Uma nova chance escrita por Ana Carol Machado


Capítulo 3
Sarah


Notas iniciais do capítulo

Oiii. Queria agradecer por todos os comentários que venho recebendo. Agradeço de coração pelo carinho. Esse capítulo era para ser publicado amanhã, pois o dia da postagem é domingo, mas eu resolvi publicar hoje porque amanhã não terei tempo e a ideia estava viva em minha mente hoje. Espero que gostem e boa leitura.



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Naquele dia dona Sarah sentia que o vazio que sentia estava ainda maior, não sabia explicar o porquê. Sentia uma vontade de chorar. Porém se controlou. Como sempre se controlava nos dias que não eram o de seu aniversário.

Nos dias em que sentia esses vazios não tinha vontade de falar com ninguém. Eram os dias em que se sentava sozinha, em um canto isolado e ficava somente olhando para o nada. Se lembrando de tempos em que era feliz e se sentia amada. Nesses dias ela ficava tão perdida em seus pensamentos que não percebia o mundo ao seu redor. As coisas ocorriam e ela não vivenciava.

Exatamente por está em um desses dias, ela apenas reparou no que ocorria ao seu redor quando um menino tocou em seu braço e começou a falar com ela. Ao erguer os olhos e olhar o menino as lembranças voltaram a inundar sua mente. Não conseguia ouvir as palavras do garoto, apenas ouvia as vozes da sua mente.

O garoto que se aproximou era muito parecido com seu filho Rodrigo quando tinha a idade dele. Talvez não fosse tão parecido, mas sua mente cansada e a solidão fizeram com que seus olhos encontrassem semelhanças entre eles. Enquanto olhava para ele ficava pensando na infância de seu filho.

Rodrigo quando era criança era muito carinhoso com ela. Ela lembra dele cantando no coral da escola, no dia das mães, todo emocionado com a oportunidade de a homenagear. Também se lembra dos cartões e desenhos que recebeu dos dois filhos, principalmente dos de Rodrigo, pois os deles eram os mais carinhos e que faziam mais promessas de amor eterno a mãe. Era exatamente por isso que a ausência de Rodrigo doía mais que a de Gustavo, pois ela viu aquela doce criança que a amava se transformar em um adulto que a abandonou.

Sem que percebesse as lágrimas começaram a escorrer sem serem convidadas. O menino que a olhava pareceu assustado e disse:

— A senhora está bem?

—Sim, meu filho.

—Estou a incomodando? Se eu estiver é só dizer.

Até o jeito de falar do menino lembrava o de seu filho. Sem que soubesse o porquê ela segurou em uma das mãos do menino e perguntou:

—Como você se chama filho?

O menino pareceu meio assustado com o gesto e a pergunta, mas não puxou a mão e disse:

— Meu nome é Eduardo.

—Eduardo... –ela repetiu o nome em voz baixa para ela mesma – Me diga, Eduardo em que posso o ajudar?

O menino começou a falar de um trabalho escolar e que para o concluir precisava que ela respondesse algumas perguntas sobre o que ela lembrava da cidade do passado, há 50 anos, para ser mais exato.

A senhora concordou em ajudar e começou a responder as perguntas do questionário. Mas as perguntas faziam sua mente voltar aos seus filhos. Cada pergunta fazia as lembranças deles brotarem mais fortes em seu coração.

Sarah ficou triste quando as perguntas do questionário terminaram. Ela não queria que Eduardo fosse embora.

— Eu nem perguntei o nome da senhora...- disse Eduardo meio envergonhado por não ter feito a pergunta mais cedo – Como a senhora se chama?

— Meu nome é Sarah e foi um prazer lhe conhecer.

— Foi um prazer conhecer a senhora também.

— Verei você de novo, Eduardo? – perguntou ela de forma repentina. Até ela se espantou com a pergunta.

O menino ficou um longo tempo em silêncio e depois disse:

— Posso vir ver a senhora amanhã, um pouco depois do almoço ou talvez de tarde...

— Ficaria feliz, mas eu não quero atrapalhar sua vida social. Sei que vocês jovens gostam de sair com os amigos no sábado de noite. – disse Sarah se lembrando da principal desculpa dos filhos para não ir vê-la nos fins de semana.

—Eu não tenho amigos, senhora. - respondeu Eduardo com os olhos abaixados. Meio triste e envergonhado. Naquele momento Sarah se sentiu ainda mais afeiçoada pelo menino. Parecia que a solidão dele era a dela.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Agradeço de coração a todos que estão lendo e acompanhando. Estou fazendo essa história com todo carinho e sensibilidade. Abraços e até o próximo capítulo que será publicado domingo que vem, no dia certo de publicação.



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