Bliss P.O.V:

Eu e T.J estávamos na frente da escola, esperando pelos nossos colegas, nunca estive tão nervosa em toda a minha vida, será que eles iriam aceitar de boa a condição dos meus pais? Ai ai, espero que sim. Meu amigo deve ter percebido a minha tensão, pois se colocou atrás de mim e começou a massagear meus ombros, dizendo:

— Relaxa, pior do que falar com a minha mãe não será!

Só de lembrar do nosso encontro com a senhora Alabaster um arrepio percorreu a minha espinha e T.J riu da minha reação.

FLASHBACK

Tyler me pediu para eu ir com ele pegar algumas coisas para a nossa viagem e ele já aproveitaria para dormir na minha “casa”, assim seria mais fácil dele se desvencilhar da mãe.

Chegamos na mansão de T.J, mau entramos no local e já ouvimos gritos:

— TYLER JOHNSON BUSHWELL ALABASTER! ONDE VOCÊ ESTAVA! TEM NOÇÃO DE QUE HORAS SÃO?!

Nós dois observamos a Senhora Alabaster, eu surpresa e T.J com uma cara de cookie, nós dois começamos a subir as escadas para ir para o quarto dele enquanto ele falava:

— Vou dormir na casa da Bliss hoje.

— Ah! Mas não vai mesmo, filho! Você tem que parar de andar com essa arruaceira e começar e se focar no seu futuro! Você será dono da clínica do seu pai! Comece a agir como o cirurgião de elite que você será!

T.J virou-se furioso para a mãe e gritou:

— EU NUNCA SEREI IGUAL AO MEU PAI! VÊ SE ENTENDE ISSO!

Um silêncio cortante se apossou do recinto, até a Senhora Alabaster cabisbaixa falar:

— Faça o que você quiser, mas depois não me venha chorando arrependido.

Ele revirou os olhos e subiu o resto das escadas pisando forte, assim que chegamos ao seu quarto ficamos em um silêncio confortável até ele parar o que estava fazendo e vir até sua cama, onde eu estava sentada- esperando por ele- e me abraçou, perguntando:

— Me desculpe, ela te ofendeu?

Eu o retribui o seu abraço.

— Não é a primeira vez que isso aconteceu, mas por que você se deixou abalar dessa vez?

Ele suspirou e disse:

— Porque eu estou cansado de engavetar a minha raiva! Ela sabe da minha paixão por música, mas ela não se importa. Mas isso não vai me abalar! Eu e você seremos os próximos David Guetta e Sia!

Não pude deixar de rir do T.J, como sempre, ele não deixa ninguém abala-lo, pelo menos não por muito tempo.

— Pode crer, toca aqui amigão!

Fizemos nosso toque, pegamos as coisas de T.J e saímos da mansão da Senhora Alabaster batendo a porta atrás bem forte.

 FIM DO FLASHBACK

— Verdade, não gosto nem de lembrar, você parecia tão fora de si...

Ele suspirou e continuou a massagem, porém quando eu estava começando a relaxar, para o lado e encontrei Megan tentando pegar algo em uma árvore e quando eu percebi que era Jo, e que ela estava voando e só não tinha voado sem rumo porque ela estava segurando em um galho, corri para socorrê-las, T.J bem atrás de mim.

— O que está acontecendo?!

— Eu não sei, encontrei com a Jocelyn á algumas quadras, então viemos para cá juntas, só que quando chegamos aqui ela me contou que fugiu de casa e começou a chorar e levitar, ainda bem que ela se segurou em um dos galhos dessa árvore!

Olhamos todos para Jo que chorava e balbuciava “eles vão me matar”, “eu tenho que voltar” e outras frases relacionadas, olhei para Megan e perguntei:

— Isso não é uma manifestação do poder dela?

T.J me olhou e perguntou:

— O que te faz pensar nessa possibilidade?

Apontei para a esfera energia da cor índigo que estava fazendo com que Jo levitasse.

— Aaaah!

Eu e Megan rimos da lerdeza do meu melhor amigo, depois me aproximei do tronco da árvore acalmando Jocelyn, para que ela descesse enquanto os outros chegavam, quando Jo fincou seus pés no chão, Evan – o último a aparecer – se aproximou e falou:

— Oi pessoas, vocês perceberam que aquele trailer de dois andares super estranho está lá na entrada do parque em frente á escola?

Todos concordaram eu tencionei tudo que T.J tinha relaxado, para garantir que ninguém fizesse piada do trailer falei:

— É, eeeeh! Que legal... agora, vamos?

— Você nem falou para onde estamos indo.

Susperei, nervosa e falei:

— Você já vai descobrir...

Todos me seguiram para a entrada do parque onde o trailer de dois andares super estranho estava. Todos – excluindo T.J- olharam para o trailer depois para minha cara, depois para o trailer, depois para a minha cara e assim consecutivamente, até Evan apontar para o veículo e falar:

— Você está brincando, né?

Revirei os olhos, bufando e pegando as chaves do trailer.

— Não estou, bem vindos a mi casa... não julguem por favor...

Todos- com exceção de Ress- ainda estavam atônitos, olhando para a lataria rosa, com flores psicodélicas verdes limão e símbolos de paz e amor azuis bem vivos, T.J estava segurando a risada, eu o mandei um olhar matador que ele respondeu levantando as mãos mostrando que não queria brigar, Ress se aproximou, encostando a mão em meu ombro e falou:

— Está tudo bem B, ninguém vai te julgar, mas por que estamos aqui?

Deixei minha vergonha de lado e respondi, destrancando a porta do trailer, também apelidado pelos meus pais de ‘Charona’:

— Aqui nós vamos conseguir o dinheiro que precisamos para essa viagem, só um aviso antes de entrarmos, não aceitem nada que eles te derem.

— Mas por...

— Nada que eles te derem!

Eu e T.J respondemos ao mesmo tempo para uma chocada Megan. Respirei fundo e abri a porta da Charona, dizendo:

— Pai, mãe estou em casa.

Meus pais – super hippies – vieram e me deram um abraço sanduíche bem apertado e minha mãe perguntou:

— Por que você saiu tão cedo nenê? A escola só começa daqui um tempo?

— Eu saí cedo porque eu tomei uma decisão...

Me afastei dos dois e falei com seriedade enquanto minha mãe tragava seu cigarro de maconha -já foi pior, antes de eu nascer os dois ficavam locões juntos agora eles ficam revezando.

— ... se lembram que vocês me disseram que eu poderia ter a minha escapada desde que eu fosse com um grupo?

Os dois afirmaram com a cabeça.

— Então... eu encontrei o grupo.

Falei sinalizando para o meu grupo de amigos, meus pais se viraram para eles e começaram a comemorar, quando eles viram minha cara de confusa, eles me fizeram o favor de explicar:

— É a sua iniciação bicho! Achamos que isso nunca iria acontecer! Estou tão orgulhosa! Vá para o seu quarto fazer as malas.

— Já fiz ontem mãe.

— Mas já!

Exclamou minha mãe surpresa.

— Então venha cá filhote.

Segui meu pai até a cozinha, lá ele abriu a última gaveta e tirou de lá um cartão de crédito, ele me olhou com seu olhar sereno e acolhedor e falou:

— Filha, eu sei que você não quer o mesmo estilo de vida que eu e sua mãe escolhemos e caso você não volte eu quero que você saiba que eu te amo muito, assim como a sua mãe, nos ligue está bem?

— Pode deixar pai e de onde você tirou que eu não vou voltar?

— É que às vezes você reclama e...

Interrompi meu pai com um abraço bem apertado dizendo:

— Só porque eu reclamo não quer dizer que eu não amo vocês, Seu Augusto Alexandre!

Senti ele retribuir meu abraço, quando nos separamos ele me entregou o cartão.

— É um cartão ilimitado, está ligado diretamente com a conta da família, só não torre tudo de uma vez só, os juros vêm semanalmente.

— Pode deixar papi, viu? Os seus anos de CEO serviram para alguma coisa!

Falei, beijando sua bochecha, rimos um pouco antes de irmos salvar meus amigos de um papo muito bizarro com a minha mãe.

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Jared P.O.V:

 Saímos do trailer dos pais da B, depois de uma longa hora tentando convencer a mãe da B a nos soltar e que nós não queríamos um pouco do maço dela, francamente! Mas tirando isso, os pais dela pareciam ser bem legais, porém uma dúvida não me deixava em paz, então juntei minha coragem e perguntei:

— B, o modo de vida do seus pais é admirável...

— Muito obrigada

— ... mas se os dois não trabalham como vocês se sustentam?

— Vendemos peças e comidas artesanais e meu pai é Augusto Alexandre Bedelia.

— Espera aí! O Augusto Bedelia? Um dos melhores CEOs que já existiu?

— É!

— Gente! Eu preciso voltar enquanto ele ainda não está loucão!

— Por que Jared?

T.J perguntou com uma cara estranha.

— Preciso que ele seja meu tutor se a gente sair dessa vivo! Quero ser igual a ele!

Todos riram e B falou:

— Relaxa Ja, você verá eles de novo, agora vamos achar um meio de transporte.