Dentro de um coração vazio escrita por Drylaine


Capítulo 6
Tão perto, tão distante


Notas iniciais do capítulo

Saindo mais um capitulo bem complicadinho, sofri pra escreve-lo e tbm sofri por Bonnie. Bom, estou um pouco chateada pela falta de reviews, mas enfim vamos ao capitulo!!!



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Damon

− Meu doce garoto... – Lily me olhou com ternura e aquilo me aqueceu por dentro, eu precisava da minha mãe ali pra me guiar, então me ajoelhei ao seu lado e senti seu toque me reconfortar por um minuto, enquanto minha face era molhada por minhas lágrimas sinceras. – Ainda há tempo.  Diga-me. Diga-me o que você necessita dizer. Diga-me. – A minha necessidade de me libertar eu podia ver refletido em seus olhos azuis ternos e lacrimejados. Eu também podia sentir pela primeira vez o seu amor tudo refletido nos olhos de Lily.

 − Mãe... me desculpe. Eu sinto muito. Me dê uma chance de consertar as coisas. – Agora era eu que estava suplicando por ela. Por seu perdão. – Me dê uma chance para deixar você me amar. – As explosões dos canhões continuavam a estourar em torno de nós, mas eu apenas me concentrei em minha mãe que estava morrendo em meus braços. Entretanto, como um borrão eu fui puxado para uma luz e quando dei por mim despertei deitado sobre a mesa bem no centro da sala da Mansão Salvatore. Eu me sentia desnorteado, ouvindo vozes, vozes muito familiares...

− Não tínhamos terminado. – Eu dizia conturbado. − Preciso trazê-la de volta... 

− Damon, Damon... sou eu seu irmão. Você está a salvou. Está tudo bem. – Dizia Stefan tentando me acalmar.

− Não... mais uma vez, mais uma vez. – Eu murmurava a mim mesmo, me levantando da mesa pronto pra mais uma luta. – Me mande de volta, sei o que...  – Minha voz morreu quando ouvi uma voz inesperada me fazendo paralisar.

− Damon isso não é real. – Inesperadamente ouvi a voz de Elena ali no meio deles e aquilo me deixou em completa desordem.

De repente minha mente foi invadida por flashbacks de uma verdadeira historia de terror cujo o protagonista era eu:

− Sei que não é real, nada disso é. – Disse muito convicto, agora me sentindo dominar por uma fúria descomunal.  Sem pensar, apenas seguindo meus instintos eu os ataquei ferozmente, um por um... Stefan, Carol, Matt e por fim... Bonnie Bennett. – Preciso voltar pra ela e você é apenas um obstáculo. – Eu disse perturbado, antes de sufocar a pequena e frágil bruxa até vê-la cair sem vida aos meus pés...

− Sei que não é real, porque... você não pode estar aqui. – Eu dizia num fio de voz, confuso com aqueles flashbacks horríveis e sem coragem pra enfrentar está realidade aqui, com medo de ser mais um jogo insano daquele inferno.

− Então irmão, ela está aqui. Ela voltou Damon. – Stefan saiu de perto de mim dando espaço para que eu vislumbrasse Elena ali entre Matt e Caroline. Minha amada Elena estava linda e do mesmo jeito que me lembrava. Mesmo assim, foi inevitável os meus olhos vaguear pela sala a procura de mais um alguém que eu achava estar faltando entre nós.

A verdade era que todo esse cenário em torno de mim, parecia mais um déjà vu, estranhamente reeditado.

− Não, você não deve se aproximar agora. – Eu disse saindo de meu torpor, enquanto Elena se aproximava perigosamente de mim. Eu olhei para Stefan esperando ele reagir e perceber que ela estava correndo risco perto de um vampiro que havia acabado de voltar literalmente do inferno.

− Está tudo bem, você está livre daquele inferno. – Stefan disse muito tranquilo, uma tranquilidade quase perversa me fazendo se sentir mais perturbado. – A pedra da Fênix já não tem mais poder. Agora você está seguro. – Ele disse apertando meu ombro amigavelmente, antes de sair da sala me deixando apenas com minha Elena.

− Ei, porque esse medo? – Ela me fez confrontar seus olhos. – Nós estamos aqui de novo juntos onde pertencemos, nos braços um do outro. – Ela roçou seu nariz nos meus e depois deixou exposto seu pescoço nu onde eu poderia ver sua veia pulsando sedutoramente para mim, sem conseguir mais me conter eu deixei minhas presas invadirem sua pele tomando o gosto adocicado e metálico de seu sangue.

 

"Aqui jaz Bonnie Bennett, jovem amada, amiga leal e altruísta, com um coração indomável forjado no amor e na coragem. Descanse em paz!"

Diante da lápide de Bonnie Bennett se encontrava a gangue de Mystic Falls fazendo sua ultima despedida a sua amiga leal e a ultima bruxa da linhagem Bennett. Ela havia passado os últimos quatro meses presa num sanatório e, segundo Stefan, o estopim para sua loucura acabou por ser durante o confronto contra Julian onde ela destruiu a pedra da Fênix, mas usou tanta magia que isso consumiu toda a sua sanidade. Eu apenas me sentia confuso porque havia flashes sobre ela em minha mente, porém eles pareciam só não se encaixar com o AQUI e o AGORA. Eu também não conseguia me lembrar realmente qual fora a última vez que havia visto aquela bruxa.

Eu deveria sentir algo pela perda de Bennett, mas tudo o que eu sentia era entorpecido pelo vazio. A única coisa que me mantinha ligado aquele momento era Elena chorando em meus braços.

Entretanto, todo esse momento ali diante da lápide de Bonnie Bennett me fez sentir novamente a sensação de Déjà vu. Como se eu já tivesse estado aqui nessa mesma situação, e a única coisa que distinguia esse momento era as emoções, pois tudo parecia no automático, mesmo as reações dos outros, tudo parecia mecânico ou meticulosamente decorado. Eu não sabia explicar o porquê, mas eu nem me importava.

Relutantemente, todos retomaram suas vidas normais e seguiram em frente. E agora eu e Elena retornamos para concluir nossos planos: “Ser humano, casar e formar uma família.” Isso parecia o plano tão fácil e quase medíocre.

 

Até que a morte nos separe!

 Enquanto, Elena lindamente vestida de noiva com véu e grinalda caminha na minha direção ouço vozes dominarem a minha mente:

— Quem é Damon humano? Um homem desertor, covarde e irresponsável que sempre envergonhou o sobrenome Salvatore. — Ouvi a voz distante de Giuseppe exclamar com prepotência e escárnio.

— Damon meu querido menino inquieto e orgulhoso demais, você sabe que não pertence mais a essa vida. Você nasceu pra ser imortal. Você pertence às trevas.— Eu poderia ouvir Lily dizer em tom severo com um toque de angustia.

— Isso irmão, assim você se ilude um pouco mais. Você está feliz agora? Pobre Damon prefere viver nessa mentira camuflada de doces e apaixonantes sonhos que encarar a realidade.— A voz de Stefan retumbava dura e gélida.

— Oh Damon, meu amante apaixonado e tolo. Tão invejoso que não se contentou em ter somente a garota de Stefan, mas agora quer viver o sonho que seu próprio irmão um dia desejou. — Eu podia até ouvir Katherine como uma víbora sussurrar venenosa.

Sim, eu me lembrava. Como poderia esquecer o quanto Stefan lutou até o fim em busca da cura para o vampirismo?! Ele queria ser um humano de novo, formar uma família com Elena. Mas, isso fora outra historia que agora estava enterrada pra sempre. Elena e Stefan não se pertenciam, ele é o passado dela, enquanto eu sou seu presente e futuro. Ela voltou pra mim porque é a mim que ela pertencia eternamente, pelo menos era o que eu acreditei ingenuamente.

E novamente eu senti teimosamente a sensação de Déjà vu me dominar, era como estar dentro de um filme reprisado, várias e várias vezes sem fim. Mas, isso era impossível, essas vozes não eram reais, era apenas minha mente tentando brincar comigo de novo. Porém, nada iria estragar esse momento.

Eu consegui vencer aquelas vozes dentro da minha mente, enquanto senti minha Elena tão linda de noiva parar ao meu lado. E diante daquele belo lugar todo ornamentado de flores sob um céu ensolarado e azul e, entre outros pequenos detalhes, que só tornava aquele cenário do nosso casamento mais bonito, nós paramos sobre o altar improvisado ao ar livre junto à natureza e com todos nossos amigos ali para testemunhar nosso amor.

Ali diante do Padre e de Mystic Falls nós fizemos nosso juramento de amor.

− Seu amor me faz se sentir viva mais do que é humanamente possível. Você me faz feliz e amada como nunca fui. Eu te aceito Damon Salvatore como meu marido, para sempre até que a morte nos separe.

− Fui imortal há tanto tempo, Elena. E eu achei que isso me bastava, mas então você apareceu e tudo mudou. Eu desisti de tudo para ser o seu marido, seu parceiro e pai de seus filhos, porque você é tudo o que quero. Eu te aceito Elena Gilbert como minha esposa, para sempre até que a morte nos separe.

“Até que a morte nos separe!” E aquilo ficou remoendo tenebrosamente a minha mente, me causando um choque de realidade terrível. Agora eu era um humano e a morte era a única coisa certa e imutável em minha vida.

Mas, o choque da realidade só estava começando, porque lá entre as árvores nos assistindo sorrateiramente, estava Bonnie Bennett com seus cabelos jogados ao vento e com suas íris cor de jade capaz de desvendar até minha alma. E de repente eu já não estava mais com Elena, meus pés me guiaram até aquela bruxa teimosa.

− Damon, isso não é real. – Sua voz me causou repulsa e um ódio desenfreado.   

− Saia daqui, agora! – Eu disse em total fúria, sentindo o seu próprio medo. — Não vou deixar você estragar tudo de novo.

− Damon, por favor... volta pra casa. Pra aonde você pertence. – Ela dizia tentando se aproximar de mim.

− Eu já estou em casa. É aqui onde pertenço... Nos braços de Elena. – Eu vi suas íris refletir em dor e magoa, mas eu não me importava.

− Não! Damon, você só está vendo aquilo que quer ver. Isso não é real. Só está mentindo pra si mesmo.

− Cala a boca! – Eu disse agora lhe enfrentando cara a cara, nossos olhos se fixaram determinados e, por um instante, aquelas íris quase me fizeram hesitar. – Eu estou feliz com Elena aqui do meu lado. Aqui eu tenho tudo que no fundo sempre desejei.

− Isso é uma mentira. Ninguém pode viver muito tempo preso numa mentira. Isso vai acabar com você. – Novamente ela tentou me tocar mais eu me afastei, não queria sentir o seu toque, talvez, porque no fundo eu sabia que se ela me tocasse, então, o meu mundinho egoísta que criei pra mim e Elena iria desmoronar.

− Vá embora. Eu já disse eu estou onde pertenço. – Meus olhos se cruzaram com os dela decididos a deixa-la ir pra sempre. Eu estava decidido a deixar Bonnie ir, para nunca mais entrar na minha vida e me confundir.

− Damon, eu voltei por você. E eu sempre vou voltar e você sabe disso. – Ela era persistente com toda aquela postura exalando confiança e sinceridade.

A fúria me corroeu por dentro, descontrolado eu a empurrei com toda força não me importando se iria machuca-la, sabendo que as reais feridas seriam as que eu estava plantando em sua alma, inconscientemente eu sabia que estava a empurrando para longe da minha vida para sempre. Suas costas se chocaram contra a lápide onde estava seu nome encravado, foi quando o ar mudou e eu vi que a mesma realidade que estava tentando me puxar pra fora daqui, era a mesmo que agora estava confrontando Bonnie silenciosamente.

No meu mundo perfeito Bonnie Bennett estava morta e ela deveria permanecer assim...

 

 

 

Bonnie

Eu tinha que voltar por Damon. Eu não poderia fraquejar ou desistir. Então, com o auxilio de Stefan eu decidi entrar novamente na mente de Damon e tentar puxa-lo pra nós. Obviamente, as coisas não foram fáceis e o que me deparei a seguir fez meu coração se despedaçar mais um pouco.

− Seu amor me faz se sentir viva mais do que é humanamente possível. Você me faz feliz e amada como nunca fui. Eu te aceito Damon Salvatore como meu marido, para sempre até que a morte nos separe.

− Fui imortal há tanto tempo, Elena. E eu achei que isso me bastava, mas então você apareceu e tudo mudou. Eu desisti de tudo para ser o seu marido, seu parceiro e pai de seus filhos, porque você é tudo o que quero. Eu te aceito Elena Gilbert como minha esposa, para sempre até que a morte nos separe.

Eu vi que havia uma festa muito bem arranjada bonita e alegre diante da cidade, onde eu podia ver meus amigos ali todos presenciando as trocas de aliança e o juramento de amor eterno entre Damon e Elena. Eles estavam felizes e muito bonitos. Ela estava vestida toda de branco do jeito que sempre quis estar para o seu casamento e Damon estava impecável em seu terno preto e elegante e em seu rosto eu vi estampado um brilho tão diferente que por mais que aparentemente parecesse de completo amor e felicidade, logo se tornaram duros e frios, pois seus olhos azuis agora olhavam pra mim parecendo a principio em descrença até que seus azuis ganharam tons sombrios de pura fúria.

Ele veio até mim, nós estávamos ali tão perto e, ao mesmo tempo, tão distante. Eu até podia sentir seu cheiro e seu corpo tão próximo que se eu desse mais um passo eu poderia tocá-lo e trazê-lo pra perto de mim, entretanto, ele tentou me repelir com suas palavras afiadas e cheias de espinhos me ferindo por dentro.

− Eu já estou em casa. É aqui onde pertenço, nos braços de Elena. – Ele dizia tão convicto, com seus olhos azuis implacáveis.

− Não! Damon, você só está vendo aquilo que quer ver. Isso não é real. Só está mentindo pra si mesmo.

− Cala a boca! – Ele disse me confrontando friamente, eu me sentia pequena diante dele, mas eu não poderia me deixar fraquejar. Nossos olhos se fixaram determinados e, por um instante, aqueles azuis quase me fez vacilar. – Eu estou feliz com Elena aqui do meu lado. Aqui eu tenho tudo que no fundo sempre desejei.

− Isso é uma mentira. Ninguém pode viver muito tempo preso numa mentira. Isso vai acabar com você. – Novamente eu tentei toca-lo mais ele se esquivava como se tivesse nojo de tocar em mim. Mas, no fundo eu sabia que havia medo ali também pairado sobre nós porque ele sabia que se eu o tocasse eu o arrastaria impiedosamente para realidade.

− Vá embora. Eu já disse eu estou onde pertenço. – Ele dizia secamente com seus azuis cheios de uma frieza tão triste de se ver.

− Damon, eu voltei por você. E eu sempre vou voltar e você sabe disso. – Eu disse me prendendo a uma confiança cega que eu já nem sei de onde vinha.

Em mais uma tentativa de tentar me aproximar de Damon, de repente como um borrão, fui empurrada brutalmente contra uma superfície dura e fria caindo no chão sobre terra e grama, aquilo parecia tão real que eu senti uma dor aguda em minhas costas, mas logo consegui me recuperar pra acabar me dando conta sobre onde meu corpo havia sido chocado com violência.

"Aqui jaz Bonnie Bennett, jovem amada, amiga leal e altruísta, com um coração indomável forjado no amor e na coragem. Descanse em paz!"

Abruptamente, senti hiperventilar chocada com o que estava diante de mim. Eu sentia meu coração bater frenético numa sensação mórbida.

− Olha só pra você, tentando fugir daquilo que é inevitável, porque lá no fundo você sabe, a regra era clara... Elena e Bonnie não podem viver num mesmo mundo. – A voz de Damon me tirou de meu torpor. − Pra Elena viver você terá que morrer. Não importa o quanto você fuja, seu destino já foi traçado. – Eu permaneci ajoelhada na frente dele sem força pra me manter em pé, pois sentia minhas pernas tremerem.

− Isso não é real. − Eu disse confrontando seu olhar gélido. Ele soltou um riso insolente zombando cruelmente de mim. – Porque você está fazendo isso comigo? — Eu disse sentindo um nó se formar em minha garganta.

− Você não percebe a verdade nua e crua? — Ele mantinha uma postura prepotente enquanto tentava jogar com as minhas fraquezas.

Era como se o homem diante de mim não era o meu amigo a quem eu aprendi a amar e respeitar. O cara diante mim me fez relembrar o vampiro egocêntrico, arrogante e cruel que um dia eu odiei com todo o meu ser.

Subitamente, Damon foi me arrastando para cenas de um flashback torturante, com várias reprises de nosso passado conturbado...

− Você se lembra disso, Bonnie? − Ali estava a cena onde Damon me atacou quando eu havia sido possuída por Emily. – Aposto que se você fechar seus olhos, você pode ainda sentir as minhas presas dilacerando seu pescoço como um cão enraivecido. – Sua voz soava quase demoníaca me causando um arrepio mórbido. Logo, a cena mudou e Damon começou a reprisar cenas onde ele assassinava muitas pessoas, entre elas, uma mulher grávida e Vick Donovan. Eu poderia sentir a perversidade e as trevas exalar dele.

− Damon para com isso! – Eu não queria ver aquilo. Não queria reviver coisas que eu decidi enterrar no passado. Mas, ele não parou ele continuou manipulando a minha mente.

− Porque essa é a verdade. Eu sou assim, um monstro sem Elena. – Ele sussurrou se ajoelhando na minha frente e me fazendo ver outra parte de meu passado tão doloroso e triste. Algo que eu nunca mais queria rever. – Você se lembra como sua mãe virou vampira?

Sim eu me lembrava e ali estava a cena recriada nitidamente. Damon pairando subitamente na frente de uma Abby assustada sem poder reagir ao seu ataque. Ele deu seu sangue a ela e em seguida quebrou seu pescoço sem vacilar, tudo se passou como num flash. Eu tentei fechar os meus olhos pra me concentrar e apagar todo aquele cenário de dor e terror, mas eu não conseguia eu estava paralisada, ainda presa aos olhos daquele Damon mostrando a sua verdadeira face demoníaca.

− Sem Elena é isso que sou um monstro sem coração.

Logo, aquele cenário deu lugar a outro...

— Sem Elena eu sou um irmão invejoso. – Então, ele me mostrou cenas de Stefan com Elena juntos se beijando e fazendo varias promessas de amor, mas de repente já não era mais Stefan ali, era Damon nos braços dela trocando o seu primeiro beijo, não demorou muito para que ambos se entregassem a paixão e sucumbirem a luxúria. Aquilo era ainda mais perturbador, desde o modo como Damon me tornou a telespectadora de seu amor obsessivo por Elena, ao passo que eu via sob o ponto de vista de Stefan como era a dor da traição.

− Eu te amo Damon, é com você que eu quero ficar. — Stefan havia presenciado Elena se declarar pra Damon, e naquele instante eu senti meus olhos lacrimejarem.

− Sem Elena eu também sou um amigo egoísta. – Agora sua voz parecia vacilar, enquanto ele me levava para outra cena. Exatamente há alguns meses após o coma mágico de Elena, quando fizemos uma viagem a Europa na tentativa de seguir em frente.

− Espera, você hesitou em salvar a minha vida?

− Relaxa foram só três segundos.

− Em três segundos eu poderia ter morrido.

− Tem razão, se eu não tivesse feito nada, eu teria a Elena aqui de volta. E tudo seria perfeito.

− Chega! Eu não vou passar o resto da minha vida ouvindo o quanto você me rejeita.

− Como você quer que me sinta? Você está aqui e ela não. Cada vez que eu olho pra você eu vejo que não é a Elena.

− Você sabe, eu também sinto falta dela, Damon. Você é uma das poucas coisas que eu posso me apegar. Então, você pode se ressentir ou me amar. Mas, você está preso comigo.

− Esse é o nosso problema, Bon Bon. – Era a primeira vez desde que entrei em sua mente que ele me chamou assim por esse apelido que se tornou tão intimo a qual já até me acostumei. – Eu não quero estar preso a você.

Eu consegui sair daquela paralisia horrível e me levantar, fechei os meus olhos tentando organizar as minhas ideias e acalmar meus coração, mas quando reabri meus olhos lá estava Damon reprisando novamente cenas de seu casamento.

− Eu te aceito Damon Salvatore como meu marido, para sempre até que a morte nos separe...

− Eu te aceito Elena Gilbert como minha esposa, para sempre até que a morte nos separe...

E aquilo ficou reprisando tenebrosamente sem parar. Ele estava me torturando, me mostrando Elena feliz do jeito que ela sempre sonhou.

− Não é justo que ela esteja num caixão. Não era pra ela estar lá. Era para Elena estar aqui comigo. – Ele permaneceu de costas pra mim, provavelmente com olhos fixados nela.

− Agora eu estou fazendo a escolha certa. É ela, é com Elena que eu quero ficar. − Suas palavras me causaram um tremor terrível por todo o corpo, eu senti meu coração pesar em meu peito. − Você é apenas um obstáculo que me separava de Elena. – Meus olhos viajaram para a jovem vestida de noivo toda radiante me causando uma amargura por dentro.

Foi então, que me lembrei das palavras de Stefan: − Eu acho que você com todo esse seu poder e toda a sua coragem e lealdade, é a única que pode realmente chegar até Damon e trazê-lo de volta. Você só tem que esquecer tudo o que estiver ao seu redor e concentrar toda a sua energia só em Damon. Só nele. Foque nos olhos, ou na voz dele. Lembre-se... “você tem que vencer as armadilhas da mente conturbada de Damon. Não deixe os terrores dele dominar você.”

− Então, é isso? Eu sou um obstáculo pra você? – Eu questionei corajosamente me aproximando dele que desviou seus olhos dos meus. – Eu achava que você estava dividindo o terror que você viveu lá em seu inferno particular, como se você estivesse pedindo socorro. Foi assim que você me deixou ver aquele menino inocente, o pequeno Damon. Eu pensei que você, no fundo, queria que eu voltasse pra te salvar.

− Eu não preciso ser salvo. – Ele disse rudemente me desafiando.

− Ah, sim agora eu entendo. Como eu fui burra! Você está me punindo, da mesma forma que a Pedra da Fênix te puniu. Você quer me fazer sentir culpa? – Nós caímos num silencioso tenso e, logo, senti o chão tremer sob meus pés.

De repente, tudo ao meu redor começou a desmoronar, tudo fruto da mente dele que estava tentando me repelir de novo. E dessa vez, se ele conseguisse me tirar de dentro sua mente, eu sabia que não conseguiria mais voltar. Damon começou se distanciar de mim, porém eu o segui tentando lhe tocar em mais uma ultima tentativa inútil quando subitamente senti bater em algo, uma parede invisível.

− Damon! – Eu gritava por ele enquanto o vampiro ia se distanciando lentamente de mim. – Damon me escuta só uma ultima vez. – Então, ele parou ainda de costas pra mim. – Damon você nem ia se despedir? – Exclamei ainda batendo com os punhos fechados naquela parede invisível, tentando com um pouco de força que tinha quebrar aquela barreira que ele estava impondo entre nós.

− Não havia nada pra dizer. – Ele disse com a voz agora suave, eu poderia dizer que havia algo lá, talvez ainda houvesse uma chance de trazê-lo de volta. Minha esperança ainda não poderia me deixar na mão.

− Nós somos amigos? – Consegui chamar a atenção dele pra mim, Damon se virou e me olhou tão intensamente. – Damon, somos amigos? É uma pergunta tão simples. – Só que ele não me respondeu, me deixando ali apenas entregue a um eco frio do silêncio. – Pra mim você era o meu melhor amigo, eu confiei em você e eu...

Então, flashes de quatro meses atrás piscavam em minha mente, me lembrando de uma noite fria aquecida por beijos famintos e carícias atrevidas, onde eu havia não apenas me entregado de corpo, mas também, de alma e coração. Uma noite a qual eu havia me sentido inteira, desejada, feliz e amada, mesmo que não houvesse promessas de amor, ou um “Eu te amo” ainda sim aquela noite foi o suficiente pra mudar tudo.

Eu estava apaixonada por Damon Salvatore, e não me sentia culpada ou arrependida por ter me entregado tão intimamente e emocionalmente a ele. Aquela noite eu me senti livre e feliz como há muito tempo eu não sentia. E agora eu estava aqui diante dele praticamente me humilhando pra não perdê-lo, pedindo pra que ele não me abandone.

− Stefan me disse que você já havia cogitado dessecar a espera de Elena, quando tudo aconteceu. O plano era simples não é? Você me salvou do Kai, mas Elena iria ficar em coma, então pra honrar esse amor... – Era doloroso pronunciar essa palavra sabendo que ela era direcionada apenas a Elena e eu nunca pensei que um dia poderia sentir tanto ódio da garota que fora a minha amiga desde a infância. Pode me chamar de egoísta, mas era assim que me sentia. – Pra você honrar Elena, você iria dessecar. Tudo porque você é um covarde egoísta que não quer encarar a realidade. – Minha voz tremia enraivecida.

− Não existe uma realidade sem Elena e essa é a minha decisão. – Ele disse carrancudo com um olhar carregado de obstinação, enquanto ele travava e destrava as mãos nervosamente.

− Eu não concordo com essa decisão. Não concordo que você escolha a si mesmo. – Eu disse com toda a raiva e magoa que assolavam minha alma, enquanto meu corpo era dominado por uma angustia. Sem me controlar senti as lágrimas molharem meu rosto. – Não concordo que nunca mais vou ver você. O meu melhor amigo nunca mais... – Nos olhamos intensamente, minha voz já estava embargada e o desespero já havia me vencido. – Isso me machuca. Isso me machuca... Isso machuca tanto.

No entanto, esse era o adeus e nada o que eu dissesse iria mudar sua decisão. Vestindo um pouco do orgulho que me restava enxuguei as minhas lágrimas decidida a nunca mais chorar por ele e, assim, disse minhas ultimas palavras sabendo que nunca mais iríamos nos encontrar.

— Quando você estiver dessecando e sentindo as dores da fome, enquanto o sangue é drenado do seu corpo, é disso que quero que se lembre. Que você me machucou.

A última coisa que vi foi azuis perdidos em seu próprio egoísmo e covardia, antes de ser arrastada implacavelmente para a realidade, onde já não existiria mais Damon presente em minha vida.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Ai QUE DROGA NÉ!!! Se a Bonnie tivesse dito "Eu te amo" será q Damon voltaria por ela? Q droga como pode um homem adulto não consegui seguir em frente sem Elena? Bom, esse foi meu penultimo capitulo da fic q foi feita pra ser curta o unico problema dela é q eu tinha uma visão diferente quando comecei a escreve-la, mas no decorrer acabei mudando e as ideias foram me levando pra outro lado da trama. Eu sei q talvez vcs pensem o quanto injusto é fazer isso com Bonnie e o quanto triste pra Bamon seria um final assim kkkkkkkk. Mas... existe uma esperança no fim do túnel pq apesar da fic estar chegando no final, pra fazer justiça a todo sofrimento de Bonnie eu irei fazer uma continuação da fic. Se nessa FANFIC Bon Bon teve q lutar por Damon, na sua continuação será Damon q terá que lutar pra resgatá-la, do que? Eu ainda não vou revelar só no ultimo capitulo. E falando em ultimo capitulo, no proximo teremos um flashback Bamon com momentos hots mostrando exatamente quando foi q Bonbon se viu apaixonada por esse vampiro idiota. E tbm teremos um salto no tempo e o retorno do nosso vampiro de olhos azuis tendo que confrontar uma realidade que ele não esperava. Agora vou ser bem franca eu senti que não estou tendo muito retorno aqui e isso me desanima, então, talvez pra quem quiser a continuação vai ter deixar reviews, ou recomendar a fic caso queira continuação postada aqui no Nyah, caso contrario só irei postar o ultimo capitulo da fic aqui e depois postar a continuação só no Wattpad aonde eu estou tendo mais retorno. Bom até o ultimo capitulo, q deve ser postado semana q vem, Bjus!!!



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