The Most Wonderful Time escrita por red hood


Capítulo 1
I


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo foi feito pela Liv.
OI LINDOS AKJSDLK
Vocês não tem noção de como eu (Red) e a Lívia estávamos ansiosas para postar isso aqui. Espero do fundo do meu coração que vocês gostem, foi tudo feito com muito amor e carinho ♥
E FELIZ NATAL! Espero que tenham um ótimo dia, boa comilança e muitos presentes ♥



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Scorpius não sabia por que exatamente ele gostava tanto do Natal. No início, obviamente, não sabia o que aquilo tudo significava e, depois de vários Natáis (sete, para ser exata), quando sua mãe conseguiu explicar para ele o significado do feriado, Scorpius não se importou muito.

O que os trouxas comemoravam não fazia lá muita diferença para ele.

A casa dos Malfoy (não a mansão, quase assombrada, de seus avós) era muito quieta durante todo o ano. Sua mãe tocava piano, e não era como se ele e seu pai não passassem as manhãs de domingo jogando quadribol, mas eles três não eram lá muito falantes. Claro que havia risadas, abraços e muito carinho. Entretanto, parte de ser um Malfoy é ter elegância e discrição, o que, depois de anos de prática, torna-se parte da personalidade do sujeito.

O pequeno Scorpius tinha cabelos muito loiros, e uma mecha que cismava em cair sobre seus olhos. Os olhinhos cinzas, que brilhavam quando sua mãe sorria para ele e quando seu pai o pegava no colo. Ele era muito inteligente e, quando, em uma manhã de Dezembro, foi acordado por risadas e uma cantoria nem um pouco familiar, tentou sair do berço para ver o que era, pois sabia que devia ter um motivo muito especial.

Astoria subiu as escadas desesperada ao ouvir o forte estrondo e encontrou-o no chão, com o rosto franzido numa carranca que era o prelúdio do choro. Antes que a gritaria começasse, no entanto, ela abaixou-se e o abraçou.

— Como você é um menininho esperto, Scorp — disse, batendo de leve no nariz enrugadinho do filho, fazendo-o desfazer a carranca e rir. – Logo, logo aprenderá a sair do berço sozinho e eu e seu pai teremos ainda mais dificuldade para correr atrás de você por aí!

A sala, antes em tons sóbrios de cinza e verde-esmeralda, agora estava pontilhada por dourado e vermelho. Luzinhas piscando, laços brilhantes, penduricalhos coloridos, doces listrados de carmim e branco, e, ao fundo, um pinheiro enorme. O pequeno Scorpius começou a balbuciar aquelas palavrinhas ininteligíveis que os bebês falam ao ver a grande e desconhecida árvore no meio da sua sala de estar.

Draco estava sentado em frente ao pinheiro, cobrindo sua base com tecidos ricos em fios dourados e veludos vermelhos, quando ouviu a voz do filho. Seus olhos, iguais aos do primogênito, levantaram-se de súbito da sua tarefa para ver a esposa com o bebê no colo, andando calmamente na sua direção. Astoria abaixou-se e colocou Scorpius sentado ao lado do pai, e Draco beijou carinhosamente a testa do filho, que se apressou em segurar as pontas do tecido mais brilhante a sua frente.

— Ele é todo seu — Astoria disse, antes de seguir para a cozinha para preparar o café da manhã do filho, dando um tapinha no topo da cabeça do marido, que arregalou os olhos com aquela frase.

Scorpius tinha pouco mais de um ano e, ainda que o amor de Draco fosse incondicional, vários aspectos da paternidade ainda lhe eram um mistério, o que fazia com que ele se esquivasse de momentos totalmente a sós com o filho. “Não tenho jeito com crianças”, explicava para a esposa que, com seu jeito paciente e amoroso, apenas dava de ombros e proporcionava aos dois esses pequenos instantes de cumplicidade entre pai e filho, estreitando o laço entre eles.

***

A casa, ao final daquela tarde de Dezembro, cheirava a pinheiros e especiarias, e tinha pisca-piscas, lacinhos, quebra-nozes e enfeites em todos os lugares. Scorpius via em tudo um desafio, uma nova aventura a ser descoberta em meio a toda aquela beleza.

Seus pais cantavam Jingle Bell e outras músicas natalinas (algumas das quais sequer eram dos trouxas), e faziam as velas flutuarem pela casa e a neve manter-se congelada sobre os galhos da árvore, com magia. Astoria fazia biscoitos de gengibre que depois dançavam sapateado sobre a mesa de jantar, e Draco encantou a vassoura de brinquedo do filho para que seu cabo parecesse um doce natalino, listrado de vermelho e branco. À noite, eles montavam uma barraca de lençóis no quarto de Scorpius e encantavam as renas de brinquedo para encenar histórias como Rudolph, a rena do nariz vermelho e Grinch.

Scorpius podia não ter maturidade para entender o que era o Natal. Afinal, ele sequer falava mais que “mamãe”, “papai” e “pomo-d’oulo”. O que ele entendia perfeitamente era o amor e a alegria que aquela época do ano trouxera tão subitamente para sua casa silenciosa. Os olhares carinhosos foram trocados por tardes montando bonecos de neve que, magicamente, amanheciam inteiros. O silêncio entre seus pais tornou-se músicas natalinas cantadas com vozes desafinadas, e o rosto de Draco, quase sempre tão sério, nesse final de Dezembro estampava um sorriso constante que quase parecia deslocado em sua face pálida.

Não era nenhum mistério o porquê de esta época do ano tornar-se, tão rapidamente, a preferida de Scorpius.

***

Com o passar dos anos, os Malfoy criaram uma pequena tradição, dividida em três partes.

Scorpius amava a primeira e a última, e sua mãe prometia uma quantidade absurda de doces e brinquedos se conseguisse passar pela segunda com um sorriso educado no rosto.

A primeira era arrumar a casa.

Ele não ajudava muito no início, e, até os oito anos não fazia mais que se embolar nos tecidos e quebrar alguns enfeites de porcelana, que seus pais consertavam rapidamente com o feitiço Reparo. No entanto, a diversão era sempre garantida enquanto eles discutiam como montariam a árvore ou quantas velas ficariam suspensas (ninguém nunca levou a sério a sugestão de colocar mil velas, mas Scorpius a dava todos os anos, mesmo assim). Com pausas para tomar suco de abóbora e comer alguns biscoitos, em mais ou menos um dia, os Malfoy decoravam toda a sua casa, até as janelas de carvalho e a porta de entrada, onde Draco conjurava uma grande guirlanda, que Astoria decorava com laços, maçãs e velas, que também saíam da ponta de sua varinha.

A segunda parte era o jantar da véspera de Natal.

A mansão dos Malfoy também ficava arrumada para o Natal, mas algo na quantidade absurda de pinheiros pelos cômodos ostensivos era opressora. Havia brilho e beleza, provavelmente mais que na sua casa, mas Scorpius não sentia nem um pouco de conforto naquela mansão enorme e fria.

O jantar reunia os Malfoy, Greengrass, Nott e outras famílias puro-sangue escolhidas a dedo por seus avós. Narcisa e Lucius sabiam dar uma bela festa, com mesas esplendorosas e esculturas de gelo impecáveis, porém, nada daquilo se comparava a sala de estar decorada ao som da cantoria desafinada de Draco e Astoria. Não havia vida naquele salão, apenas pessoas ricas e ligeiramente decadentes após a guerra, ostentando sua fortuna com todas aquelas roupas bordadas a rubis e esmeraldas.

Em resumo, aquilo era um suplício.

Astoria não tinha muita paciência para aquilo tampouco, então contava histórias para o filho ou divertia-os apontando para os chapéus ridículos que as convidadas usavam (certa vez, uma delas apareceu com um falcão empalhado sobre a cartola de veludo azul). Draco, por sua vez, mantinha-se quieto, com aquela expressão arrogante que era sua marca registrada e, quando respondia às perguntas de seus pais e familiares, o fazia com o tom arrastado que sua esposa tanto odiava.

A terceira parte era, sem dúvida, a mais esperada.

A manhã de Natal e abrir os presentes.

Astoria acordava Scorpius com beijos, entre os quais murmurava:

— Hora de acordar para abrir os presentes!

Ignorando o cheiro delicioso que vinha dos quitutes natalinos na cozinha, Scorpius dava um beijo breve na mãe e corria escada abaixo, passando voado pelo pai, que o olhava com um sorrisinho admirado e involuntário.

Todos jogavam-se no chão ao redor do grande pinheiro decorado, e Scorpius era sempre o primeiro a abrir os presentes. Uma das caixas estaria, como de costume, cheia de doces da Dedosdemel e de algumas lojinhas do Beco Diagonal. O outro presente era uma surpresa, podendo ser algo das Gemialidades Weasley, um livro encantado ou algo relacionado a quadribol. Fosse o que fosse, seus pais tinham o dom de escolher aquilo que Scorpius nem sabia que queria, mas que o fazia abrir um sorriso que quase dividia seu rosto em dois de tão grande.

Ignorando as varinhas, Draco e Astoria rasgavam as embalagens de seus presentes e ela sempre chorava ao abrir o seu, abraçando os outros dois com força.

Os Malfoy, embora discretos e ligeiramente engessados para expressar seus sentimentos, amavam-se profundamente e, na época do Natal, esse amor escorria deles para cada cantinho da casa, refletindo-se nas decorações, nas comidas, nas canções, e na manhã do dia 25.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Reviews? ♥A próxima será postada ainda hoje, então fiquem ligados ;)



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