Capítulo X

POV Nathan

Era muito tarde quando eu voltei do encontro com a Catherine. Estava prestes a anoitecer, quando me apercebi que o pai dela caminhava na minha direção. Ele tinha uma expressão meio séria. Daquelas que chegava a dar medo.

– Tu aí! - Ele falou apontando para mim.

– E-eu? - Perguntei meio a medo.

– Quero falar contigo. - O seu tom firme lembrava imenso a Catherine.

– Tudo bem... - Respondi ainda um pouco a medo - Venha comigo, falámos melhor dentro de casa... - Falei acompanhando-o até ao interior da minha casa.

De facto a sua companhia assustava-me um pouco. Apesar de eu ainda não saber o que ele queria comigo, eu sentia medo. Era uma sensação estranha.

– Desculpa estar a incomodar... - Ele falou num tom um pouco mais agradável, deixando-me um pouco mais calmo. Lentamente caminhámos em direção à cozinha.

– Não tem problema...

– Bom, o que eu tenho a falar contigo é bem rápido... - E uma longa pausa, preencheu a divisão com um silêncio extremo - É sobre a minha filha. Hoje eu apercebi-me que tu saíste com ela... E bem, eu só quero saber quais são as tuas intenções com ela.

– Intenções? - Olhei-o sério - Se está a pensar que eu me quero aproveitar dela, ou algo do tipo, posso-lhe garantir de que está errado...

– Eu espero bem que sim... - Instantaneamente, o seu olhar ameaçador, logo se tornou num olhar cheio de remorso - Ela já sofreu muito por minha causa sabes? E eu não vou permitir que um pirralho como tu, a magoe. Entendes?

– A única coisa que eu quero para a sua filha é que ela seja feliz. Nunca me iria aproveitar dela. Não sou esse tipo de pessoa... E até porque eu acho que um homem que se preze não magoa mulheres, cuida delas... - No mesmo instante que eu falei, senti um enorme desconforto vindo da parte do pai da Catherine - Ah... Sem ofensa claro... Quer dizer... Não era para si... - Eu estava nervoso. Muito nervoso - Bem, esqueça...

– ... - O pai de Catherine olhou-me sorrindo - Acho que nos vamos entender bem... - Disse levantando-se - Por isso, se queres mesmo ter algo com a minha filha, podes investir... Terás o meu apoio.

Não pude evitar de sorrir. Era bom saber que ele não me queria empalar vivo por querer algo com a sua filha. Agora eu tinha a certeza de que iria investir. Desse por onde desse. Ela até poderia dar-me para trás, mas eu iria continuar. Quanto mais tempo passava, mais eu sentia que ela era a pessoa certa.