Prisoner of love and madness escrita por Lana


Capítulo 6
Desde quando voltei a ser “Malfoy” pra você?


Notas iniciais do capítulo

Espero q gostem ^^ BOA LEITURA!



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VISÃO DE HERMIONE GRANGER

– ... você precisa me dizer quem é Lena Cork...

– ... você precisa me dizer quem é Lena Cork...

– ... você precisa me dizer quem é Lena Cork...

– ... você precisa me dizer quem é Lena Cork...

Aquela frase ecoava na minha mente de uma forma estranha. Ficava com receio apenas de pensar nesse nome... Lena Cork...

Como se não fosse o suficiente, Draco estava próximo demais – tanto que eu podia sentir o seu hálito refrescante e aquilo me deixava embriagada. Por um instante, esqueci como se fazia para respirar. O oxigênio tornou-se rarefeito e parecia que toda a biblioteca girava ao nosso redor.

– E então, Hermione? – o loiro praticamente murmurou e eu estremeci, em resposta. Virei o rosto para o lado na vã tentativa de respirar normalmente de novo. Draco segurou meu queixo com delicadeza fazendo-me voltar a encará-lo. – Por favor, não complique as coisas, amor.

Ok. Aquilo tinha sido demais. Amor? Amor?! Como assim “amor”?! Esse sonserino perdeu a sanidade! Depois de tudo o que fez, de todas as mudanças súbitas de comportamento, ele vem e me chama assim?! A biblioteca parou de girar e eu expirei de forma rápida, inspirando em seguida do mesmo modo. Meu coração parecia querer explodir e senti minhas bochechas ruborizarem-se.

– Complicar as coisas? Que coisas, Draco? Do que você ta falando? – indaguei com uma voz incerta, quase inaudível.

– Responda-me, primeiro. Depois, qualquer pergunta sua eu responderei – falou olhando-me profundamente, como se quisesse enxergar minha alma. Engoli em seco, mas sustentei o olhar.

– Eu não sei de quem está falando – menti.

– Sabe, sim – revidou.

– Não sei, não.

Draco balançou a cabeça negativamente, e me senti uma criança sendo repreendida por alguém mais velho. Aquilo me deixou mais enraivada, mas, antes que pudesse formular qualquer frase, Draco surpreendeu-me.

– “Nunca tive um sonho tão estranho antes. Talvez tenha sido a Poção Polissuco... Ou não... afinal, já faz mais de quatro meses que tomei e nunca tive um sonho assim. O problema é que ele pareceu real demais, quase como se tivesse acontecido. Não sei... tenho que pesquisar sobre isso urgentemente!” – o sonserino proferiu aquelas palavras conhecidas de uma forma lenta, gradual, arrastada.

– V-você-

– Sim, acabei gravando alguns parágrafos do seu diário – respondeu antes que a pergunta fosse feita. – Devo admitir, amor, que ver as coisas por sua perspectiva é algo... hum, diferente, mas igualmente apreciador – zombou.

Com raiva, empurrei-o com minha mão livre e ele recuou apenas um passo. Mas foi o suficiente para o oxigênio voltar a entrar no meu organismo e minha respiração se estabilizar.

– Foi nesse diário – apontou para o objeto na minha mão esquerda. – que eu li sobre Lena Cork. Na verdade, você não foi muito explicativa, o que não é algo de seu feitio. Então, estou bastante curioso para saber quem é Lena Cork. – enquanto falava, Draco sentou-se na poltrona que, anteriormente, eu estava posicionada atrás e, desta forma, acabou ficando de costas pra mim. Desencostei da parede fria e respirei fundo.

Caminhei até a outra poltrona, de frente para a de Draco, e me sentei desconfortável. Tossi propositalmente e coloquei uma mexa dos meus cachos atrás da orelha.

Draco não parava de me encarar.

– Afinal, por que você está tão curioso assim?

– Não foi esse o combinado. Você me responde e, depois, eu respondo.

Franzi o cenho diante daquela declaração e revirei os olhos. Merda. O sonserino era difícil – muito difícil.

– Não sei bem por onde começar...

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VISÃO DO NARRADOR

17 de março de 1963

O inverno estava chegando ao fim. Para Lena, era um alívio, já que não apreciava o frio descomedido. Esfregou as mãos para tentar se aquecer à medida que chegava perto do Três Vassouras. Adentrou o bar e imediatamente um confortável sopro de ar quente passou por seu rosto, vermelho de tanto frio.

Olhou ao redor e, como o esperado, não havia muito movimento naquela tarde de Quarta-feira. Sentou-se em uma mesa perto da janela e tirou as luvas.

– Olá, Lena. O mesmo de sempre? – a jovem garçonete perguntou simpática.

– Obrigada, Jane, mas não... Estou esperando uma pessoa – respondera educada.

Jane sorriu e se afastou tão rápido quanto se aproximou da mesa.

Lena observava avidamente todas as pessoas que passavam do lado de fora do bar, ansiando pela chegada dele.

“Calma, Lena, calma”, pensou. “Tudo vai dar certo!”

A parede ao lado da mesa possuía um grande espelho que ia do teto até o chão. Distraída, Lena acabara olhando o seu reflexo e sorrira tristemente.

Apesar da pouca idade, Lena aparenta ser bem mais velha. Não apenas por causa das precoces linhas de expressão que estavam aparecendo, ou por conta do cabelo negro preso em um coque rígido, mas sim devido a seu olhar – ressentido, arrependido, triste, permeado por preocupações que uma jovem como ela não deveria possuir.

Absorta em pensamentos, apenas o reflexo dele conseguira fazê-la voltar a realidade.

A jovem virou o rosto para a porta do bar, onde ele estava, e consertou a postura no sofá. O olhar dele encontrou-se com o de Lena em questão de segundos e o homem esboçou um leve sorriso de canto.

Caminhando despretensiosamente, a figura masculina chegou a mesa. Logo a voz grave fez-se ouvir.

– Lena Cork. É um prazer finalmente conhecê-la.

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VISÃO DE HERMIONE GRANGER

Dias atuais

– Gina, estou falando a verdade! – vociferei. Estava perdendo a paciência!

– Ora, Mione, você nunca foi uma boa mentirosa! Mesmo se fosse, eu saberia se você estivesse mentindo! – Gina revidou convicta.

Levantei as mãos em sinal de rendição e joguei-me no sofá em frente a lareira da Sala Comunal. Cheguei da “detenção” fazia alguns minutos e fui surpreendida por uma Ginevra Weasley mais curiosa que o normal, sentada em uma das poltronas. A ruiva, então, começou a fazer várias perguntas, e agora estávamos nessa educada e gentil conversação.

– Já falei: estava na detenção com o Draco!

– E...? – Gina fez um gesto com a mão, tentando me induzir a prosseguir. Revirei os olhos.

– E foi isso! Só conversamos mais tempo que o usual... – bem, aquilo não era uma mentira.

Gina cruzou os braços na maior pose sei-que-você-está-omitindo-alguma-coisa-importante e me lançou um olhar duvidoso, claramente eu não tinha convencido a ruiva. No entanto, muito felizmente para mim, Gina levantou-se da poltrona.

– Vou subir. Você vem agora? – a ruiva bocejou.

Para não dar mais corda a situação, confirmei com a cabeça e fui com a ruiva para o dormitório. Mas eu sabia que não ia conseguir dormir tão cedo...

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O Salão Principal estava como sempre: cheio de alunos conversando animadamente enquanto se empanturravam com o farto banquete de café da manhã. Entrei no grande salão acompanhada por Gina e Luna e sentamo-nos na ponta da mesa da Grifinória, perto da entrada.

Naquela manhã, me sentia indisposta e sem fome alguma. Mas, para não arranjar motivos para chateações, resolvi me servir com algumas torradas e suco de abóbora. Todos conversavam alegremente – até Harry. Nos tumultuados tempos, Harry está sobrecarregado e muito me admira ele ter conseguido pedir Gina em namoro nas circunstâncias atuais. O menino que sobreviveu estava sentado ao lado da namorada e deu-lhe um leve beijo na bochecha.

Nossos olhares se encontraram e eu sorri para meu amigo de forma confidente.

Estrategicamente eu resolvi me sentar de costas para a mesa da Sonserina, evitando o olhar acinzentado e tempestuoso que tanto me encantava e me hipnotizava. Contudo, eu podia sentir minha nuca à mostra queimar com o olhar conhecido do loiro.

A conversa na noite anterior foi, digamos, bastante confusa e cheia de interrogações. Fui embora como tola, já que o loiro não respondera a nenhuma das minhas indagações, me deixando ainda mais revoltada.

– Tsc, tsc – Luna pigarreou propositalmente, tirando-me dos meus devaneios e a encarei.

Luna era a única lufana na nossa mesa. Aliás, era a única aluna em toda Hogwarts que sentava-se cotidianamente na mesa de outra Casa e que não se importava com comentários maldosos e fofoqueiros. A despretensão sincera da loira era algo a ser prestigiado em tempos tão difíceis como aqueles.

– Oi, Lu – respondi distante enquanto brincava com as torradas no meu prato.

– Hermione, estou muito preocupada com você – a loira sussurrou ao meu lado. – Não tem comido direito e, visivelmente, nem dormido – falou no seu tom calmo e leve. De modo inconsciente, levei as pontas dos dedos até as recentes olheiras que, com mérito, arranjei nesses últimos dias.

– Só... só estou preocupada com as provas – vacilei.

Luna ia retrucar, mas, graças a Merlin, Ronald fez alguma baboseira e a atenção voltou-se para ele. Nesse momento, tentei ser discreta e olhei por cima do ombro. Quase magneticamente, encontrei os olhos tempestuosos. Sem quebrar a conexão, Draco fez um mínimo movimento com a cabeça, inclinando-a para a porta e, logo em seguida, levantou-se, falou alguma coisa para Zabini e saiu.

A conversa na mesa estava aparentemente agradável e todos, entretidos. Acho que se eu levantasse de fininho, ninguém iria perceber – bom, ninguém exceto Luna Lovegood.

– Lu, vou até a biblioteca terminar alguns deveres – que desculpa mais esfarrapada, Hermione!

– Ah, certo – a loirinha não se deu por convencida. Ótimo: além de Gina, Luna estava desconfiada de alguma coisa. Parabéns, Hermione!

Levantei-me e saí do Salão Principal. Senti um puxão no braço e esbarrei no peitoral forte de Draco.

– Ai, droga, precisava ser tão rude, Malfoy?!

– Desde quando voltei a ser “Malfoy” pra você? – perguntou, alheio ao que questionei. Bufei e revirei os olhos em resposta.

Percebi uma maior aglomeração de alunos onde estávamos. Provavelmente esperando mais algum espetáculo romântico inesperado dos ex-inimigos mortais de Hogwarts. Meu estômago revirou só de imaginar as fofocas que deviam estar rolando entre os corredores após a cena de dois dias atrás.

– O que você quer? – cruzei os braços emburrada.

– Descobri algumas coisas sobre o passado de Lena Cork.


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Notas finais do capítulo

E entao, o que acharam, hein??? Deixem reviewsss ^^ Desculpem pelos eventuais erros. BJSSS, até a próxima!



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