Eu não estava exatamente o que pode se chamar de "com força" para praticar arco-e-flecha, mas ainda assim, precisava provar algo a mim mesma.

Fiz um quase-alvo na parede da arena com uma flecha, e me posicionei a pouco mais de dois metros do alvo.

Atirei.

- Bingo!- Brincou uma voz masculina atrás de mim, eu me virei, Percy sorria.

- Ah, é você...- murmurei, tentando parecer desapontada, mesmo que a presença de Percy- meu amigo- me fizesse sentir segura e acolhida.

- Quem poderia ser?- Ele riu, parecendo se divertir com o meu desânimo.

- Não sei, Percy- eu suspirei.

- O.k, o.k, não vim aqui para brigar- disse ele.- Quíron disse que está na hora de você ver uma co-

- Não, obrigada- cortei-o.

- Mas, Aly-

- Não, obrigada- repeti.

- Alysson Sword!- Agora ele me fitava profundamente com seus olhos verdes.- Não é exatamente uma escolha-

- Eu sei- murmurei baixando a cabeça.- Eu sei o que é Percy... eu... estou com medo- pisquei para reprimir uma lágrima.

- E- Ei- ele gaguejou.- Não chore!

- Eu não estou chorando- eu o fitei.

- Precisamos ir Aly...

- Não- disse eu, por instinto apontei o arco para ele.

- Abaixe isso- disse ele pondo a mão no bolso provavelmente para pegar sua caneta.

- Não vou ver aquilo.

Ele revirou os olhos.

- Como você sabe o que é?- Indagou.

- O oráculo não é? Não gosto daquilo.

Ele arregalou os olhos.

- Como você-

Eu continuava a apontar o arco para ele.

- Vá embora- murmurei.

- Você quer brigar?- Ele tirou a caneta do bolso e a destampou, revelando quase 90cm de puro bronze celestial.

- Não tem como eu brigar com você de espada, Percy, minha arma é de longo alcance- eu sorri.

- Mas, não sei se você percebeu, estamos bem próximos um do outro- eu não sabia se deveria atacá-lo, corar ou falar alguma coisa, me mantive em silêncio, dei um pulo para trás e atirei contra ele, que correu até mim, me dando uma ombrada que me fez cair.- Vamos fazer um acordo?- Disse ele comigo no chão.

- Que acordo?- Perguntei.

- Se eu ganhar, você vai visitar o oráculo, se eu perder, você não precisa fazer nada que não queira.

Eu sorri maldosamente.

- Certo- murmurei me jogando para trás e atirando outra flecha nele, que desviou com dificuldade e se pôs a correr atrás de mim. 

Eu lhe lancei outra flecha, ele rolou, ficando do meu lado, e me atacou. Eu me defendi com o arco e o lancei para longe com um chute.

Percy me olhava com fúria, coisa que eu nunca vira ele fazer, avançou contra mim como um jogar de futebol americano. Realmente, ele tinha razão, estávamos muito próximos, e eu estava em desvantagem.

Com esse último pensamento, ele me lançou no chão com um chute na perna direita e colocou a espada em meu pescoço.

- Ganhei- dessa vez, foi ele quem sorriu.

Eu tive uma leve vontade de cuspir em seu rosto, mas me contive.

- Agora vamos- disse ele.

Ele estendeu a mão para me ajudar a levantar, mas eu o ignorei e me levantei sem ajuda alguma.

Ele pigarreou.

Nós nos dirigimos à casa grande, e como se tivessem prendido pedras aos meus pés, subi as escadas até o sótão, onde meu pesadelo me esperava.