This isn´t the end escrita por MaliaMultiboooks


Capítulo 5
Assustador demais para se compreender.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Fiquei meio em dúvida sobre esse cap, mas espero que gostem!
Beijinhos



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Acordo no dia seguinte com uma dor de cabeça, mas não das mais fortes. Mas nem bebi tanto, penso. Alcanço meu celular e noto que já passam das 11 horas, mas não escuto nenhum barulho. Obvio, não fui a única que havia saído ontem à noite. Tinham suas vantagens em ter uma mãe nova.

Me arrasto para fora da cama e mando uma mensagem à Lou, perguntando como ela estava. Com certeza, pior que eu. Vou até o banheiro e decido tomar um banho, pois minha cara estava horrível, assim como meu cabelo, que parecia um ninho de passarinhos. Passo uma meia hora no banho e seco o meu cabelo levando o maior tempo possível. Afinal, hoje era domingo, não iríamos fazer nada, além de ficar em casa.

Saio do banheiro e caminho em direção ao meu desejado sofá. Mas me deparo com uma cena totalmente inesperada. Minha mãe, e um, hm, acompanhante. Os dois estavam na cozinha, mais próximos do que eu gostaria, digamos assim. Tento voltar de fininho, mas minha mãe me avista antes que eu consiga.

–Querida! Queria te apresentar alguém! –Ela diz com um sorriso estampado no rosto. O homem parece ter uns quarenta anos, com os cabelos e barba escuros e levemente grisalhos. Ele estende a mão a mim e a aperto, sem jeito. –Esse é Jean, pensei que ele podia passar a tarde aqui conosco.

–Você deve ser Katherine, oui? –Ele diz, passando os braços pelos ombros de minha mãe. – Abigail falou muito que você.

–Prazer. – Mas ela nunca falou nada de você, penso comigo mesma, mas não seria tão rude.

–Então, Jean vai cozinhar o almoço para nós hoje, o que acha? - Minha mãe diz.

–Ótimo. – Obrigo-me a dizer. Saio da cozinha e sento-me no sofá, inquieta, e logo depois, ela aparece, e se senta ao meu lado. Claro, minha mãe já havia tido namorados, mas não eram do tipo que ficavam domingo cozinhando.

–Eu sei o que está pensando, mas eu realmente gosto dele. –Ele diz.

–Mãe, não precisa me explicar nada, eu sou a filha. Mas está feliz?

–Muito, ma fille. E você chegou que horas?

–Foi cedo, antes da meia noite. –Mas aí é que me toco, se minha mãe estava com Jean, onde estaria Mary? –Hm, você estava com ele ontem de noite? Não saiu com a Sra. Keyland?

–Ontem, não. Ela decidiu ficar em casa, não estava se sentindo muito bem. Por que?

–Ah, nada não. –Aí, merda. Ela deve ter acordado e se deparado com o filho bêbado, que estava comigo. Deve pensar que sou uma péssima companhia.

Quando noto, o almoço já está pronto, e, mesmo não querendo admitir, estava muito bom. Descubro que Jean era recém divorciado, mas não tinha filhos. Ele trabalha na empresa de minha mãe, na verdade, era seu chefe, e mesmo sendo bem jovem, já havia crescido muito na empresa. Ele era diferente dos outros namorados, não era preguiçoso, tinha um bom trabalho e era educado. Admito que até gostei dele.

Por volta das duas horas da tarde, os dois saem e vão até a feira que acontece todo domingo. Checo meu celular e vejo a mensagem de Lou e Nick, dizendo que estavam muito mal, e que não podiam fazer nada hoje. Penso em bater na porta do apartamento a frente, mas decido que melhor não.

A semana passa voando, todos estão preocupados com as provas que estão por vir, e coincidir com o trabalho é pior ainda. Depois de segunda, nós quatro já estamos livres de ressaca- ainda bem- e quando percebo, já é sábado, o dia de meu aniversário e da festa de Lou.

Minha mãe me deseja feliz aniversário e me entrega uma caixa com meu nome escrito encima. Abro-a e me deparo com uma daquelas câmeras polaroid antigas, em que a foto sai instantaneamente, a qual queria tanto, mas nunca tinha dinheiro para comprá-la.

–Mãe! Deve ter custado uma fortuna! –Digo, feliz, pegando a máquina em minhas mãos.

–Filha, você merece.- Ela diz, me abraçando.

–Como você sabia que eu queria?

–Ah, perguntei para Caleb e Lou, eles me disseram que você queria uma.

–Ah, sim. Agradecer a eles depois.- Digo.

Converso com a minha mãe mais do que havíamos conversado em semanas. Depois de alguns minutos, Monsieur Lucca também apareceu, que apesar de ser meu chefe, era como um vô para mim. Mesmo eu insistido, ele me dispensa do trabalho por hoje, que no caso só começaria apenas às 16h. Ele vai embora mais ou menos uma hora depois, e minha mãe recebe uma ligação de última hora do trabalho e têm que ir até lá imediatamente.

Se desculpando, ela sai, aparentemente irritada devido à situação, e eu honestamente não sei o que fazer agora, pois teoricamente estaria saindo para o trabalho a essas horas, e minha mãe não está. Recebo mensagens de parabéns de meus amigos e colegas. Lou e Nick diz que estão muito ocupados para vir aqui no momento, mas os veria à noite, pelo menos.

Deito no sofá e fito o teto, entediada, até receber uma mensagem de Caleb: Terraço? Respondo que sim, calçando meus tênis. Subo as escadinhas enferrujadas, e o vejo de costas, apoiado na bancada. Digo oi e ele me abraça apertado, me desejando feliz aniversário.

–Me desculpe, por não ter batido lá antes, mas achei que sua mãe queria passar um tempo com você. –Ele diz.

–Ah, sem problemas.

–Eu tenho uma surpresa para você. Duas na verdade. –Ele fala me entregando uma caixinha.

–Meu Deus, Caleb, não precisava de tudo isso! –Falo, abrindo-a. Me deparo com uma linda corrente prata com um pingente de lua e uma pedrinha azul esverdeada. – É lindo!

–Você disse que gostava de vir aqui e ver o céu de noite, então achei que iria gostar.

–Gostar? Eu amei, Caleb, sério! –Olho mais atentamente no colar e vejo as palavras entalhadas: Mas é claro que o sol vai voltar amanhã.– Sério, isso é incrível. –Digo, abraçando-o novamente, e colocando a corrente em meu pescoço.

–Agora, o outro presente. –Ele diz com um sorriso estampado.

–Caleb, não me importo com meu aniversário! Não há necessidade de mais coisa.

–Ah, vai ser divertido para nós dois. Lembra quando você disse que um queria pegar um colchão e descer aquela “imensidão de escadas que temos que subir todos os dias”? –Era verdade, aquela rampa de degraus era íngreme e infinita. Exagero, mas depois de um dia longo, parecia. –Então, quer?

–O que? Óbvio! –Falo. Descemos as escadas até pararmos na porta do apartamento dele. Pela primeira vez, percebo que nunca havia entrado ali; nós sempre íamos em minha casa.

–Não vai entrar? –Ele pergunta, e concordo, entrando.

Era uma casa bem ajeitada, e o apartamento era quase igual ao meu, com dois pisos também, mas era maior. Aparentemente, ele já tinha pensado sobre isso, por que tinha um colchão encostado na parede. Ajudo-o a passar pela porta, finalmente colocando no chão.

–Vai, vamos, vamos, vamos! –Deus, eu parecia uma criança de 6 anos, e não 16. Me sento de pernas cruzadas e ele se senta logo atrás de mim, segurando-me pela minha cintura. –Deus, isso é tão legal.

–Preparada? –Ele pergunta, impulsionando. Vamos escada a baixo, mais rápido do que pensava que iria chegar e me retraio. Ele acaba me abraçando quando está quase caindo, mas ao chegamos o final, cada um cai num canto. Ficamos rindo que nem uns idiotas. Esse dia revelou-se melhor do que esperava.

Vou andando até a casa de Lou um pouco antes da festa começar, pois ela demora o triplo de tempo que eu levo para me arrumar, provavelmente pelo fato de ter closet maior que meu quarto. Mas mesmo assim, de qualquer jeito ela é linda. Ela veste um vestido lindo, saltos altíssimos e tem os cabelos enrolados perfeitamente. Me sinto até um pouco mal por um instante, nunca me achei feia, mas estava longe de ser tão bonita quanto Lou. Além de me sentir malvestida, com uma saia de cós alto bordô, uma blusa branca, uma camisa jeans e tênis. Sim, tênis.

Nem percebo, mas o tempo vai passando até muitas pessoas chegarem e a festa realmente acontecer. Converso com alguns colegas e amigos, e acaba sendo legal. Até que avisto Michel.

Viro a cara, fingindo que não o vi, mas consigo ver pelo canto dos olhos que ele caminha em minha direção. Merda.

–Oi. –Ele diz. –Quanto tempo.

–Realmente.- Digo, pegando um copo do que imagino que seja uma bebida alcoólica. Sim, estava certa.

–Como está?

–Ótima. E você?

–Bem também.- Logo vem o silêncio constrangedor.

–Te vejo por aí.- Digo, andando rápido. Bem no momento, avisto Caleb, perdido, a procura de uma cara conhecida.

–Espera, Katherine.- Escuto Michel me chamar, mas finjo que não escuto. Me aproximo de Caleb e sussurro para ele, notando que meu ex ainda me observava:

–Caleb, me abraça. – Ele me olha confuso. –Por favor. – Acho que ao ver meu olhar de urgência, ele me abraça forte. Sussurro um agradecimento e olho para Michel, que ainda me olha.

–O que foi aquilo? –Ele me pergunta, ao me puxar para o canto.

–Mil desculpas, mas eu não sabia o que fazer. –Digo, olhando para o chão. –Michel, meu ex, veio falar comigo.

–E eu com isso? –Ele diz, ríspido de repente.- Achava que algo importante tinha acontecido.

–Só estava precisando de ajuda, me desculpe...-Falo, mas ele me interrompe.

–Só para fazer ciúmes para um idiota que te traiu? Agora você que está sendo idiota.

–Não foi isso, você está exagerando.-Falo, surpresa.

–Licença, mas tenho coisas mais importante para fazer.- Ele sai, me deixando parada ali, encarando atônita. O que tinha acabado de acontecer?

Vou caminhando em passos lentos, tentando processar o que tinha acabado de acontecer. Nós não éramos amigos? Para piorar, Michel volta a minha frente.

–Olha, faz um tempo que queria falar com você. –Ele me diz, mais sério do que esperado.- Eu queria, hm, me desculpar.

–An? –Pergunto, que nem uma idiota.

–Sabe, do que aconteceu.

–Você diz, que você me traiu? - Digo na cara dura mesmo. Não estava no humor para eufemismos.

–É, isso. –Ele diz. – Desculpe.- Acho que ele está sendo honesto, pelo menos parece.

–Claro, são águas passadas. – Respondo com sinceridade.

–Ah, que bom. Obrigada, estou me sentindo bem melhor. Hm, você quer jogar uma partida de truco? –Ele sabe como eu gostava de jogar baralho, e honestamente, éramos uma ótima dupla. Claro, antes de terminarmos. Estou prestes a recusar, mas com o canto dos olhos vejo uma cena que, contra a minha vontade, me deixa surpresa. Caleb e Julianne, Julianne e Caleb. Já era de se esperar, mas ainda assim fico atônita. Contra minha consciência, digo:

–Claro. –Nos afastamos, mas a cena dos dois fica gravada em minha mente.

Nós vamos até a mesa, onde muitas pessoas estavam reunidas, e começamos a jogar. E a ganhar, várias e várias vezes. Quando vejo, estou rindo e comemorando justo com Michel.

–Quer tomar um ar? –Ele me pergunta, me encarando com aqueles grandes olhos verdes. Digo que sim e atravessamos a festa em direção à praia.

Está tudo mais calmo quando nos sentamos na areia, olhando para o mar. Ficamos encarando a paisagem por alguns minutos tão familiares para mim. Por um momento, esqueço onde estou e do que aconteceu entre nós dois.

Mas quando noto, ele está com os braços ao meu redor, aproximando-se. Ele encosta o nariz em minha bochecha e me puxa para mais perto. Congelo no mesmo instante, mas aí penso em Caleb e Julianne, e como Michel havia me pedido desculpas honestamente. O que havia a perder? Encosto meus lábios nos seus, com a mesma sensação que tinha meses atrás, e ele pressiona sua boca contra a minha.

Perco a noção do tempo que ficamos assim, mas aí me toco. Ele havia me traído. Como posso ter sido tão estúpida? Levei meses para superar àquela traição .

–Mich. – Falo, interrompendo.- Não acho que seja uma boa ideia, pelo menos não por enquanto. –Me levanto e saio, sem olhar para trás, me sentindo mais confusa que antes.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Comentem, por favor, significaria muito! É muito bom saber a opinião de vocês para saber no que posso melhorar!
Beijinhoss



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