Lory acordou com o telefone tocando, levantou-se e foi na sala atende-lo.

- Alo. - falou com a voz embargada.

- Mana! - disse uma voz alegre do outro lado da linha.

- Greg? - era tão bom ouvir a voz do irmão mais novo.

- Quem mais? Te acordei?

- Acordou, mas não tem problema.

- Então troca de roupa e vem me pegar aqui na rodoviária.

- Já está na cidade?

- Algum problema eu ter vindo mais cedo?

- Claro que não! Me espera ai, que eu chego em 1 hora no máximo. - depois de pensar um pouco ela continuou. - Você não veio sozinho, veio?

- Não, um amigo me trouxe e ele vai ficar com agente, pode?

- Claro! Se é amigo seu também é meu.

- Então vem logo que eu estou com saudades.

- Está bem... já vou...

Um tempo depois, Lory chegava na rodoviária, seu irmão estava a sua espera ao lado de uma mala e assim que a viu correu para abraça-la.

Greg tinha apenas 8 anos e era muito esperto para sua idade. Ele tinha os cabelos tã ruivos e os olhos tão verdes quanto ela.

- E então tampinha, cadê seu amigo? - ela perguntou bagunçando os cabelos do menino.

- Ei! Não sou tampinha! Ah! Ele está bem ali! - apontou para o homem de cabelos castanhos escuros e olhos dourados vestindo um jeans azul claro e uma blusa marrom contrastando com a pele branca. Lory sabia que o conhecia mas não lembrava de onde.

- Lory! - disse o homem aproximando-se com os braços estendidos para abraça-la enquanto surgia um belo sorriso em seus lábios.

Aquela voz... não podia ser ele, e se fosse... como estava diferente.

- Petter? - disse confusa sentindo os braços fortes envolta de seu corpo.

- Quem mais seria? - ele colocou um pouco de espaço e beijou-lhe na bochecha.

- Não acredito! Menino, você mudou muito!

- É, andei malhando, namorar um personal trainer dá nisso.

- Então está namorando... vai ter que me contar essa história direitinho.

- Será que as duas moças podem fofocar em casa? To morrendo de fome. - disse Greg com uma cara emburrada que fez os outros dois rirem.

- Está bem, vamos.

Os três foram tomar café numa lanchonete e depois foram para casa de Lory.

- E a mamãe e a mana? Como estão? - Lory perguntava ao irmão, sentados no sofá da sala.

- A mamãe está bem. Ela tem se dedicado ao almoço de ação de graças, a mana está triste porque ainda não conseguiu engravidar.

- E... o papai? - perguntou ela receosa.

- Ele tem trabalhado bastante e está prestes a fechar mais um contrato. Maninha por que não volta para casa? Todo mundo sente saudades de você. - ele perguntou inocente.

- Não teria tanta certeza, faz mais de 3 meses que a mamãe ou nossa irmã não me ligam, eu tentei falar com elas, mas a mana está preocupada demais com a imagem do marido dela e a mamãe sempre faz o que o papai manda. Você é o único que ainda quer me ver. - disse deixando uma lágrima escapar.

- Maninha, não chora, eu te amo. - falou ele abraçando-a.

Petter entrou na sala e ao ver a cena correu para amparar a amiga.

- Ei, não fica assim, nós te amamos, lembra? - disse ele confortando-a, Petter foi o que mais a apoiou quando tudo aconteceu, Greg tinha apenas 6 anos na época, para Lory tinha sido muito difícil morar longe do irmão, a quem era muito ligada.

- É, vocês têm razão, anda, o dia está lindo, vamos sair. - ela forçou um sorriso e levantou-se.

- E para onde? - perguntou Petter. - esqueceu que temos uma “pessoinha” de menor e ainda nem passou do almoço.

- E o que que tem eu ser menor de idade? - o menino perguntou.

- Nada não tampinha. - falou Petter com um sorriso.

- Faz um tempo que não passeio com a Nyx, podemos ir no jardim botânico.

- Eles aceitam animais? - perguntaram os dois juntos.

- Aham, podemos almoçar por lá mesmo. - ela disse e depois de um tempo já estavam saindo.

Nyx ia na frente, toda feliz, as vezes puxava e outras parava, Greg tentava guia-la enquanto Lory e Petter seguiam conversando.

- Mana, vou ali comprar um sorvete. - Greg disse contente.

- Está bem. - ela podia vê-lo, mas num rompante, Nyx saiu correndo para o lado o arrastando.

Lory estranhou e apressou-se em ir atrás deles. Pôde ver sua cachorra parada cheirando um outro cachorro. Um enorme rottweiller preso a uma coleira e de focinheira. O homem que estava junto era, nada mais nada menos, que Aron, os olhos dele cintilaram ao fitar a moça ruiva que vinha em sua direção.

- Lory! Quem bom vê-la por aqui! - ele abriu um sorriso que fazia as mulheres suspirarem.

- Senhor Spark! - ela o cumprimentou.

- Que isso, apenas Aron, por favor. - disse fitando-a

- Pelo visto já conhece minha cachorra. - ela desviou o olhar.

- Então, essa é a Nyx. - ele abaixou-se um pouco e afagou a cabeça do animal. - e esse cavalheiro é...?

- Meu irmão Greg, Greg, Aron é o meu patrão.

- Aqui somos apenas amigos. - mas em seu íntimo Aron desejava ser mais que amigos.

- E esse é meu amigo Petter.

- Prazer, Aron. - estendendo a mão para cumprimenta-lo.

- Prazer, Petter. - falou imitando o gesto.

- E esse aqui é...? - Lory abaixou-se para o cachorro negro.

- Caos, ele é de Adam.

- E você que o leva para passear?

- Adam está ocupado, ele chegou tarde ontem e acabou se atrasando para uma reunião hoje, e como estava atoa resolvi sair um pouco.

Lory lembrou-se do beijo e de Adam a levando até a porta de casa.

- Mas... já almoçaram? - Aron continuou.

- Ainda não, nos acompanha para comermos algo? - perguntou ela gentilmente.

- Seria um prazer.

- Foram almoçar num restaurante ao ar livre, Aron era um perfeito cavalheiro e até Greg percebeu o interesse dele em sua irmã.

- Ei, você tem namorada? - o menino não se aguentou de curiosidade.

- Greg! - Lory e Petter o repreenderam.

- Não, estou solteiro. - Aron riu para o garoto. - Pelo menos até o momento.

- Pra namorar minha irmã tem que ter minha aprovação. - falou ele como se fosse o pai de Lory.

- Senta ai Gregório Filho, tua irmã já é bem crescidinha. - Petter o chamou pelo nome verdadeiro que deixou o menino irritado.

- Desculpe Aron, meu irmão não pensa antes de falar.

- Não tem problema, gosto da espontâniedade dele, e para ser sincero, também faria a mesma coisa se tivesse uma irmã tão bela.

O comentário fez Lory corar e tanto Greg quanto Petter ficarem com uma expressão surpresa diante da cantada tão “discreta”.

- Bem, eu adorei ter passado esse tempo junto de vocês mas o dever me chama. - ele disse levantando-se junto de Caos.

Aron insistiu em pagar mas no final acabaram dividindo a conta e depois foi embora. Os outros três voltaram para casa e assim que Greg foi tomar um banho, Petter perguntou:

- O irmão de Aron é tão bonito quanto ele?

- Não sei, são gêmeos;

- Gêmeos? Quer dizer que existe outro deus grego como aquele andando por ai?

- Na verdade, Adam tem olhos verdes e cabelo um pouquinho maior.

- Amiga, como consegue trabalhar e não agarrar nenhum dos dois?

Lory riu e Petter continuou a falar. Conversaram durante um bom tempo para poderem colocar o assunto em dia e depois foram descansar para no domingo poderem sair com Rosa, Nina e Robbie.