triunfante da loira , aí estava a má e jovem Ambre que eu conhecia.

Soltaram-se e enquanto ela levantava o balde e tentava limpar a água com o esfregão eu andei em linha reta sem nenhum local em mente, só não gostava de vê-los daquele jeito. No entanto Armin logo me alcançou e segurou meu braço para que eu não avançasse mais. Examinou-me por um longo momento me deixando completamente ruborizada ao parar na parte do vestido que aderira a minha pele devido a água.

—O que está olhando ? - perguntei mal humorada, porém antes de responder o moreno tirou o que aparentava ser um gibão de cor azul e o amarrou em minha cintura onde a saia estava mais molhada em uma tentativa de não mostrar tanta "pele".

—O que são essas roupas Srtªa Anya  ? - perguntou desgostoso passando o braço esquerdo sobre meus ombros e me puxando pra si quando alguns homens que caminhavam por ali olharam de maneira estranha para mim . - Sabe que tem um compromisso em breve.

—Não sei de compromisso nenhum e não use senhorita comigo, é tão estranho ... você é estranho - comentei descontraidamente .

—Chegamos - suspirou abrindo uma grande porta de madeira e esperando até que eu entrasse pra fechá-la - O senhor ficará furioso se souber que ainda não está pronta e que andou por aí vestida assim , então é melhor não chamarmos as criadas .

—Criadas ? - perguntei antes de notar a enorme cama de dossel onde logo me joguei aproveitando a maciez do tecido da colcha e os grandes travesseiros macios, quase esqueci minha dor nas costas, quase.

—Rosalya e Violette, sei que diz que são suas amigas porém não deveria tratá-las tão brandamente visto que são pagas para trabalhar e não pra brincar. - parou de falar ao tirar de um baú uma peça de tecido - Assim como a mim, você é .. boa de mais pra mim. 

—O que há com esse clima ? - suspirei, já havia notado que eu não estava no meu próprio tempo, posso aparentar mas não sou uma completa idiota . 

—Este - ele estendeu na cama à minha frente um vestido longo ao estilo medieval, tinha cor de creme com detalhes trabalhos com pequenos cristais e rendas vermelhas 

—É lindo ! - suspirei apesar de não ser muito fã de vestidos.

—Assim como você - Armim sorriu melancolicamente - Agora vista enquanto eu vou buscar sapatos e água quente para que lave o rosto.

Devo dizer que entre, ser jogada em um buraco do tempo, drogada por um lindo homem , abusada psicologicamente por uma mulher sem rosto e ser odiada pelo meu paquera favorito a pior parte de tudo havia sido vestir aquela roupa. Serão horas detalhando cada coisinha mas pra resumir , tinha um monte de pano com mais pano por cima , mangas longas e um corpete e mais pano e laços e pesava muito e no fim Armin teve que amarrá-lo enquanto eu olhava pro chão desejando a morte pra fugir daquela situação constrangedora .

Depois de calçada , limpa e maquiada, Armin tomou meu braço com uma delicadeza que eu nunca esperaria do Armin modo normal. Ele me guiou através de corredores que se assemelhavam muito à fotos do palácio de Versalhes até chegarmos a uma porta dourada. 

—Sorte - desejou abraçando-me e beijando minha testa com carinho - princesa.

Abriu a porta e com meu coração martelando no peito sem acreditar no que acabara de acontecer entrei.


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Notas finais do capítulo

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