Darkness Heiress escrita por HannahHell


Capítulo 11
Capítulo 11:Catherine Black Riddle




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Estavam novamente na frente daquele orfanato. Mesmo depois de tantos anos, o lugar parecia o mesmo. Quase algo atemporal, Criado apenas para ser tão aterrador e sem esperança para seus residentes. E que isto nunca iria mudar.

O Dumbledore da memória, que usava um terno de veludo bordô era mais parecido com o Dumbledore do presente. A única diferença era a falta de uma ou outra ruga e a sua mão direita ainda estava em perfeitas condições.

Harry estava confuso. Não havia uma razão aparente para que ela estivesse no mesmo orfanato que seu pai havia sido criado. Ou melhor, não havia razão para ela estar em qualquer orfanato. O lógico seria que ela tivesse sido criada pelos parentes mais próximos. Em outras palavras, os Malfoy.

“Você deve estar se perguntando o porquê dela ter parado no mesmo orfanato que o pai fora criado, não é?” Dumbledore indagou enquanto a sua versão mais jovem era atendido.

“Sim, ela não deveria ter ficado aos cuidados dos Malfoy?”

“Certamente, mas Voldemort a deixou na porta desde orfanato quando ela tinha apenas um ano. Eu calculo que ele quisesse que ela provasse o quão apta a ser sua herdeira ela é. Então providenciou que ela tivesse a mesma criação dele. Se ela se tornasse alguém como ele, passaria no teste, se não...” Dumbledore limpou os óculos na roupa e só voltou a falar depois que os colocou de volta”, mas aparentemente ela passou no teste com louvor.

Eles acompanharam o Dumbledore da lembrança e viram que o lugar por dentro também não havia mudado em quase nada. Até mesmo o escritório da diretora era o mesmo. Uma mulher magricela, de meia idade e cabelos negros salpicados de fios brancos, o recebera com um sorriso cansado.

“Diretor, o senhor faz isso parecer algo bom” Harry observou.

“Você já reparou como a taxa de psicopatas homens é bem maior que psicopatas mulheres?”

“O que isso tem a ver com o assunto?”

“Tem tudo a ver, mulheres são mais ligadas a emoção enquanto os homens à razão. Para uma mulher ignorar os sentimentos é muito mais difícil que para um homem.”

“Desculpe senhor, mas acho que naquela garota, tirando arrogância e sadismo, não existe mais nenhum sentimento”.

“Exato. Isso prova que ela pode sentir” Dumbledore sorriu e voltou sua atenção á conversa entra as memórias.

“Ela foi deixada numa cesta com apenas uma carta dizendo: “Esta é Catherine Black Riddle, e este é seu aniversário de um ano”. Eram cinco hora da manhã do dia primeiro de janeiro. Fora isso, não havia mais nenhuma informação sobre ela e ninguém nunca veio procurar por ela” a mulher contou, ao diretor que obviamente perguntara sobre a história da garota.

“E como ela é? Seu comportamento, quero dizer” o senhor sorriu amável e interessadamente.

“Nada que eu disser vai interferir na matrícula dela?” ela olhou para o homem que apenas negou com a cabeça “certo. Ela não é muito normal. Bem quieta e manipuladora. Quero dizer ela consegue que os coleguinhas a sigam e a obedeçam como se ela fosse algum tipo de líder. Mas ela sempre esteve interessada em desafios. Fez artes marciais e se graduou ano passado, ganhou diversos campeonatos de luta, xadrez, esportes até mesmo poker. Nos esportes ela sempre fora escolhida como capitã era estranho, e um acidente estranho ocorreu e tenho certeza que ela estava envolvida”.

“Mesmo?” o diretor arqueou uma sobrancelha curioso.

“Ah sim, o pomar não poderia ter pegado fogo sozinho em plena primavera e ela foi a última a passar por lá, mas nunca a peguei no flagra e fora este incidente nada mais estranho ocorreu. Mas tenho que acrescentar que ela tem um dom com as palavras. Essa garota já me manipulou diversas vezes”.

“Interessante” Dumbledore murmurou para si e encarou a mulher “posso conhecê-la?”

“Ah sim, me acompanhe” a mulher se levantou e o diretor a acompanhou, sendo seguido por Harry e Dumbledore. Andaram pelos corredores até chegar num lance de escadas que levava ao segundo andar e lá, passaram por algumas portas antes da diretora parar na frente da porta do quarto da Riddle e socou a porta algumas vezes “Catherine, você tem visitas” berrou.

Instantes depois a porta se abriu e uma garota alta para seus onze anos, cujos cabelos caiam em ondas negras nas suas costas e olhos mais escuros ainda encarava o visitante e a diretora extremamente entediada. Ela abriu um pouco mais a porta para que a mulher pudesse ver alguns jovens mais ou menos da idade dela sentados no chão numa roda  “podemos terminar de jogar?”  ela deu um sorriso simpático “por favor” completou piscando lentamente os olhos em falsa inocência.

“Não sei” a mulher se virou para o velho “o senhor está com pressa?”

“Um pouco...”

“Cinco minutos?”– a morena ampliou o sorriso e ergueu a sobrancelha.

“Contados no relógio”.

“Ótimo” a porta se bateu e alguns murmúrios ininteligíveis foram ouvidos, quatro minutos depois todos que estava no quarto saíram, o último fechando a porta atrás de si “podem entrar” a garota chamou de dentro assim que o relógio marcou o final dos cinco minutos.

A mulher abriu a porta e fez um gesto para o diretor entrar “este o  Senhor Dumbledore. Ele quer falar com você” apresentou e se retirou fechando a porta ao sair, deixando Dumbledore e Catherine a sós.

Catherine estava sentada naquela cama sem nenhuma graça, colcha cinza que se mesclava com as paredes e a cortina poeirenta, na parede á frente do móvel estava um armário de duas portas de madeira escura e do lado da cama um pequeno criado-mudo de igual madeira onde um despertador descansava.

Ela embaralhava um baralho velho distraidamente e mal olhou na direção do velho,só reconhecendo sua presença quando a porta foi fechada e ela sentou-se de pernas cruzadas de frente para ele “escolha uma carta” estendeu o baralho para o diretor.

Dumbledore sorriu intrigado e pegou uma carta, era um nove de paus, já um tanto desbotado pelo tempo, decorou qual carta era e a protegeu discretamente contra qualquer magia antes de devolvê-la para a garota sem que ela visse.

Catherine apenas pegou a carta com um sorriso enigmático e a colocou na perna, embaralhando entediada e aleatoriamente o monte de cartas remanescente em sua mão. Dumbledore, por sua vez, não tirava os olhos da carta que descansava na perna dela. Ela tirou uma carta do baralho e a mostrou para o diretor, sorrindo arrogante ao ver a reação do mesmo.

Era o nove de paus.

Harry olhou incrédulo para a carta nas mãos dela e depois para a carta ainda virada e intocada na perna dela. O diretor pegou a carta e a virou, era uma rainha de copas.

“Como ela fez isso?” Harry olhava impressionado enquanto o diretor fazia a mesma pergunta, intrigado. Ela deu apenas uma risada cheia de escárnio.

“Achou mesmo que poderia me enganar, senhor Mago?” ela desdenhou com um sorriso cínico “eu soube o que você era no momento em que o vi, pessoas normais não tem tanto poder dentro de si, sabia?”

“Mas como você fez isso, eu protegi a carta contra qualquer magia.”

“Claro que protegeu” ela sorriu mais ainda “por isso que eu não usei mágica, apenas um truque barato e comum, a mágica de verdade está aqui” ela virou as cartas do baralho para que ele pudesse as ver, todas elas, sem exceção eram noves de paus.

“Foi uma boa mágica” Dumbledore deu de ombros ao comentar isso para Harry como se explicasse a si mesmo “ela se mostrou surpreendentemente esperta”.

“O que te traz aqui?” ela guardou o baralho na caixa e o jogou embaixo do armário.

“Meu nome é Alvo Dumbledore”  ele deu um sorriso simpático “e sou um bruxo assim como você...”

“Senhor, eu não perguntei quem você era, e sim o por que você veio”  ela deu um sorriso arrogante “imaginei que alguém como o senhor seria um pouco mais inteligente” completou com uma voz falsa e doce.

“Eu sou o diretor de uma escola para bruxos e bruxas” ele continuou um tanto desconcertado pela impetulância da garota “e vim convidá-la a freqüentá-la” tirou um envelope das vestes e o estendeu para ela.

Ela levou alguns minutos para ler tudo que havia na carta antes de deixá-la de lado e encarar Dumbledore com um sorriso enviesado “onde compro meus materiais?”

“Nós bruxos usamos uma moeda diferente, então a senhorita pode precisar de dinheiro, há um fundo especial para alunos que não podem pagar por seu material...”

“Novamente” ela o interrompeu claramente desapontada “o senhor tem algum problema de audição? Sua resposta não condiz com a minha pergunta. Eu tenho dinheiro suficiente para pagar qualquer matéria”l.

“Mesmo?” o diretor parecia surpreso e desconfiado, nada naquele quarto parecia indicar que ela tivesse qualquer quantidade significativa de dinheiro.

Ela sorriu como se estivesse esperando por esta pergunta todo aquele tempo e, com um aceno de cabeça uma das portas do armário se abriu.

Ao invés de sapatos e roupas, haviam muitos troféus, campeonatos de artes marciais, xadrez, damas, alguns concursos de feiras temáticas, muitos troféus que muito provavelmente forneceram prêmios generosos em dinheiro.

“Como pode ver, eu tenho o dinheiro, o que nos leva a minha pergunta anterior, onde poderei comprar meus materiais e trocar meu dinheiro?” repetiu numa voz paciente como se estivesse falando com uma criança.

“Senhor, como deixou que ela permanecesse te tratando assim?” Harry inquiriu curioso.

“Bem... Acho que ambos estávamos nos testando. Veja bem, Harry, ela respeita apenas quem se iguala ou supera ela e, até aquele momento eu estava me mostrando inferior, ao passo que eu queria ver do que ela era capaz e o quão parecida com seu pai ela era”.

“Ela é bem mais arrogante”.

“Exato”.

“Caldeirão Furado, eu poderia te dar direções mais exatas possíveis, ou poderia a acompanhar, acho que tenho um tempinho antes do meu próximo compromisso” ele permaneceu sorrindo simpático como se as atitudes dela não o tivessem irritado ou sequer afetado.

Ela permaneceu em silencio, pensativa olhando dele para a carta, mas perecia estar bem longe dali.

“Senhorita Riddle?” Dumbledore a chamou sorrindo e ela voltou a o encarar indiferente.

“Sim?”

“Você esqueceu de guardar uma carta” ele apontou para a Rainha de copas que estava virada para baixo esquecida no criado-mudo.

“Realmente” ela pegou a carta, mas quando a viu reparou que era um Ás de Espadas. Deu uma risada baixa e fez a carta desaparecer “você também sabe fazer truques”.

“Embora você tenha mudado a face das cartas, no fundo elas continuam sendo as mesmas, aquela era a carta que você me mostrou como sendo o nove de paus”.

Ela começou a rir, algo que pareceu estranho aos ouvidos do senhor. Ela estava achando a situação verdadeiramente engraçada e, por isso essa risada pareceu tão estranha. Era uma risada de verdade, seguida por um sorriso verdadeiro, algo que ele nunca suspeitou ver no rosto de um Riddle.

“Receio que aprendi uma lição valiosa hoje” ela comentou ao voltar para sua maneira inexpressiva de sempre “talvez deva aceitar seu convite como uma maneira de me desculpar pelo meu tratamento anterior”.

“Talvez a senhorita deva” ele sorriu simpaticamente, mas no fundo ele estava muito surpreso e contente com a maneira pela qual a situação se desenrolou “vamos?”

“Devo pedir que o senhor me espere do lado de fora, tenho de me arrumar”.

“Certamente” o bruxo sorriu mais uma vez e se dirigiu para a porta.

“Só preciso de cinco minutos” ela avisou antes dele fechar a porta do quarto ao sair.

Ao voltarem para o escritório do diretor, Harry estava um tanto surpreso, havia recebido um número enorme de informações num curto espaço de tempo e aprendido que Catherine era ainda pior com onze anos do que com quase vinte e um.

“Então, o que essas duas lembranças nos mostram?” – Dumbledore indagou depois de se sentar em sua cadeira e acenar para que Harry se sentasse também.

“Que Voldemort era pobre, insociável, um ladrão, odiava seu nome, era muito arrogante e era uma criança muito estranha e introspectiva” Harry enumerou.

“Um bom resumo” Dumbledore ponderou “mas acho que você esqueceu do fato dele perturbar seus colegas e usar seus poderes para vingança, repreensão e manipulação”.

“Ele era um nerd que agia como valentão” Harry tentou fazer uma piadinha, mas reparou que o diretor não entendeu muito bem o conceito de nerd e valentão.

“E quanto a Catherine?”

“Ela era competitiva e claramente gostava de vencer, sua noção de troféus era bem mais legal e rentável que a de Voldemort, aparentemente tinha um relacionamento mais saudável com os outros, usava seus poderes para manipulação, mas também para alimentar seu ego, que já era bem inflado desde aquela época. E ela claramente gosta de parecer que sabe mais do que qualquer um e acho que não preciso mencionar a impetulância e falta de respeito com os mais velhos”

“Realmente, você entendeu bem essa menina de onze anos. Consegue ver quais as diferenças mais importantes nos dois momentos?

“Ela acreditou na hora que era bruxa e aceitou que você a levasse ao Beco Diagonal”.

“Exato, mas acho que o fato dela ter visto que eu era digno de respeito e de ser capaz de rir também é importante” Dumbledore sorriu “entendeu agora o que eu disse sobre mulheres serem mais ligadas as emoções que os homens? E como isso prova como ela nos é útil e até mesmo confiável?”

“Entendi, senhor”.

“Muito bem. Agora acho que já está na hora de ir dormir” o diretor bateu as mãos animadamente e assistiu Harry se levantar.

“Senhor, ela irá mesmo nos ajudar a acabar com Voldemort?”

“Harry você reparou uma coisa? Ela gosta de ser sempre a melhor e acabar com Ele é o melhor jeito de mostrar isso, não é?”

“O senhor está certo. Boa noite”.


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Notas finais do capítulo

Hey, este é um dos meus caps preferidos e um dos caps que eu tava mais louca para escrever.
espero que gostem.
e não se esqueçam das reviews *-*