Sede dos anjos/Floresta Desconhecida

Pov Jaime

Nós arrumávamos as nossas malas, estávamos todos prontos para nos infiltramos na escola Mundial, pelo que eu sei, todos nós estudaríamos na mesma sala, o primeiro ano do ensino médio, era nessa sala que tinha a maioria das alma-gêmeas, acho que essa será uma tarefa difícil.

— Cuidado ouviu Mari? Eu ainda não entendo como eu estou deixando que você participe dessa missão. – falou Clarisse, a mãe protetora.

— Dá pra você parar de me tratar como criança? – indagou Mari emburrada, concordo com ela, as vezes a rainha exagera.

— Talvez, se você parasse de agir como uma criança levada, parece que você só sabe arranjar confusão, se comporta por lá filha. – ordenou Clarisse autoritária, a Mari se comportar? Impossível!

Niel logo entrou com a sua mochila pronta, Lana também já estava totalmente pronta, só faltava o Edy que estava se despedindo dos pais, meus pais morreram por culpa dos humanos, eles foram atingidos por várias bombas na segunda Guerra Mundial.

— Bom, tenho uma novidade, a Thallita Raiane vai com vocês, e o Lucas amigo dela vai junto, é bom ter alguém mais experiente assim como o Jaime junto com vocês. – Falou Clarisse, Mari já ficou irritada.

Ita sorriu vitoriosa, é por esse apelido que eu costumo chamar a Thallita Raiane, nós até que somos amigos, já fiz várias missões ao lado dela e do Lucas, as vezes acho que os dois foram feitos um para o outro.

— E como você conseguiu matricular todo mundo nessa escola Mundial? Porque vou te contar, daqui a pouco até os extraterrestres vão se matricular, se bem que eu acho que eles já se matricularam. – falou Mari olhando para Ita, ninguém entendeu a indireta? Eu entendi.

— O Lucas e a Raiane não foram matriculados, eles só vão lá as vezes para vigiar vocês, afinal, eu vou passar uma semana no conselho dos anjos e quero me manter informada de tudo. – falou Clarisse séria.

— A senhora vai fazer o que no conselho dos anjos? Pelo que eu sei a rainha só vai pra lá quando algo muito sério acontece. – perguntou Niel estranhando, quero ver a rainha se safar dessa.

— Vou falar sobre o amor épico é claro, esse assunto é muito sério e importante – disfarçou a rainha, na verdade ela vai falar sobre a humana.

Flora chegou com a mala pronta, aquilo com certeza era um castigo ninguém merece morar na mesma casa que a Flora, parece que ela ia se passar por nossa Mãe, ótimo ninguém merece ser filho dessa bruxa, Mari reclamou muito, mais de alguma forma Flora ia para vigiar a irmã.

— Rainha? Se a Flora vai com a gente e você vai viajar, quem ficará tomando conta da sede e dos outros milhares de anjos? – perguntei.

— O Arcanjo tomara conta de tudo durante a minha ausência, e por isso vocês devem contar tudo a ele. – falou Clarisse confiante.

Arcanjo era o fiel escudeiro de Clarisse, um anjo frio e sem amor, ele vive seguindo todas as regras de conduta, Arcanjo tem mais de 2.000 anos e nunca viveu um aventura se quer, está certo, os anjos devem ser criaturas divinas e seguidora das regras, mais se nós construímos o amor para os outros, temos o direito de construir o amor para nós também.

Escola Mundial/São Paulo

No dia seguinte, paulo organizava uma armadilha para novatos que entrariam na escola, a turma ria enquanto Paulo e Valéria preparavam as armadilhas, logo os novatos chegariam e tomariam um banho de tinta.

— Você colocou as tachinhas nas carteiras dos novatos Valéria? – perguntou Paulo sorrindo, a garota concordou com a cabeça.

— Será que isso vai dar certo? – perguntou Marcelina nervosa.

— Claro que vai, agora saiam daí e se sentem, os novatos já devem estar chegando. – alertou Felipe para os irmãos guerra.

— Falou o gênio da sala. – disse Thalyta irônica, revirando os olhos.

— Para de me provocar revoltadinha, você sabe que assim eu me apaixono de vez. – provocou Felipe piscando para a garota.

Enquanto isso, os novatos seguiam a diretora pelo enorme corredor da escola, além dos anjos infiltrados estavam Amanda, Denise, João Vitor e Luan, os mais novos alunos da sala, Mari caminhou na frente de todos animada, ela estava louca para encontrar os humanos.

— Tem alguma coisa estranha aqui, essa porta está com uma linha amarrada na maçaneta. – falou Mari observando bem, a mesma resolveu não abrir, e logo imaginou o que era.

— Deixa de frescura menina, tenho que resolver logo isso e voltar para a diretoria. – falou a diretora empurrando Mari.

Assim que a diretora entrou o balde de tinta caiu bem em cima dela, os alunos começaram a rir que nem loucos, porém logo Gilda, a professora de ciências entrou, pedindo que todos se calassem, a diretora saiu irritada sendo acompanhado por Graça, a zeladora da escola.

— Mais que feio isso que vocês fizeram, é assim que estão mostrando a educação de vocês para os novos alunos? – indagou Gilda irritada.

— Professora? Peça para os novos alunos se apresentarem, assim vamos conhece-los da maneira certa. – falou Elizabeth tentando livrar a turma da bronca, quando Gilda começa a falar não termina nunca.

— Você está certa, podem se apresentar para a turma, e desculpem o incidente que eles aprontaram. – falou Gilda sem graça.

— Bom, muito prazer, eu me chamo Amanda, tenho 16 anos e estou muito feliz em poder estudar nessa escola. – falou a garota meio tímida.

Amanda estava bastante nervosa, aquela escola era estranha e ela praticamente não conhecia ninguém, o único que ela conhecia era Arthur, o garoto estudava na sala ao lado, no segundo ano.

— Eu me chamo Denise, tenho 16 anos. -falou a garota curta e direta, os alunos estranharam o comportamento de Denise.

— Eu me chamo Edynilson, tenho 16 anos, e se vocês quiserem ser meus amigos me chamem apenas de Edy, odeio o nome “Edynilso” – falou Edy fazendo aspas com as mãos, todos riram do garoto.

Lana sentiu uma pontada de ciúmes nessa hora, as garotas estavam encantadas com o garoto, Edy era Lindo, engraçado e atrapalhado, ao mesmo tempo era fofo e romântico o que fazia Lana se apaixonar por ele cada dia mais, o único problema era a amizade que ele tinha com Mari.

— Eu me chamo Jaime Palilo, tenho 17 anos e achei incrível ter vindo estudar nessa escola junto com meus irmãos. – falou Jaime, as garotas o encaravam com os olhos brilhando, ele era muito gato.

— Muito prazer eu me chamo João Vitor, tenho 16 anos e adoro jogar basquete, podem me chamar apenas de Vitinho. – falou o garoto, uma boa parte das garotas suspiraram, ele era lindo demais.

Denise revirou os olhos, João Vitor continuava o mesmo galinha da antiga escola mesmo, pelo visto nada iria mudar, mais ao menos ela podia contar com a amizade de Luan, esse sim gostava dela de verdade.

— Bom dia, eu me chamo Luan, tenho 17 anos e sou novo aqui em São Paulo, é um prazer estudar com vocês. – falou Luan educado, e novamente as meninas suspiraram.

— Bom dia galera? Bom meu nome é Marisol, me chamem apenas de Mari ou de sol, se bem que me chamar de Sol seria estranho, ah quer saber? Me chamem do que quiserem! – falou Mari gritando animada, todos riram da garota, parece que tinha entrado alguns malucos na escola.

Niel arrumou seus cabelos pronto para chegar sua vez, agora sim as garotas morreriam ao vê-lo, Mari empurrou o amigo pedindo que ele se apresentasse logo, Jaime também o repreendeu no mesmo instante.

— Eu me chamo Janiel, tenho 16 anos, peço que me chamem apenas de Niel, adorei ter vindo pra essa escola. – falou sorrindo, e logo uma boa parte das garotas suspiraram.

A professora pediu que os novatos escolhessem suas carteiras e se sentassem, eles assentiram, Paulo e Valéria tentavam segurar o riso, a turma inteira iria se divertir quando eles sentassem nas tachinhas.

— Mari não sente nessa carteira! – gritou Edy ao perceber que sua carteira tinha um tachinha, mesmo sem entender a garota obedeceu.

O restante dos novatos se sentaram logo em seguida, a tachinha espetou os novatos e eles levantaram rapidamente gritando, a turma começou a rir descontroladamente, e até a professora Gilda gargalhou junto, isso só podia ser mais uma das armadilhas feita pelos guerra.

— Paulo Guerra e Valéria Guerra, não sei porque mais algo me diz que vocês dois que fizeram isso. – falou Gina com muita raiva.

— São tachinhas professora. – falou Amanda decepcionada levando todas as tachinhas e colocando em cima da mesa.

— E vocês dois? Não estão sentindo dor não? -perguntou a professora estranhando por Edy e Mari estarem rindo junto com a turma.

— A gente conhece esse truque, não sentamos nas carteiras, aliás eu acho essa ideia muito antiga, já saiu de moda, hoje em dia qualquer um sai por aí colocando tachinha nas carteiras. – falou Mari cruzado os braços, a turma ficou surpresa com a esperteza dos dois.

Logo as tachinhas foram jogadas fora, todos eles sentaram em seus devidos lugares, aquela era a última entrada de novos alunos naquela classe, a professora logo avisou que não haveria mais mudança nenhuma nas ordens das carteiras, por isso todos deviam escolher bem.

Ordem das carteiras:

Primeira fila, do lado direito, ao lado da janela:

Rebeka

Pedro

Fernanda

Eduardo

Diego

Lana

Segunda fila, próxima a mesa da professora:

Simon

Vick

Marco

Marcelina

Alicia

Luan

Fila do meio, em frente a mesa da professora:

Maria Joaquina (carteira vazia )

Denise

Felipe

Valéria

Paulo

Quarta Fila, próxima a porta da sala:

João Vitor

Thalytha

Jorge

Mari

Edy

Niel

Última fila, praticamente encostada na parede:

Elizabeth

Jack

Amanda

Mário

Jaime

“Os alunos: Sophia, Laura e Eric foram transferidos para uma outra escola, eles não estudarão mais na escola mundial”

— Será que haverá alterações no grupo de história? - indagou Rebeka para Pedro, o garoto deu de ombros e sorriu para a amiga.

— Espero que haja alteração, eu queria muito ficar em um grupo junto com você, afinal, minha amiga é a mais inteligente da sala. - elogio Pedro, a garota sentiu suas bochechas corarem e voltou a prestar atenção na aula.

9 ano/Escola Mundial

O sinal tinha acabado de bater, quase todos os alunos já tinha saído, e restava apenas Vitória e Erica dentro da sala, ambas guardavam seus materiais dentro de suas devidas mochilas, Vitória resolveu quebrar o silêncio.

— Como você está se sentindo no seu primeiro dia de aula? Está gostando da escola? – perguntou Vitória puxando assunto.

— Até que está sendo bem legal, eu sinto falta da minha antiga escola mais tenho que me acostumar. – falou Érica sendo simpática.

— Erica? Vamos pra cantina, estou esperando você aqui fora há horas, vamos! – falou Kelson encostado na porta da sala.

Batista apareceu na porta apressado também, as duas riram e foram para a cantina junto com os amigos, Erica e Kelson sentaram em uma mesa um pouco afastada dos outros alunos, a merenda era reforçada, um prato cheio de verduras e frutas.

— Esse lanche seria perfeito se a banana não estivesse totalmente estragada. – falou Erica rindo, comida de escola é horrível.

— Tudo na vida tem seu defeito, essa escola é perfeita, a única coisa ruim daqui é o lanche. – disse Kelson rindo da cara da amiga.

— Você viu quantos meninos lindos e fofos tem aqui? Se houvesse um campeonato de beleza essa escola ganhava. – falou Érica sorrindo.

— Não tem nada de interessante nesses meninos daqui, são todos metidos e frescos, você só pode ter ficado louca! – falou Kelson nervoso.

Érica estranhou o comportamento do amigo, ele sempre ficava bravo quando ela falava de algum garoto, será que era ciúmes? Não claro que não, ele só está tentando me proteger, era esse o pensamento de Érica.

(...)

Apartamento da família Andrade/São Paulo

Elizabeth estava jogada sobre sua cama descansando, de repente Taty entra correndo no quarto da irmã, Elizabeth leva um susto e se levanta rapidamente, a mais velha sorrir.

— O que foi garota? Alguém morreu? – indagou Elizabeth curiosa.

— Se arruma, nós vamos sair para um parque de diversões aqui perto, eu você e o Cameron... ah o Jack vai junto! – falou Taty sorrindo.

Elizabeth começou a se arrumar rapidamente, pelo menos ela não ficaria segurando vela a noite inteira, Jack iria junto e a faria companhia, até que ele era bastante legal e engraçado.

Casa dos anjos/São Paulo

Pov Mari

Eu estava jogada no sofá assistindo televisão, era impressionante como aquela coisa prendia a nossa atenção, eu nem me lembro a última vez que eu assisti televisão, acho que foi no meu aniversário, é que minha mãe levou uma televisão para assistirmos, há muito tempo atrás.

— Está assistindo o que? – perguntou Edy sentando ao meu lado, me afastei um pouco dele, não gosto de ficar muito perto desse imbecil.

— Presta atenção na TV, aí você vai saber o que eu estava assistindo querido. – falei grossa como sempre, ele apenas deu de ombros.

— Cadê os outros? – perguntei procurando pelo resto da turma, só vi Flora fazendo alguma coisa na cozinha, pelo menos ela está sendo útil.

— Procura, aí você vai saber onde eles estão querida. – respondeu Edy grosso, esse idiota está se vingando? Hahahaha.

Jaime desceu as escadas correndo, arregalei os olhos, o que está acontecendo? Morar na terra é tão complicado, sinto falta de sair voando por aí, se bem que as minhas asas nem se quer funcionam a noite, devido ao fato de que eu sou metade humana.

— Mari coloca seu casaco, nós vamos sair! – falou Jaime, nossa pensei que ele seria mais romântico, é desse jeito que ele convida uma garota pra sair?

— Vão sair pra onde? – perguntou Flora curiosa e brava, que saco, minha irmã é um amor de pessoa mesmo.

— O Arcanjo acabou de me ligar, parece que a Elizabeth vai para um parque de diversões com o Jack, e para não perdermos muito tempo, eu a Mari vamos juntar esses dois ainda hoje! – disse Jaime animado.

Espera aí, isso é uma missão? Mais que droga, por um instante pensei que teríamos um encontro de verdade, mais tudo bem, contanto que eu saia junto com ele está tudo perfeito, só que pelo visto nós vamos ter que dar um empurrãozinho nesse casal de humanos.

“ Creio que essa semana será bastante cansativa, poxa, os humanos não dão uma folga, justo agora que eu estava assistindo TV “