Minha História no Mundo Olimpiano escrita por Vencedora de Lesmas


Capítulo 10
Chalé de Éris


Notas iniciais do capítulo

Adorei os reviews e dedico o cap para a minah fã Tijolinha!!! Boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/66782/chapter/10

  O sol visto diretamente queimou meu olhos, o som ruidoso de um dia normal no acampamente furou meus ouvidos e o cheiro atordoante de morangos inundou minhas narinas. Dei um passo a frente, procurando com os olhos alguém que eu conhecia, havia muitos campistas novos, os quais nem o nome eu ouvira falar. Me surpreendi quando vi Nico vindo para cá. Acenei, e ele contribuiu, usava o mesmo jeans escuro e camiseta preta, com o anel de caveira brilhando contra o sol. Sua pele morena sob os cabelos despenteados compridos e escuros.

  - Bom dia - falei sorrindo. Ele sorriu, e não falou nada. Tinha uma expressão triste nos olhos. Mudei minha face seriedade - Venha cá - chamei-o, puxando ele para uma parte mais afastada das outras pessoas. - Me diga, o que aconteceu?

  - Por que você acha que aconteceu alguma coisa? - a voz estava normal, só um pouco carregada de tristeza. Ele franziu a testa e me fitou com interrogação.

  - Nico.....pode confiar em mim - sorri fraternalmente.

  - É que.......hoje seria o dia em que minha irmã morreu e .....- ele confessou,  mas não conseguiu terminar de falar, abaixou a cabeça com tristeza. Eu me aproximei e o abracei de modo protetor.

  - Sei como se sente - sussurei em seu ouvido - Mas ela não gostaria de te ver assim, gostaria? Aposto que ela queria que você fosse forte, seguisse em frente e continuasse seu caminho, como um herói! Sabe, não existem muitos heróis filhos de Hades, e você é um dos mais incriveis que já conheci, senão o único. Mas a questão é, você tem que ser forte e aturar tudo, até a morte de uma ente querida, entende?

  - Você fala isso como se já tivesse acontecido com você - comentou ele. Eu me afastei e sorri.

  - Ah, sim. Meu irmão morreu, e eu nem estava aqui para ajuda-lo por teimosia, eu sou parte da culpa de sua morte. E também já um dos meus melhores amigos ser morto na minha frente, ser torturado e morrer da pior maneira possível.

  Os olhos do Nico aparentevam compreensão. Ele, com certeza, nunca mais me olharia do mesmo jeito. Espero que não duvide de mim, também.

  - Vam'bora?- perguntei feliz.

  - Vamos - respondeu ele, triste, mas abrindo um sorriso.

  Levantei os olhos e comecei a procurar por alguma mancha dourada. Droga de Sol! D-desculpa Apolo! Mas cara, onde estava Odisseu?

  - Nico?

  - Sim?

  - Posso te pedir um favor?

  - Claro - falou, mesmo com um tom de medo e desconcordancia na voz.

  - Ache Percy, Annabeth e Grovere e fiquem esperando na varanda da Casa Grande com Quíron, pode ser?

  - Ahn....ok - respondeu ele sem nenhuma objeção. Sorri e lhe lancei uma piscadela. Ele saiu correndo em direção ao chalé de Atena.

  Ajustei novamente a mochila em minhas costas, ia ser uma caminhada longa e tinha de ser rápida, então fui andando devagar, ironicamente, observando cada novo chalé que foi erguido. Haviam muitos novos, mas um em especial me fez parar. O chalé de Nemêsis me fez engolir em seco. O que posso dizer a seu respeito? Ele era a vingança retratada em arquitetura. Me senti como se tivesse levado um soco na boca do estômago, Nemêsis não era uma deusa legal, sei disso por experiência própria.

  Virei o rosto que parecia estar preso naquela cena sinistra, e fui pega de surpresa por outra coisa, não muito agradável. Embora, tenha chamado minha atenção. Uma casa preta, com detalhes dourados, brilhando um número 15 entrelaçado com os ramos de uma maçã. Maçã? Éris. Deusa da discódia........os filhos dela devem ser bem legais, não? Não vejo o porque de não ir conhece-los. Não me entende a mal, Nico estaria esperando com o resto do grupo, e bláh bláh bláh, mas é melhor ter eles como aliados do que inimigos. Andei até a varanda deles, sentido minha respiração acelerar do nada. Engoli em seco, e um sorriso sarcástico tomou conta da minha boca. Vamos lá. Passei minha mão pela maçaneta, e deixei ela escorregar docemente. Entro assim, ou bato primeiro? e se tiver alguém se trocando lá dentro? Ok, melhor eu bater primeiro. Fechei o punho e ergui o braço. Dei apenas uma batida, para não irritar sei-lá-quem que estaria lá dentro. Ouvi o som de passos de alguém se aproximando. Prendi a respiração.

  A porta não rangiu, por ser nova, e uma menininha a abriu. Ela possuia aparentemente 7 anos, ela era fofinha mas continha um brilhos maldoso nos olhos. Era loira, com longos caichos despencando pelos ombros miúdos, olhos negros. Ela usava uma blusa de manga comprida preta, e uma saia da mesma cor que se alongava até os joelhos. Seu rosto era pálido, pálido não, era branco como pó, e seus lábios eram carnudos e muito avermelhados.

  - Quem é? - perguntou uma voz rouca e masculina, bem madura, a que fez meu coração parar.

  Um cara da minha idade apareceu atrás da menina. Ele tinha cabelos ruivos com mechas pretas arrepiados, o rosto igualmente branco ao da menina, os lábios da mesma cor, embora fossem mais discretos, e com um ar mais grosso. Olhos negros e profundos, os quais me perderam por um tempo. Seus lábios se abriram como se fossem falar algo, mas nenhum som foi emitido. Ele usava uma blusa larga cinza, uma bermuda jeans escura, e um tennis tipo skatista preto e branco. Ele ficou me fitando, impressionado acho. Sorri tentando parecer simpática. A menina olhou para o irmão e depois para mim, ela deve ter achado que estava "rolando alguma coisa" entre nós, porque logo falou, com uma voz rasgante.

  - O que você quer? - uma voz infantil, dócil, mas dita de maneira ameaçadora.

  - Eu diria só dar boas vindas, mas esse seria um motivo idiota, e com certeza vocês iriam me mandar embora, então só vim para me apresentar e dizer que se precisarem de alguma arma é só falar comigo - Sorri, e a menina franziu a testa. O rapaz se adiantou, e meio que jogou ela para o lado, me estendo a mão, e sorrindo de orelha à orelha.

  - Olá, sou Elliot Quarrel - apertei a mão de Elliot - Obrigado, muito legal de sua parte. Você é de qual chalé?

  - Nove, chalé de Hefesto, se preferir.

  - Oh - ele pareceu totalmente surpreso, mas continuou sorrindo - Não sabia que Hefesto tinha filhas, muito menos que elas fossem bonitas.

  Eu ri para não deixa-lo sem graça.

  - É, sou a única filha dele. E bonita? Dúvido muito. - rimos.

  - Eu achei você bonita - comentou ele baixinho, corando levemente. Só então notei que ainda estavámos com as mãos juntas. Soltamos, Elliot virou o rosto para os outros lados com vergonha.

  A menina pirragueou.

  - E você, qual seu nome? - perguntei docemente.

  - Julliet Vengeance- disse cruzando os braços e fazendo biquinho.

  - Belo nome - sorri.

  - Pensa que não sei o que você está fazendo? Está querendo ser legal conosco, só pra gente não tentar te acertar, mas na verdade você não dá a minímina!!!

  - Perdão? - ergui as sombrancelhas. Com quem aquela pirralha pensa que está falando?!

  - Você não quer nos dar as boas vindas e...-

  - Você me conhece? - interrompi - Sabe algo sobre mim? Não. Por isso, querida Julliet, não me julgue antes de me conhecer, depois pode até falar o que quiser de mim, ok?

  - Julliet, deixe de ser mal educada! - repreendeu Elliot, e voltou sorrindo para mim.

  - Ah sim, sou Andressa Bronze, prazer.

  - Bronze? - perguntou Julliet rindo. Elliot mudou sua expressão para pânico, achando que eu iria me zangar com o deboche da pequenina. Eu ri.

  - É, engraçado, né? Ainda mais que sou filha do deus ferreiro, né?

  Julliet me acompanhou na risada. O garoto me olhou com um sorriso bobo no rosto, e uma expressão apaixonada. Ótimo, venho conquistar amigos, e consigo um admirador. Como ele podia ter um gosto tão estranho à sentir algo por mim?

  - Bem, já sabem onde me encontrar - comecei - Agora preciso ir, prazer conhcer vocês.

  - Eu que o diga - sorriu Elliot. Dei um último sorriso e disse um "Tchau".

  Me virei e sai de perto, eles já iam fechar a porta, a tempo de eu acenar rapidamente. Julliet contribuiu o aceno e sorriu para mim. Logo após a porta se fechou com um sonoro barulho de fechadura sendo trancanda. Instantaneamente abixei os olhos para o relógio. O tempo tinha passado muito rápido. Só então me ocorreu algo que teria me polpado de ter vindo até aqui, ou melhor, algo que teria polpado Nico de ter ido procurar Percy, Grover e Annabeth. Chamar Odisseu mentalmente. Como eu sou burra! Cara, pensei chamando-o, vou pra missão, você pode ficar por perto?

  Claro, respondeu ele. Meu trabalho é te proteger, certo? Em seguida veio em minha mente o som rascante de sua risada. Revirei os olhos e bufei, me encaminhando em direção à Casa Grande.



  - Então...... é Rachel, né? - perguntei para a menina peculiar sentada na cadeira ao lado de Quíron. Ela vestia um jeans azul bem claro, e uma camiseta do acampamento, só que com vários detalhes desenhados e pintados. Seus cabelos cor de fogo estavam puxados para trás em um rabo de cavalo. E uma estranha névoa verde a cercava. Essa menina era o oráculo?



  - É - acentiu ela - E você é Andressa, certo?

  Sorri e balancei a cabeça positivamente.

  - Bom - comecei - já conheço o novo oráculo, o qual me parece bem simpático, agora posso dar o fora?

  - Minha querida - suspirou Quíron pela milésima vez, acho - ela tem de ter uma previsão para você e....-

  - Não, obrigada. Prefiro não saber que vou me ferrar no final - interrompi.

  - Quem me dera que fosse assim - disse Sr.D sonhador atrás do seu livro ilustrado de vinhos, sentado como o diretor inútil e gordo de acampamento que possuiamos. Sua Diet Coke intacta no canto da mesa fez meu instinto malicioso dispertar, era só uma maldade, uma brincadeirinha, não iria ser nada de mais!

  - Não devia desejar algo com tanto fervor, senhor– eu sorri maliciosamente para ele, eu iria me conter após o olhar de censura que recebi do mestre centauro - Eu faço suas manhãs mais alegres aqui.

  - Ah, claro, Wanessa Froozen. - disse ele sarcásticamente, os olhos brilhando com fúria, erguidos levemente para mim.

  - Valeu, onçinha - perdi o amor a vida? Não, o cara do vinho não iria me machucar. Ele não pode encostar um dedo em meio-sangues. Doce vitória, doce deleito. Senti que eu iria virar poeira, ou ser enforcada por vidreiras sanguínareas, mas nada aconteceu.

  - Andressa, querida, não prefere perguntar logo ao oráculo? Assim pode ir para a missão que quer ir tão desesperadamente, para voltar e resolver outros assuntos?

  Corei. Como Quíron sabia dos meus outros assuntos? Ah, será que é o sorriso bobo que eu estava implantado quando cheguei aqui por causa daquele selinho?

  - Certo - falei, tentando parecer o mais natural possível - Rach, me diga o que tem de me dizer!

  Vi um sorriso de deboche se repuxar aos lábios da menina, deve ter sido por causa do apelido. Os olhos dela reviravam nas órbitas, o que me fez sentir repulsa. Me deu aflição, o que posso fazer?! Uma névoa verde saiu de sua boca e se juntou à que a cercava. A voz rouca da antiga múmia invadiu meus ouviso como uma pancada.

  "Os cinco novamente iram procurar / Apenas um poderá encontrar

  Aquela que compartilha um amor proibido / Não o deixarás ser destruído

  O objeto inestimável / Será novamente encontrado / E seu herói recompensado  

  Do arder do fogo á frieza do gelo / Cinco novos heróis entraram em desespero"

  Olhei ao redor. Todos com olhos arregalados, com exceção de Quíron, ele permanecia perfeitamente calma, e me dirigiu uma piscadela. Engoli em seco, não sei porque, mas de algum modo, eu conhecia, ou iria conhecer aqueles cinco novos meio-sangues.

  Beleza, tinhamos mais coisas para pensar. Os cinco da primeira linha, somos nós. Mas o que vamos procurar? E somente um vai encontrar...Ok, próxima parte! "Aquela que compartilha um amor proibido"... poderia ser eu, mas minha paixão não é compartilhada. E esse paixão, seja-lá-de-quem-por-quem, não vai ser destruída. Uau, que útil! "O objeto inestimável"....algo muito poderoso, que foi predido, será reencontrado. Mas, somente um de nós será recompensado. "Do arder do fogo".....fogo da pele. De uma noite de amor maravilhosa, poderá resultar em uma desgraça, a frieza do gelo! Cinco novos heróis....dessa noite então irão sair cinco bebês! Desde quando essa história ficou tão pornográfica?! Eu deduzi tudo isso, mas preferi não compartilhar informações.

  - Ceerto....- falei demoradamente - Vamos? Anotaram?

  Todos riram e reviraram os olhos. Grover me deu um soco de leve no braço. Nico tirou um pedaço de papel amassado do bolso e o desdobrou, estava em branco. Peguei uma caneta que estva em um dos bolsos do meu colete e entreguei para ele. ele anotou a profecia e entregou para mim, juntamente com a caneta, a qual ele olhava com desconfiança. Segurei-a entre os dedos e a ergui perante os olhos.

  - It's a pen! - falei fingindo surpresa [ isso é para você que viu o filme The Lighthing Thief]

  Todos reviraram os olhos enquanto eu ria. A drupe pegou as mochilas do chão e jogaram nas costas.

  - Todos prontos? - indaguei.

  Percy sorriu. Annabeth acentiu de modo arrogante, ao mesmo tempo que colocava o boné Yankees na cabeça mas permanecia visível. Nico disse um "Sim" retubante. Grover baliu tristemente, mas eu conhecia bem esse sátiro, ele estava louco pra ir!

  - Bem galera, aí vamos nós - baixeis os olhos para Quíron. O centauro acentiu docemente, sorrindo.

  Nós viramos em direção à colina, onde não estava mais Thalia, a filha de Zeus. Olhei aquela cena com a mesma sensação que tive em meu chalé. Sorri. Agora as coisas iriam ser do meu jeito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, reviews!!! Bjuss!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha História no Mundo Olimpiano" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.