Playing Dangerous escrita por WeekendWarrior


Capítulo 18
Longed to be in Your Arms


Notas iniciais do capítulo

AMO DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO ESSE CAPÍTULO ♥



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Eram quase dez da noite quando cheguei em casa, queria apenar ficar sozinha novamente, em meu quarto. Não que a companhia de Nick e seus amigos não me fizesse bem, eles faziam-me bem. Eu ria e me divertia, bebia e sentia-me leve, para depois receber uma enxurrada de tristeza. Um banho de água fria caía sobre mim e no fim percebia o quanto mentia pra mim mesma.

Abri a porta da grande casa e adentrei o recinto bem-arrumado, agora pouco iluminado. Eu odiava esse hall, era tão sombrio e lembrava o fatídico dia… Merda.

— Carmen? – levantei meu rosto e avistei minha avó sentada na mesma poltrona em que meu avô estava naquele dia.

— Oi vovó – sorri para a senhora e aproximei-me dela, sentei-me na poltrona ao seu lado.

— Te liguei várias vezes. Por que não atendeu-me?

— Esqueci meu celular.

A verdade é que não tinha o levado de propósito.

— Ah, sim, entendi – ela assentiu com a cabeça – Você tem visita, Marina a espera lá em cima.

Arqueei as sobrancelhas.

— Eu não a chamei para vir, quero dizer…

— Eu a chamei – interrompeu-me minha vó – Você não é mais a mesma, querida. Mudou, eu posso ver. Não é mais aquela garota alegre que zanzava por essa casa, não que as coisas estejam muito felizes no momento, mas… Preocupo-me contigo.

Forcei um sorriso triste para a bela senhora a minha frente, a mesma estava tão magoada e ferida, porém mesmo assim achava forças para se preocupar comigo e com minha alegria. Eu amo tanto minha avó.

— Não se preocupe comigo, vovó. Eu estou ótima. Sério! Acredite – procurei suas mãos com as minhas e as afaguei – Eu que me preocupo com a senhora, chame-me sempre que quiser. Serei sua fiel escudeira e ouvinte – sorri.

— Precisamos de mais momentos assim, Carmen. Você é tão boa, realmente boa. Te amo, minha flor.

Oh, se ela soubesse o quanto má eu fui, não quero sentir-me assim, não quero pensar que sou má. Mas eu fui… talvez eu ainda seja.

— Te amo muito, vovó.

A dou um forte abraço, ela retribui.

— Mas agora vá para seu quarto, Marina está lá.

Levantei-me e assenti.

— Tudo bem.

Corri em direção as escadas e subi as mesmas com rapidez, adentrei meu quarto num rompante, Marina estava sentada no sofá que era embutido na janela, levantou-se ao me avistar. Corri em sua direção e a abracei.

A apertei forte em meus braços, nós sorríamos abraçadas. Ela me abraçava na mesma medida, forte.

— Me desculpe por tê-la ignorado, Mari. Eu fui péssima, uma péssima melhor amiga – desfiz o abraço.

— Não se preocupe quanto a isso, Carmen. Sei que passou por maus bocados, precisava de seu tempo, eu a dei e agora estou aqui.

— Você me mandou mensagens… tantas! E eu nem te respondi.

Ela meneou a cabeça não ligando.

— Nem importa mais. Eu disse que estaria sempre aqui, não disse? Eu te compreendo, Carmen.

— Sério?

— Sim – ela sorriu – Mas agora sente-se aqui comigo, conte-me tudo.

Nos sentamos no sofá uma de frente pra outra em posição de lótus, porém antes fui em direção à porta e a tranquei.

— Pronto – falei e sentei-me.

— Agora sério, Carmen. Há algo em você, eu posso ver. Está me escondendo algo e nem pense em dizer que não é verdade, porque eu sei que é. Os outros podem não ver, mas eu vejo.

Arregalei meus olhos e me abismei. Sabe aquele momento em que você é pego no flagra fazendo exatamente nada de errado, porém mesmo assim sente-se culpado?

Sorri amarelo.

— Quê? Mari, por que diz isso? Nada a ver.

Ela revirou os olhos.

— Carmen, confie em mim, Assim não dá. Eu confio tanto em ti, posso ver que está tão triste e magoada. Diga-me o que é, divida comigo, não se torture tanto assim.

Engoli em seco.

— Não é tão fácil.

— Você pode fazê-lo fácil. Se abra, eu estou aqui. Sabe que sou sua maior confidente.

Suspirei e fechei meus olhos. Merda, já sentia as lágrimas.

— Como disse, não é nada simples, Mari. Você me julgaria até a morte.

— Por que já diz isso? Nem ao menos sei o que se passa. Eu nunca faria algo para prejudicá-la. Fale, meu anjo.

Mari com sua fala mansa e seus carinhos em meus braços fizeram-me fraquejar. Droga. Eu precisava disso, precisava desabafar, falar pra alguém o que se passava comigo. Tudo que ocorreu, tudo que fiz. Toda a dor, toda a neura, tinha que expô-las.

Lágrimas escorreram.

— Ai, Mari. Sinto que posso morrer apenas por pensar, sabe? Só de pensar no que eu fiz.

— O que você fez? – ela ergueu meu rosto e olhou em meus olhos encharcados.

Eu não conseguiria dizer a ela, não mesmo. Contar toda a verdade? Não, não conseguiria. Como a contaria que matei nosso avô? Mas eu precisava desabafar sobre algo. Precisava tirar pelo menos um pouco desse peso de cima de mim.

— Oh, Mari, eu estive mentindo tanto – debrucei-me em seu colo – Menti para mim mesma, menti para todos, mas eu não me sinto mal por isso. Acho que sou uma má pessoa.

Ela afagou meus cabelos.

— Não diga isso. Conte-me o que a tormenta. Não tema em contar-me, sabe que a compreenderei, não sabe?

Ergui-me e a encarei. Sim, ela me compreenderia.

Umedeci meus lábios para falar.

— Eu me envolvi com uma pessoa, Mari… e agora acho que tenho medo dele… coisas aconteceram.

Ela franziu o cenho. Com certeza Bradley passou pela mente dela, mais lágrimas escorreram ao pensar no garoto.

— Essa pessoa fez mal a você? – neguei com um aceno, funguei – Se não quiser contar-me… Tudo bem, eu entendo.

— Não, Mari, eu quero. Sabe, não aguento mais guardar isso, essa situação sufoca-me às vezes. Eu acho que estou ferrada, não sei mais o que fazer pra sair dessa, quero dizer, nem sei se quero realmente sair dessa.

Ela limpou minhas lágrimas e encarou-me terna, sua feição era angelical, os olhos escuros estavam brilhosos, estava a ponto de chorar.

— Não tema em falar, não a julgarei. Se puder, a ajudarei. Fale…

Tomei fôlego e fechei meus olhos precipitando minha fala.

— Envolvi-me com Jake Gyllenhaal.

Uma lágrima escorreu.

Por um momento Marina ficou estática, somente encarou-me serenamente. Não fazia ideia do que se passava na mente dela, mas poderia jurar que ela não estaria julgando-me.

— Oh, meu Deus, Carmen… Ele é vinte anos mais velho que nós.

— Eu sei, Mari, eu sei! Mas eu simplesmente não consegui ficar longe dele. Ele puxou-me com algum tipo de magnetismo, eu não sei. Ficamos juntos em segredo por mais ou menos dois meses, e Deus! Como foi louco. Eu mentia acho que umas cinquenta vezes por dia, somente para no final passar a noite com ele – franzi o cenho segurando as lágrimas – Sinto tanto a falta dele.

Debrucei-me novamente nas pernas de Mari, lágrimas estavam a cair, senti um peso sair de mim.

— Como assim? Não estão mais juntos? – ela passava a mão por sobre meu cabelo.

— Não, eu o deixei. Não sei se foi por ódio eu por medo.

— Como assim?

Merda. Não poderia contá-la sobre minha suspeita de que Jake teve a real intenção de matar Bradley.

Ergui-me para encará-la.

— Não sei explicar bem, Mari. Ele é mais velho, as vezes sentia-me sufocada com sua proteção, mas agora sinto falta de tudo. Só espero que não me julgue, pois acho que estou…

— Amando? – amando? Eu amar Jake? Será que eu amava o homem? Por que ainda indago-me sobre isso? – Oh meu Deus, Carmen. Está escrito na sua testa e dito pela sua boca sem ao menos pronunciar uma única palavra. Você está completamente apaixonada.

Franzi o cenho um tanto espantada, pois nem eu mesma havia dado-me conta disso. Na verdade havia, porém havia negado isso a mim mesma tão veementemente que acabei convencendo-me disso, que nunca seria capaz de amar.

— Eu acho que o amo, Mari e eu não sei o que fazer.

— Você o ama, Carmen, seus olhos de bambi dizem tudo. Agora tudo faz sentido, você estava com ele.

Assenti e sorri amarelo.

— Sim, eu estava. Andei mentindo para os quatro ventos nos últimos tempos. Porém, há algo – meu cenho se entristeceu – Eu o deixei. Meio que terminei com ele.

— Por que?

— Isso nem importa agora – dei de ombros – Só sei que sinto a falta dele. Será que é errado, Mari?

— Sente que é errado? Por exemplo, amá-lo? – neguei com um aceno de cabeça – Precisa fazer algo. Vá atrás dele, Carmen. Ele te ama também?

— Ele já me disse tantas vezes isso, porém eu nunca retribuí.

— Acho que está na hora de você fazê-lo. Se você o ama, vá atrás dele. Eu te ajudo.

Sorri sonhadora, pois algo veio em minha mente.

— Já sei o que fazer. Você veio de carro? Me dá uma carona? Não quero ir com meu carro.

Ela assentiu e logo se levantou, puxando-me pelas mãos, levantei também.

— Agora enxugue essas lágrimas, passe uma bela maquiagem e vamos à procura de seu amor.

Ri de sua afirmação.

— Obrigada, Mari – a abracei – por não julgar-me. Você é a melhor amiga que alguém poderia ter.

— Eu que a agradeço por confiar em mim. Sei que você é do tipo que prefere sofrer em silêncio, mas eu estarei sempre aqui.

— Eu te digo o mesmo.

Sorrimos entre as lágrimas.

— Agora vamos, Carmen. Você precisa recuperar sua felicidade e se ela está em você estar com Jake, então até ela vamos, quero dizer, você vai.

Sorri para Mari, ela deixava-me tão leve apenas com suas palavras confortadoras.

— Sim, farei isso. Irei atrás dele e direi o quanto o amo.

Percebi que não posso negar-me. Amo Jake e o quero mais que tudo, não o largarei nunca. Eu na verdade, temo esse sentimento recém-descoberto, mas isso fala mais alto. Estou correndo pra ele não ligando pra mais nada, só para ele.

 

Jake

Mais um dia normal de trabalho, chego de madrugada em casa, guardo meu carro na garagem e adentro minha casa pela porta de acesso da garagem.

Poderia dizer que estava cansado, mas já era rotina, meu corpo seguia essa linha, estava acostumado, somente havia algo que faltava em minha rotina no momento: Carmen.

Minha preciosa e pequena Carmen, minha garotinha.

Deixou-me tão repentinamente e sofro pela sua ida, nunca pensei que amaria tanto alguém assim, eu já a disse isso. Eu poderia estar soando como um adolescente idiota e iludido, mas é como me sinto, não há outra maneira.

Carmen é meu tudo, é a luz de minha vida.

Minha pequena deixou-me por achar que matei Bradley. Eu não o matei, porra! Tudo bem que fui atrás dele, porém ia apenas dá-lo um susto. O garoto veio pra cima de mim com uma arma dizendo que Carmen era sua e que eu havia a roubado.

Irei-me com o pirralho, mas ele tinha uma arma na mão, apenas defendi-me, o ataquei e no meio de tudo aquilo acabou dando um tiro em si mesmo, na mandíbula. Foi dado como suicídio, ninguém nunca saberia.

Pago por isso da pior maneira, Carmen privou-me dela, deixou-me, porém estou sempre de olho nela. Bom, eu não a sigo, somente fico de olhos abertos sobre a garota. Sempre sei onde ela está e onde esteve, agora anda com um outro amigo de Bradley. Carmen não consegue ter amigos que não sejam dessa laia, parece que faz de propósito, me tenta.

Sim, acho que agora posso chamar isso de obsessão.

Tiro meu casaco e jogo no sofá, tiro meu coldre e coloco sobre a estante perto da escada. Subo as escadas calmamente enquanto desabotoo minha camisa, quando chego ao topo da escada avisto o corredor, a porta de meu quarto estava aberta e o abajur aceso, podia distinguir daqui.

Pensei em voltar e pegar meu coldre, melhor não, talvez eu tivesse apenas esquecido o abajur aceso, mas poderia jurar que nem o liguei na noite passada, nem hoje de manhã.

Caminhei em passos lentos em direção à porta de meu quarto, apurei minha audição, nenhum ruído era ouvido, quando chego a porta e encaro a cena paro estático.

— Carmen?

Ela estava deitada na cama, sentou-se quando me viu. Era simplesmente uma miragem vê-la ali, sentada em minha cama, com sua feição inocente, um vestido que mal cobria suas coxas, seu corpo esbelto e jovem reluzia diante da luz fraca do abajur, a feição era angelical e um pequeno sorriso fazia-se em seus chamativos lábios.

— Olá – ela falou num tom suave e descontraído.

Eu sorri balançando minha cabeça negativamente, quase não acreditando. Me aproximei alguns passos, ela levantou-se e andou em minha direção.

— Estou sonhando?

Ela riu e colou seu corpo ao meu. Não, eu não estava sonhando, passou seus braços ao redor de meu pescoço, segurei sua cintura possessivo inspirei seu cheiro doce.

— Não, você não está sonhando. Eu sou real, você é real – falou calmamente, rente a minha boca, olhando-me nos olhos – Voltei para você, senti falta de estar em seus braços.

A prendi mais forte contra mim, salivava por querer beijá-la, a desejava como o próprio inferno.

— Eu a quero tanto, Carmen. Quase morri sem você.

— Posso dizer o mesmo, Jake, fiz errado em nos apartar, o quero mais que tudo. Será que não vê que o amo? Não sabe que nunca amei ninguém de verdade a não ser você?

Era primeira vez que ela dizia me amar, sorri acariciando seu rosto.

— Você é tudo que eu preciso.

— Então me beije e prove. Nos recupere os dias perdidos, por favor.

Sua voz era cheia de desejo, desejo que acendia o meu, quase queimando-me vivo. Fiz o que minha pequena pedira-me, a beijei.

Segurei-a pela nuca e procurei seus lábios, lábios, quais mataria para tocar. Viveria em prol de tocar Carmen, sua pele, seu corpo, todo recanto de seu ser. Ela é meu tudo.

Sua língua quente e úmida se envolvia com a minha, sentia suas mãos em meus cabelos, esfregava-se a meu corpo, minha pequena estava em chamas. Interrompeu o beijo à procura de ar.

— Jake, senti sua falta, tanta falta. Me desculpe se fui injusta e não lhe dei a chance de se expressar, sou toda ouvidos. Só quero que saiba que estive magoada e que precisava de meu tempo e o tive. Agora não há mais tempo a perder, o quero muito.

Ela me beijou mais uma vez, agora tomando iniciativa, deixou meus lábios e apenas abraçou-me. Colocou seu rosto na curva de meu pescoço, acariciava suas costas. Era bom tê-la de volta, uma sensação de paz abatia-me.

— Tão bom tê-la em meus braços, minha garotinha. Eu sou seu e você é minha.

— Sim, só sua.

— Mas, ei – a afastei um pouco para encarar seu rosto – Como entrou?

Ela riu sapeca, seus dedos passeavam pela gola de minha camiseta.

— Lembra da sua chave extra? Aquela que você emprestou-me no caso de alguma emergência ou sei lá? Então… – ela deu de ombros – Essa era uma emergência.

Ri de sua feição inocente, acariciei seu lábio inferior com meu polegar.

— Ah, lembrei. Mas agora que você está aqui a minha mercê – ela gargalhou – temos de colocar nosso tempo em dia. O que acha?

Soei malicioso, eu a queria muito.

— Eu acho uma ótima ideia. Maravilhosa.

A peguei no colo pelas coxas e andei com minha pequena até a cama, depositei-a no colchão macio. Encará-la desse ângulo era a completa luxúria, minha garotinha deitada, esperando-me, a minha mercê, toda minha.

O vestido havia subido, a calcinha branca à mostra, as coxas alvas implorando por toques, acariciei-lhe a pele suave, ela mordeu o lábio inferior, fitei seu rosto com adoração.

— Te amo, Carmen – debrucei-me sobre ela e beijei seu pescoço, ela suspirou.

— Eu te amo, Jake. Mais que tudo, sempre te amarei. Sempre.

Tê-la em meus braços, dizendo-me que me ama. Eu poderia morrer agora mesmo e morreria feliz. Como disse, Carmen é meu tudo, não me vejo sem ela, não mais. Isso é insano e de certo modo, certo.

Minha pequena, tão minha. Espero que nunca me deixe, pois sem você eu morreria, pequena Carmen.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem.



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