Turn Memories On escrita por JMessyMind


Capítulo 2
Capítulo 01: Piloto: De baixo da escuridão de um céu.


Notas iniciais do capítulo

Espero que curtam e comentem a história, é somente a grande introdução desta.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/667956/chapter/2

–SOCORRO! ALGUÉM... ALGUÉM... Me salva! Me salva... Por fav...

–--

Abri os olhos lentamente e puxei o ar forte, sentindo o ar chegar até meus pulmões. Meus olhos recuaram a luz do sol que vinha da janela. Uma mulher dos cabelos louros levantou-se e fechou as cortinas.

–Você acordou Elena? Consegue me ver, ouvir, mexer seus membros? E de mim você se lembra? – perguntou a loira desesperada.

Sorri.

–Sim, estou acordada Caroline. Acho que consigo até correr em uma maratona e acho que não preciso responder a última questão.

–Ufa! – ela suspirou aliviada. – Fique um momento aqui que chamarei o médico. Não se mexa! – Ela aumentou o tom e eu assenti concordando.

Ainda estava confusa, não perguntei à Caroline, mas não tinha a mínima ideia do que estava fazendo ali, toda machucada e com dores até onde é possível de se imaginar.

–Senhorita Gilbert? – Alguém com voz desconhecida pronunciou.

–Sim?

–Olá, eu sou o médico encarregado da senhorita... E... De seus pais... – gaguejou.

–Há quanto tempo estou aqui, Doutor?

–Há dois dias, mas não se preocupe, além da perna quebrada, milagrosamente, a senhorita só deve alguns arranhões no corpo, mas precisamos fazer alguns exames extras para verificar.

–Então está tudo bem?

–Tudo ótimo com a senhorita! –ele sorriu.

–Já posso me levantar? Para ser sincera, estou bem confusa de tudo.

–Ainda é melhor continuar deitada, logo vamos explicar melhor... O que aconteceu. – sua voz falhou por um momento.

O médico estava estranho, toda vez que falava, suas palavras falhavam quando me encarava, algo estava errado... Suspirei e decidi esperar até que me contasse diretamente depois.

–Meus... Pais? Onde eles estão? É muito grave? Posso ir vê-los agora?

Caroline começou a chorar.

–Por que está chorando Carol? Aconteceu algo? –perguntei preocupada. Ela sempre foi muito sentimental, até mesmo com isso?!

–É melhor deixá-las a sós. – o médico pronunciou, retirando-se logo em seguida.

–O que está acontecendo? – segurei suas mãos, que estavam frias.

–Seus...Seus pais, Elena, eles... – ela cobriu o rosto, como se não conseguisse pronunciar mais nada.

–Eu... Eu não entendo, não estou sozinha aqui? Diz-me por que de tudo isso! – gritei.

–Elena, seus pais... Eles... Na hora do acidente, eles... Ali mesmo...

Ela não conseguia pronunciar a frase inteira, mas eu entendi o que ela queria dizer, não queria, mas entendi... Não podia ser verdade, afinal, como eu estou aqui... Sem eles! O que havia acontecido?

Meus olhos encheram-se de lágrimas e comecei a chorar e espernear, meus membros estavam fracos e tudo que pude pronunciar, gritando, foi:

– Carol me diz que não está chorando pelo que estou imaginando! Por f... – De repente, toda a minha visão escureceu. Havia sido sedada.

Mesmo sedada, meu peito doía, não literalmente falando, mas doía... Queria chorar, mas não podia, queria gritar, me mexer, pedir socorro, mas não podia me mover... Estava escuro... Subitamente, estava deitada no meio da rua, encarando o céu, que por mais escuro que estivesse também, não havia uma estrela sequer, pisquei e apareceram duas... Duas...

Mãe, pai, essa noite eu tive um sonho, mas não pude contar a vocês já que saímos de casa tão de repente esta tarde... Sonhei que estávamos todos: vocês, Jeremy, minha irmã, minha filha e ele... Ele também estava lá, e estávamos felizes, sem brigas, sem mal entendidos e paz de tudo e de todos. Depois que Jeremy foi para a universidade e a filha de vocês faleceu, nós nunca mais nos unimos como antes, exceto para essa viagem inesperada que iríamos fazer... Iríamos...

–---

Abri os olhos novamente, desta vez a minha primeira visão foi Carol, mesmo que embaçada por um momento, reconheci sua voz.

–Está acordada?

–Você já fez essa pergunta. –suspirei cansada e algumas lágrimas escorriam pelo rosto. – Como isso aconteceu? Quero dizer... Como estou aqui e meus pais morreram? – enxuguei – as.

–Uma pergunta de cada vez, Elena... –ela suspirou.

Tentei ao máximo para que parassem de escorrer, mas o que posso fazer? Mesmo chorando alto, não consigo e não posso me conformar com isso! Não entendo o que está acontecendo, eu só queria me lembrar... O que fazer com essa dor? A dor de perder quem se ama, de perder uma parte de si mesmo, de estar vazio, perceber que aquelas pessoas que sorriram para você ontem, hoje ouvem seu choro em cima do seu túmulo? Dói tanto! Não posso questionar Deus por isso, não posso me questionar por que ao menos sei o que aconteceu! Estou com raiva! Só quero a minha mãe, só quero meu pai, só quero minha família! Não sei mais o que sentir, só queria chorar, só queria que eu pudesse trocar de lugar com eles, só queria que eles estivessem aqui... Meu choro só aumentava cada vez mais e ao invés de aliviar, sentia meu peito cada vez mais pesado e comecei a dar socos leves nele, mas nada no mundo pode cessar a dor de perder a quem mais se ama no mundo. Caroline abraçou-me forte e ficou em silencio, afinal, palavras não bastariam para atravessar qualquer pingo de lágrima que caísse naquele momento.

Após todo o momento que tive para me conformar, sem ao menos poder sair dali, acabei adormecendo novamente e quando acordava só conseguia encarar um ponto fixo. Meus pensamentos estavam vazios, meu estômago não suportaria qualquer tipo de alimento, talvez até mesmo meu coração se recusasse a bater agora.

Após algumas horas, a curiosidade e ansiedade da Carol falaram mais altas e perguntou-me na esperança de que eu não a ignorasse:

–Elena... Não se lembra mesmo? De nada? De nenhum momento do acidente?

Demorei em processar o que ela disse... Acidente? Sofri um acidente? Mas, o carro que tínhamos estava completamente um enfeite, já que estava com todo o tipo de problema. Caroline chamou pelo meu nome e pronunciei com dificuldade e baixo:

–Acidente?

–Você, Emma e seus pais saíram em uma viagem inesperada...

–Até a minha filha? Onde está ela? Não me diga que ela também... – Caroline me interrompeu.

–Não, ela está bem. Por incrível que pareça, ela só quebrou o braço

Suspirei aliviada.

–Pelo menos isso! – falei com a voz falhada. – ela é quase recém nascida, se alguma coisa tivesse acontecido com ela depois de tudo que passamos por causa daquele idiota e que ela sofreu, realmente não agüentaria.

Caroline olhou com os olhos semi serrados e mordendo os lábios, mostrando sua preocupação com o que havia dito e murmurou um ‘‘recém nascida?’’ para si mesma quando a encarei. Depois de um tempo no qual parecia que estava refletindo, ela quebrou o silêncio.

–Qual a última coisa na qual se recorda?

–De estar voltando para a casa da festa. – agora minha voz já saía mais forte.

–Que festa? –perguntou confusa, mexendo nos seus cachos.

–Aquela tradicional... Da cidade! Aquela que você me arranjou aquele vestido verde!

Ela parecia pensar, como em quase toda fala minha... Talvez, ela demorasse aproximadamente uns cinco minutos para essa afirmação minha, depois que tal tempo passou, arregalou seus olhos claros.

–Elena, em que ano estamos? – Ela perguntou preocupada.

–2009. – respondi segura.

Ela olhou-me quase desesperada.

–Não estamos? –perguntei confusa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Turn Memories On" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.