Arte de Amar escrita por Juliana Lestranger


Capítulo 25
Dor




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Capitulo 25 – Dor

Os tons de cinza preenchiam o céu aos arredores do grande castelo de Hogwarts, não demoraria para os raios iluminarem aquela paisagem e os trovões cortarem a calmaria do lugar. Todos pareciam assustados com aquele clima, o chão estava coberto com a grossa camada branca de neve, os ventos gelados sopravam fortes contra as paredes e janelas do castelo, uma tempestade estava se aproximando.

Naquela manhã os alunos foram dispensados das aulas externas, Erick, Paul e Ted saíram escondidos em busca de diversão, gostavam de uma boa dose de adrenalina e perigo. Caminharam juntos, conversando e rindo pela lateral do castelo, iriam até a cabana de Hagrid para contarem histórias de terror. Um barulho chamou a atenção deles, parecia uma discussão, próximo ao salgueiro lutador, embora fosse proibido chegar perto do salgueiro, eles não se importaram e andaram em direção daquelas vozes.

— Greyback...

— Seu imbecil, não fala meu nome! – A voz grossa revelava a presença de um homem e ele parecia irritado. – Já falei que nossa missão é pegar o garoto.

— O Lord não irá se importar se matarmos alguns pelo caminho. – Riu ironicamente outro homem.

— Apenas o filho da sangue ruim precisa estar vivo. – O primeiro homem voltou a falar, dando ordens em seguida.

Erick sentiu um frio percorrer sua espinha, arregalou os olhos assustado, aqueles homens encapuzados eram comensais da morte, de fato, Voldemort estava vivo, e o pior, estava atrás dele, por mais que eles não tenham falado seu nome, sabia que era ele o filho da sangue ruim, engoliu em seco. Respirou profundamente olhando para os amigos, esses também pareciam assustados. Maldita hora que resolveram quebrar as regras, os comensais nem teriam o trabalho de invadir o castelo, afinal, quem eles queriam já estava ali fora. Precisavam sair o mais rápido possível, Paul deu um passo para trás, mas acabou esbarrando em Ted e ambos caíram fazendo barulho.

— O que diabos... – Um dos homens encapuzados se aproximou e se não fosse pela mascará podia ver que abriu um sorriso. – Vejam o que temos aqui.

— Erick Granger... – O homem da voz grossa se aproximou. – Ou devo dizer Erick Potter?

— Vai se ferrar. – Irritou-se com o jeito irônico do homem, tentou se acalmar, sabia que aquela não era hora nem lugar para discutir qualquer coisa que fosse.

— Ora... Ora, vejo que a sangue ruim não soube te educar. – Ironizou um deles soltando uma risada maldosa.

— Apenas o garoto vive, podem matar os outros. – Ordenou novamente o comensal grande e forte, poderia reconhecer os traços de Fenrir Greyback.

Erick só notou o que estava acontecendo quando o primeiro feitiço foi lançado e defendido por Ted, olhou ao redor, estavam em desvantagens eles eram apenas três contra cinco comensais. Viu seus amigos duelarem contra os homens encapuzados, três cercavam os dois que se protegiam dos feitiços, todos sabiam um pouco de duelo devido ao cargo de seus pais, mas nenhum estava realmente preparado. Apontou a varinha e lançou um feitiço na direção do homem que insultou sua mãe.

Expelliarmus.

Paul tentou se defender contra dois comensais ao mesmo tempo, mas conseguiu desarmar apenas um, sendo atingido por uma maldição imperdoável, Crucio. Ele caiu no chão se contorcendo de dor, Erick tentou se aproximar, mas Ted foi mais rápido, lançando para longe aquele comensal. Dois dos cinco comensais estavam desacordados, Ted conseguiu duelar contra os dois que os atacavam, enquanto Erick duelava com o mais fortes dele, lançou vários feitiços, mas nenhum atingiu o homem.

Depois de alguns minutos, que pareciam horas de duelo, o outro comensal voltou-se para Erick, ele já não estava conseguindo aguentar por muito tempo, viu os amigos na mesma situação, Ted parecia cansado e Paul estava desacordado, nesse momento sentiu um feitiço vir em sua direção e sua varinha voar para longe dele, estava perdido.

Sectumsempra.

Erick foi atingido pelo feitiço, sentiu uma dor excruciante percorrer toda extensão de seu corpo, não aguentou e caiu de joelhos, sua camisa começou a ficar melada e quente pelo seu sangue que escorria pelos vários cortes ao longo de todo o corpo. Gritou de dor, escutou a risada irônica de quem lhe atingiu, abriu os olhos, mas a última coisa que viu foi outro clarão fazendo seu corpo ser arremessado vários metros batendo no salgueiro lutador, a dor era tanta que não conseguia respirar, não escutou mais nada, só fechou os olhos deixando-se levar para escuridão.

—--------------------- Arte de Amar —---------------------

Londres, Reino Unido

— Hogwarts foi atacada essa manhã!

— O que aconteceu Sirius? – Harry perguntou notando que tinha algo mais naquele papel.

— O Erick está hospitalizado.

Aquelas palavras fizeram Hermione perder o chão, sentiu seu peito apertar, não conseguia respirar, Gina segurou na mão da amiga que estava paralisada. Harry arregalou os olhos, não acreditava no que tinha acabado de escutar, Rony sentiu as dores de Harry, considerava Erick como filho.

Um murmúrio tomou conta da sala, todos começaram a falar ao mesmo tempo, Hermione ouvia tudo em câmera lenta, quando caiu na real bateu as duas mãos na mesa fazendo todos se calarem.

— O que? – Hermione levantou-se indo em direção a Sirius pegando o papel das mãos dele.

— Alguns comensais invadiram Hogwarts e duelara com os garotos na floresta proibida, o Erick foi atingido por um feitiço e está sendo trazido para o St. Mungus.

— Conseguiram captura-los? Tinha a marca negra? – Lupin perguntou.

— Não, mas eles reconheceram um deles como sendo Fenrir Greyback. – Falou Sirius fazendo Harry dar um soco na mesa. – Estavam atrás de Erick.

— Não pode ser! – Harry levantou irritado, olhou para Rony que entendeu o que significava.

— Sirius, será que o ataque tem haver com a profecia? – Rony perguntou baixo, porém despertou a atenção da morena.

— Profecia? – Hermione arqueou as sobrancelhas, até o momento estava concentrada lendo e relendo o papel que veio de Hogwarts.

— Acho melhor você não descobrir nesse momento. – Lupin falou preocupado.

— O que vocês estão escondendo? – Falou irritada notando que todos os presentes sabiam de algo, mas ninguém se manifestava. – Rony?

— Há alguns anos descobrimos a existência de uma nova profecia.— Sirius começou, Hermione escutava atenta cada palavra que ele falava, à medida que ouvia a verdade sentia cada vez mais um aperto no peito.

— Todos sabiam menos eu? – Perguntou magoada e ao mesmo tempo irritada, à medida que passava o olhar os culpados abaixavam a cabeça.

— Eu não sabia Hermione. – Gina falou surpresa e um tanto chocada.

— Você sabia Rony? – O ruivo apenas balançou a cabeça, depois de Gina, confiava totalmente no amigo, ficou decepcionada com a descoberta. – Eu não esperava isso de você!

— Acreditamos que Voldemort esteja atrás do Erick... – Lupin falou um pouco hesitante, mas continuou. – Para mata-lo.

— O que? - Hermione sentiu um desespero crescer em seu peito.

— Dumbledore acreditava que o primogênito do Harry era o único que poderia matar Voldemort.

— Hermione... – Harry chamou se aproximando dela que até o momento estava do outro lado da mesa.

— VOCÊ! – A morena apontou o dedo na direção dele irritada, tudo começou a fazer sentido.

— Eu queria te contar...

— SEU IDIOTA! – Deu um tapa forte no rosto dele, deixando a marca de seus dedos. – VOCÊ NUNCA PODERIA TER ESCONDIDO ISSO DE MIM!

— Se acalme! – Recuou alguns passos sem se importar com o tapa.

— NÃO MANDE EU ME ACALMAR! – Gritou batendo no peito dele, as lágrimas já escorriam por seu rosto. – MEU FILHO ESTÁ EM PERIGO POR SUA CULPA.

— Hermione... – Harry segurou as mãos dela tentando acalma-la, aos poucos, mesmo contra sua vontade, conseguiu abraça-la, apertando-a contra seu peito.

Todos os presentes na sala saíram para deixa-los sozinhos, eles precisavam de um tempo para conversar. Hermione afundou o rosto no peito de Harry e soluços altos escapavam de sua garganta, ele acariciava os cabelos dela, aconchegando-a em seu peito.

— Eu não vou deixar nada acontecer com nosso filho. – Sussurrou no ouvido dela, depois de alguns minutos, sentindo o corpo dela parar de tremer. – Eu prometo!

— Por que você não me contou? – Hermione se afastou o suficiente para encara-lo.

— Eu não queria deixar esse peso em cima de você. – Acariciou o rosto dela que estava vermelho do choro.

— Você deveria ter me contado. – Passou as costas da mão nos olhos limpando as lágrimas que escorriam. - Eu sou a mãe dele.

— Eu só queria que vocês tivessem uma vida normal. – Colocou uma mecha de cabelo dela atrás da orelha sem quebrar o contato visual.

— Harry... – Hermione viu os olhos dele encherem de lágrimas.

— Eu sempre quis um filho com você, eu só não queria que ele vivesse nos fantasmas do meu passado. – Duas lágrimas grossas escorreram por seu rosto.

— Isso nunca foi problema para nós. – Hermione olhou dentro dos olhos dele, viu a dor que ele carregava.

— Não queria que o Erick tivesse a vida que eu tive, muitas pessoas morreram por minha culpa, não queria isso para meu filho, nosso filho. – Frisou a última parte deslizando os dedos pelos braços dela.

— Por que você me falou palavras tão cruéis? – Se afastou sentindo sua garganta apertar em um soluço.

— Eu estava confuso, nervoso, precisava que você se afastasse de mim... – Sua voz já estava embargada, contou tudo o que aconteceu naquela semana, desde o sonho até as ameaças de Bellatrix. – Eu queria proteger vocês.

— Você me destruiu. – Confessou com o coração dolorido. – Uma parte de mim morreu naquele dia.

— Me perdoa. – Pediu se aproximando, tocou o rosto dela olhando-a profundamente. – Me perdoa mon amour.

— Eu não consigo te perdoar... – Encarou os olhos dele, não conseguia descrever o que estava sentindo. - Não no momento, eu preciso de um tempo.

— Eu espero o tempo que for. – Fitou por mais alguns minutos os olhos dela, não precisavam dizer nada, mesmo depois de anos conseguiam decifrar o olhar um do outro.

Harry beijou a testa dela demoradamente e se afastou, antes de sair olhou uma última vez e viu Hermione tampar o rosto entre as mãos e chorar, sentiu seu coração apertar por saber que o motivo daquela dor era sua culpa. Foi ao encontro de Sirius, precisava de mais detalhes, não deixaria que o culpado por machucar Erick espaçasse, iria fazê-lo pagar por mexer com seu filho.

Hermione ficou na sala por mais algum tempo, sua respiração não voltava ao normal, descobrir tudo daquele jeito aumentou ainda mais a dor seu peito, agora conseguia olhar em outra perspectiva o que havia acontecido no passado. Ficou perdida em seus pensamentos até receber a noticia que Erick estava chegando ao St. Mungos saiu apressada sem se importar com ninguém, só precisava ver seu filho, não sabia em que estado ele estava, mas precisa ser forte para qualquer coisa, limpou as lágrimas em seu rosto e seguiu para o hospital junto com Gina.

***

Harry foi atrás de Sirius, precisava ter mais noticias e descobrir o estado de Erick, correu pelos corredores do ministério desesperado, subiu alguns lances de escada encontrando o ministro junto ao grupo de aurores que saíram apressados. Sirius viu o estado do afilhado, terminou de dar as ordens e se aproximou de Harry,

— Como ele está? – Perguntou rapidamente sentindo um nó em sua garganta, não iria suportar se algo acontecesse com seu filho.

— Não sabemos ao certo, mas ele está desacordado, o estado é grave. – Falou a última frase com pesar, Sirius suspirou, sentindo a mesma dor. – Paul não foi tão atingido, mas também está desacordado, Ted está consciente, mas possui grandes machucados pelo corpo.

— Quantos eram? – Harry tentou assimilar o que havia escutado.

— Cinco comensais, os meninos duelaram bravamente, mas não teriam...  escapado se não fosse por Hagrid. – Sirius hesitou por um momento, a ideia de perder seu filho e os outros, deixava-o sem chão. – Hagrid viu a agitação do salgueiro lutador e chamou alguns professores, eles chegaram a tempo de ver Erick ser atingido e arremessado contra o salgueiro.

Harry fechou os olhos, sua respiração ficou pesada e seus batimentos acelerados, um aperto tomou seu coração, nunca havia sentido aquela dor, não sabia, mas que o que estava sentindo era amor de pai para filho, pela primeira vez sentiu a dor de ter o filho machucado e não poder fazer nada. Precisava ser forte o bastante para amparar Hermione, não podia fraquejar perto dela, embora estivesse em pedaços por dentro.

— Eu preciso ver meu filho. – Sua voz parecia um sussurro.

— Eles já devem estar chegando ao St. Mungus, podemos ir.  – Sirius pegou no braço do afilhado e ambos saíram em direção ao hospital.

***

O St.  Mungus estava localizado atrás da fachada de uma loja de departamento, para ser mais exato, Purga & Sonda LTDA, embora sua entrada fosse uma vitrine mal cuidada e abandonada, por dentro era um hospital bruxo enorme e incrível com cinco andares suas paredes eram brancas assim como o chão extremamente limpos. A movimentação era constante, pessoas iam de um lado para o outro, médicos, curandeiros e enfermeiros encaminhavam os pacientes para os andares específicos para cada tratamento.

Hermione entrou apressada sendo direcionada para o quarto andar responsável para tratar os pacientes com danos causados por magia. No caminho encontrou com Luna que a amparou e a ajudou encontrar o quarto de Erick, eles haviam chegado há pouco tempo, como seu estado era grave precisou ser levado para uma sala onde seria avaliado por uma equipe.

 A tensão percorria todo o seu corpo, não conseguia mais chorar, a espera por noticias estava acabando com ela. Depois de algumas horas, para serem mais exata 2 horas, um médico velho se aproximou da sala de espera onde todos estavam reunidos, levantou o olhar e viu uma expressão cansada.

— Srta. Granger? - O médico hesitou por alguns segundos antes de se dirigir a palavra para ela.

Uma dor tomou seu peito, sabia que algo ruim tinha acontecido, o rosto do médico trazia notícias ruins, antes de escutar o que ele tinha para falar saiu correndo em direção ao quarto onde seu filho deveria estar. Assim que abriu a porta sentiu falta de ar, deixou escapar um soluço, suas pernas fraquejaram, sentiu braços conhecidos amparar seu corpo antes que caísse no chão. O rapaz desacordado na cama estava pálido, com os lábios roxeados, ao lado havia bolsas de soro e fios que ligavam seu corpo a aparelhos, um tubo saia de sua garganta ajudando-o a respirar. Depois de alguns minutos em choque, sentiu uma onda de dor e desespero tomar seu peito, Erick estava em coma.


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Notas finais do capítulo

Gente... Não me matem :O

Sofri escrevendo esse capítulo, infelizmente aconteceu isso com nosso lindo Erick, as coisas começaram a complicar... Esse capítulo foi importante para a história:
*Os ataques estão mais frequentes.
*A profecia sendo revelada para Hermione.
*Hermione descobrindo a verdade e os motivos de Harry.

O próximo não será triste, nem dramático... será mais suave que os últimos! E seja bem vinda Vê Oliveira.

A fica está de CAPA NOVA e MARAVILHOSA *-* Quero agradecer a MÁH BLACK, pela linda capa!! Obrigada ♥

Obrigada pelos comentários. Até o próximo capítulo!! Beijos :*



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