Have Yourself a Merry Potter Christmas escrita por L Lara


Capítulo 2
2. Hogwarts, 20 de dezembro, 1977




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Hogwarts, 20 de dezembro, 1977

Lily,

Não apareça para o Natal. Tenho um namorado novo. Aberrações não serão permitidas. Avise papai e mamãe.

Petúnia.

Lily suspirou e afundou um pouco mais no sofá do salão comunal da Grifinória, depositando o bilhete que acabara de ler no espaço ao seu lado. Então a irmã não queria sua companhia para o Natal, o que não era exatamente novidade, a novidade é que nesse ano em particular Petúnia deixara claro em uma carta, trazida por uma coruja. UMA CORUJA. A ruiva daria tudo para ser um animago, uma mosca talvez, para presenciar a cena de Petúnia interagindo com um animal voador, não-doméstico, apenas para fazer com que o bilhete chegasse nas mãos da ‘aberração’, como escrito na carta.

– Talvez seja realmente importante para ela que eu não esteja lá. - Disse para si.

– O que disse, Evans? - Sirius, que acabara de entrar pela porta do salão comunal pôde apenas ouvir murmúrios.

– Não é nada, Black! Absolutamente nada. - Revirou os olhos e cruzou os braços em desagrado quando o moreno fez menção de sentar ao seu lado no sofá, em cima do papel que continha a carta de Petúnia.

– Um bilhete, Evans. - Black puxou o papel antes que pudesse amassá-lo, com um sorriso debochado no rosto. - Não me diga que é do Ranhoso. Sabe, James não vai gostar nada se… - O sorriso se desfez ao ler o conteúdo da carta.

Fingindo não perceber a reação de Sirius, Lily pegou a carta de sua mão e dobrou-a, colocando de volta em um envelope rosa, cujas letras garrafais liam “DE: PETÚNIA EVANS - PARA: LILY EVANS”. Não era para ninguém ler o bilhete, mas de alguma forma ela se sentia grata por ter sido Sirius a lê-lo e não qualquer outra pessoa, já que ele mesmo não possuía a melhor das relações com seus familiares antes de sair de casa. Sirius entenderia, ela sabia.

– James não vai gostar do quê, Black? - Perguntou, mudando de assunto e forçando um semblante severo em sua face - Que eu saiba, eu posso receber bilhetes de qualquer pessoa, do Severus ou até mesmo do apanhador da Lufa-Lufa.

– Não diga isso! - Sirius estremeceu, deixando-se levar pelo novo tópico da conversa - Aquele apanhador da Lufa-Lufa é um troglodita. Prefiro até que você receba cartas do nosso amigo Ranhoso.

– Ele não é nosso amigo, Black. - Baixou os olhos, encarando as mãos. - Não acho que nem meu amigo ele seja mais.

Sirius olhou para a garota ao seu lado, prevendo o rumo que a conversa tomaria, e, antes de Lily encará-lo de volta, ele já tinha seu braço em volta dos ombros dela. Com a mão livre, bateu de leve na cabeça da garota e sorriu, aquele sorriso maroto que só Sirius tinha.

– Não se preocupe com aquele idiota, pequeno lírio ruivo. Você não precisa dele quando se tem a nós…

– A nós quem? - Afastou a mão de Black dos seus cabelos com irritação. E que apelido ridículo era aquele?

– Aos Marotos, é claro! - O tom de voz de Sirius era sério, como se ela tivesse a obrigação saber de quem ele falava.

– Claro, claro. Marotos! Como fui me esquecer? - Não tinha certeza se a ironia de suas palavras foi captada por Sirius, já que esse sorria abertamente. Um sorriso de missão cumprida, talvez. Missão essa que ainda não fora revelada a ela, mas que ela já duvidava que a agradaria.

– Que bom que sabe, ó flor singela e formosa. - Levantando-se, Sirius retirou o braço da posição que a abraçava, ela nem mesmo se apoiou nele uma vez.

Lily pensava se deveria protestar contra os apelidos que Sirius usava, mas pensou que se protestasse, a conversa se prolongaria e ele não a deixaria em paz nunca. Ela não se importava, e até agradecia por Black ter lido o bilhete, mas isso não quer dizer que ela pretendia passar a tarde conversando com ele como se não tivesse nada para fazer. Tinha que mandar uma carta aos pais com alguma desculpa para não voltar para a casa no Natal, afinal, não podia perder tempo com Sirius, missões cumpridas e não informadas, apelidos ridículos e Marotos.

Não foi preciso, entretanto, que Lily o mandasse sair, já que ele ia em direção à porta antes mesmo dela dizer alguma coisa.

– Ah! Só mais uma coisa, doce flor do campo. - Sirius, que estava quase saindo do aposento, virou-se para ela - Dia 24 de dezembro a senhorita está convocada para passar o Natal com as melhores pessoas da face da terra.

– E essas pessoas seriam os Marotos, acredito. - Arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços. Sirius confirmou com a cabeça e sorriu. - Suponho que eu não tenha nada melhor para fazer então... - Antes que Lily pudesse confirmar sua presença, Sirius já estava radiante e deu um salto tão grande que bateu sua cabeça na porta.

– Ouch! - Sirius reclamou, passando a mão pelo local machucado. - Essa doeu. - Lily riu. - Mas valeu a pena! Você não vai se arrepender, liriozinho. Vai ser o melhor Natal de sua vida! Eu te garanto.

Black saiu pela porta contente, até falando consigo mesmo, e Lily podia jurar que ouviu as palavras "encontro" e "casais" seguidas de uma gargalhada. Antes que pudesse pensar no significado daquilo, ela se lembrou que tinha que mandar uma carta aos pais, agora que já tinha a desculpa perfeita, não precisaria mais inventar algo.

"Papai e mamãe,

Petúnia me disse que vai ter companhia no Natal, fico feliz por ela. Infelizmente não poderei passar o Natal em cassa esse ano, meus amigos me chamaram para comemorar com eles e fiquei tão feliz com o convite que aceitei antes mesmo de discutir com vocês sobre isso. Não se preocupem, a partir do Natal que vem estarei fora de Hogwarts e não perderei mais nenhum natal com os senhores. Amo vocês. Lembranças à Petúnia.

Lily."

Lily releu a carta, 'fiquei tão feliz com o convite' soou bem, apesar de não ser verdade, já que ela só aceitara passar o Natal com os garotos porque não tinha mais nenhuma opção e sabia que todos eles passariam em Hogwarts. Remus já havia lhe dito que não iria ver seus pais, Sirius com toda a certeza não iria para casa, a não ser que fosse para os Potters, mas Lily sabia que James também ficaria em Hogwarts então não faria sentido Sirius ir para a casa do amigo e, além disso, Black nunca a convidaria para algo fora de Hogwarts, conhecendo-a bem.

Dando-se por satisfeita com o que tinha escrito, levantou-se e jogou a carta da sua irmã na lareira. Não queria mais saber de Petúnia e já estava se dirigindo ao corujal para mandar a carta que escreveu aos pais.

– Lily! - Alguém chamou quando ela atravessava o pátio, aquela voz ela reconheceria em qualquer lugar.

– Potter. - Cumprimentou séria quando James chegou perto o bastante.

– Almofadinhas me deu a notícia. - Ele parecia animado - Vai mesmo passar o Natal com a gente?

– Bom, esse era o plano. - Respondeu, tentando parecer neutra. - Te incomoda?

– De forma nenhuma, Lily.

– Evans. - Corrigiu.

– Você vai passar o Natal com a gente. E ainda assim não posso te chamar pelo nome? - James fingiu mágoa.

– Não é como se eu pudesse te impedir, você sabe. Tento fazer com que me chame pelo sobrenome há 6 anos. - Reclamou e reparou o sorriso do garoto. Encantador, ela diria, se aquele não fosse o Potter.

– Remus te chama pelo nome...

– Remus e eu estudamos juntos, somos próximos o bastante. - Contrapôs.

– Sirius te chama pelo nome...

– Sirius é impossível. - Revirou os olhos.

– Mas eu não posso te chamar? - James ignorou os comentários dela para chegar ao seu ponto. - Por que?

– Porque não!

– Mas 'porque não' não é resposta. - Potter cruzou os braços e forçou um bico, fazendo-a rir.

– Como eu disse, nada nunca te impediu. - Deu de ombros. - Me chame como quiser. - Quando Potter ia abrir a boca para chamá-la de algo, ela achou melhor acrescentar - Menos aqueles apelidos idiotas que Sirius inventa. Por favor, Lily ou Evans são de sua escolha.

– Eu a chamaria de 'meu doce lírio do campo', não pode? - James abriu um enorme sorriso.

– Não. Lily ou Evans.

– Que tal Potter? - O garoto sugeriu.

– Potter? Acho um bom nome - Fingiu um sorriso doce - Em seus sonhos, garoto. - Deu uma palmada suave na bochecha dele e se afastou.

– Em meus sonhos sempre foi um nome maravilhoso mesmo, mas ficaria melhor na vida real. - Ele disse alto, quando ela já estava longe o bastante.

Lily seguiu para o corujal, não se importando em responder James e seu último comentário. Precisava enviar a coruja avisando seus pais o mais rápido possível.


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