Hoje é domingo. Mas não qualquer domingo. É Dia das Mães e a guilda refletia isso em cada canto com decorações e com o povo todo animado. Ok, Lucy não entendia muito bem o porquê de toda essa animação, afinal, não é como se a Fairy Tail fosse uma guilda com muita presença de figuras maternas. A maioria era órfã e não tinha filhos. Na verdade, a única pessoa que realmente se encaixava na descrição do dia era a Bisca, que era a mãe da Asuka.
Lucy sorria com um toque de inveja da cena que via e se sentia mal por isso. A pequena empunhava uma sacola de presente e entregava à mãe com um sorriso enorme e os três – Bisca, Asuka e Alzack – se abraçavam felizes. Pouco depois, a garotinha subiu ao palco e seguindo uma melodia doce tocada por Mirajane, cantou desafinadamente uma canção fofa adequada à situação. Era extremamente adorável, mesmo que ela tivesse errado a letra vez ou outra. Mas ninguém realmente ligou para isso, apenas apreciavam aquele gesto de genuíno amor incondicional que no momento fazia Bisca chorar como uma criança.
A maga celestial queria tanto ter podido ter mais Dias das Mães com a sua mãe, mas não pode. E, na verdade, sequer sabia se algum dia teria um com seus filhos. Era horrível quando se via sendo carregada por essa maré depressiva em um dia que deveria ser de comemoração, mas todo ano era sempre a mesma coisa.
Ela tomava seu suco de morango sem ânimo enquanto tentava se lembrar do último Dia das Mães que passou com Layla, mas não conseguiu. Fazia tanto tempo… Ela temia que todas as outras lembranças que tem de sua mãe também desaparecessem com o tempo e isso a desesperava.
— Mira, me trás um sorvete de chocolate com bastante cobertura para a Asuka, por favor? – Bisca pediu se sentando ao lado da loira.
A maga Satan Soul apenas confirmou, retirando-se.
— Hm, Lucy… Está tudo bem com você? Parece estar meio pra baixo… – ela perguntou.
Lucy suspirou e brincou com o canudo no copo já vazio enquanto tentava achar as palavras certas.
— Ah, sabe, essa data é difícil para mim. Eu sei que é egoísta eu ficar assim em um lugar como esse, onde todos parecem sofrer do mesmo, mas eu sinto tanta falta dela. Sinto que não tive tempo suficiente para passar com ela e me assusta pensar que eu um dia acabe esquecendo o pouco que ainda me lembro dela.