A história de um dragão chamado Sombra escrita por G S Bello


Capítulo 13
O Plano




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  Sombra havia observado a madrugada toda aquela pedra que escondia em suas garras, era ela tão simples mas tão linda…

 

  Quando amanheceu, foi acordado pela mesma pessoa que os torturou no dia passado.

 

  –Se levanta, e acorda ela também, você vai me seguir como um bom garoto e eu vou saber se posso confiar em você. - Stev falou sem delongas, sua espada estava em suas costas e ele ainda vestia preto.

 

  Sombra acordou devagar mas logo vou que era ele e sorridente perguntou - Eu posso te contar uma piada sobre fantasmas ? - e então se levantou ainda escondendo a pedra, e encostando em Lucy para a acordar.

 

  – Bem, não quero ouvir uma piada sobre fantasmas - Stev resmungou e foi até a corrente a abrindo, estava confiante sobre sua força em comparação a do dragão magrelo, e, também tinham outros do outro lado da porta o esperando.

 

  – Esse é o espírito! - Sombra sorriu, brincando com ele como se não tivesse sido agredido na noite passada, e então afocinhou o rosto da raposa a fazendo se balançar e coçar os olhos.

 

  Stev ficou a encarar o dragão enquanto segurava a corrente e a chave, pensando sobre a merda que havia acabado de ouvir. - Essa foi uma piada bem… transparente. - ele riu no fim das contas enquanto abria a corrente na pata traseira do dragão.

 

  – Bem, você riu, acho que não precisamos ser realmente inimigos, sabe, você me cortou, chutou minha barriga e tals mas… Até que pensei bastante sobre o seu lado dessa história… - Sombra sacudiu a pata agora livre e ficou a observar Lucy se levantar ainda esfregando os olhos.

 

  – Pare de ser puxa saco, eu não gosto disso. - Stev sem delongas disse e abriu a corrente da raposa.

 

  Com o passar do tempo Sombra foi levado por Stev através da base subterrânea até o primeiro andar de um apartamento que era ligado por uma longa cadeia de túneis. Havia toda um pequeno abrigo residindo debaixo daquela zona de prédios… Ao passar das salas, Sombra viu diversas divisões, sala de treino, refeitório, zona de descanso e uma porta ao dormitório, havia lá mais lugares, mas ele não teve a chance de visitar nesse trajeto.

  Lucy ficou em uma espécie de sala de repouso com outras pessoas, ela ainda sentia medo então não se pôs a falar muito.

  Ao chegar nesse apartamento, que era um prédio de cinco andares mal iluminados e abafados, Sombra se dirigiu com Stev e outros dois jovens adultos até o quarto andar pelas escadas, onde entraram no apartamento 404. Lá, era um cômodo extremamente vazio, com poucas coisas como geladeira e tapete velho, fora o banheiro também em mal estado, tinha um armário trancado na sala e um quadro branco na parede principal, fora, uma caixa cheia de peças de lego em um dos cantos. As paredes eram todas cobertas com persianas fechadas.

 

  – Bem, todos estamos aqui reunidos por um motivo claro que eu vou explicar agora. - Stev arrastou uma mesa até o centro de sala, e trouxe cadeiras de ferro de onde deveria ser a cozinha.

 

As duas outras pessoas pegaram as cadeiras e se sentaram de frente para a mesa, um deles era mais alto e esguio, branco pálido de cabelo castanho claro, tinha feições de um esqueleto, esse, se sentou à direita de Sombra. O outro era negro e tinha o cabelo raspado, tinha uma estatura média e corpo mais forte, seu rosto era um pouco gordo, ele se sentou à esquerda de sombra.

 

  Sombra ficou em silêncio, como os outros da sala ficaram. Stev, retornou a falar. - Estamos ficando sem remédios para tratar os feridos e, depois da nossa última missão onde tivemos baixas e alguns machucados, colocamos a risca quem tem acesso ou não aos remédios, pois em casos extremos não estamos tendo como tratar as pessoas, fora, que os sobreviventes que estão no abrigo estão começando a ficar doente. Precisamos fazer uma viagem até o hospital, que, acaso todos aqui sabem onde fica. - Stev afirmou respirando fundo, ainda tinha muito para falar.

 

  – Eu não sei. - Sombra interrompeu.

 

  – Então apenas olhe pela janela - O mais magro disse, apontando a janela fechada bem próximo a mesa. Sombra ficou em silêncio após isso, se lembrando do hospital que viu um tempo atrás.

 

  Stev passou uma mão pelo cabelo e voltou a falar - Então, Sombra… Você está aqui para nos ajudar a trazer os suplementos e se provar digno de estar entre nós, assim como a sua namoradinha. Se você falhar ou nos trair, em qualquer hipótese… Você está morto, e ela também. Então me faça o favor e ouça com atenção, dúvidas, pergunte quando eu terminar, se comporte como John e Marcos. - Ele abre os braços como se apontando aos dois na mesa, e depois colocando as mãos pra baixo, se relaxando ali com uma perna cruzada.

 

  Sombra ficou em silêncio absoluto, se sentando a frente da mesa, Stev voltou a falar. - Estaremos indo pela noite, todos aqui com exceção do nosso querido convidado, de outro planeta olha só em gente. Bem… Todos já foram aquele hospital algumas vezes, para tirar um raio x, engessar uma parte do corpo quebrada ou ficar internado por virose. Mas isso vem ao caso de que sabemos como lá é por dentro, e precisamos ir para penúltimo andar dos seis, sendo mais específico porque certo... Dragão não sabe. - Ele respirou fundo de novo - Onde guardam o estoque com remédios, antibióticos, e, matérias úteis como mais bandagens e itens para situações mais simples como quando o nosso antigo amigo Michael caiu do segundo andar de uma cobertura e teve um osso quebrado que ficou um pouco sobressaído em sua perna… Temos um médico renomado entre os sobreviventes, mas foi uma merda cuidar do Michael porque não tínhamos anestesia nem equipamentos básicos, assim simplificando para nosso amigo entender melhor a nossa situação. - Ele se levanta tirando uma chave do bolso e abrindo o armário com ela.

 

  Naquele armário tinha uma pistola e um monte de papel, ele pega um que parece ser o mapa daquela região de cidade.

 

  – Senhor dragão, você vai seguir a gente pela superfície enquanto a gente vai pelo esgoto, você vai fazer um trajeto de pouco mais que oitocentos metros pela noite, eu sugiro que chegue vivo e sem chamar atenção indo pelos becos e trajetos da direita - ele apontava no mapa -  descobrimos recentemente que eles tem maior visibilidade do outro lado da cidade e provavelmente do dirigivel que fica próximo ao Walmart - ele mostrava no mapa, sempre fazendo gestos - Mas quando chegar ao hospital, irá precisar escalar o primeiro andar e entrar pela ala das vítimas de incêndio na parte de trás do hospital, lá você pode entrar pelas largas janelas, então vai nos encontrar no banheiro feminino, vai ser fácil de achar, é só se lembrar disso! Ao sair da ala das vítimas de incêndio, você vai ter que seguir a parede para a direita, sempre para a direita, seguindo a faixa vermelha na parede, e logo dará de cara com os banheiros, lá vamos nós encontrar e seguir da maneira mais silenciosa possível até três andares acima, depois que chegarmos onde depositam as coisas devemos silenciar quem estiver vigiando a sala. Pegaremos tudo que couber nas nossas mochilas e colocaremos outras coisas mais pesadas nas suas costas, assim não atrapalhando o nosso desempenho. Você vai subir até o último andar, e isso tem que acontecer entre as meia noite e doze até as meia noite e vinte cinco. Onde o dirigível nao vai ter vista para o hospital por causa dos prédios no centro! Então você terá que saltar e usar essas asas para voar o mais longe possível no escuro, mas, quando bater meia noite e vinte cinco já deve estar no chão para não ser visto. Já… nós - Ele aponta para si mesmo e os outros na sala. - Faremos o caminho de volta pelo esgoto. Entendido ? - ele se levantou da mesa ficando quase que sobre ela apoiando suas mãos na mesma.

 

  – Certo! - Sombra parecia concentrado, olhando para a mesa pensativo. - você pode repetir isso mais uma vez quando estiver mais perto da hora ? - Ele havia entendido bem, mas precisava ter certeza absoluta para algo assim.

 

  – Sim, eu posso, mas espero que estejamos todos de acordo - John e Marcos apenas concordam. Sombra se levanta indo até a janela olhando para o hospital ao longe, através das persiana fechada.

 

  – Eu… só tenho umas perguntas… - Sombra diz ainda pensativo.

 

  Stev sorri e diz - então as faça. -

 

  – Por que algumas coisas na cidade ainda parecem funcionar ? - ele se senta ali mesmo.

 

  – Ah, essa é fácil até. Pelo que vimos, eles querem manter em segredo o que estão fazendo aqui, cortaram a internet e fazem interferência no nosso sinal mas, como temos um hospital que pessoas vem de longe para utilizar em busca de alguma solução para problemas tais… bem, eles tem que manter as coisas funcionando, por exemplo, no hospital muitos médicos e cirurgiões estão sobre um tipo de controle mental, mas continuam exercendo seu trabalho… A maior parte das lojas pela cidade também, apenas, pessoas robóticas e substituídas fazendo as coisas que nós deveríamos estar fazendo…- ele bate na mesa - esses… malditos… Espero ansioso para decepar a cabeça de cada um deles! - Stev diz e se levanta. Os outros estavam apenas a conversar entre si.

 

  – Ainda temos muito o que conversar… - Diz sombra cheio de perguntas em mente.

 

   – É, realmente, me deve explicações e eu também tenho muito a falar, mas agora… Aperte esse cachecol brega aí, se prepare, é daqui que partimos ao cair do sol mas agora, de volta pro abrigo, está na hora do café da manhã. - Stev diz de maneira mais descontraída e abre a porta para todos saírem, mas antes sussurra algo sobre discutir a “outra parte do plano” com John e Marcos.










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