Caçadores de Bruxas. escrita por Killua


Capítulo 2
A sombra solitária e o destino travesso.




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No momento que eu fiz a brilhante decisão de abrir a porta, eu vi um homem. Mas não um homem qualquer, ele usava uma máscara, muito parecida com a do Zangado, porém, era um milhão de vezes mais assustadora. Por instinto, fui para trás. Eu não conhecia aquela pessoa, mas eu sabia o suficiente para perceber que, gente boa não era. Ele se aproximou lentamente, e puxou meu braço. Eu tentei inutilmente me debater, para ele me soltar. Estava doendo... No mesmo momento que eu soltei um grito ensurdecedor, alguém quebrou a janela. Só vi um garoto que aparentava ter a mesma idade que eu, quebrando a janela com os pés. O homem que me segurava, soltou um 'tsc' irritado, e saio correndo pela porta, sumindo de minha vista. Eu estava tentando analisar a situação em que me encontrava, mas de algum modo ou de outro, não tinha a mínima coerência com a realidade. Olhei para o lado, e aquele garoto estava olhando para a porta, concentrado. Eu resolvi falar alguma coisa, pela cara dele, ele parecia saber exatamente o que estava acontecendo aqui.

– O-o que acabou de acontecer?- Apontei para a porta, de boca aberta- Pera, jovem, você não se machucou não? Tu deu de cara na janela!

– Você consegue enxergar ele?

– Ele quem?

– O homem com a máscara.

– Óbvio né. Achou que eu fosse cega?

– Não, mas podemos dizer que ele não é visível para todos.

– Como assim?

– Bom, você aparenta realmente não saber nada. Mas como você conseguiu o enxergar, vou te explicar. Só que outra hora, estou ocupado no momento. Até mais.

– E-ei!- Ele pulou pela janela, que havia quebrado- Ele pulou... Pera, ele pulou? Eu to no quinto andar!

Saí correndo em direção á porta, e olhei atentamente para baixo. Ele não estava mais lá. Jesus, Deus, Maria, o que acabou de acontecer aqui?

– Eu devo estar sonhando. Isso, com certeza é isso!- Me belisquei- Nada acontece...

Bom, pensei só ser alucinações que eu havia criado, então desci para ver se estava tudo bem. Levantei do chão, limpei meu vestido, e desci as escadas cuidadosamente. Quando cheguei no último andar, não tinha ninguém. Porteiro, visitantes, órfãos, nada. Decidi ir ao quarto da chefe, para saber exatamente o que tinha acontecido, ou melhor, se o que eu vi, era verdade ou não. Quando cheguei lá, bati na porta cerca de umas cinco vezes. Não havia resposta. Decidi entrar. Quando eu coloquei a minha mão na maçaneta, e abri a porta. Eu hesitei por um segundo, quando vi aquele número de corpos no chão. Saí correndo em direção ao primeiro que estava ali. Coloquei minha mão no queixo dele, para ver o batimento cardíaco, não havia resposta. Estava claramente morto. Mas o mais estranho, era o fato de não haver sangue. Corte, ou qualquer tipo de arranhão.

No momento em que meu olho bateu naquela situação, eu tentei muito manter a calma. Afinal, não havia sentido nenhum no que estava ocorrendo. Respirei fundo, contei até dez... Talvez o que eu tinha aprendido naquela família, seja o suficiente para eu reencontrar com aquele garoto, e obviamente, pedir informações. Fechei os olhos, e me desliguei do mundo afora. Tentei localizá-lo, nem que um pouco. Eu finalmente consegui encontrar sua presença, depois de uns 5 minutos. Enquanto eu corro em direção ao prédio, em que ele se localiza, eu explico para vocês o que eu acabei de fazer. Como vocês sabem, eu não fui órfã desde o nascimento. Eu tinha uma família, bem... Não muito normal. Depois que minha família morreu, eu vim para esse orfanato, e uma outra família me adotou, para ser mais exata, uma família de assassinos. Eles me ensinaram o básico do assassinato, e depois morreram no fracasso de roubo, e eu voltei para cá. Bom, isso de sentir a presença foi um dos fatores. Mas, vocês perguntam: Como eu não percebi a presença do cara mascarado? Isso é simples. Eu não estava com medo dele, eu estava com medo do fato dele não ter presença. Claro que dá para ocultá-la, mas era impossível de tão perto e naquele nível. Podemos dizer que somente uma pessoa poderosa demais conseguiria fazer aquilo.

Chega de explicações, cheguei ao meu destino. Fui correndo ao elevador, e subi até o terraço. Quando cheguei lá, eu percebi aquele garoto, deitado olhando diretamente para o céu. Aparentemente ele não estava dormindo, então provavelmente já sabia que eu estava ali. Me aproximei, e falei com um pouco de receio:

– Olá, parece que nos reencontramos, não é mesmo?- Falei, cruzando os braços.

– Boa noite, aparentemente sim.- Ele deu um sorriso.

– Creio que você poderia me explicar o que aconteceu ali, não é mesmo?

– Posso, mas isso não é o que se diz para qualquer um por aí.- Ele me olhou sério.- Eu irei te dizer sobre isso, somente se você me responder uma pergunta.

– Depende da pergunta...

– Okay, lá vai então... O que são bruxas na sua percepção?

– Bruxa é o nome dado a uma mulher que supostamente teria pacto ou poderes demoníacos, uma feiticeira que pratica a magia negra, a bruxaria.

– Bom, mais ou menos isso. Você acha que é possível, elas realmente existirem?

– Pensei que era só UMA pergunta... Obviamente não. São somente personagens de conto de fadas. Isso é cientificamente impossível. Ou vai me dizer que tudo o que aconteceu foi obra de bruxas?- Falei ironicamente. Porém, ele fez um sinal de '' sim'' com a cabeça...- Uhum, senta lá Cláudia.

– Bom, irei explicar para você então, já que a senhorita não parece uma pessoa normal.

Ele se levantou e me olhou nos olhos. Por um momento, me senti enfeitiçada pelas cores intensas de seus olhos heterocromáticos.


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