I Bet My Soul escrita por QueenOfVampires


Capítulo 3
III


Notas iniciais do capítulo

Oooi pessoas! Me perdoem pela demora, estava um pouco travada e sem tempo. Mas enfim, eu consegui chegar o mais rápido que pude.
Mais uma vez quero agradecer a quem apareceu e espero que gostem do capítulo, boa leitura.



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– Recapitulando – Terence falou, olhando fixamente para o nada –: Abaddon está te caçando porque acha que você é mais que um demônio, aliás, você está começando a acreditar nela porque conseguiu derrubá-la apenas com a força da sua mente?

– É isso mesmo. – assenti.

– E mesmo com o Crowley afirmando que ela está mentindo, você está começando a desconfiar... Por quê?

– Porque há uns dias atrás, enquanto eu torturava uma mulher, eu a fiz se sentir como se estivesse em chamas, apenas pensando na possibilidade.

– Ah! Por isso você veio com aquela conversinha de alteração da realidade.

Conversar com Terence era fácil, mas não porque ele era um bom ouvinte ou confiante, mas sim porque ela era um bom aliado devido à sua inteligência.

– Exatamente.

– E onde eu entro nessa história? – ele levantou-se e se aproximou de mim.

– Preciso de um nerd para me ajudar a descobrir o que eu sou. – respondi em tom de provocação – E você é perfeito para isso.

– Certo, vamos ao que interessa...

– Seria a parte do “o que você ganha com isso”? – ergui uma sobrancelha. Obviamente já esperava algo assim.

– Garota espertinha! – arregalou aquele sorriso psicopata tão característico.

– Se Abaddon estiver falando a verdade, então eu sou a coisa mais poderosa andando na Terra no momento... Você não vai querer um lugar ao meu lado?

– E se ela estiver mentindo? Só terei perdido meu tempo...

Interrompi Terence, o puxando pela gola da sua camisa xadrez e o beijando agressivamente, até mesmo para mim. Ele não esperava por aquela ação, de modo que permaneceu parado no primeiro momento até que decidiu retribuir, me empurrando contra a parede de pedras do corredor e derrubando até a cadeira que estava ao nosso lado.

– Você não vai perder tempo... – sussurrei quando ele me largou – Eu garanto.

– E se eu não quiser ajudar? – questionou, dando um meio sorriso e mordendo o lábio inferior inconscientemente.

– Eu tenho outros que podem me ajudar. – o empurrei para o lado e me afastei – Você não é o único nerd que conheço.

– Se refere ao anjo de estimação dos Winchesters? – Terence revirou os olhos.

– Também. – dei de ombros e segui pelo corredor.

Não, não era provocação. Eu realmente não dava prioridade à ajuda dele, poderia conseguir o auxílio daqueles palermas sem nem precisar contar toda a história. E era o que eu pretendia fazer, se contar tudo ao Terence se mostrasse um erro, precisava de aliados fortes para garantir minha proteção e quem melhor do que aqueles dois e o urubu caído?

Após uma noite com singelos pactos, decidi procurá-los na cabana em que o anjo me levara no outro dia. Não podia perder tempo esperando a boa vontade de um demônio... Ou pelo menos o bom senso dele. Para minha sorte, os garotos estavam lá.

– Você voltou? – Dean perguntou erguendo uma sobrancelha e tentando, não tão discretamente, alcançar a lâmina dos Curdos.

– Não, holograma. – dei um sorriso irônico – Preciso de uma pequena ajuda do seu anjinho e dos conhecimentos dele.

– Ele não está no momento.

– Então o chame! – exclamei como se fosse óbvio – Não tenho o dia todo.

– Ravenna, não é tão simples assim. – Sam levantou-se da cadeira onde estava e se aproximou.

– Com certeza não para você, Alce, mas para o seu irmão só basta espirrar que o pinguim chega aqui para desejar “saúde”.

– Podemos saber o que você quer com ele? – Dean se jogou numa poltrona rasgada e empoeirada próxima à uma das janelas quebradas.

– Só tirar umas dúvidas sobre... Mim. – dei de ombros – Aparentemente não sou um demônio.

– Oh! Não? Podemos testar agora mesmo! – o loiro veio até mim com a lâmina em riste.

– Fique longe, Winchester. – o parei, erguendo apenas uma mão, e o joguei contra a parede mais próxima – Lembre-se do acordo.

– Ei! Tudo bem... – Sam veio até mim com as mãos erguidas em redenção – Pode soltá-lo.

Fiz o que a girafa me pediu e larguei o irmão mais velho, que resmungou sobre alguma dor nas costelas.

– Eu quis dizer que não sou um demônio comum... Eu consegui derrubar Abaddon.

– Como assim? – o loiro se aproximou.

Contei todo o acontecimento desde o dia da tortura até a volta para o Inferno com Crowley depois de confrontar o Cavaleiro na encruzilhada, Dean mantinha aquela cara de pateta, quase como se não assimilasse nenhuma palavra do que eu estava dizendo, enquanto Sam apenas fazia aquela expressão de gato encurralado.

– Talvez o Crowley esteja mentindo pra você. – o Alce deu de ombros.

– Ou Abaddon! – Dean passou a sua frente.

– E o que ela ganha com isso?

– Ela! – apontou para mim.

– Então... Vocês vão me ajudar ou o quê? – questionei.

– Se você for mesmo uma mutação demoníaca estranha, sabe que teremos que te matar, certo?

– Bom, você pode tentar...

Antes que Dean respondesse, Castiel fez sua entrada triunfal batendo as asas e fazendo as folhas voarem por toda parte. E ele trazia uma pedra estranha nas mãos.

– Cass! – Sam foi até ele e apontou para o artefato – Novidades?

– Sim... O que ela faz aqui? – o anjo me encarou.

– Vim trazer uma torta de maçã! - dei um sorriso gentil – E o que é esse tijolo aí?

– Nada que te interesse... – ele caminhou até a mesa.

– Seria a tal Tábua dos Demônios? – ergui uma sobrancelha.

Os três se entreolharam, visivelmente preocupados.

– Como você sabe sobre isso? – Sam perguntou.

– Notícias correm... Vocês querem fechar as portas da minha casa, não é?

– Ravenna, por que não vai falar com o Cass o que você tanto queria? – para desconversar, Dean empurrou o anjo pelo ombro e me puxou pela mão até o lado de fora da cabana e depois voltou para dentro nos deixando à sós.

Castiel assumiu aquela expressão, que era bem comum para ele, de desentendido. Aquele anjo me odiava, era tão visível quanto sua falta de noção sobre comportamento humano.

– O que você quer de mim? – ele me perguntou, tentando não deixar transparecer sua vontade de me queimar ali mesmo.

– Se você concordar em me ajudar, espero que no mínimo releve o que sente ao meu respeito. – o encarei seriamente – Não estou com ânimo para briguinhas aqui e preciso voltar para o Inferno o mais rápido possível.

– Não posso negar meus instintos só porque você quer.

– Você não parecia tão rude quando me falaram sobre você...

– Erraram. – ele ergueu o queixo, tentando parecer superior.

– Será? – dei um meio sorriso – Então a Meg errou sobre seu “unicórnio”?

– Eu não estava em toda minha plenitude mental quando convivi com ela.

– Sei...

Ele não falou mais nada, apenas ficou me encarando esperando que eu recomeçasse o assunto e foi o que fiz. Contei tudo que acontecera, pela terceira vez em menos de 24 horas, para o anjo que surpreendentemente desfez a expressão dura e a substituiu por curiosidade.

– Mas eu vejo sua real forma, você é um demônio. – ele afirmou assim que eu questionei sobre o que era.

– Então eu sou um super demônio! – joguei os braços para cima.

– Isso não é bom... – Castiel deu às costas para mim e marchou de volta para a casa.

– Ei! Volta aqui. – tentei alcançá-lo antes que entrasse, mas ao tocar no seu ombro, ele revidou agressivamente e me jogou para longe.

Fui jogada contra o chão e só parei de deslizar pelas folhas ao atingir uma árvore. Certo, existia um limite e aquele maldito ser alado o ultrapassou.

Levantei rapidamente, com os olhos demoníacos já à mostra, e rosnei para ele. Castiel tirou sua Espada Angelical da manga do sobretudo, seus olhos assumiram o azul brilhante e suas asas apareceram com um zumbido agudo ao fundo, ah! Eu odiava aquele barulho de anjos com todas as minhas forças.

– Eu vou acabar com você, nerd. - pulei em cima de uma mesa de pedra que estava se desfazendo ao lado da árvore e tomei impulso para me lançar contra ele.

Ele bloqueou meu ataque, segurou meu braço, me jogou contra o capô do Impala e veio até mim com ferocidade.

– HEY! – Dean apareceu e gritou quando a lâmina da espada estava a centímetros do meu rosto. Aproveitei a distração do anjo e o lancei para longe usando minha mente.

Antes que tivesse chance de se recuperar, o prendi no lugar e comecei a enforcá-lo.

– Eu sei que você não precisa respirar, mas sabe o que eu também aprendi? – soltei um riso divertido – Aprendi a fazer churrasquinho de anjo.

– Boa... Sorte... Em conseguir Óleo Santo! – ele murmurou em resposta.

– Ravenna, solte o Cass! – Sam falou cautelosamente.

– NÃO! – rosnei para o Winchester mais novo – Ele não me largaria! E quer saber? Eu não preciso de vocês e nem desse urubu!

– E o que pretende fazer? Você não pode sufocá-lo até a morte! – Dean deu um passo na minha direção e apontou para Castiel.

– Eu não sou um demônio normal, se tivessem entendido isso, deveriam saber que eu sou capaz de muito mais do que estou mostrando! – voltei a encarar o anjo.

Me concentrei mais um pouco no que queria e um círculo de fogo foi se formando ao redor dele, quando se fechou, o larguei no chão. Castiel caiu ajoelhado, com o rosto vermelho de tanta pressão que coloquei no aperto.

– Son of a bitch... – o loiro sussurrou e se afastou de mim.

Continuei focada e fiz o círculo diminuir lentamente, só para apreciar o medo crescendo naqueles olhinhos azuis. Sam começou a gritar para que eu parasse, mas decidi ignorar. Logo o fogo chegou perto o suficiente para começar a chamuscar o tecido do sobretudo e faltaria pouco para aquele verme ser consumido pelas chamas.

No entanto, eu esqueci momentaneamente dos cães. Faltava muito pouco para fazer anjo frito quando fui atingida por um líquido quente em todo o lado direito do meu rosto. Queimava como se fosse ácido, mas não, era apenas água benta jogada por Dean.

Eu devia saber que aquele maldito iria conseguir me impedir, deveria ter cortado suas gargantas antes. Ou não. Eu precisava daquele seguro na terra e sem mencionar que Crowley arrancaria minhas costelas por isso.

Quando a queimação passou, vi que os irmãos já tinham liberado o anjo e os três estavam me encarando.

– Por que você fez isso? – perguntei ao loiro.

– Porque você ia cozinhar o Cass!

– Ele me atacou primeiro e tenho certeza que ele me mataria se não fosse por você! – marchei até eles – E agora ele está louquinho para acabar comigo... Por medo!

– Você é uma criatura perigosa... Nós temos que descobrir como matá-la. – Castiel encarou Dean – Antes que ela faça o mesmo com mais pessoas.

– Você não vai conseguir nem chegar perto de mim, anjinho. – apontei o dedo na cara dele – Eu queria sua ajuda e não mais um retardado correndo atrás da minha cabeça numa bandeja. E o que você vai fazer? Rastejar de volta ao Céu para fofocar tudo com os outros macacos voadores?

– Espera aí! – Sam impediu que o anjo respondesse – Cass, você ia mesmo matá-la?

– Não sabemos o que ela é! Nem ela sabe, só temos que descobrir primeiro. – pela primeira vez vi um sorriso maldoso em seu rosto.

– Veremos... Você vai se arrepender disso, Castiel. – dei dois passos para trás e voltei para o Inferno.

Fiquei parada por alguns segundos raciocinando e realmente existia a possibilidade daquele anjo ridículo descobrir o que eu era antes de mim. Precisava convencer Terence ou, na pior das hipóteses, ir conversar com Abaddon.

Crowley... Será que ele realmente estava mentindo? Será que ele apenas era o desinformado da história como eu?

Bom, eu poderia perguntar e foi o que decidi fazer. Segui pelos corredores, mas antes de entrar em sua sala, escutei sua voz e a de Terence lá dentro. Eles conversavam um tom mais baixo do que o normal, então fiquei quieta e me aproximei da porta para ouvir melhor o que diziam lá dentro.

– Ela foi atrás dos Winchesters, senhor. – Terence falou.

– Então a nossa pequena Ravenna está realmente curiosa... – o Rei do Inferno o respondeu.

– Sim, ela me pediu que a ajudasse a descobrir a verdade.

– E o que você disse?

– Que ia pensar, mas... Ela disse que poderia descobrir de outros modos.

Crowley deu uma suave gargalhada e então falou:

– Enquanto ela acreditar que é apenas um demônio, é isso que ela será. Não existe nada mais influente do que a mente, no caso dela isso é literal.

OH MEU LÚCIFER! Crowley sabia! Terence sabia! E eles estavam tramando algo relacionado à mim. Então percebi que chegou aquele momento chato em que eu estaria sozinha dali para frente...

Ou não.


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram?
Esse capítulo foi só uma transição, as tretas começam pra valer no próximo. E talvez finalmente seja revelado o que a Ravenna é.
Acho que depois desse capítulo alguém pode até arriscar dar um palpite.
E essa briga com o Cass? Bom, sabemos o quanto ele é teimoso quando quer kkkk
Então, mais uma vez peço desculpas pela demora, prometo que tentarei ser mais rápida com o próximo.
Beijos, aguardo comentários e até mais.



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