Arte de Amar escrita por Juliana Lestranger


Capítulo 12
Notícia


Notas iniciais do capítulo

"A vida é maravilhosa se não se tem medo dela." Charles Chaplin



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Capítulo 12 – Notícia

Londres, Reino Unido

Segunda, 21 de dezembro.

"Hermione, Gina e Luna estavam reunidas na sala de televisão, sentadas entre as almofadas e com baldes de pipoca nas mãos, estavam assistindo um filme de Romance/Drama, chamado “O Amor pode dar Certo”, estavam sozinhas em casa. Era tarde de primavera, Erick estava em Hogwarts e Rony havia viajado a mando do ministério, assim que terminou o filme as três estavam chorando.

– Nossa... É lindo esse filme! – Comentou Gina aos prantos.

– É muito triste... eles terem câncer. – Choramingou Luna, comendo pipoca e quase se engasgando com o soluço de choro. – E saber que podem morrer a qualquer momento.

– Eles superaram os problemas juntos. – Hermione estava limpando as lágrimas com um lenço. – Queria que fosse assim comigo. – Chorou ainda mais.

– Mi, pensei que havia superado o Harry. – Falou Gina tentando controlar o choro.

– Eu sei, mas é difícil... Poxa, eu praticamente vejo o Harry todos os dias. – Suspirou puxando a coberta para cobrir o corpo. – O Erick é a cara dele tem os mesmos gestos, até o sorriso é idêntico.

– Eu sei Mi, ele é muito parecido com o Harry, mas você não pode ficar assim, já se passaram 17 anos. – Comentou Luna.

– O que mais me revolta é que ele nunca mandou uma carta para saber a respeito do filho e o Erick sempre me pergunta pelo maldito pai. – Passou as mãos nos olhos. – Eu não sei o que dizer pra ele, sem que ele se magoe com a verdade. – Ambas ficaram em silencio e Hermione prosseguiu. – Uma vez quando ele tinha cinco anos, no dia dos pais ele chegou do colégio chorando e me disse que os amiguinhos dele ficaram falando que ele não podia brincar da brincadeira porque ele não tinha pai. – Luna e Gina ficaram surpresas.

– Como existem crianças cruéis. – Luna comentou horrorizada.

– Eu disse que não era verdade, ai ele me perguntou bem assim: “Eu fiz algo errado mamãe? Para meu pai nunca querer me ver, ele tem raiva de mim?” aquilo foi o fim para mim, eu não consegui falar nada, não sai palavra, depois de uns dois minutos eu consegui pronunciar: “Não, você não fez nada errado, meu amor.” Eu nunca desejei encontrar o Potter até aquele dia e dizer que nosso filho não tem culpa de nada. – Desabafou Hermione deixando escapar um soluço, Gina e Luna não sabiam o que falar estavam chocadas com a revelação.

– Oh! – Gina colocou a mão na boca, imaginando a dor do afilhado.

– Naquela noite eu o vi ajoelhado próximo da cama, eu nunca me esqueço do que ele disse: “Papai do céu, me perdoa se eu fiz algo de errado, eu não queria magoar a mamãe. Eu queria que você avisasse meu pai que eu estou esperando por ele ano que vem, que o presente dele do colégio está guardado. Eu não queria que ele ficasse com raiva de mim, quero poder ver ele e a mamãe juntos para poder ter uma família.” – Após falar Hermione caiu no choro, aquelas palavras nunca saíram da cabeça dela era a primeira vez que pronunciava aquilo em voz alta, ela se sentiu inútil diante da situação, apenas chorou.

– Nossa Mi, eu não sabia. – Disse Gina chorando ainda mais com a revelação.

– Já faz tanto tempo. – Falou ela erguendo os olhos para olhá-las. – Mas eu nunca me esqueci da cena dele rezando e pedindo para trazer o pai de volta. Eu lembro que todos os anos no aniversário dele ele olhava para a porta esperando pelo pai, no natal quando ele ia dormir me olhava triste, eu sabia que era por causa dele.

– Mi, mas ele parece feliz, ainda pergunta pelo pai? – Luna seca algumas lágrimas comovida.

– Acho que ele cansou de esperar, assim que ele entrou em Hogwarts as coisas mudaram nunca mais me perguntou nada a respeito. – Falou com o olhar distante. – Ele agora já é um rapaz, sabe lidar com as emoções.

– Quando você vai contar para ele que o Harry é o pai dele? – Perguntou Luna.

– Eu tenho medo. – Falou Hermione abraçando os joelhos.

– Medo de que?

– Medo que ele prefira o pai a mim... Medo dele gostar mais do Harry e ir embora, eu não iria suportar se ele me deixasse. – Revelou, chorando e cobrindo o rosto com as mãos.

– Você ainda o ama? – Gina se aproximou e pegou uma das mãos da amiga.

– Eu tentei juro que tentei, mas não consegui esquecê-lo. – Falou com a voz embargada. – Eu ainda sinto algo muito forte por ele.

– Hermione... – Gina observou a amiga levantar os olhos para encará-la. – O que você faria se ele aparecesse na sua frente?

–Eu... Definitivamente eu não sei... ”

Abriu os olhos assustada, seu corpo inteiro tremia, sentou-se na cama, passando as mãos nos cabelos, olhou no relógio já passava das cinco horas da manhã, caminhou até o banheiro, tirou as roupas e entrou no chuveiro, precisava de um banho frio para afastar aqueles pensamentos de sua mente, não foi um sonho, mas sim uma lembrança de poucos meses atrás, fechou os olhos sentindo a água descer por todo seu corpo, aliviando suas tensões, depois de alguns minutos, terminou o banho e saiu do banheiro, foi até o guarda roupa.

Hermione vestiu uma saia social preta com uma blusa branca e um blazer preto, colocou brincos pequenos e uma pulseira no pulso direito, passou uma maquiagem básica e um batom nude nos lábios, arrumou os cabelos em um coque frouxo, calçou seu scarpin preto de bico fino, pegou sua bolsa da Michael Kors e saiu do quarto. Desceu as escadas, assim que chegou à sala notou a luz da cozinha acesa, achou estranho, tinha certeza que na noite passa tinha conjurado o feitiço de proteção, pegou a varinha e caminhou devagar até a cozinha, chegando lá encontrou o filho de costas tomando água, suspirou aliviada.

– Filho. – Chamou aproximando-se do rapaz. O que faz acordado tão cedo?

– Mãe?! – Engasgou-se com um pouco de água. Assim você me mata do coração!

– Desculpa. – Sorriu acariciando os cabelos revoltosos do filho percebeu que ele estava com as mãos trêmulas e com os cabelos molhados de suor. Aconteceu alguma coisa?

– Eu... Tive um pesadelo essa noite. – Colocou o copo que estava segurando em cima da mesa e sentou-se em uma cadeira.

– Pesadelo? – Arqueou as sobrancelhas.

– Por um momento, achei que não fosse sonho, parecia que eu estava lá. – Falou com certo receio.

– Me conta o que aconteceu. – Hermione sentou-se de frente para o filho e segurou uma de suas mãos entre as suas.

– Eu estava em um lugar escuro e frio, muito frio... – Fechou os olhos recordando-se do que acontecia, podia sentir ainda o frio do ambiente. – Eu escutei alguns gritos... Não conseguia reconhecer quem gritava, caminhei um pouco e vi uma pessoa estranha, falando com uma cobra, até pensei ser Voldemort. Um arrepio percorreu seu corpo imaginando a cena. – Senti uma sensação estranha em meu corpo naquele momento.

– Ele estava sozinho? – Hermione sentiu seu coração acelerar.

– Não consegui identificar quem gritava, dei alguns passos no corredor até ver uma pessoa reconheci sendo a Maryanne...

– A aurora?

– Sim, depois apareceu um comensal da morte lutou com ela por alguns minutos até ele lançar sobre ela a maldição da morte, assim que o raio verde atingiu seu peito ela caiu morta...

– E o que aconteceu? – Hermione estava assustada, conhecia somente uma pessoa que já teve esse tipo de experiência.

– Depois fiquei assustado, na hora que pensei em ir ajuda-la eu acordei... Foi muito real. – Respirou profundamente sentindo o corpo tremer devido ao pesadelo, olhou para mãe, ela estava pálida e assustada. - Por que essa cara mãe?

– Não... Não é nada, meu amor. – Disfarçou, tomando um gole de água, não podia demonstrar seu nervosismo na frente do filho.

– Você já vai trabalhar? – Olhou para o relógio, nem eram sete horas ainda.

– Sim, tenho que chegar mais cedo para analisar alguns documentos para uma reunião às 8h. – Precisava sair dali, aquela conversa tinha deixado ela abalada. Despediu-se com um beijo na testa do rapaz.

– Tchau mãe. – Beijou a bochecha dela e subiu para o quarto.

Hermione saiu de casa, preferiu ir andando para o trabalho, precisava pensar um pouco sobre os últimos acontecimentos, a lembrança na noite passada, o pesadelo de Erick, os últimos ataques, alguma coisa estava errada. Caminhou até a praça próxima a sua casa adorava aquele lugar, aproximou-se do lago e ficou observando a tranquilidade da água, o sol já estava terminando de clarear o céu.

Fechou os olhos sentindo a brisa tocar seu corpo, provavelmente iria nevar nos próximos dias, gostava da tranquilidade da manhã, ficou assim por mais alguns minutos até escutar o riso de uma criança, olhou para o lado e sorriu um lindo garotinho de no máximo três anos jogava pedrinhas na água, observou ele por alguns minutos, lembrou-se de Erick naquela época, amou a infância do filho, curtiu cada momento com ele.

Suspirou voltando para realidade, olhou o horário já estava na hora de ir trabalhar, não era muito longe dali, caminhou por mais alguns minutos até parar em frente a uma cabine telefônica, discretamente entrou e aparatou dentro do ministério. Dirigiu-se até o nível 2, onde ficava sua sala no Departamento de Execução das Leis da Magia, assim que chegou no corredor encontrou Rony no caminho, ele parecia assustado.

– Bom dia Rony. – Cumprimentou o amigo, este apenas balançou a cabeça. - O que aconteceu?

– Voldemort atacou de novo. – Respondeu baixo, não podia alarmar quem estava passando no corredor. - Matou uma aurora.

– Quem?

– Maryanne Thompson.

– Não acredito. – Hermione fechou os olhos, suas mãos começaram a tremer. – Quando foi isso?

– Essa madrugada, o namorado dela que encontrou ela morta em um beco próximo a casa dela. – Rony observou a amiga se apoiar na parede atrás deles. Você está sentindo alguma coisa?

– Vamos até minha sala, que eu lhe conto o que aconteceu. – Respirou profundamente e dirigiu-se até sua sala no final do corredor, assim que abriu as enormes portas brancas de madeira encontrou Gina sentada em seu sofá localizado no canto esquerdo da sala.

– Oi Hermione. – Gina cumprimentou a amiga com um abraço, notou que ela estava assustada. - O que aconteceu?

– Hoje antes deu sair para trabalhar, encontrei o Erick acordado muito cedo, passava das 6h da manhã, ele me contou que teve um pesadelo... – Começou a contar, sua voz estava baixa e trêmula.

– Pesadelo?

– Ele estava em um lugar escuro escutou alguns gritos, viu Voldemort e um comensal matar Maryanne com a maldição da morte. – Contou assustada, finas lágrimas ameaçaram cair de seus olhos. Ele sonhou ontem e hoje aconteceu isso...

– Será que essas visões são iguais aos que o Harry tinha? – Perguntou Rony cauteloso.

– Acredito que sim. – Respirou profundamente tentando se acalmar. – Maldito Potter.

– Vou mandar uma mensagem para ele, talvez ele saiba como...

– NÃO! – Gritou Hermione, apontando o dedo para o ruivo. Ele não vai saber nada que diz respeito ao meu filho.

– Ele pode ajudar, ele é o pai tem o direit...

– Ele perdeu esse direito há 17 anos quando me mandou tirar meu filho. – Cuspiu as palavras entaladas em sua garganta. Não me venha falar que ele é o pai, isso ele nunca foi e nunca será de meu filho.

– Calma Mione. – Gina abraçou a amiga lançando um olhar fulminante para o irmão.

– Tudo bem, então vamos falar com o Remus e Sirius eles vão poder nos ajudar com esse assunto. – Comentou Rony, Hermione apenas concordou com a cabeça, duas batidas na porta fez eles se afastarem.

– Entra. – Falou a morena, passando os dedos por baixo dos olhos, limpando os resquícios de lágrimas que escorreram.

– Licença, Srta. Granger, o ministro deseja vê-los na sala dele daqui cinco minutos. – Disse Anne, sua secretaria.

– Ok, muito obrigada.

Hermione, Rony e Gina, pegaram alguns papeis importantes e dirigiram-se até a sala de reuniões no nível 1, a sala já estava cheia, faltava apenas eles para completarem a mesa. Observou alguns aurores e alguns conselheiros que só apareciam quando algo muito sério estava acontecendo, assim que se sentaram o ministro se levantou iniciando a reunião.

– Bom dia a todos. Acredito que todos já sabem da perda que tivemos ontem. – Todos acenaram em concordância. Ela não foi a primeira vítima, já faz alguns meses que estou recebendo carta de outros ministros informando sobre a morte de alguns aurores em vários países e também da captura de alguns comensais, até então os crimes pareciam controlados, não tínhamos certeza se era Voldemort que comandava...

– O que mudou? – Interrompeu um dos conselheiros.

– No sábado recebi uma carta do ministro da França informando sobre um suposto ataque perto da residência de um dos aurores dele. Eles conseguiram capturar o comensal e com a poção da verdade ele confessou que estrava trabalhando para Voldemort. – Todos prenderam a respiração nesse momento, Hermione fechou os olhos e colocou o rosto entre suas mãos.

– Então Voldemort realmente está de volta?

Ao que tudo indica sim. – Sirius falou seriamente, olhando para todos presentes na mesa. O ataque de sexta a noite teve relação com um dos aurores dele, por medida de segurança, entramos em um acordo que será melhor ele e sua família vir para Londres. – Nesse momento Hermione levantou a cabeça e olhou para Sirius. Hermione como vocês trabalham no mesmo cargo, você ficará encarregada de trabalhar com ele, juntos poderão descobrir mais pistas sobre esses assassinatos.

– Quando eles vêm? – Olhou para o ministro, não escutou boa parte do que ele tinha falado anteriormente, somente que iria trabalhar com outro auror.

– Amanhã. – Sorriu discretamente, Hermione estranhou a reação de Sirius, geralmente ele é sério durante as reuniões. Já está tudo providenciado, eles irão morar em um apartamento bruxo no centro e ele trabalhará na sala em frente da sua.

– Tudo bem. – Suspirou, não gostava de trabalhar com ninguém que não conhecia. Quem é esse auror? Eu pelo menos o conheço?

– Claro que sim. – Sirius sorriu novamente. – É o Harry.

– Quem? – Hermione arregalou os olhos sem acreditar no que estava escutando, seu coração disparou aquilo não podia estar acontecendo.

– Harry Potter.


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