Arte de Amar escrita por Juliana Lestranger


Capítulo 10
Dias Atuais


Notas iniciais do capítulo

"Talvez seja questão de tempo, ou talvez o tempo seja a questão." Renato Russo



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Capitulo 10 – Dias atuais

Londres, Reino Unido

Sábado, 19 de dezembro.

O sol já se escondia no horizonte, a tarde estava chegando ao fim dando ao céu tons alaranjados, não demoraria muito para noite aparecer trazendo com ela o inicio do inverno em Londres. A temperatura já começara a baixar, Hermione estava aconchegada nas almofadas de seu sofá com uma caneca de chocolate quente nas mãos, faltavam seis dias para o natal, naquela época em especial, significava que os alunos já estavam voltando de Hogwarts para passar as festas de fim de ano com a família. Um barulho na porta a despertou de seus pensamentos esperava há dias a chegada do filho, levantou-se rapidamente e foi ver quem era.

— Ah, Gina. – Embora estivesse feliz com a visita, não disfarçou o mau humor.

— Meu afilhado ainda não chegou? – A ruiva abraçou brevemente a amiga e entrou na casa.

— Não, estou ficando preocupada. – Hermione fechou a porta e seguiu com a amiga até o sofá. - Será que aconteceu alguma coisa? Remus já deveria ter trazido ele. – Mordeu o lábio inferior preocupada.

— Calma Mi, você conhece o Lupin, ele sempre se atrasa. Eles devem ter parado na casa do Sirius.

— Deve ser isso. – Suspirou cansada, aconchegando-se novamente nas almofadas, precisava ocupar a mente com outro assunto. – Me diz como está a vida de solteira?

— Melhor impossível. – Sorriu maliciosamente, fazia uma semana que Gina tinha terminado o relacionamento. – Tenho que recuperar os meses perdidos. Dois meses de namoro foi recorde para mim.

— Só você mesmo. – Sorriu vendo a expressão da ruiva. – Pensei que fosse durar mais, Josh fazia tudo que você pedia, estava apaixonado por você. Por que terminaram?

— Ele ainda está apaixonado, me ligou a semana toda, me mandou tantas flores que sou capaz de montar um jardim com elas. – Fez uma careta recordando-se. - Mas não é ele que eu imagino no futuro, eu não gosto dele, só o sexo que era bom, mas já estava ficando comum demais. – Suspirou abraçando uma almofada. - Quero alguém que me surpreenda na cama.

— Você tem que dar chance para alguém te surpreender, você só curte sexo casual, como algum cara vai conseguir... Bem... – Enrolou-se com as palavras.

— Me satisfazer por completo. – Gargalhou vendo a amiga ficar vermelha. – É eu sei, mas estou melhor assim, quero alguém que me ame e aceite do jeito que sou, não tente me mudar... Falando nisso, como anda o seu namoro com o jogador?

— Viktor vai chegar na véspera do natal, essa temporada de quadribol está me matando, faz três meses que eu não o vejo. – Bufou frustrada.

— Eu sei que isso não tem haver com você sentindo falta dele, mas sim você sentindo falta do corpo gostoso dele em cima do seu. – Falou maliciosamente.

— Nem me fala. – Sorriu acompanhando a amiga. – Já estou ficando louca, parece que quanto mais perto está dele chegar, mais eu necessito de sexo.

— Você sabe que isso não é problema, vamos sair hoje e arrumar um loiro gostoso para te fazer relaxar. Vai acabar com esse seu mau humor rapidinho.

— Bem que eu queria. – Suspirou. – Mas estou com Viktor, agora que estamos dando certo, não quero estragar o que estamos construindo...

— Eu acho que vocês não dão certo. Você não gosta dele, porque insistir em algo que nunca dará certo?

— É complicado, Viktor me faz bem, temos um relacionamento estável...

— Estável? Ele passa mais tempo viajando do que com você. Sabe-se lá fazendo o que nas noites...

— Gina! – Repreendeu a amiga. – Nós já conversamos sobre as viagens é a profissão dele, eu entendo, mas...

— Mas não é o suficiente para você! – Cortou a morena, Gina não gostava de Krum. – Você tem...

— Mãe?! – Um moreno interrompeu a conversa das suas entrando pela porta da sala.

— Oi meu amor! – Assim que viu o filho parado próximo à porta, correu para abraça-lo. – Estava morrendo de saudades.

— Também estava. – Erick sorriu beijando-a na bochecha, olhou para o lado e notou a presença da ruiva. – Tia Gina. – Sorriu marotamente.

— Cada dia mais irresistível. – Piscou maliciosamente, abraçando o afilhado. – Já te falei para me parar de chamar de tia. – Repreendeu, não gostava de parecer mais velha que o necessário. – Como anda Hogwarts?

— Cadê o Remus? Ted? Paul? – Interrompeu Hermione olhando para a porta esperando mais alguém entrar.

— Paul já ficou em casa, Remus e Ted também já foram para casa, só vieram me deixar aqui, amanhã eles vem pra cá. – Falou para mãe e se sentou no sofá junto com a madrinha. – Hogwarts está do mesmo jeito... Professor Snape chato como sempre, professor Longbottom sempre testando coisas novas...

— Estou falando das namoradas...

— Não tenho namorada. – Sorriu tirando o casaco. – Só tem algumas meninas que ficam atrás de mim e...

— Como?! – Hermione cruzou os braços. – Erick Granger, você sabe muito bem o que eu acho disso.

— Uai mãe, o que você quer que eu faça? – Levantou os braços. – Eu sou terrivelmente irresistível. – Completou sorrindo de lado. Gina caiu na gargalhada e Hermione tentou evitar um sorriso.

— Falei que ele seria um arraso entre as garotas. – Gina piscou para Erick, embora fosse mais velha que ele, ambos tinham grande cumplicidade.

— Vamos mudar de assunto. – Bufou Hermione irritada. – Vai tomar banho, vou pedir uma pizza.

— Ok dona ciumenta. – Sorriu, deu um beijo na testa da mãe e subiu para o quarto.

Depois de arrumada a mesa e o pedido feito, ambas sentaram no sofá esperando a pizza chegar, Hermione sorriu mais tranquila, adorava essa época do ano, era bom ter o filho em casa, a noite terminou assim, com pizza, conversa e muita risada.

—--------------------- Arte de Amar —---------------------

Paris, França

Sábado, 19 de dezembro.

A noite já dava seus sinais, o céu já estava começando a ficar escuro, trazendo com ele pontos brilhantes, Sophie adorava observar as primeiras estrelas surgindo no céu, sorriu ao observar uma coruja aproximar-se, abriu a janela e acariciou a cabeça do animal que pousou na soleira da janela.

— Oi Eddie, veio visitar a Edwiges ou trazer uma carta para o papai? – Perguntou carinhosamente, a coruja soltou um pio e ergueu a pata com uma carta. – Uma carta para o papai. –Sophie pegou a carta e deu-lhe um biscoito. Eddie é a coruja do ministério, sempre leva as cartas para Harry. – Obrigada Eddie, vou entregar para ele.

Sophie subiu as escadas, caminhou até o quarto que era de seus pais entrou sem fazer barulho, andou até a cama e não encontrou o pai, apenas sua mãe que estava deitada, saiu do quarto, fechou devagar a porta e foi até o outro lugar onde seu pai costumava estar.

— Papai? – Chamou abrindo a porta do escritório.

— O que foi princesa? – Harry estava sentado atrás da enorme mesa de madeira no canto do escritório.

— Chegou uma carta. – Entrou no local parando próxima a mesa, levantou o envelope e entregou para o pai.

— Deixe-me ver. – Sorriu pegando a carta e colocando a filha sentada em sua perna. – É do ministério. – Resmungou. – Que horas chegou?

— Agora mesmo. – Sorriu aconchegando-se no pai. – Eddie a trouxe.

— Tudo bem minha princesa. – Beijou o topo da cabeça da filha. – Você está com fome? O que quer essa noite?

— Sim, eu quero comer... – Pensou por alguns segundos, logo arregalou os grandes olhos verdes sorrindo. – Hambúrguer com batata frita.

— Tudo bem, seu desejo é uma ordem. – Sorriu diante do jeito espontâneo da filha. – Vai se trocar para irmos comer fora.

— Oba! – Bateu palmas, descendo rapidamente do colo do pai e correndo para seu quarto. Assim que a menina saiu Harry observou a carta e começou a ler.

“Caro Senhor Potter.

Aguardamos sua presença amanhã no ministério na sala de reuniões as 8h00min. URGENTE.

Atenciosamente,
Ministro Joseph
Laperrie.”

As poucas palavras da carta despertou sua atenção, normalmente recebia chamados para reuniões, mas era incomum marcarem uma reunião para domingo, ficou intrigado com a falta de informação. Bufou irritado e se levantou, qualquer assunto que fosse seria resolvido somente no dia seguinte.

Harry caminhou até o quarto da filha, Sophie já estava pronta com um vestido salmão rodado e uma bolsinha branca com a alça de pérolas e estava segurando seu coelhinho de pelúcia inseparável, sorriu para o pai assim que o viu parado na porta do quarto.

— Papai eu já estou pronta, vamos? – Sophie puxou o pai pela mão saindo do quarto.

— Vamos sim minha princesa. – Pegou a carteira e a chave do carro e saíram de casa para lancharem.

Harry há muito tempo não tinha um relacionamento saudável com Cho Chang, tentou no início da relação fazer seu casamento dar certo, mas cada dia foi ficando mais difícil, depois de Hermione, não conseguiu amar nenhuma outra mulher, a única pessoa que ocupa seu coração é sua filha, de todas as escolhas que fez na vida essa ele não se arrepende em nenhum momento, Sophie trouxe luz para sua vida, foi à razão dele seguir em frente.

***

Domingo, 20 de dezembro.

No dia seguinte Harry acordou antes da 7h, quase não dormiu preocupado com a reunião, decidiu levantar e tomar um banho para despertar seus pensamentos, depois de arrumado com terno e camisa social, foi até o quarto da filha que dormia tranquilamente, deu um beijo em sua cabeça e saiu de casa, dirigiu até um edifício comercial, como era domingo o transito estava tranquilo, estacionou o carro no subsolo do prédio, caminhou até uma cabine telefônica localizada no estacionamento e aparatou no ministério.

Estava bem adiantado, mesmo assim foi direto para sala de reuniões, adentrou a sala e observou vários rostos conhecidos e alguns desconhecidos, cumprimentou brevemente com um aceno de cabeça e se encaminhou ao seu lugar, ao redor da mesa estavam sentados alguns chefes do ministério, alguns aurores que ele não conhecia e na ponta da mesa estava o ministro da magia francês, Joseph Laperrie.

— Senhor Potter. – Cumprimentou o ministro. – Já que estão todos aqui, podemos começar a reunião. Senhor Leonard comece, por favor.

— Sr. Potter, o assunto dessa reunião diz respeito ao senhor e a sua filha. – Falou um dos desconhecidos presentes, todos voltaram à atenção para o auror.

— O que tem minha filha? – Perguntou olhando diretamente para o homem sentado na sua frente.

— Como o senhor sabe, a indícios que Voldemort voltou... – Começou cautelosamente. – Na madrugada de sexta feira, durante uma ronda identificamos um comensal próximo a sua casa, a Srta. Wainer, o capturou e trouxe-o para interrogatório, depois de algumas horas ele confessou através da poção da verdade, Veritaserum, que estava atrás de sua filha a mando de Voldemort.

— COMO? – Harry levantou-se em um pulo, fechando os punhos e batendo-os na mesa. – Eu quero falar com ele imediatamente. – Respirou fundo, passando uma das mãos nos cabelos nervosamente.

— Não será possível Senhor Potter. – Dessa vez uma mulher respondeu era a secretária do ministro, Adeline Blanche, virou-se para Harry e entregou alguns papéis. – Ontem de noite ele foi levado para Azkaban.

— Nossas investigações apontaram para uma segunda profecia, ainda não sabemos ao certo o que ela significa... Dumbledore não nos deixou muitas informações sobre ela, apenas algumas pessoas têm maiores conhecimentos a respeito. Por esse motivo, decidimos encaminhar o senhor e sua família para Londres. – Falou o ministro em tom sério, não queria perder seu melhor auror, mas as circunstancias pediam medidas extremas. – Lá você e sua família terão mais segurança. O ministro inglês nos mandou...

— Eu não vou voltar para lá. – Interrompeu Harry, parando próximo ao ministro.

— Isso não é um pedido Senhor Potter. – O ministro Joseph levantou o olhar encarando o homem parado a sua frente. – É uma ordem! Você tem dois dias para arrumar suas coisas e viajar para Londres. – Concluiu seriamente, levantou da cadeira e saiu da sala, acompanhado dos outros presentes, deixando Harry sozinho.

Harry analisou os papeis na mesa, eram documentos de sua transferência para o ministério inglês e de sua nova residência em Londres. Fechou o punho e socou fortemente a parede deixando sua mão vermelha com vestígios de sangue. Fechou os olhos e suspirou, ele não queria enfrentar tudo de novo, não queria reencontra - lá, sabia que por mais que o tempo tivesse passado, os sentimentos continuavam vivos dentro de seu peito, as lembranças ainda o atormentavam a cada momento de sua vida.


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Notas finais do capítulo

A história vai se passar na fase adulta deles. Harry voltando para Londres... as coisas vão começar a esquentar, haha.

Espero que gostem!! Beijos :*



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