— Carter, é aqui onde eu brincava quando era criança. — Falei, sentando em um pneu pendurado por uma corda. Ele girou, olhando o ambiente de um lado ao outro e então sorrindo.

— Está um pouco maltratado, mas é um lugar bonito. — Carter olhou o ambiente atentamente, focando em uma pedra quase quadrada. Era muito estranha, mas estava totalmente suja e empoeirada.

— Este é o meu trono. Eu era o rei daqui. — Disse eu, rindo um pouco e caminhando até a pedra. — Ela está pequena demais hoje em dia.

— Realmente é um lugar legal, o que acha de limpá-lo comigo? — Carter falou, com um brilho no olhar. Ele pareceu adorar a ideia.

— Não sei, levaria muito tempo e minha mãe...

— Adrian, ela vai entender. Vamos trabalhar nisso? — Carter me perguntou, cruzando os braços.

— Acho que pode ser bom, relembrar um pouco o passado. Sentir a nostalgia. — Falei, olhando para cima e sorrindo.

— O tempo está legal hoje. Quer começar agora? — Ele sugeriu, descruzando os braços e me encarando.

— Sim, sim, pode ser. — Me levantei e estiquei os braços, alongando-me.

— Vamos rápido, temos muito o que fazer. — Carter me incentivou. Ele sempre foi uma pessoa desinteressada, mas sempre esteve ao meu lado, me ajudando. Ele é um bom amigo. Gosto muito de poder contar com ele.

— Adrian, vamos começar por onde? — Carter perguntou, dando uma olhada geral no ambiente.

— Primeiro vamos tirar o lixo, creio que seja a parte mais fácil. — Falei, pegando uma garrafa do chão.

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O sol começou a se por, Carter e eu já estávamos quase acabando de jogar todo o lixo fora, apenas algumas latas sobraram. Coloquei-as em uma caixa e voltei fui até as lixeiras com ele.

— Então nos vemos aqui amanhã? — Carter perguntou, limpando as mãos na calça.

— Sim, umas 3 da tarde. Não esquece. — Respondi, colocando as latas na lixeira reciclável. Droga, como eu estava sujo. Manchas de terra marcavam minha roupa, a calça estava cheia de barro.

Fui para casa, estava ficando tarde. Preparei-me para a reclamação de meus pais. Abri a porta e eles estavam sentados, esperando-me.

— Adrian, onde você estava? — Meu pai perguntou.

— Eu avisei que estava no...

— Nem vem com isso, dissemos que você deveria estar aqui faz 4 horas. — Minha mãe interrompeu-me.

— Eu disse a vocês onde eu estava, dá pra parar de me tratar assim? Eu só fui ali! — Gritei, indo até meu quarto e me trancando. Fiquei lá por um bom tempo, apenas observando o teto do cômodo. Depois de uns minutos, acabei adormecendo.

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Saí do meu quarto e fui até a sala, meus olhos ainda pesavam, eu estava sonolento. O sol brilhava forte, iluminando a rua e dando vida às coisas.

— Você está de castigo, sem celular até o fim de semana. — Minha mãe disse enquanto lia seu jornal.

— Isso é injusto! Você sabe que eu não estou fazendo nada demais. — Falei, indo até o banheiro.

Depois de me arrumar, abri a porta e saí de casa. Já era hora de me encontrar com Carter, tentar me distrair.