Servos e Humanos escrita por Ed Henrique


Capítulo 8
Serva de Ártemis


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus nekos. Nesse capítulo é hora dos Servos de Ártemis se manifestarem.



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Ártemis (Kushina): – Ártemis se tornou a deusa da vida selvagem e da caça. Seus cabelos eram negros e tinha olhos escuros, ao contrário de Apolo, ela era a deusa da noite enluarada. Como era uma caçadora, desprezava a companhia de homens, prometendo ser eternamente virgem. Possuía um arco e flecha como os de Apolo, só que prateados. Apesar de portar o arco, a deusa é protetora dos animais. deusa da caça, castidade, animais selvagens e luz. Vive em uma floresta no Olimpo com seus Servos, por isso é conhecida por ser anti-social.



01/04/2015, uma semana depois.

Uma semana havia se passado desde que Naruto deixara a Hyuuga plantada esperando. Quando Naruto fora falar com ela, estava cheio de band aids pelo corpo, ataduras e coisas similares. Seus ferimentos causados contra monstros desapareciam, mas era diferente caso lutasse contra um Servo dentro da barreira. Não podia dizer o que houve para Hinata, que fora atacado por um Servo do deus da guerra, então teve que dizer que se envolveu em uma briga e acabou daquele jeito. Poderia ter dito que fora assaltado ou algo do tipo, mas não queria mentir para ela. Não queria começar algo com mentiras, mas estava longe disso.

Hinata estava irritada, zangada, frustrada, chateada, triste e... triste. Não esperava que seu primeiro encontro, que aliás foi – ou não foi, né? – com o garoto do seu primeiro beijo, terminasse daquele jeito: sem nem começar. Em resposta, ficara sem falar com o loiro por uma semana, pois para si, se meter em uma briga não era motivo o suficiente para deixá-la sozinha, plantada esperando.

Naruto questionara Sai sobre o aparecimento dele, mas o mesmo não quis, não podia, dizer nada. Mesmo que houvesse interferido levando Kiba, os outros sabiam que ele tinha obrigações para com seu deus, então apenas pediu desculpas por não poder revelar nada e avisara que punira o garoto por ter agido por conta própria.

Ino contara para o loiro que fora ela quem o salvara. Infelizmente, fora obrigada a presenciar uma parte sem interferir. Já estava interferindo demais com relação a ameaçar Shion e apagar a memória de Sasori. Ficara com Hinata a maior parte do tempo, esperando ela lá do alto, mas quando viu que o garoto não aparecera, fora atrás dele e viu a luta de mãos atadas.

Para aqueles que não eram Servos, Naruto havia largado Hinata sozinha e isso os deixara com raiva do loiro, que nem podia exigir nada, afinal, eles não sabiam a verdade. Apenas os Servos da fraternidade sabiam que ele havia sido atacado por Kiba, que não aparecera na escola no dia seguinte, talvez por obra de Sai, que diz tê-lo punido.

09/04/2015, uma semana depois.

Com o tempo, a raiva dos outros já havia passado, e Hinata tinha perdoado Naruto, em partes, nunca esqueceria o primeiro encontro e como ele nunca acontecera, porém, não podia ficar irritada com Naruto o resto da vida.

Infelizmente, o clima já não estava mais tão bom assim para relacionamentos. Sasuke começara a investir e Sakura, mas demorara bastante – desde a semana passada – para ela enfim aceitar sair consigo, sem compromisso, como ela dissera. Na verdade, estava até um pouco empolgada. O Uchiha não era feio, pelo contrário, era um gatinho, mas ela precisara manter o foco, nada de se deixar beijar ou ele acharia que seria fácil, e a última coisa que queria era outro Sasori na vida.

Para outros, as coisas não andavam tão bem. Gaara continuava a gostar de Ino, mas por mais que a garota demonstrasse saber, ela não dizia nada ou correspondia. Perguntava-se se ela era do tipo difícil que gostava que os garotos lutassem por ela. Bom, já ouvira que ela tinha namorado por Sakura, mas ele não estava ali, estava em qualquer canto do mundo – azar o dele, ia ser posto para escanteio... uma hora.

Neji e Tenten finalmente começaram a namorar, digamos que depois do incentivo, certo Cúpido, ou certa Cúpido, dera graças a Afrodite por, enfim, eles terem saído no que seria um encontro de verdade, não para verem uma luta ou algo do tipo.

Porém, enquanto alguns caminhavam, outros estavam tão devagar que se podia dizer que estavam parados. Naruto e Hinata. Depois do último ocorrido, não tinha mais clima nenhum para paixões ou convites para sair, se ainda se falavam era muito, tamanho o clima tenso no ar.

Era quinta, mas toda a turma estava em aula, e com isso Naruto e Sasuke. Finalmente a matéria do primeiro bimestre sobre mitologia nórdica havia acabado, e agora poderiam voltar a assistir às aulas, que já estavam até sendo interrogados o porquê da falta.

Com os livro em mãos ou na mesa, alguns assistiam a aula, outros dormiam, sem ânimo nenhum para história no primeiro tempo de aula, ele, pessoalmente, sabia tudo que precisava saber sobre “mitologia” grega, então assistia a aula com certo tédio.

– Como podem ver pelo livro, hoje começaremos pelo herói grego, Hércules, se é que podemos chamá-lo assim. – falou o professor com o livro em mãos enquanto ia de um lado para o outro na sala. – Alguns devem saber que Hércules era um semideus, filho de Zeus com Alcmena. Mas, será que ele era mesmo um herói? Hoje falaremos sobre os Doze Trabalhos de Hércules e a causa deles. As pesquisas mais recentes sobre os Doze Trabalhos mostram que Hércules não havia sido envenenado, como diziam os gregos, mas que na verdade estava embriagado.*

– É mentira! – todos ouviram a voz de Sasuke e o barulho da cadeira sendo arrastada, chamando a atenção da turma para si. Naruto, assim que ouviu, levantou também, tentando acalmá-lo. Por ser Servo de Zeus, ouvir alguém falar daquela forma de Hércules, filho do seu deus, o irritava.

– Sr. Uchiha e sr. Uzumaki, não apareceram na minha aula o inicio do primeiro bimestre inteiro, e agora se levantam para atrapalhar a aula? – perguntou, fitando-os. Sakura tentou puxar Sasuke para se sentar, porém, o garoto parecia irredutível. – Já que acha que o que estou dizendo é falso, diga-nos, sr. Uchiha, o que acha que aconteceu? – Naruto, que estava de lado, olhou para o amigo, pedindo visualmente para que ele não exagerasse.

– Com o ódio da deusa Hera sobre si, quando ainda era um bebê, Hércules, ou Herácles, matou cobras enviadas pela deusa para matá-lo, contudo, não satisfeita, a deusa continuou a tentar se livrar do fruto de uma das traições do marido, e foi assim que começou os Doze Trabalhos. – disse. – Ela dera um veneno – fez questão de dar ênfase – especial para um humano, veneno que fora posto na bebida do herói grego e que o fez perder o controle, tendo ilusões e imaginando inimigos onde não haviam, por fim, acabou matando sua esposa e seus filhos que estavam presentes no momento. Para receber o perdão dos deuses e da própria família, Hércules ganhou doze missões, Doze Trabalhos, que foram: 1° O leão da Neméia, 2° A hidra de Lerna, 3º A captura da corsa, 4° O javali do Erimanto, 5° A limpeza das estrebarias de Áugias, 6° Os pássaros de Estínfalo, 7º O cinto de Hipólita, 8° Os cavalos de Diomedes, 9° Os bois de Gerião, 10° O touro de Creta, 11º Os pomos das Hespérides e 12º Cérberos o cão do inferno. – a turma estava impressionada, de boca aberta até.

– Muito bom. Vejo que todo esse tempo matando aula não foi atoa, afinal. – disse. – E o senhor, sr. Uzumaki? – o loiro se virou para o professor. – O que pode nos dizer sobre O Voo de Ícaro?

– Dédalo e seu filho, Ícaro, foram jogados no labirinto que o próprio pai construiu, pois o rei deles os viu como traidores, pois descobrira que fora Dédalo quem dera o fio à princesa Ariadne, que por sua vez deu a Teseu que conseguiu escapar do labirinto com ele. No labirinto, Dédalo teve uma ideia após olhar o céu, e construiu um par de asas para si com penas das aves que foram abatidas, e logo depois fez o mesmo para o filho. – disse. – Antes de partirem o pai avisou ao filho que não chegasse perto demais do sol, porém, extasiado pelo voo, o garoto só fez subir cada vez mais, até que voou acima das nuvens. Por querer subir cada vez mais alto, vendo isso como uma prepotência humana de querer tocar o sol, ele foi castigado pelo me... pelo deus Apolo, desculpa, que queimou a cera das asas de Ícaro e o fez cair no mar, morrendo afogado. – disse. – O pai do garoto o enterrou ali perto, em uma ilha que batizou de Ícara.

– Muito bom, também. – em questão sobre seus deuses, Sasuke e Naruto não perderiam para nenhum humano. – Agora, da próxima vez que quiserem bancar os engraçadinhos sabem tudo, lhes mandarei em uma passagem só de ida para a secretária. Sentem-se! – falou sério.



– Não acredito que vocês deram uma aula sobre mitologia grega na sala de vocês e eu perdi. – disse Ino, reunida no refeitório com os amigos.

– Você tinha que ver, loira, eles falaram como se fossem verdadeiros estudiosos no assunto. – falou Tenten.

– Aposto que sim. – a garota lhes lançou um olhar sugestivo.

– Alguém tem planos para a tarde? – perguntou Neji.

– O mesmo de sempre. – a mesa respondeu em um quase uni som, exceto por Naruto, o que o fez receber olhares.

– A-acho que eu vou sair. – disse.

– Hmm, com quem, com quem? – perguntou Sakura.

– Depois eu quem sou a curiosa.

– Mas é, Ino. – Temari falou.

– Um homem não pode sair sozinho? – perguntou o loiro.

– Não! – seus amigos responderam em uni som.

– E vocês, Sasuke e Sakura, quando vão sair para um encontro de novo, hein?

– Não foi um encontro. – disse Sakura, corada.

– Sakurinha do meu coração, todos nós sabemos que foi! – falou Tenten.

– Pessoal, só saímos juntos como bons amigos. – o moreno falou, mas a verdade era que ninguém, e isso incluía ele, acreditava naquilo. – Tá, talvez eu tivesse segundas intenções, e ainda tenho, mas não aconteceu nada demais. – a rosada corou e o plano do Uchiha dera certo. Ser firme e direto, sempre funcionava.

– Admitiu! – disse Shikamaru.

– Felicidades ao casal. – brincou Hinata.

– Não estamos juntos, Hinata. – repreendeu Sakura.

– Ainda! – a garota corara, de novo.

– Para de colocar coisa na cabeça dos outros.

– É apenas a verdade.

– Que lindo, Sakura, ele foi acertado pela flecha do Cúpido. – disse Ino e, deixando invisível, materializara uma aurela em sua cabeça, como se fosse um anjo, fazendo os Servos da mesa rirem.

– Outra que foi contagiada pela matéria de história do bimestre. – falou Gaara.

Servos e Humanos –

Como toda tarde, estava no seu trabalho, cuidando de animais, dando comida ou banho. Era só mais uma tarde normal.

– Pode entrar. – disse ao ouvir o barulho de sinos, o enfeite da porta.

– Licença. – ao ouvir a voz da pessoa, virou imediatamente para a porta, dando de cara com ele ali. – Então é aqui que se esconde todas as tardes?

– Não me escondo, trabalho. – respondeu um pouco rude, porém, deixara escapar. – O que faz aqui? – perguntou, estranhando a presença do garoto. – Não vejo um animalzinho em suas mãos. – a menos que ele estivesse na mochila em suas costas.

– Vim te buscar para sairmos. – sorriu gentil.

– Hinata, quem... – a patroa dela apareceu no local – é?

– Sou Naruto Uzumaki, vim saber se posso sequestrar sua funcionária para um encontro.

– Que amor, você é o namorado dela?

– Infelizmente não. – disse.

– Claro, podem ir.

– Eu não disse “sim”. – falou a Hyuuga.

– Hinata, olha que fofo seu amigo. – foi até ele, parando atrás do mesmo, mexendo no seu rosto. – Ele veio aqui só para te chamar para sair. Se você não for eu vou! – brincou.

– Sabe o que é, Hana-sama, eu não tenho roupa.

– A Tenten mandou roupa para você. – retirou a mochila, estendendo para ela.

– Estão conspirando contra mim, é isso?

– Não estão conspirando contra você, estão conspirando para você! – disse a sua chefe. – Agora vai se trocar. Não saía daí. – a mulher empurrou a garota até o banheiro nos fundos da loja.

Servos e Humanos –

Depois da última vez, Naruto decidiu ir junto com Hinata, assim não corria o risco de ser atacado e largar ela esperando, de novo.

Propositalmente, Tenten escolhera a mesma roupa da primeira vez para a amiga: um vestido azul-claro com uma sandália branca. Também usava brincos pequenos com formato de uma estrela, não esquecendo das luvas, que estavam em suas mãos, como de costume.

Já o loiro, usava uma camisa laranja, calça cumprida preta, assim como o tênis. Em seu pescoço, um colar azul-esverdeado.

Como Ino estava aposta no primeiro encontro deles, – que não aconteceu – dessa vez o loiro a pediu para não ir. Como sabia que suas flechas não funcionavam consigo, ela teria que acertar a Hyuuga, e ele queria a conquistar sozinho.

– Naruto. – chamou Hinata, enquanto caminhavam em direção ao cinema.

– Eu.

– Por que você e o Sasuke ficavam matando aula de história? – não era a melhor maneira de se começar uma conversa em um encontro, porém, uma coisa levaria a outra.

– Não gostamos muito de ouvir histórias sobre deuses mitológicos, só os gregos, então combinamos de não assistir as aulas, na verdade, nem precisávamos assistir desse bimestre também. – explicou. – E você, tem alguma mitologia que goste?

– Não acredito nessas coisas. Acho que são apenas histórias antigas criadas para explicar os acontecimentos! – tá, estava aí algo que eles não tinham em comum, mas não podia culpá-la, afinal, para os humanos, deuses gregos não existiam.

Naruto e Hinata, após assistirem ao filme, O Exterminador do Futuro: gênesis, que o loiro estava impressionado por ser tão bom, seu primeiro filme. Ambos passearam pelo shopping, comeram pizza paga pelo loiro, juntara o dinheiro de Servo e tinha até o suficiente para comprar um presente para ela, mas isso ficaria para uma surpresa no final. Depois de muito passearem, seguiram para o terraço do local, onde podiam ver a cidade e o sol quase se pondo.

– Er, está gostando? – perguntou, olhando para o horizonte e, de vez em quando, olhando-a.

– Muito! – sorriu, apreciando a paisagem.

Vendo que as mãos dela estavam sobre o parapeito, assim como as suas, lentamente, sem retirar os olhos do horizonte, chegou sua mão direita cada vez mais próximo da dela, e quando a tocou, sentiu sua marca brilhar, afastando a mão na mesma hora e tampando com a outra.

A garota estranhou, mas achou que ele apenas estava tímido, então continuou olhando para sua frente.

Olhou em volta, procurando onde estaria o monstro. O terraço estava cheio demais para invocar o mapa, e se tivesse que lutar ali, seria problemático. Ouviu um rosnado e abriu a barreira, achando o inimigo. Correu na direção dele antes que o mesmo atacasse alguém no terraço, mas parou assim que ouviu um grito. Quem poderia estar se mexendo na barreira?

– U-um... lobo. – a voz de Hinata o assustou, e olhou para ela, a vendo no mesmo lugar olhando para o animal, assustada. O monstro pareceu reparar na presença da Hyuuga e correu em sua direção.

– Nem pensar. – colocou-se na frente, invocando suas roupas e arma, as luvas de Hefesto, e segurando a boca do animal. Começou a levantar a boca do bicho, porém, o mesmo pulou para trás, impedindo que o loiro terminasse o trabalho de dividir o animal em dois, mas fora o suficiente para quebrar a mandíbula dele, não abriria aquela boca para atacar, e um lobo sem dentes, é o mesmo que um peixe fora d’água.

O monstro foi em sua direção, e ele fizera o mesmo, dando lhe um soco assim que estava em seu alcance. Pobre classe B, tivera o azar de tentar atrapalhar o encontro dele.

– Naruto?

– Você está bem? – virou-se para ela.

– Você... Aquilo...

– Hinata. – foi devagar na direção dela.

– Não se... – bateu no parapeito e se desequilibrou, caindo para trás.

– HINATA. – o loiro correu para segurá-la, e enquanto sua mão direita ficava no parapeito, a esquerda segurava a direita dela. Por ela estar com a luva, sua mão começou a escorregar, até que a mesma escorregou de vez, porém, Naruto fora mais rápido e soltara a outra mão, usando os pés para se segurar no parapeito, e a usara para segurar a de Hinata.

Pôde ver. Na mão direita dela, a que a sua direita segurava, o desenho de uma folha, uma marca, da deusa irmã gêmea de Apolo, a deusa oposta a seu deus, o símbolo das Servas de Ártemis.

Se pudesse, riria. Estava explicado o motivo dela resistir a si e a seu Talento, era Serva da deusa Ártemis, deusa protetora dos animais e da caça. Ser uma Serva também explicava ela resistir ao beijo e poder se mover na barreira. Mas infelizmente, não podia rir naquele momento. A garota por quem estava apaixonado, o que explicava também o fato dele sentir que era errado o beijo, estava em perigo.

– Não me solta. – pediu. Suplicou.

– Eu não vou! – tentou puxá-la, mas sua marca, assim como a dela, brilhou, rejeitando-se. As mãos foram afastadas, e ele arregalou os olhos quando a viu cair. Soltou os pés, indo atrás dela, que no desespero, se debatia. O loiro colocou as mãos para trás próximo ao corpo, tomando mais velocidade e a alcançado, segurando-a e a abraçando, ficando por baixo dela, de costas para o chão. Graças a Deus estarem no térreo e ele ser muito alto, mas o chão não estava longe. Vinte metros. Quinze metros. – deus Apolo. – fechou os olhos com força, e quando deu por si, estava com os pés no chão junto a ela, ainda abraçados. Olhou para o alto, vendo os últimos raios de sol e sorriu para o mesmo. – Obrigado. – sussurrou. – Você está bem?

Ainda assustada com tudo o que acabara de acontecer ali, a garota se afastou dos braços de Naruto, olhando-o.

– Eu... – sem responder nada, saiu correndo, e quando o loiro iria atrás, o sinal da rua se abriu. O sinal e a rua estavam foram da sua barreira, então primeiro a desfez, para depois voltar a correr atrás dela.

Servos e Humanos –

Andando sem rumo, seguiu para onde seus pés a levaram. Não conhecia a cidade toda como a palma da mão, entretanto, assim como teve uma sensação quando foi largada por Naruto, teve a sensação de estar indo para casa, mesmo que ela fosse composta de madeira e grama.

Agora que o vira lutar contra um lobo e ambos caírem do último andar de um shopping, e mesmo assim sobreviveram, perguntava-se se a briga em que o loiro se envolvera era essa. Se ele estava lutando contra uma daquelas criaturas em vez de ir ao encontro.

Parou de correr assim que percebeu que havia chegado na grama, cercada de árvores. Respirou fundo e sentou-se na grama, sem se importar com o vestido, apoiando-se na árvore.

Ouviu o barulho de passos, vendo que um animal ia em sua direção, um lobo. Assustada, tentou se levantar, mas escorregara e caíra sentada. Não poderia correr, mas como dizia o ditado: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Pensando ter escapado de um lobo para morrer na mão de outro, viu o animal cambalear para o lado e cair no chão.

Sem pensar duas vezes, correu na direção dele, ajoelhando-se ao seu lado. Pelas marcas em seu corpo, havia se envolvido em várias brigas, mas dessa vez perdera. Era um alfa, agora sem bando. Talvez o certo fosse dizer que era um ômega.

Não possuía nada para tratar dele, então apenas colocou a mão em seu pele castanho, com cuidado, para ele não pensar que ela o faria mal. O bicho não parecia ter mais forças para lutar, estava fraco demais, o que não significava que ele não pudesse lhe fazer mal ainda. Pelo contrário, sentia que ele não a faria mal, só não sabia o porquê. Sorriu para o lobo, como se tudo fosse ficar bem, mas a menos que o animal se recuperasse por si só, o que sua experiência com os primos dele, os cães, mostrava, não seria assim.

Surpreendeu-se ao ver que o animal parecia mais disposto, como se suas energias estivessem sendo renovadas. Seus ferimentos começaram a cicatrizar, e se perguntava o motivo. Aos poucos, o lobo tentou se levantar, até que estava de pé na frente da garota, sarado.

– Como...? – o lobo a lambeu, fazendo cócegas na garota. – Também gostei de você, – disse rindo – mas para, faz cócegas. O animal parou, ficando na frente de Hinata e rosnando. Pelo que conhecia dos lobos, eles possuíam um ótimo nariz, então ele devia farejar o lobo inimigo.

– Sabia que estaria aqui, Hinata. – bom, de certa forma era um lobo, mas não chegava a ser um inimigo. – É Serva de Ártemis, afinal.

– Tudo bem, amiguinho. – acariciou o pelo do animal, acalmando-o. – Ele não vai te fazer mal. – queria poder ter dito aquilo, entretanto, não sabia o que Naruto realmente faria.

– Acho que eu não conseguiria fazer carinho em um lobo assim. – confessou, olhando a cena. Era lindo como Hinata cuidava do animal como se fosse apenas um cachorrinho. Aliás, era Serva da deusa dos animais, o que explicava sua ligação com eles, mas ela, daquele jeito, parecia até uma ninfa guardiã da floresta.

– Bom, você luta com eles. – disse, e o lobo se deitou sobre as pernas da garota.

– Eu preciso te explicar muita coisa! – falou. – Vamos para casa? – chamou-a.

ouviu a voz em sua cabeça.

– O que você disse?

– Vamos para casa. – repetiu.

– Não, eu ouvi um “não vá”. – olhou para o lobo, mas não podia ter sido ele, podia?

novamente a voz.

– De novo.

– Algumas Servas de Ártemis podem falar com animais. – explicou. – Realmente tenho muita coisa para explicar.

– Não quer que eu vá, amiguinho? – perguntou, acariciando-o e o lobo pareceu balançar a cabeça em negativa. Pera, o lobo balançou a cabeça em negativa? – Desculpa, mas eu preciso ir. Prometo vir te visitar todas as tardes, tudo bem? – o lobo a lambeu em concordância, levantando e ela fez o mesmo. – Vamos?

Servos e Humanos –

Depois de voltarem para casa de um encontro frustrado, – pelo menos aconteceu – foram para o quarto da perolada, e Naruto contara toda a verdade para a garota. Começara pelo básico, os deuses do Olimpo existiam. Depois contou o básico sobre os Servos, falou sobre os que viviam ao redor dela, sobre o Cúpido, sobre Sakura ser uma deusa ou semideusa, exceto sobre Shino. Também explicara sobre sua marca, mas não conseguia explicar o porquê dela não se lembrar.

– Eu me sinto péssima. – falou, após o loiro contar que havia faltado ao encontro com ela por causa de Kiba.

– Não se sinta, você não tem culpa. – disse. – Como eu expliquei, você não sabia de nada sobre ser uma Serva. – o loiro estava sentado na cama de Tenten, enquanto Hinata na sua. Era incrível como o quarto delas era arrumado. O seu e de Sasuke era uma bagunça só. – Olha, – saiu da cama, ajoelhando na frente dela – sei que nosso encontro não acabou como eu planejei, mas eu quero que saiba que eu sinto muito. Não devia tê-la exposto ao perigo daquele jeito.

– Tudo bem. Você me salvou de uma morte horrível! – sorriu gentil.

– Posso fazer um pedido egoísta? – perguntou.

– Um pedido?

– Posso te beijar? – perguntou, fazendo a garota corar. Também estava corado, mas não a beijaria sem a permissão dela, não como na última vez.

– P-pode. – Hinata não pôde evitar de corar, assim como Naruto de abrir um largo sorriso. Chegou seu rosto cada vez mais perto do dela, e quando estava perto o suficiente, beijou-a.

Mesmo sabendo que era errado, beijou-a. Mesmo sabendo que não devia, beijou-a. Mesmo sabendo que algo dizia para não fazer, beijou-a. Não queria pensar em mais nada, se preocupar com mais nada. Queria apenas continuar beijando-a como estava fazendo. Colocou sua mão direita sobre a dela, mas suas marcas os afastaram, porém, mesmo elas não impediam o beijo. Novamente levou sua mão sobre a dela e, dessa vez, suas marcas apenas emitiram um brilho, não os afastaram.

Hinata levantou sua mão e colocou sua palma junto com a dele, para logo depois entrelaçarem os dedos, enquanto ainda se beijavam.

Ouvir o barulho da porta sendo aberta os afastou, assustados, vendo o garoto ali parado.

– Neji. – falou Hinata, normalizando a respiração.

– Olha, não é o que parece. – o loiro se levantou, caminhando na direção dele. – A gente estava conversando e...

– Barreira. – invocou, indo na direção do loiro, que ficara surpreso por ouvir aquela palavra em grego, mas não mais surpreso do que quando Neji já estava na sua frente com a palma aberta com os dedos para baixo. O garoto colocou os braços para frente, defendendo-se do ataque, mas fora forte a ponto de jogá-lo contra a parede e o fazer cuspir um pouco de sangue, caindo no chão em seguida.

– Neji! – Hinata falou, indo até o loiro.

– Então é verdade? – sussurrou. Não esperava que a garota pudesse se mover dentro da barreira, o que só confirmava suas suspeitas: Hinata havia recuperado a memória ou voltado a ser uma Serva.

– Naruto. – preocupada, balançou-o, tentando acordá-lo. Pensou no que fez com o lobo e, se possuía poderes de cura, ou Talento, como o loiro dissera, seria uma boa hora para ele se manifestar, não? Sim. Sua marca brilhara, como com o lobo, e o loiro começou a reagir.

– Até o Talento voltou. – observou. Com um pouco de dificuldade, o Uzumaki se sentou com a ajuda dela, enquanto Neji desfazia a barreira.

– Por que fez isso? – perguntou a Hyuuga.

– Você recobrou a memória?

– A memória? Não, por quê? – perguntou. Então sua marca havia sido ativada, porém, não havia recobrado suas memórias. Parte de si estava feliz, ela não precisava se recordar de tudo, mas também estava feliz por ela voltar a ser uma Serva, não precisaria mais esconder as coisas dela, entretanto, também estava preocupado. Não sabia o que seria dela agora.

– Não sei o que fez, Naruto, – foi até ele, ajudando-o a se sentar e o levando para a cama – mas desculpa por te atacado de repente. Fiquei com raiva.

– Se eu soubesse do que, seria bom. – disse.

– Foi por descobrir que a marca da Hinata foi reativada. Como pode ver, – amostrou a mão direita, onde havia uma marca nela, igual à de Hinata – eu também sou um Servo de Ártemis e nossas marcas são conectadas. Sou do tipo que usa o poder dos animais, enquanto a Hinata é do tipo que os entende e os cura.

– Isso explica o lobo. – falou ela.

– E você trabalhar em uma clínica veterinária, mas não explica como me curou.

– Não sei como funciona com os Servos, mas os humanos não evoluíram do macaco?

– Me sinto ofendido.

– Então se sabe sobre mim, sabe minha história, certo? – perguntou.

– Desculpa, mas não tenho autorização para falar disso. Já que o Naruto te contou, é outra coisa, mas só posso dizer que você foi punida e tem que viver aqui, na Terra, como humana. – disse.

– Punida por quê? – perguntou o loiro.

– Isso eu não sei. Todos os envolvidos tiveram a memória apagada. – respondeu. – Quando eu dizia que te considerava uma prima, estava falando sério, você é minha prima. Quando soube do que aconteceu e que você seria mandada para cá, pedi para nossa deusa que eu viesse junto, para poder ficar de olho em você. Suas luvas foram um presente dela.

– Então eu sou uma Serva de Ártemis, você é meu primo e eu já vivi no Olimpo?

– Na verdade, na área dos Servos, um andar abaixo. – disse o loiro. – Mas explica uma coisa, Neji, como você usa o poder dos animais?

– Se eu pensar em um animal, posso usar suas características, ou poderes, no caso, usei a força do elefante para te jogar na parede.

– Tá, gente, mas e agora? – perguntou a garota.

– Bom, eu devo relatar a nossa deusa que você recuperou a memória. – disse o garoto. – Vou ver se amanhã eu passo na casa dos Servos e uso o elevador de lá.

– Por que eu ouço as vozes de meninos nesse quarto? – perguntou a mulher, entrando no quarto. – Bonito, Hinata, com Neji e Naruto no quarto. – disse Koharu. – Eu dou dois segundos para vocês saírem.

– Não...

– Acabou o tempo!


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Notas finais do capítulo

É, o capítulo ficou grande, mas se eu dividisse, o outro ficaria igualmente grande, então não ia adiantar nada. No próximo, mais tretas virão sobre nossos queridos Servos e sem nos esquecermos dos Humanos.
*A história de que Hércules estava bêbado foi invenção minha, ok? Nada oficial, apenas para se encaixar na história.



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