Servos e Humanos escrita por Ed Henrique


Capítulo 25
Porco-formigueiro


Notas iniciais do capítulo

Um novo deus se revela. Das sombras e do caos, o assassino de deuses encontra os Servos e está disposto a matá-los.



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Set: — O deus do caos é responsável pelas guerras e pela escuridão. Matou o irmão, Osíris, mas perdeu a supremacia do Egito para seu sobrinho, Hórus. Tem a forma do porco-formigueiro – animal raro da África.



Com a fuga dos que se diziam Discípulos, os Servos não voltaram a ser incomodados, seja por eles ou deuses, o que facilitou a continuação de sua missão.

Na parada no oásis, Hinata conseguira usar o que achara para fazer uma muleta para Lee e usou uma parte de galho como suporte para a perna, assim ele não a forçava tanto. De fato era útil ter uma Serva de Ártemis com eles, ainda mais se ela fazia tudo como se fosse experiente, quando na verdade apenas era instinto.

Quando saíram, seguiram para os outros templos mostrados no mapa, os quais não obtiveram muito êxito em achar algo. O único que poderia lhes dar resposta era Toth, mas Naruto lutara contra ele com o pai, e nenhum dos dois se lembrara de perguntar: “o que planeja”?

Era algo tão simples, e mesmo assim agora estavam sem nada, pois o deus não se manifestaria tão cedo, e eles que não o chamariam, afinal. Com o deus se escondendo até se recuperar, foram obrigados a passar de templo em templo, perdendo dias nesse processo.

Infelizmente a missão voltou ao que podiam chamar de normal, visto que encontrar inimigos era o mínimo a se esperar. Enquanto passavam pela grama, provavelmente já quase no Alto Egito, sentiram uma energia ir em sua direção e não tiveram tempo para nada a não ser serem atingidos por ela, não conseguindo se mover.

— Inimigo. – comentou Naruto.

— Sério? Nem havia percebido. – disse Sasuke, sarcástico.

— Muito engraçado, teme.

— Vão começar a implicar um com o outro? – perguntou Sakura, tentando se mover.

— É um Discípulo ou um deus? – Sai perguntou.

— Se eu tivesse que apostar... – começou Shikamaru, vendo algo se materializar – eu diria que é um deus.

— Odeio quando está certo. – Temari, assim como os outros, sentiu o corpo um pouco mais leve, o suficiente para conseguirem materializar suas armas e mudarem de roupa.

O deus se materializou, mostrando sua forma. Seu corpo parecia o de um homem, bem forte, por sinal, mas sua cabeça era a de um porco-formigueiro. Seu peitoral estava amostra, e usava apenas o que deveria ser um short de antigamente.

— Quem é? – perguntou Naruto.

— Mais respeito ao se dirigir a mim, divindade. – o título fez com que percebessem que provavelmente o deus os observava por tempo o suficiente para saber como lutavam, pensavam e o que fizeram até o momento, sinal de que estava mais do que com a vantagem. – Chame-me de senhor Set.

— Muito engraçado. – caçoou.

— Tanto faz. – disse com pouco-caso. – Vim apenas me livrar de vocês. Como os mortos me chamarão não me interessa.

— Já cuidamos de outros deuses antes, cuidaremos de você também! – rebateu Sasuke.

— Não consideraria matar os gatos de Bastet, chamar a atenção de Anúbis, usar um deus para afugentar Toth e derrotar Hórus em um jogo como cuidar deles. – falou.

— Lembrei. – os amigos olharam para Shikamaru. – Ele é o deus que matou o irmão em busca de dominar o Egito, mas acabou perdendo para Hórus.

— Então ele não é tão forte quanto Hórus. – o comentário de Naruto fez os outros não poderem se mover e o deus foi na direção deles, andando calmamente, irritado por dentro por ouvir sobre sua perda para o sobrinho.

Naruto, sem saber que os outros estavam restringidos, correu na direção de Set, ignorando a ordem de Shikamaru para esperar. Pulou liberando luz pela marca, a fim de ganhar uma distração, mas foi surpreendido quando o deus desapareceu antes de poder acertá-lo. Quando o sentiu novamente, antes de poder se virar, seu corpo foi ao chão com o golpe no pescoço, inconsciente.

— Naruto. – chamou Hinata, preocupada.

— Vocês não enfrentaram Hórus, então não tem noção de quão poderoso ele é, e o quão poderoso eu sou. Meu sobrinho pode ter ficado com a soberania do Egito, mas ele não me enfrentou sozinho, teve ajuda.

— Está dizendo que mesmo que ganhássemos de Hórus não conseguiríamos ganhar de você? – perguntou Sai.

— Exato. – avançou contra o moreno, que usou a espada para se defender do ataque, sendo pressionado contra o chão. – Anúbis se interessou por você pelas suas habilidades, mas deixe-me lhe contar uma coisa: – abaixou a cabeça, ficando a centímetros do rosto do outro – eu sou o deus do caos. Causou as guerras e destruição. – a fala assustou um pouco Sai. Ele era a versão egípcia de seu deus. – Um mero Servo da guerra não pode comigo. – usou a mão livre para bater em cima da que segurava a espada de Sai, jogando o garoto brutalmente no chão.

— Shanna – o deus olhou para o lado, vendo Sakura se jogar em sua direção e, dando pouco-caso, surpreendeu-se ao vê-la já ao seu lado – roooooo. – um soco dela atingiu o lado da barriga dele, lançando-o para longe, fazendo com que o mesmo colidisse em uma montanha.

— Com essa força parece uma Serva de Hércules. – comentou Lee. Semideuses não possuíam Servos, claro, mas os outros entenderam a referência.

— Havia me esquecido que existia outra divindade entre vocês, afinal guardara o tempo todo seu real poder. – disse Set, já voltando. Na verdade ela não escondera o verdadeiro poder, apenas Shikamaru que não a deixara lutar.

Novamente ele desapareceu e só foram percebê-lo quando este jogou Lee para longe, que gritou de dor. O Servo de Atena sabia que aquilo seria ruim, afinal alguém vulnerável seria alvo mais fácil do que quem estava em melhores condições.

— Temari, fique com o Lee.

— Certo. – a garota pulou na direção onde o amigo caíra, ganhando cobertura de Sasuke, que cuspiu uma bola de fogo no inimigo.

A loira abriu o leque na horizontal, girando para poder levantar sua barreira de ar entre ambos, mas sentiu um de seus braços amolecer e ir ao chão. Não sentira dor, sinal de que o inimigo acertara algum ponto seu.

Uma espada foi em sua direção e o deus atrás de si pulou, desviando. Um pássaro foi na direção dele, porém ele apenas atingiu o pássaro, destruindo-o e acertando o mestre dele, jogando-o contra o chão.

Estendeu a mão na direção de Temari, que ainda tentava trazer o braço de volta ao normal. De sua mão, uma bola negra se formou, indo na direção.

— Menos uma. – os olhos de Temari se arregalaram quando o ataque já estava em cima de si. A explosão aconteceu, para o desespero dos outros, e surpresa dela, visto que um deles se jogara na frente.

— Shikamaru! Shikamaru, você está bem? – ele sorriu em resposta e ela pôde ver algo o envolver. Das costas para a frente, a armadura que o envolvia era cinzenta no dorso e esbranquiçada nas partes inferiores, lembrando um animal.

— Um Cavaleiro? – surpreso, Sasuke perguntou. Nunca havia visto um pessoalmente, ninguém ali havia.

— Um coala? – pensou Temari. – Isso explica tudo.

— Que problemática, me fazer usar algo que eu não queria. – comentou, levantando-se com um pouco de dificuldade. Mesmo com a armadura o ataque doera.

— Esse tempo todo podia usar isso? – perguntou a rosada, inconformada.

— Não é como se eu merecesse. – respondeu. – Tome cuidado. – pediu baixo, em um tom em que apenas a loira atrás de si ouvisse, o que a tocou pela preocupação dele.

Tomou impulso no chão, indo na direção do deus, que tentou parar o ataque com a mão, mas foi arrastado para trás pelo soco de Shikamaru.

— Que forte. – comentou Lee.

— Não. – o garoto respondeu mentalmente. – Cavaleiros de Atena são muito mais fortes que isso. Podem matar um deus caso ultrapassem todos os limites conhecidos, mas esse não é meu caso. – pensou. Tentou acertá-lo, mas o mesmo começou a desviar e defender. – Dentre os Cavaleiros de Atena, sou o mais fraco da terceira classificação, só me destacando em inteligência, o que é totalmente inútil numa guerra. – ainda tentando acertá-lo, viu que ele não conseguiria defender um soco seu a tempo, conseguindo a chance de lhe atingir na cara, mas teve o ataque parado por um cajado.

Set não era burro, sabia que aquele garoto a sua frente tinha grande poder dentro de si, e por isso precisou invocar sua arma. Tentou acertá-lo com a mesma, mas o Cavaleiro de Coala virou de costas, tendo o escudo da mesma atingido.

Aproveitando a situação, Sasuke pulou com seu Chidore, tentando acertá-lo, mas o deus pulou para trás, sendo socado por Sakura, que o lançou para frente de novo, onde Shikamaru se pusera em frente ao moreno, atingindo um soco na barriga do deus.

A aura maligna que ele liberou jogou o trio para longe, mas conseguiram se recompôr rapidamente. Sakura pulou, a fim de lhe dar um ataque surpresa.

— Shannaroooo. – qual era a lógica de fazer um ataque surpresa se gritasse? Simples, ser uma distração.

Assim que o deus a olhou, uma cobra de Sai se enrolou em sua perna, prendendo-o. Sakura caiu, com o punho fechado, atingindo a mão dele, que conseguiu conter a maior parte do ataque. Sasuke usou o Chidore novamente, forçando seu corpo, visto que não poderia ficar usando sempre, mas também foi parado.

— É o bastante. – a fala de Shikamaru os fez recuar. – Phascolarctos – o garoto correu com o punho levantado – Cinereus. – a imagem de um coala apareceu acima de si e, quando atingiu o deus, passou pelo mesmo, jogando-o no chão. Estranhou quando o resto da técnica não se concretizou, conseguindo evazar no último instante graças a saber que ainda havia algo para acontecer. Infelizmente os outros não tiveram a mesma sorte, sendo atingidos pela energia do deus.

— Achou mesmo que era o bastante para matar um deus? – o deus teletransportara-se no último instante do ataque, fugindo. Era apenas uma forma de exibição para si. – Vejamos o quanto se importa com seus amigos, – estendeu a palma da mão na direção de Temari – Servo. – atirando uma bola de energia contra a garota, Shikamaru se pôs na frente, levando o golpe nas costas, defendendo com o escudo.

Set apareceu na frente dele, um pouco atrás de Temari, tentando perfurá-la, mas tendo o cajado segurado. Levantando o olhar para o Servo, facilmente tirou sua arma da mão dele, acertando-o. O Servo de Atena gemeu de dor ao ser jogado contra o chão.

— Não tente lutar e proteger os outros ao mesmo tempo. – falou Temari.

— Não se preocupe, problemática. – sorriu fraco, olhando-a. – Estou acostumado a apanhar. – a frase que supostamente deveria a tranquilizar só serviu para deixá-la mais aflita. Os outros haviam sido jogados longe e, no momento, Hinata tentava cuidar de Sasuke, o que era totalmente ignorado por Seth. Talvez por ele achar um esforço desnecessário.

— Que assim seja. – parando ao seu lado, o deus o bateu com seu cajado, ferindo a armadura, a qual chorava por dentro. Shikamaru odiava ouvi-la chorar por ele, por isso preferia não feri-la, não a usando. Fechou os olhos, não pela dor física, mas pela de ferir sua armadura. – Parece que não implorará por sua vida. – parou o ataque, vendo a armadura do outro com partes já quebradas. – Vejamos se implora pela de sua companheira. – o garoto arregalou os olhos. – Ela parece importante para você. – parou ao lado de Temari e levantou o cajado, pronto para enfiar nela.

Sentindo uma ameaça, o deus se afastou, ficando atento de onde ela viria.

— Não vai machucar mais meus amigos, deus inferior. – a fala fez o deus semicerrar os olhos, irritado, vendo o poder do Cavaleiro se acumular em si. – Eu ainda não estou pronto para usar tal poder, mas o farei nem que isso me mate!

Você está mais do que pronto. — a voz de Atena ecoou por seus ouvidos, reconfortando-o. Podia vê-la sentada em seu trono em seu santuário, caso fechasse os olhos.

— Atena-sama, permita seu Cavaleiro, um humilde Servo, – a imagem do coala se formou novamente acima de si – lutar em seu nome.

Levantou a mão, parando-a em frente ao rosto do coala. Seu inimigo avançou em sua direção, mas ignorou-o como se ele fosse lento demais para si. Moveu a mão, colocando-a em frente a mão do coala, e logo depois levantou outra. Abaixou as mãos, pondo-as nas patas e, por fim, na frente.

Seth já estava praticamente em cima de si e, quando tentou atacá-lo, o Cavaleiro foi mais rápido, tão rápido a ponto de não ser visto, fechando os punhos, atingindo-o e deixando que o mesmo passasse.

O vento soprou, criando um clima de expectativa, e o deus egípcio caiu no chão, para logo depois uma floresta crescer ao redor do mesmo, envolvendo-o e o prendendo. Sorrindo fraco, a armadura do Cavaleiro se desfez e o corpo do garoto caiu para o lado.

Elevara seu poder a um nível o qual não jugara estar pronto, apesar de ter conseguido prendê-lo e sobreviver.

— O que fez? – perguntou Sakura, ajudando-o. Ser uma divindade a permitia se curar sozinha.

— Minha técnica coloca o oponente para dormir. Ele só acordará quando anoitecer, o que ainda faltam mais de cinco horas. – explicou, arfando.

— Se podia se transformar em todas as outras lutas, por que não fez? Sabe o quão mais fácil teria sido? – perguntou Sasuke, inconformado.

— Não é tão simples. Não uso minha armadura a menos que tenha algo que realmente precise proteger! – Temari ficou surpresa ao ouvir a fala dele.

— Sua vida. – disse o Servo de Zeus.

— Mesmo que a tivesse usado, perderíamos a surpresa dele, então foi melhor assim. – seu olhar sério, o qual não condizia consigo, mostrava que a resposta era não e pronto.

— O que houve? – confuso, Naruto se manteve de pé com a ajuda da namorada, a qual acabara de curá-lo.

— Derrotamos Seth. – contou Sasuke. – Preciso... – antes de terminar a frase com um “descansar”, viram o céu oscilar e uma mulher descer do mesmo. Levantando-se rapidamente, Temari e Lee se puseram ao lado dos outros, preparados para o que quer que aquilo fosse.

— Finalmente os achei! – falou a deusa Ísis. – Vocês pagarão pelo que fizeram com meu filho! – antes que o grupo tivesse a chance de fazer algo, a deusa os teletransportou, jogando-os para um lugar o qual sabia que eles não sairiam.

Servos e deuses –

— Onde... Onde estamos? – perguntou Hinata, confusa, olhando ao redor.

— Bem vindos – a voz familiar os fez olhar para trás, onde viram um deus gigante – ao Julgamento Final. – seguindo o corpo do mesmo, viram Anúbis com uma balança em mãos.





Continua...


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Notas finais do capítulo

Bom, deixe-me explicar: o “Julgamento Final” é para onde os mortos vão após ser mumificados (de acordo com os egípcios, claro). Em outras palavras, nossos Servos e divindades morreram...



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