Simple like Flowers escrita por BlueLady


Capítulo 30
Capítulo Trinta - Montanha-Russa de Emoções


Notas iniciais do capítulo

Demorei? Demorei
mas foi bem menos
O capítulo de hoje tem 6000 palavras pra compensar, e acontece MUITA COISA SERIO
Espero que gostem!!
A imagem mencionada pelo Félix e Adrien é essa da capa (eu que fiz com mto amor pra vcs ♥)



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Félix suspirou, passando as mãos no cabelo cuidadosamente alinhado. Ele sabia, no fundo de seu ser, que Marinette não ia perdoá-lo. Nunca.

― Eu não quero que você me perdoe Marinette. Nunca quis. O que eu fiz foi errado, muito errado. Você tem todo o direito de me odiar.

― Ótimo. Por que estamos conversando mesmo, então? A saída é por ali. ― Marinette sorriu com escárnio.

― Mesmo assim, ― Continuou como se a garota não tivesse dito nada. ― Tudo isso é passado, Marinette. Você está namorando o Adrien, eu estou namorando Leonor. Querendo ou não, somos partes de uma mesma família, Marinette. Será que o passado vale tanto para arriscar o futuro?

A postura confiante de Marinette tremeu, como se tivesse levado um soco.

― Eu não quero seu perdão, Mari. Eu quero que você seja feliz com Adrien, eu tenho certeza que ele pode te proporcionar isso. A questão é que tudo isso passou, mesmo sendo imperdoável. Eu só quero que você consiga olhar no rosto da sua irmã sem sentir nojo. Eu quero que você possa olhar no nosso rosto sem ter vontade de fugir.

Marinette encarou o chão e balançou fervorosamente a cabeça. Félix suspirou em resposta.

― Eu sei que não posso te exigir nada, Marinette. Não depois do que eu fiz. Só peço que pense mesmo se vale a pena continuar com isso tudo, mesmo sabendo tudo que você tem agora. ― Félix se virou pra sair, esfregando o rosto. Não sabia ao certo o que pensar. Se voltasse no tempo, nunca teria ido àquela festa e beijado a irmã de sua namorada. Porém, se isso realmente acontecesse, nunca se apaixonaria por Leonor, e Adrien e Marinette nunca teriam realmente se aproximado.

Suspirou quando sentiu algo puxando sua blusa. Olhou surpreso para Marinette, que encarava o chão enquanto deixava cair as lágrimas.

― Mari...?

― Não. ― Ela o encarou nos olhos. Embora Félix sempre fora encantado pelo brilho dos olhos daquela família, a forma como refletiam a luz de maneira única era quase como um quadro para ele, agora estava particularmente belo, a junção do brilho azulado com as lágrimas transparentes criava um verdadeiro festival de cores. Infinitos tons de azul dançavam naqueles olhos, num balé eterno. ― Não vale a pena.

Antes que pensasse muito, Félix abraçou a garota. Pensou que levaria um chute ou algo assim, coisa, incrivelmente, muito frequente no antigo relacionamento dos dois. Porém, a dor não veio. No lugar, sentiu o doce toque de seus braços o envolverem. Marinette o abraçava de volta.

Depois de todas as coisas erradas que fez, não esperava que sentiria de novo a garota em seus braços. Da última vez que a abraçara, ela era bem mais jovem. Ele também. E se abraçavam de despedida, um toque cheio de amor e saudade.

Dessa vez, era diferente. Era carinho e nostalgia. Nada de amoroso: os dois se abraçavam como dois irmãos perdidos ao se reencontrarem. Ao perdoar Félix, Marinette encontrou uma parte em si há muito tempo perdida. Lembrou-se da compaixão desmedida, da felicidade pura e da ingenuidade. Lembrou-se de como ele a motivava, como conseguia realizar coisas que só mostrava para ele. Félix, ao abraçar novamente Marinette, relembrou toda a expressão perdida. Lembrou-se de todas as coisas que fazia com ela. Como ria e chorava, como mostrava para ela tudo que não mostrava para os outros, como, com ela, ele se sentia tão jovial e jocoso.

― Eu senti sua falta, Feliz. ― Ele riu com o apelido. Ele mesmo estranhou o riso, havia tanto tempo que não ria para nada. Era espetacular como Marinette, pelo sinto ato de perdoá-lo, conseguia trazer de volta uma parte de si que foi enterrada e soterrada com o tempo.

― Eu também senti a sua, Nette.

Bom, Marinette decididamente não sentia falta dos apelidos horríveis.

***

Pierre e Oliver estavam em casa. Embora tivessem começado a namorar há pouco tempo, Oliver não conseguia deixar de pensar que viviam como casados na maioria do tempo.

Pierre dormia no sofá, suas pálpebras se moviam levemente, como se sonhasse. O garoto não tinha conseguido dormir nada no caminho de volta e estava cansado o suficiente para dormir no sofá, coisa que normalmente odiaria, com a cabeça apoiada em Oliver.

O garoto amava tanto Pierre que doía. Amava cada detalhe. Amava seus cílios longos, sua pele rosada e seus olhos azuis.  Sempre amou, desde a primeira vez. Não esperava que a tarde fosse além disso. Não até ouvir as batidas na porta.

― Eu abro. ― Disse Pierre sonolento. Ele se levantou e foi se arrastando e esfregando os olhos até a porta. Oliver não se importava. Achava fofo o jeito como Pierre gostava sempre de abrir as portas. Era uma característica incomum e frívola, mas Oliver amava o jeito como aquilo o tornava único.

Oliver também não teve coragem de avisar que Pierre estava com uma calça de pijama e pantufas.

Pierre parou na porta e a abriu, enquanto ainda esfregava os olhos.

― Como vai querido? Sentiu saudade da mamãe? ― Pierre achou que fosse vomitar. Sua mãe estava ali. Na sua frente.

Só podia ser um pesadelo.

***

― Vai querer café ou chá, mãe? ― Pierre perguntou, contrariado. Ela estava no sofá, agindo como se a casa fosse dela: passava os canais da TV rapidamente, enquanto apoiava os pés na mesinha de centro. Seus cabelos negros estavam ainda mais longos do que Pierre se lembrava, e seus olhos escureciam para um tom cinza, em vez do brilho azul que um dia tiveram.

― Café, óbvio. ― Disse com escárnio, em seguida sorriu para Oliver sentado ao seu lado. ― E como você está, meu, querido? Soube pela sua mãe que você sofreu um acidente. O interior fica tão chato sem você... ― Ela piscou para Oliver e passou a mão por seu braço. Oliver gritava internamente sem saber muito bem como reagir. Embora fosse bonita para a idade, ele não conseguia deixar de olhar as rugas que apareciam em seu rosto.

A presença de Pauline irritava Pierre. Ela tinha o terrível hábito de dar em cima de todos os homens que conhecia, e era óbvio que seu namorado, não que ela soubesse disso, não ficaria de fora.

― Aqui. ― Entregou a xícara para a mãe com o mau-humor tomando conta de todas as células do seu ser. ― O que você está fazendo aqui?  

― Não fale com sua mãe nesse tom. ― Ela o repreendeu. ―  Não posso mais visitar meu filho? ― Pierre suspirou, irritado. Uma dor de cabeça começava a surgir em suas têmporas. ― Além disso, vim ver como estava Oliver, conheço a tanto tempo esse menino... ― Sorriu novamente para o garoto. Pierre podia sentir as veias pulsando pelo seu corpo. ― Você tem sardas, querido?

Pierre não aguentou mais. Ele era o único que tinha percebido as sardinhas até então, e gostava disso. Por ser negro, as pessoas normalmente não conseguiam ver de cara suas manchinhas, e só Pierre tinha chegado perto o suficiente para percebê-las. E amava olhá-las, era como um céu estrelado que só ele podia desbravar.

― Você não tem clientes não? Para de fazer hora. ― Pauline revirou os olhos e Oliver parecia assustado no lugar.

― Meus clientes não são da sua conta. Oliver, Pierre está muito estressado, o que acha de deixarmos ele aqui e irmos...

― PARA! ― Pierre gritou. O grito foi tão inesperado que Pauline e Oliver pularam no lugar. ― Para de dar em cima do meu namorado!

A boca de Pauline foi ao chão. Oliver arregalou os olhos, alternando o olhar entre Pauline e Pierre. Ele realmente não esperava que Pierre fosse contar assim.

― Isso é sério? ― Perguntou, se arrumando no lugar. Seu olhar alternava entre os dois garotos.

― Sim. Você é a última pessoa que pode me julgar, mãe. ― Ela encarou o filho, o olhar estava frio e cortante. Levantou-se do sofá, a xícara ainda em mãos.

― Você é igualzinho seu pai. ― A postura de Pierre afrouxou, como se tivesse levado um soco. ― Sempre jogando na cara que sou uma prostituta.

― Ele tinha razão. ― Murmurou Pierre, apoiando-se na parede desconfortavelmente.

― É, tinha. ― Ela arrumou a blusa azul decotada. ― Bem, nem tanto se pensar que ele era um dos meus clientes. Você gostaria de tê-lo conhecido, Pierre? É uma pena que ele te odeie. ― Sorriu maldosamente.

Nem sempre foi assim. Teve uma época em que Pierre e Pauline se davam bem. Quando Pierre era criança, lembrava que sempre que chegava da escola, a mãe, que tinha acabado de acordar, sentava com ele e os dois comiam biscoitos industrializados. Mesmo quando passou a entender a profissão da mãe, ele não deixou de amá-la. Os desentendimentos começaram quando ela passou a beber compulsivamente.

Desde então, foi ladeira abaixo. Tudo desmoronou quando foi expulso da escola. Ele via a mãe e ele como vítimas, mas sua própria mãe brigara com ele por ter se envolvido com a pessoa errada. Ali, os laços se romperam definitivamente.

Foi Oliver quem salvou sua alma.

Porém, a fala de sua mãe o machucou mais do que deveria. Pierre odiava pensar sobre o pai. Ele sentia falta de uma figura masculina em sua vida, não tinha nenhum parente além de sua mãe. Ele sempre teve esperança de ter um pai que poderia amá-lo em algum lugar. Pauline fez questão de destruir esse sonho também.

― Já que está de pé, pode fazer o favor e ir para algum lugar que alguém te queira. Garanto que não é aqui. ― Ela revirou os olhos e pegou a bolsa no sofá. ― Deixe a xícara, obrigado. ― Ela bufou e largou a xícara em cima da mesinha, o tilintar agudo soou pela sala.

Pierre abriu de novo a porta, dessa vez para a mãe sair. Ele sorria ironicamente enquanto a mãe passava por ela.

― Pierre, você se estressa muito fácil. ― Devolveu o sorriso. ― Cuidado para não cansar Oliver, que pena seria se terminassem...

Pierre fechou a porta, sem responder a mãe.

― Odeio ela. ― Sussurrou. Oliver, que até então estava em choque, se levantou para ir até Pierre.

― Pierre... ― Começou, sem saber muito o que dizer.

― Não diga nada. ― Pierre se esquivou da tentativa de aproximação do namorado e atravessou pela sala, trancando-se no quarto.

― Ai, Deus... ― Oliver disse pra si mesmo.

 

***

“O que acha de vir aqui em casa amanhã depois da escola? Meus pais vão estar trabalhando”

Embora a mensagem de Marinette fosse tentadora, era, ao mesmo tempo, assustadora. Marinette era sua primeira namorada, e cada passo que dava fazia todas as células de seu corpo pararem e gritarem “Você está indo rápido demais!”.

Beijá-la em seu quarto não tinha sido ruim. Tinha sido bem bom na verdade. Odiava ser tão submisso assim, não saber o que queria. Se fosse menos como ele mesmo e mais como Chat Noir...

― Não vai respondê-la? ― Como se lesse sua mente, Plagg perguntou, as mãos num pedaço de queijo que Adrien deixara em cima da mesa.

― Vou. Só não sei como ainda. ― Deitou na cama, encarando o teto.

― É fácil. Diga que sim e umas indecências. Mulheres gostam disso sabe? ― Ele mordeu um pedaço do queijo.

― É fácil... ― Repetiu a fala, desanimado. ― Se eu fosse sempre como você me deixa quando me transforma. Sem medo, sabe? Só não quero depender de você sempre pra ficar assim.

― Adrien. ― Plagg deixou o queijo de lado. ― A única coisa que eu faço com você é coloca-lo numa roupa colada e te dar um bastão. Todo o resto é você. Chat Noir não sou eu. É você.

Adrien se sentou o mais rápido que pode e encarou o kwami com os olhos arregalados.

― Mas... Mas...

― Escuta, Adrien. Você sempre foi o Chat Noir. Sempre. Talvez o lance da máscara te deixe mais confiante para mostrar esse seu lado, mas ele já existe dentro de você. ― Ele mordeu outro pedaço.

Adrien parou para pensar. Durante todo o tempo como Chat Noir, ele achava que Plagg fazia ele ser daquele jeito. Livre. Confiante. Ele invejava o Adrien que Plagg tinha criado. O Adrien que ele sempre quis ser. Mas não era verdade. Não era assim. Chat Noir foi, desde o início, o próprio Adrien. Uma personalidade guardada e restringida, que forçava a permanecer no escuro. Não foi Chat Noir que deu vida ao Adrien. Foi Adrien que libertou a si mesmo.

“Mal posso esperar.” Respondeu para a namorada.

Um sorriso escapou pelos lábios de Adrien. Um sorriso que misturava seus dois “eus”. Era feroz e confiante como Chat Noir, porém tímido e sublime como Adrien. Finalmente, tanto Adrien como Chat Noir não eram mais duas pessoas diferentes. Eram parte do mesmo todo.

Isso o lembrou de algo que deveria ter feito desde que saíra da casa de Marinette. Saiu de seu quarto e atravessou o corredor, abrindo a porta do quarto de Félix com tudo.

― Félix. ― Adrien chamou. O irmão estava em sua escrivaninha, o rosto apoiado na mão enquanto lia alguns papeis, provavelmente relacionados à faculdade.

― Adrien. ― Respondeu, levantando os olhos para encarar o loiro mais jovem que estava na porta. O contraste entre os dois era gritante, e até a tensão era palpável.

― O que você falou para Marinette? Eu vi que ela chorou. ― Como resposta, talvez para puramente irritar o irmão, Félix lhe lançou um sorriso cruel, abaixando os papeis.

Embora irmãos, Adrien e Félix eram muito diferentes. Era claro que Félix tinha puxado ao pai: frio e centrado, enquanto Adrien puxou à mãe: vívido e sentimental. Por isso, desde a infância, Adrien e Félix nunca paravam de brigar. Isso até que precisaram amadurecer prematuramente quando Emilie morreu e perceberam que era muito mais efetivo se evitarem no lugar de viver em pé de guerra. O luto também ajudou nesse processo.

― Está com ciúmes, Adrien? É tão inseguro assim? ― Adrien normalmente guardava todo o sofrimento para si, principalmente em relação ao irmão. Porém, talvez pela conversa com Plagg, Adrien não estava se controlando. Sentiu o sangue ferver por debaixo da pele e tinha certeza que, se pudesse se ver no espelho agora, estaria vermelho.

― Você não tem nenhum direito sobre ela. Você foi um completo babaca. E está namorando a irmã dela. ― Adrien se aproximou do irmão e o segurou pelo colarinho. ― Se você fizer a Marinette chorar de novo, eu vou acabar com você. ― Félix, embora surpreso, jogou a cabeça para trás e riu.

― Você já parou pra pensar que talvez pudessem ser lágrimas de felicidade? Nós erámos bem próximos...

― Tem razão. Eram, no passado. Se você já a amou algum dia, não faça ela sofrer de novo, Félix. Não como fez com a mamãe. ― Toda o deboche desapareceu do rosto de Felix, abrindo espaço para uma vermelhidão originada pela raiva.

― O que você está insinuando? Você está falando que eu fiz algo para a mamãe?

― Não se finja de burro, Félix. Você nunca sofreu por ela como eu sofri. Sempre indiferente, trancado no seu quarto como se não fosse nada. ― Félix não lembrava de ter ficado tão irritado antes. Num movimento rápido, ele empurrou o irmão, que caiu no chão surpreso.

― Eu amava a mamãe! Eu senti falta dela todas as noites. Eu acordava no meio de toda merda de noite chorando, porque tinha pesadelos com seu enterro, porque sentia sua falta.

― Então por que você nunca disse nada?! Por que ficou indiferente? Me fez achar que você não se importava...

― Porque eu sou o irmão mais velho. Porque, na minha mente, se eu parecesse forte, você também ficaria. Porque eu aguentava meu próprio sofrimento, mas não aguentava ver o seu.

― Eu precisava de você. ― Sua voz falhou e Adrien finalmente percebeu que estava chorando. ― Eu precisava de você e você não estava lá por mim.

Félix abriu a boca para responder, mas Adrien puxou sua perna, fazendo Félix cair no chão também.

― Por que você fez isso?! ― Félix gritou.

― Você mereceu... ― Adrien sussurrou. Félix se virou e puxou o cabelo de Adrien. ― Ei!

E os dois garotos, que tiveram que amadurecer cedo demais, voltaram a ser crianças. Entre empurradas e puxadas de cabelo, depois de 12 anos, finalmente os irmãos se entendiam.

― Félix! Adrien! O que estão fazendo? ― Natalie apareceu na porta, completamente chocada. Os irmãos se separaram, surpresos. Sem se levantarem, os dois encararam a governanta.

― Tivemos um leve desentendimento... ― Começou Félix.

― Acontece, Natalie, somos garotos. ― Continuou Adrien, com um sorriso amarelo. Ela encarou os dois garotos de barriga para baixo no chão. Arrumou os óculos no rosto.

― Não sou paga o suficiente para lidar com isso. ― Ela se virou e saiu. Adrien e Félix se encararam e explodiram em risadas. Estavam desgrenhados, os cabelos de Adrien se assemelhavam a uma juba, enquanto os de Félix tinham diversas pontas, suas roupas sempre arrumadas estavam uma bagunça.

Adrien se virou para ficar de barriga pra cima.

― Eu sinto falta da mamãe. ― Félix o encarou e se levantou. Buscou ativamente alguma coisa numa gaveta, até achar um pequeno pedaço de papel.

― Aqui, você precisa mais do que eu. ― Ele esticou o braço para Adrien, que olhou para o papel confuso, antes de pegá-lo. ― Me ajudou a passar pelos dias mais difíceis.

Era uma foto, Adrien percebeu. Uma foto de sua mãe. Ela estava linda, num parque, sorrindo, com dois garotos loirinhos em seu colo. Adrien reconheceu a si mesmo e o irmão. Foi próximo da época em que morreu, notou, pois sabia que deveria ter por volta de 5 anos. Os três estavam arrumados, Félix estava emburrado e Adrien estava distraído com uma borboleta. (IMAGEM DO CAPÍTULO)

Não conseguiu impedir as lágrimas.

Ao virar a foto, uma inscrição foi revelada. “Meus maiores tesouros”. Adrien passou os dedos pela inscrição, olhando o quão linda era a caligrafia da mãe. Sentiu o calor do seu abraço, o doce perfume de seus cabelos e o suave som da sua voz sussurrando em seu ouvido. Memórias a muito tempo esquecidas voltaram rápidas como o vento. Tinha se esquecido quão lindo era o rosto de sua mãe.

― Obrigado. ― Apertou a foto contra o peito. ― Muito obrigado. ― Félix observou o irmão sair do quarto como um garotinho e, pela primeira vez desde que a mãe morrera, se sentiu bem naquela casa. Sentiu-se como o irmão mais velho que sempre deveria ter sido.

― Você está orgulhosa de mim, mamãe? ― perguntou para o ar.

***

Pierre tentava se distrair enquanto se equilibrava em cima dos prédios parisienses sob o céu estrelado da noite agradável. Naquele momento, não tinha o mínimo de vontade de falar com ninguém nem de ficar no mesmo apartamento que Oliver, que, naquele instante, com certeza sentia muita pena dele.

Amava Oliver, porém odiava que sentissem pena dele.

Pelo menos, enquanto estava de Chien ninguém o perturbaria.

Quando pulou para o prédio seguinte, ele realmente ficou surpreso ao perceber que não era o único ali.

― O que faz aqui? ― Perguntou enquanto olhava o garoto que conhecia desde que começou seu treinamento. Leo. Tinha apenas 14 anos e já carregava o grande fardo de ter um miraculous guiando sua vida. Ele olhou para o moreno, mas, se em algum momento ficou surpreso, não demonstrou.

― Esfriando a cabeça. E você?

― O mesmo. ― Chien andou e se sentou ao lado do amigo. Por um instante ficaram lado a lado em silêncio, mas Chien não conseguiu evitar de perguntar. ― Você quer falar sobre isso? As vezes ajuda.

Ele não tinha percebido que o amigo estava chorando até aquele momento. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, e seu corpo parecia fraco e quebradiço.

― Eu nunca tinha lutado contra um akuma antes. ― Respondeu. ― Eu... Não, nós achávamos que estava tudo perfeito. Que o protótipo do leão estava pronto... Mas quando eu purifiquei aquele akuma, tudo deu errado. ― Ele levantou o braço, onde ficava o seu purificador. O braço estava negro como a noite, uma mancha escura como tinta parecia tingir suas roupas, mas Pierre sabia que o problema era mais fundo. ― Eu consegui purificar, mas toda a energia ruim ficou em mim. O purificador quebrou, e essa energia está se espalhando. Eu não consigo mais me destransformar, estou preso aqui até eu morrer. Talvez eu tenha uma semana de vida.

Chien o encarou totalmente assustado. Fora ele quem sugeriu que Leo ficasse para cuidar de Paris enquanto eles viajavam, então ele sentia a culpa recair sobre si. Agora o garoto, bem mais jovem que ele, estava preso num destino que não conseguiria escapar.

― Seu pai é cientista, não é? Ele não consegue resolver isso?

― Consegue. Só não quer. Eu sou a cobaia perfeita, em mim, ele está vendo coisas que não sabe se verá de novo, ele precisa me estudar até o último segundo. Não sou diferente de um rato de laboratório. ― Suspirou, sentindo as lágrimas caírem de novo. ― Ele não me ama. Nunca amou.

― Não tem nada que podemos fazer, tem? ― Perguntou, a dor começava a surgir no peito. Uma enorme aflição.

― Não. Eu sou uma aberração de laboratório. De lá eu vim e para lá eu vou. Em algum momento, Pierre, eles vão conseguir o que querem. Vão criar um miraculous do zero. Nós dois sabemos por que isso não deve acontecer. ― Pierre conseguia imaginar a força de um exército nacional composto de miraculous artificiais. ― Estou contando com você para evitar isso no futuro.

― Podemos achar um jeito de você viver e fazer isso você mesmo. ― Leo negou com a cabeça. Chien sofria com o menino. Eram muitas responsabilidades e maturidades para um garoto tão novo.

― Eu não tenho mais jeito. Eu vou morrer de qualquer forma. O que eu posso fazer é atrasar a pesquisa. ― O outro arregalou os olhos.

― O que você está pensando? ― Leo mostrou seu cinto com o explosivo pendurado. Chien não precisou de mais explicações para entender. Leo ia se matar. Ia entrar no laboratório do pai, onde ele mesmo foi criado, e ia reduzir o lugar a escombros. ― Você não precisa fazer isso. A culpa foi minha. Eu que te mandei para proteger Paris sozinho.

Leo sorriu docemente.

― Eu não vou te culpar por algo que eu queria fazer. Mesmo que tenha sido por pouco tempo, eu realmente gostei de ser um herói. Você tem a sua missão, Chien, e eu tenho a minha.

Chien não percebeu quando começou a chorar.

― Não é justo que você tenha que lidar com isso tão jovem. ― Leo se levantou.

― Está tudo bem. Eu estou com medo, óbvio, mas enquanto você lembrar de mim e do meu sacrifício, eu vou saber que não foi nada em vão.

Antes que Chien pudesse impedir, Leo pulou entre os prédios, sumindo na noite. Ele sabia o que poderia esperar mais tarde.

― Adeus. ― Sussurrou para o nada. No lugar que antes estava sentado o amigo, agora jazia uma pequena correntinha, algo que Chien lembrava vagamente de ver brilhando no pescoço do herói. Segurou-a na mão e a levantou na altura dos olhos.

Ali, refletindo as luzes da cidade, havia um pequeno pingente de leão, delicado e simples. Chien sorriu com a ironia.

***

― Quando você perguntou se eu queria vir aqui, eu imaginava outra coisa sabe? ― Adrien falou.

No meio do quarto da namorada, Adrien se encontrava em cima de uma pequena plataforma, vestido com confecções próprias de Marinette, enquanto era espetado pelos alfinetes que ela usava para fazer os ajustes.

Marinette apenas riu levemente.

― Desculpa, a Alya estava falando tanto dessa coisa de faculdade que eu peguei sua paranoia. ― Olhou nos olhos de Adrien, que apenas sorria como um bobo apaixonado. ― Sinto que preciso de um portfólio maior, sabe?

― Só não entendi por que precisa ser em mim. ― Ela riu e suas mãos tremeram, o que resultou numa alfinetada em Adrien. ― Ai!

― Isso que dá me fazer rir. ― Ele revirou os olhos.

― Princesa, você não recebeu nenhuma carta de faculdade? ― Ela o olhou confusa.

― Não. Não olhei o correio de hoje. Por que você está me olhando como se soubesse alguma coisa que eu não sei? ― Ele levantou as mãos em rendição.

― Eu acho que você deveria ver. ― A garota o encarou por alguns segundos antes de largar as coisas em cima da mesa e ir em direção a cozinha.

Ela sabia como sua família era desorganizada quando o assunto era correspondência. Ela caçou entre os diversos papeis algum que fosse endereçado para ela e se surpreendeu ao realmente achar. Uma carta de Oxford.

― Okay. ― Disse assim que voltou para o quarto. ― Não sei o que você fez, mas realmente tinha uma carta me esperando.

― Eu não fiz nada, só recebi uma e tinha certeza que você receberia também. ― A curiosidade estava matando-a. Abriu o envelope e rapidamente tirou as folhas de dentro.

Primeiro, Marinette achou que estava sonhando. Não era possível. Ela tinha sido convidada a ingressar na Universidade de Oxford para cursar moda. Era como um sonho se tornando realidade. Depois, ela percebeu que poderia ser uma brincadeira de muito mal gosto vinda de Adrien.

― Você que fez isso? ― Perguntou, mas Adrien negou com a cabeça.

― Continue lendo.

E ela continuou. E foi aí que a coisa ficou mais absurda.

“Prezada Marinette,

Gostaríamos de iniciar essa carta com a informação de que temos conhecimento de que é Ladybug, a heroína de Paris. Portanto, nós, uma organização governamental independente, temos interesse em treiná-la para usufruir melhor de seus poderes de forma a proteger a cidade de Paris, exatamente como fizemos com os outros heróis que hoje protegem a cidade.

Dessa forma, contamos com algumas faculdades nacionais e internacionais na nossa rede que podem oferecer o serviço de bolsa integral caso assim você deseje aceitar o treinamento. A Universidade de Oxford ficaria contente em recebe-la durante todo o curso.

Aguardamos sua resposta.”

― O que é isso? Como assim eles querem nos treinar? ― Marinette olhava extremamente curiosa para Adrien, que deu de ombros.

― Eu perguntei pro Pierre sobre isso, eu lembrava deles terem falado algo sobre isso. ― Adrien começou, coçando levemente o queixo. ― Ele me confirmou que era a mesma organização que o treinou. Aparentemente, eles realmente nos querem nessa missão de derrotar o Hawk Moth.

― Mas, por que precisamos treinar? Estamos em maior número.

― Mas Hawk Moth é muito mais poderoso, Marinette. ― Quem respondeu foi Tikki, que escutava atentamente a conversa.

― Além disso, essa organização aí tem muitos interesses próprios. ― Plagg continuou, mas recebeu uma encarada raivosa de Tikki e olhares curiosos do casal.

― O que quer dizer com isso, Plagg? ― Adrien perguntou.

― Bem, ― começou Tikki, extremamente desconfortável. Ela não queria explicar tudo isso para os garotos, mas Plagg fizera do favor de instigar suas curiosidades. ― Hawk Moth originalmente era um miraculous, como vocês. ― Marinette se sentou na cadeira de rodinha para ouvir mais atentamente. ― Porém, seu poder de criar akumas é algo totalmente diferente. Quando um miraculous mata a pessoa que mais ama na vida, ele ganha esse poder, essa “maldição”. Pode parecer tentador, mas a pessoa fica totalmente dependente do miraculous, além de poder ser derrotada pelos outros miraculous.

― E o que isso tem a ver com o fato de uma organização ter interesses duplos em nós? ― Marinette perguntou, se remexendo na cadeira.

― Existe uma forma de conseguir o poder definitivo, e vocês bem sabem como humanos gostam dessa coisa de poder. Imagine um Hawk Moth trabalhando para um governo e sendo invencível, extremamente tentador para uma guerra, não acham? Inúmeros soldados com poderes especiais...

― E como eles conseguiriam esse poder? ― Tikki e Plagg se entreolharam com a pergunta de Adrien.

― Não poderíamos responder. ― Começou Tikki. ― Mas confiamos em vocês para guardar o segredo. Após derrotar o Hawk Moth, toda a energia maligna de seu poder é dissipada entre os miraculous. Caso um miraculous mate outro, ele passa a deter todos os poderes de ambos os miraculous, e a energia armazenada também. Dessa forma, se ele matar todos os miraculous, ele terá o poder de todos os miraculous e toda energia maligna que Hawk Moth tem dentro de si. Desse jeito, não há mais nada que possa pará-lo. Provavelmente o plano dessa organização é fazer que todos vocês derrotem Hawk Moth, para depois matá-los um por um, por isso há tantos jovens entre os escolhidos.

― Então não podemos ir! ― Marinette se levantou exaltada da cadeira, chocada com o que acabou de escutar.

― Não é bem assim, garota. ― Plagg respondeu, os olhos levemente cerrados de tédio.

― O que quer dizer?

― Ele quer dizer que queremos que vocês participem do treinamento. ― Tikki respondeu. ― Hawk Moth é um distúrbio na ordem, e precisa ser parado. Infelizmente, isso não será possível sem que vocês passem por um treinamento.

― E como vamos impedir que nos matem? Estaríamos arriscando nossas vidas por causa disso. ― Adrien indagou, com os olhos levemente arregalados.

― Precisamos que confiem em nós. ― Continuou a kwami. ― Nós temos um plano, não podemos revelar, mas temos. Não vamos deixar nada acontecer com vocês.

Marinette olhou no fundo dos olhos de Adrien. Eles não precisaram colocar em palavras os seus sentimentos. Era óbvio que iriam aceitar, era impossível recusar uma oferta tão boa, e ambos conheciam há tempo o suficiente seus kwamis para acreditar neles.

― Isso quer dizer então que vamos para Oxford? ― Marinette perguntou, como um sumário de toda essa discussão. Adrien cerrou os lábios numa linha fina e Marinette gelou desde a base da espinha. ― Por que você está me olhando assim?

― Eu não fui chamado para Oxford. ― Ele disse, rapidamente, como quando se tira um curativo rápido, evitando sentir a todo custo a dor que sabia que viria.

― O quê? ― Ela arregalou os olhos. ― Para onde você vai, então?

― Eu fui admitido na UCLA, nos Estados Unidos. ― Tanto Adrien quanto Marinette sabiam o que aquilo significava. Se Adrien tivesse sido admitido em qualquer outra cidade da Europa, facilmente poderiam se ver mais vezes, uma vez que toda a Europa era interligada por trem e as distâncias eram curtas. Com Adrien além do mar, suas visitas se limitariam aos recessos de verão e inverno.

Marinette não disse nada, só se limitou a abraçar o namorado, enfiando seu rosto no tecido mal cortado que rodeava o rapaz.

***

― Trouxe para você. ― Marinette disse, estendendo a caneca com chá para o garoto. ― Chá de limão. Sem cafeína.

― Obrigado, Mari. ― Ele sorriu enquanto pegava a caneca e levava aos lábios. Marinette deu um gole em seu café e se sentou na cama ao lado de seu namorado, agora com suas roupas normais. Tikki e Plagg se deitaram numa almofada quadrada da menina e agora dormiam solenemente.

― Sabe... ― Ela começou enquanto se ajeitava na cama, usando os travesseiros como encosto. ― Eu não sei se estou preparada pra te deixar ir assim. Estamos há tão pouco tempo juntos.

― Não precisa necessariamente me “deixar ir”. A gente pode tentar fazer dar certo. Eu sei que são poucas vezes, mas dá pra aproveitar, não acha?

― Não vai ser a mesma coisa, a gente se vê todo dia, você vai ser chamado para festas, as garotas vão estar em cima de você... ― Adrien entendeu onde Marinette queria chegar.

― Mari. ― Ele a interrompeu. ― Eu não vou te trair como ele fez, okay? Eu te amo, somos bem mais maduros e eu não seria louco de trair a mulher mais incrível da minha vida. ― Ela riu com o comentário. ― Vou te mandar foto de 30 em 30 minutos, o que acha? É suficiente? Ou quer em 10 em 10? Eu faço tudo por você. ― Adrien abriu um sorriso gigantesco.

― Eu tinha esquecido o quão perfeito você é. ― Marinette deixou a caneca no criado-mudo e se inclinou para beijar o namorado. Adrien também deixou seu copo na pequena mesa antes de colocar sua mão no rosto da namorada.  

As coisas aconteceram aos poucos. À medida que o beijo se aprofundava, o casal cada vez mais girava seus corpos, criando uma espiral com seu beijo. Marinette, que estava sentada sobre as pernas, começou a subir até que, quando viram, Marinette estava sentada sobre o colo de Adrien.

― Mari... ― Adrien sussurrou, em meio aos beijos, com a voz distorcida pelo prazer. ― Eu não tenho tanto autocontrole. Não precisamos... fazer...

― Eu quero. ― Ela disse, rápido. ―  Você quer?

― Quero. Claro que quero, mas você não acha que é muito cedo?

― Shhh. ― Marinette colocou o dedo em seus lábios e Adrien a queria tanto que doía. Marinette não ajudava nem um pouco quando fazia coisas assim. ― Se nós dois estamos prontos, não tem problema. ― Ela beijou seu pescoço diversas vezes, fazendo uma trilha até a gola de sua camiseta.

Num movimento rápido, Adrien se colocou por cima. Enquanto arrancava a blusa, começou a ficar vermelho. Fechando os olhos, o garoto se abaixou para beijar novamente a garota.

― Bom, que pena para você, princesa. ― Sussurrou em seu ouvido. ― Agora eu estou no controle.

***

Adrien nunca pensara no depois. O que se fazia depois do sexo? Talvez dormir, mas ele não tinha tanto tempo para se dar esse luxo. Marinette ainda estava no banho, ele podia ouvir a água caindo atrás da porta do banheiro. Ele tinha acabado de tomar o seu, algumas gotas ainda pingavam de seu cabelo e molhavam a cama em que estava sentado.

Ah, a cama. Toda vez que Adrien olhava para a cama, com os lençóis bagunçados, resultado do amor que teve por Marinette, não conseguia evitar de corar violentamente.

Passava das 18 horas. Não que tivesse alguém o esperando em casa. Ele realmente não esperava que as coisas fossem chegar nesse ponto quando aceitou ir à casa da Marinette naquela tarde.

Nunca, na sua vida inteira, quis agradecer tanto alguém como queria agradecer os pais de Marinette por serem paranoicos o suficiente para encherem a garota de camisinhas quando começaram a namorar.

Marinette saiu do banheiro com uma toalha em mãos, secando o longo cabelo. Adrien achava que estava conseguindo soltar o lado “Chat Noir” dele, porém, ao vê-la, com o vapor da água fazendo seus ombros brilharem e a tonalidade rosa de suas bochechas destacando-se da sua pele pálida, não conseguiu evitar pensar nela alguns minutos antes, quando ainda estava embaixo dele, quando os dois eram um só. As bochechas de Adrien em instantes, ficaram vermelhas. Muito vermelhas.

Ela sorriu para ele, como se achasse fofa sua vergonha. Aproximou-se dele e o beijou na bochecha.

― Não precisa ter vergonha, Adrien.

― Eu não estou com vergonha. Foi o vapor. ― Marinette gargalhou e Adrien sorriu ao ouvir o doce som da sua risada.

Adrien pensava, enquanto acordava Plagg, em como sua tarde tinha sido perfeita. Nunca imaginaria que teria, algum dia, um relacionamento intenso assim. E ele amava isso. Cada segundo que passava perto de Marinette, era como se estivesse no céu. Ele sentia como se ela pudesse reconstruir todas as partes quebradas em si mesmo.

Quando a luz voltasse a surgir nos céus, Adrien teria que pensar sobre toda a questão sobre kwamis, miraculous e gente tentando matá-lo. Teria que lidar com o fato de que se separaria de Marinette. Teria que aceitar seu destino e encarar a realidade.

Mas naquele momento, sob as luzes noturnas de Paris, Adrien só tinha um pensamento:

Como amava aquela garota.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ♥
Beijos e até o próximo!
(Avisando que o próximo será provavelmente bem mais curto, considerando que era pra ser o final desse que eu resolvi cortar).
Imagem do capítulo: https://i.imgur.com/s4TTVtV.jpg



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