Let It Snow 2 - A Volta da Escuridão escrita por AliceFelton


Capítulo 3
Capítulo 3




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Chegamos no Polo Norte e não vi ninguém. Era pior do que eu pensava. Todos os brinquedos estavam espalhados pelo chão. Muitos deles, em pedaços.

Posy suspirou ao meu lado.

– O que vamos fazer? - ela perguntou

– Norte tem um sistema de comunicação e localização super potente. - eu disse - Ele ganhou por ter sido o primeiro guardião.

– Isso quer dizer que poderemos encontrar mamãe, papai e os outros? - perguntou ela

– Se eles não estiverem sendo ocultos, sim. - eu disse

Ela assentiu.

Observei o grande globo que ficava no centro do palácio de Norte. Milhares de luzinhas espalhadas por todos os cantos do mundo.

– Não é engraçado termos que dividir nossos pais com todas essas crianças? - sorri

Posy sorriu.

– Você acha que algum dia seremos guardiões? - ela perguntou

– Não sei. - eu suspirei

– Você gostaria de ser um? - ela perguntou

– Acho que sim. - eu respondi

– Eu adoraria. - ela sorriu - Faria com que eu me sentisse menos inútil.

– Você não é inútil. - ri

– Gus. - ela riu - Nós somos.

Ri.

– Mamãe e papai pelo menos têm crianças que acreditam neles. - ela disse - E confiam neles para terem alguma diversão.

– Eu confio em você para ter diversão. - eu disse

Ela sorriu.

Entramos no escritório de Norte e fui até o localizador que ele possuía. Era um computador humano adaptado com mágica, portanto, era muito simples de ser usado.

Posy me observou atentamente.

Digitei alguns códigos e esperei luzes aparecerem na tela. Apareceram apenas duas. A minha e a de Posy.

– Eles levaram todos eles? - Posy perguntou assustada

Assenti.

– Todos que conhecemos. - respondi

– Alguma chance de não conhecermos alguém? - perguntou ela

– Sempre tem a possibilidade de alguém recém transformado. - eu disse - Mas os recém formados são bem inúteis, considerando que quase não conhecem seus poderes.

Posy suspirou.

O computador de Norte começou a apitar rapidamente e vi que uma magia estranha estava sendo usada. A boa notícia é que poderia ser uma pista para acharmos nossos pais. A má, é que a magia estranha estava sendo usada na minha casa.

– Temos que ir - Posy disse

– Não chegaremos a tempo. - eu disse - O nível de magia está diminuindo.

– Eu tenho uma ideia. - disse Posy saindo do escritório de Norte correndo - Vem comigo!

Suspirei e corri atrás dela, que foi em direção ao subsolo.

– Você não pode estar pensando nisso... - murmurei, quando percebi aonde estávamos indo.

– É claro que eu estou. - ela disse

Paramos em frente a um pano que cobria algo enorme. Eu sabia o que era e Posy, também.

Ela puxou o pano e subiu no trenó.

– Norte vai nos matar. - eu disse

– Não se salvarmos sua vida. - ela disse - Se segura.

– Eu não preciso me segurar. - eu disse - Eu já andei com Norte nesse treco milhares de vezes.

– Norte respeita o limite de velocidade celeste. - ela riu

...

Posy pousou o trenó na campina perto da nossa casa e eu, rapidamente, saltei dele.

– Eu te odeio. - murmurei massageando minha barriga

– Me desculpa! - disse ela colocando a mão nas minhas costas - Eu esqueço que você passa mal quando se locomove rápido.

– Você chama isso de rápido? - murmurei - Estávamos na velocidade da luz.

– Se estivéssemos na velocidade da luz, teríamos entrado em combustão. - ela deu de ombros, com uma risada

Bufei.

– Eu te odeio - eu disse

Ela revirou os olhos mas não se deu o trabalho de responder, saindo correndo em direção à nossa casa.

A primeira coisa que notei era que a casa estava perfeitamente normal. Nada de chamas. Nada de destruição. A única coisa que estava fora do comum era a porta, que estava aberta, mas isso não indicava que alguém estava lá. Eu e Posy poderíamos tê-la esquecido aberta quando saímos para o casamento.

Posy foi até a porta silenciosamente e espiou para dentro. Segui-a e vi um garoto todo de preto, segurando o cajado de meu pai.

– Woody? - ela perguntou

– Posy! - ele exclamou surpreso - Eu vim assim que fiquei sabendo.

Ele abriu os braços e minha irmã se aconchegou perto dele.

– Como você está? - ele disse fazendo um cafuné na cabeleira rosa da minha irmã.

– Mal - ela gemeu

– É terrível mesmo, eu sinto muito. - ele disse beijando o topo de sua cabeça

Revirei os olhos.

– Obrigado pela sua preocupação conosco. - eu disse - Mas você pode largar o cajado do meu pai agora.

Posy se desvencilhou de seu aperto.

– Por que você está com isso? - riu ela

– Vai soar estúpido, mas eu estava pensando em ir atrás de vocês. - disse Woody - Vim aqui para procurar pistas.

– E por que você está com essas roupas? - perguntou Posy

Ele examinou o traje preto.

– Eu estava muito triste por causa do nosso término. - disse ele - Elas ficaram assim.

Posy sorriu.

– Você só pode estar brincando. - bufei - Posy essa é a pior desculpa do mundo.

– O que você quer dizer? - Posy se irritou

Ignorei-a.

– Mais uma pergunta, Woody. - eu disse

Woody assentiu, com naturalidade.

– Se todos que conhecemos foram capturados, como você descobriu o que aconteceu? - perguntei

A expressão de Woody ficou confusa e com traços de raiva.

– Engraçado, não me lembro de ter visto você no localizador de espíritos bons que Norte tem. - eu disse

Woody levantou a mão, mas nunca saberemos o que ele estava prestes a fazer porque, no segundo seguinte, ele estava caído no chão, dormindo.

– O que você fez com ele?! - exclamou Posy

– O botei para dormir. - respondi - Não é como se eu conseguisse fazer alguma outra coisa.

Ela cruzou os braços.

– Quem é ele? - perguntou ela

– Duncan Black - disse uma voz feminina

Nos viramos ao mesmo tempo e vimos uma garota que aparentava ter nossa idade. Ela estava toda de preto, assim como Woody. Eu consegui ver a semelhança entre os dois, embora ela possuísse olhos mais puxados que os dele.

– Ele é meu irmão. - ela disse

– Muito obrigada pela informação. - eu disse - Agora sabemos de tudo.

– Me avisaram sobre o seu sarcasmo, Augustus. - sorriu a garota

– Fico contente. - respondi

– Sou Belladonna Black - ela disse

– Vocês são filhos do Breu. - Posy disse

Belladonna sorriu.

– E eu achando que você nunca iria perceber. - riu - Meu irmão me contou tudo sobre você, pequena Posy.

Minha irmã se encolheu, desconfortável.

– Onde estão nossos pais? - perguntei

– Você acha mesmo que eu vou te contar? - perguntou Belladonna

– Não. - eu disse - Mas precisava tentar.

– Por que vocês estão fazendo isso? - perguntou Posy

– Seus pais arruinaram a vida do meu. - ela disse - Ele odeia Jack Frost e Alice Summers.

– Eu pensei que mamãe não o conhecesse. - eu observei

– Ela não conhecia. - Belladonna disse - Mas ela é neta de Jamie Bennett.

Assenti.

– Quando meu irmão vai acordar? - ela perguntou para mim

– Você acha mesmo que eu vou te contar? - ri

– Não. - ela disse - Mas eu tenho outros métodos.

Ela levantou a mão e Posy ajoelhou-se ao meu lado.

– Gus - ela suspirou com a voz fraca

– Eu diria que Posy tem alguns segundos até que o veneno se espalhe. - Belladonna riu

Liberei Woody do encanto e sentei no chão, deitando Posy no meu colo.

Belladonna piscou para nós e saiu, seguida de Woody, que havia se levantado rapidamente.

– Eles levaram o cajado de papai? - Posy perguntou com a respiração lenta

– Levaram - respondi - Não sei como vamos derrotá-los, Posy.

– Nem eu. - ela suspirou e me abraçou.


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora, queridões.
Espero que gostem do capítulo!
Beijos grandes



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