- E se ele estiver terminando tudo por cartas? Ele pode fazer isso! Afinal, era assim que as pessoas terminavam lá no tempo dele!!! – Eu insistia em não abrir as cartas, mesmo estando Cee, Gina e eu sozinhas no quarto que agora era ocupado por minha mãe e eu, na casa da minha avó.

- Existe alguém mais idiota que ela, Cee Cee? – Perguntou Gina apontando para mim.

- Ai sua boba! O Jesse sente sua falta! Ele te AMA! Ele não vai terminar com você porque sua mãe se separou do Andrew, aliás, ele acha que vocês vão voltar a qualquer momento, porque o Andy e a sua mãe são almas gêmeas, e estão brigados por causa de algum acesso infantil de TPM ou coisa do tipo, que isso vai passar. – Disse Cee Cee.

- Cee, você é tão otimista. – Falei toda jururu.

- Se ela não quer ler, me dê aqui que eu leio! – Disse Gina tomando as cartas da mão de Cee Cee.

Voei em cima dela e peguei as cartas. Depois beijei, cheirei, lambi e amassei. Ok, eu não lambi. Mas convenhamos, meu Jesse tocou naquele papel, então ele é sagrado a partir daquele momento. Pelo menos para mim.

- Ai, Suze, me machucou! – Disse Gina alisando a mão, que sangrava um bocado no minúsculo corte feito pelo papel.

- Deixa de ser fresca, mulher! – Falei acariciando as cartas. – É um cortezinho de nada! Aliás, foi BEM FEITO! – E mostrei a língua para ela no meu maior acesso infantil.

- Ah, Suze apaixonada... que fofo! – Disse Cee, me zoando.

- Se você não ler agora, eu juro que pego aquele telefone e ligo pro Jesse falando que você está saindo com o Paul! – Ameaçou Gina.

E eu tenho medo das ameaças dela.

Porque ela tem uma forte tendência a cumpri-las.

Então eu peguei a primeira carta do bolinho e abri. E imediatamente comecei a ler.

A letra firme e bonita de Jesse encheu meus olhos de lágrimas.

E eu corri pro banheiro antes que alagasse todo o papel com as cataratas do Niágara que saíram dos meus olhos.