Welcome to my World! escrita por KAT


Capítulo 50
Foi um prazer fazer parte do seu mundo, América Collins!


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, esse é uma das coisas mais difíceis que já tive que fazer, provavelmente pra vocês essa foi apenas outra fanfic qualquer, mas para mim era meu porto seguro, sempre que eu estava triste, escrever aqui me deixava melhor, acho que por isso enrolei tanto para terminar. Mas agora não tem mais como enrolar, e espero um dia voltar a ter um vínculo tão forte com uma história novamente. E é isso, podem ler e se despedir do universo de "Welcome To My World" enquanto isso ficarei chorando por aqui.



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Nas próximas horas eu não consegui dormi, por mais que me esforçasse, tudo que conseguia fazer era ver minha vida passando em minha mente como um filme triste e dramático; fazendo com que eu tivesse vontade de arrancar todas aquelas lembranças do meu peito. Passou-se no máximo três horas e eu já me sentia acabada e meus neurônios pareciam querer explodir, mal tive tempo para limpar as lágrimas quando de repente, Daniel entrou ali feito louco.
— Você precisa vir comigo, América – ele estava ofegante e desesperado.
— O que houve? – indaguei, sentando-me em minha cama.
— É o Vitor. – ele disse e eu me levantei imediatamente, preocupada – Não passou pela sua cabeça que ele não veio atrás de você por algum motivo? – seu tom era severo, parecia querer me punir por algo que eu nem sabia, cada vez sua aflição me assustava mais.
— Daniel, o que aconteceu? – perguntei.
— Assim que você subiu para cá, Vitor saiu daqui feito louco, sem sequer me explicar, o segui no meu carro e vi que ele parou em uma lanchonete, onde seu pai também estava.
— O que? Ai meu Deus, o que ele fez com meu pai? – o pior passava por minha cabeça.
— Voltou a bater nele até forçá-lo a dizer onde era o endereço que Rafael está. 
— Você não fez nada para impedi-lo? Qual é o seu problema? – a essa altura a aflição e desespero já haviam me consumido também.
— Eu tentei, América. Não é atoa que meu olho está roxo também, Vitor estava sem controle. Nunca o vi assim. – minha raiva diminuiu quando percebi que Daniel também estava quase chorando, gritar e perder o controle não resolveria as coisas agora.
— Está tudo bem, daremos um jeito – disse tais palavras tanto para ele como para mim – Continue me contando.
— Não aconteceu mais nada, depois disso eu voltei para cá – explicou. – Precisamos fazer algo, não sei o que ele vai fazer se encontrar o Rafael, ou se pelo menos, ele vai chegar vivo até lá se continuar dirigindo daquela forma.
— Eu estou indo atrás dele – peguei a chave do carro de Daniel.
— Ficou maluca? Não pode fazer isso sozinha. – ele quase gritou.
— O Vitor que não pode fazer isso sozinho – falei – Eu vou de qualquer forma, se quiser me ajudar, ligue para a polícia. – completei e sai dali em seguida, o mais rápido que consegui.
Não podia deixar que Vitor se tornasse um assassino por minha culpa, mas ao mesmo tempo, me questionava o que eu mesma faria cara a cara com Rafael outra vez. Havia jurado para mim mesma que não precisaria vê-lo nunca mais. Implorava aos céus para que aquilo não passasse de um pesadelo, e muitas vezes bati no volante com força, a ponto de minhas mãos sangrarem para tentar acordar, mas nada acontecia. Sentia a adrenalina por todo meu corpo, meu sangue fervia nas veias, meu carro estava na velocidade máxima e eu não tinha mais noção de nada.
Mal pude acreditar quando meu carro finalmente parou em frente a casa da Família de Rafael, onde eu havia ido apenas uma vez com ele, durante nosso namoro a anos atrás. Eu havia conseguido.
Estava ali.
Tentava buscar informações no meu cérebro cansado e confuso, sobre qual seria o próximo passo. Minha vontade era me encolher naquele banco e sumir do universo. Tantos problemas seriam evitados.
Mas quando vi o carro de Vitor parado do outro lado da rua, meu instinto natural me fez sair daquele carro e ir feito louca em direção a entrada da casa, que inclusive não era mais da família de Rafael, estava suja e empoeirada, parecia apenas um galpão por ora.
Ouvi vestígios de briga perto da porta e assim que a abri, vi Vitor e Rafael brigando a todo vapor, e por um milésimo de segundo, Vitor levou sua atenção para mim, esse foi seu maior erro.
Em poucos segundos, Rafael tinha o controle de tudo, segurava Vitor com toda sua força com um braço, enquanto retirava uma arma de seu bolso, apontando-a para a cabeça de Vitor.
Meu mundo nunca estivera tão sombrio e inabitável. Dentro de mim apenas o medo residia, se algo acontecesse ao De La Riva eu jamais seria capaz de me perdoar.
— Que os jogos comecem – Rafael sorriu enquanto me encarava.
— Não faz nada com ele, por favor – implorei, sentindo o desespero me corromper cada vez mais. – Prometo que iremos embora e deixaremos você fugir, sem polícia, sem dívidas, apenas o deixe.
— Você está brincando? Acha que dei esse endereço para seu pai atoa, Collins? Sabia que viria atrás de mim, em busca de vingança. Só não esperava que o seu namoradinho viesse junto, mas isso torna as coisas ainda mais divertidas, não acha?
— Eu vou matar você, seu filho de uma puta – Vitor gritou, enquanto tentava se soltar.
— Se não ficar quieto, terei que adiantar sua morte, rapaz. – Rafael falou, com a mesma tranquilidade de sempre.
— Fique quieto, por favor, Vitor – pedi o olhando com os olhos marejados. – Rafael, você ainda pode fugir do país e recomeçar. Apenas nos deixe. – tentei convencê-lo.
— Acha que quero passar o resto da minha vida fugindo? – ele gritou. – Não é que no fim, a garotinha assustada teve mesmo coragem de me denunciar, e agora sou um foragido da polícia – ele parou de falar e começou a gargalhar, como se aquilo fosse uma piada – Você é uma vadia América Collins, uma grande vadia. Meu plano era atrair você para cá, colocar fogo nessa porra toda e então, finalmente, morreríamos juntos.
— Você é um doente – falei, entredentes, encarando-o com ódio.
— Me deixe terminar de contar minha história – ele voltou a gritar, Rafael estava sem controle, mais assustador que nunca – Seu namoradinho não estava nos meus planos, não imaginei que fosse ele quem entraria por aquela porta tentando me matar, e agora temos um baita problema, ele não pode atrapalhar nossa morte icônica juntos, por que tem que ser só de nós dois esse momento. Então teremos que nos livrar dele primeiro, está bem? – ele voltou a pressionar aquela arma na cabeça de Vitor.
Nesse momento, tudo que consegui fazer, foi me jogar em Rafael, não deixaria que ele machucasse o Vitor. Começamos a brigar feito loucos por aquela arma, ele fazia de tudo para que eu a largasse, me espancou de toda forma que conseguiu, porém me mantive firme, ele podia me destruir e quebrar todos os meus ossos mas, eu ficaria com aquela arma.
Outro milésimo de segundo foi o necessário para que Vitor me salvasse, ele deu um soco tão forte em Rafael que eu finalmente consegui pegar a arma para mim.
Apontei a arma para Rafael que estava caído no chão, ele me encarou e eu retribui o olhar, o controle estava em minhas mãos e eu não fazia ideia de como usá-lo.
— América, está tudo bem, não precisa fazer isso – Vitor disse, aproximando-se de mim.
— Fique parado aí, Vitor, não se aproxime – ordenei e ele me obedeceu.
Foi então que Rafael começou a rir feito louco novamente, irritando-me, qual era a dele?
— Por favor, América – ele começou a dizer, olhando-me com desprezo – Nós dois sabemos que você não tem coragem;
Senti o ódio me corroendo de uma maneira que nunca havia sentido, ele se arrependeria daquelas palavras.
— Bom, eu tenho novidades para você! – pela primeira vez puxei aquele gatilho, assustada enquanto observava aquela bala adentrar a barriga de Rafael – Isso é por ter abusado de mim – me aproximei, puxando o gatilho outra vez, mirando em seu pênis agora – E isto, por ter feito de novo – puxei o gatilho pela última vez, mirando em seu coração desta vez – E isto, por ter destruído grande parte de mim.
Eu observei os últimos suspiros de Rafael, enquanto me lembrava de toda dor que ele havia me causado, finalmente havia conseguido minha vingança.
De certo modo, eu sabia que aquele era o único jeito que eu conseguiria para ser realmente feliz outra vez.
— Boa viajem para o inferno, querido. – sussurrei enquanto Vitor se aproximava de mim, abraçando-me com força.
Aquele era o fim.
Dois dias depois
Hoje era um dia especial, além de ser natal, as coisas pareciam normais, o que era novidade depois de todos os acontecimentos.
Todos estavam ali, Daniel e Sophia, Clarisse e sua namorada nova, Meredith, e Vitor e eu.
— Meu amigo oculto é uma pessoa incrível, muitas vezes mais grossa que o necessário, mas, com certeza é a pessoa mais forte que eu já conheci – Dan falava, no meio da roda que havíamos formado – Essa pessoa é a única que entende a Meredith Grey em questão de sofrimentos e…
— Okay Daniel, todos já entenderam que sou eu. – me envolvi, levantando-me e todos riram.
— Mas, eu ainda não acabei – ele reclamou – Essa é a pessoa que eu mais admiro no mundo, e com certeza, é a pessoa que vai ser a madrinha dos meus filhos. – nesse momento, Sophia se levantou também.
— Eu não acredito, você está grávida? – indaguei, sentindo a felicidade tomar conta de mim.
— Correção: Nós estamos grávidos. – Daniel falou.
— Ai meu Deus, parabéns! – abracei os dois – Vocês serão os melhores pais do mundo. E claro que eu aceito ser a madrinha. – completei, emocionada.
— Eu quero dizer o quanto me sinto especial por fazer parte da sua vida. – Daniel comentou, ainda me abraçando. E por algum motivo, eu estava mais emocionada que o necessário, sentia que isso era o fim de algo.
— Não é só ele – todos ali se levantaram – Foi um prazer fazer parte do seu mundo, América Collins!
— Não me façam chorar – pedi, em vão, pois já sentia lágrimas em meus olhos – Ainda temos muita coisa para passarmos juntos.
— Um lindo momento em família e eu não fui convidada, é isso mesmo? – era Paula, que havia entrado ali repentinamente. Respirei fundo, péssima hora que ela havia escolhido voltar. – Posso falar contigo, América?
Não respondi, apenas andei até ela.
— Quero pedir desculpas – senti meus olhos pularem para fora, afinal, Paula nunca pedia desculpas – Sei que nunca fui a melhor prima, mas você também não.
Comecei a rir. Era verdade.
— Eu sei, talvez eu seja uma prima pior que você, Paula. Está tudo bem.
— Okay... Eu resolvi não me importar com o fato do Vitor ter me trocado por você, afinal, roubei ele de você primeiro. Ou seja, ele trocou você por mim primeiro, então, tudo bem.
— Melhor você parar de falar, está estragando o pedido de desculpas.
— É verdade. Precisamos nos abraçar?
— Acho que não tem necessidade. – falei, mas antes de terminar totalmente, senti ela me abraçando do seu jeito estranho de sempre.
E esse foi o nosso natal, repleto de carinho e amor, com todas as pessoas que eu mais amava, tinha apenas um problema: Meu pai.
— Está tudo bem? – Vitor perguntou, surgindo atrás de mim, que agora estava em meu quarto, olhando pela janela.
— Meu pai me ligou… Ainda falta alguns meses para eu fazer 18 anos e ele insiste em me levar para casa com ele.
— O que? Ele não pode fazer isso. – respondeu, como se fosse um absurdo.
— Infelizmente ele pode. – respirei fundo, nenhuma felicidade em minha vida era constante. – está tudo tão bom aqui, tudo está perfeito ao seu lado, não quero que isso acabe, se eu for para lá, meu pai vai destruir minha felicidade nesses meses, ele nunca vai me perdoar por ter matado o Rafael.
— Não se preocupe – Vitor respondeu – Eu tenho um plano.
— E qual é?
— Faremos nosso próprio final feliz. – Ele respondeu e eu sorri, entendendo seu plano secreto.
(…)
Eu estava parada em frente ao lugar onde minha mãe tinha sido enterrada, não sabia quando estaria de volta ao País, então precisava me despedir dela.
— Dentre todas as loucuras que já aconteceram em minha vida, esta deve ser a melhor, mamãe – passei a mão pela lápide empoeirada – Estou fugindo... – sussurrei como se fosse um segredo – Eu sinto tanto por não ter conseguido fazer justiça por você também, mãe. Petterson ainda está por aí, talvez esteja feliz com a mãe de Vitor, ou talvez, mais infeliz que nunca... É algo que não tenho o poder de saber, mas a única coisa que sei agora é que essa jornada da minha vida acabou.
— Precisamos ir, ruivinha. – Vitor gritou, estava encostado no carro, do outro lado da rua, observando-me.
— Sinto sua falta, mamãe, mas essa é a última vez que digo isso. – sorri para aquele túmulo, limpando a única lágrima que escorria de meus olhos – Deixo aqui junto contigo, quem eu era. – levantei-me e sai dali, sem olhar para trás.
Nunca mais olharia.
— Você está bem? – Vitor questionou, sabendo como isso era difícil para mim.
— Tudo que sei é que amo você, De La Riva. – falei, beijando-o em seguida.
— Vem comigo. – Vitor entrou dentro do carro e eu entrei também.
— Onde vamos?
— Ainda dá tempo de vermos os fogos na praia – ele contou, sorrindo.
Então foi o que fizemos, fomos para a praia onde havia sido nossa primeira vez, e ficamos sentados na areia vendo um novo ano começar, sem pensar que pela manhã já estaríamos do outro lado do mundo, sem que ninguém soubesse, nem os mais próximos.
— Será que um dia voltaremos para cá? – perguntei, deitando-me em seu ombro.
— Claro, nossa história por aqui ainda não acabou, ruivinha, só precisamos de férias e também de distância do seu pai – ele falou, fazendo-me sorrir.
— Não estou falando disso... E sim desse ponto, desse momento. Lembra de tudo que já passamos? Parece que foi ontem quando ainda nos odiávamos, quando eu morria de medo do amor, e agora parece ser o fim disso.
— Por que é. Nós nunca voltaremos a esse ponto, por que isso tudo acabou, é o fim, mas lhe prometo que teremos mais dias incríveis para contar!
— Espero que esses dias não incluam nosso ódio mortal novamente.
— Você está brincando? Eu ainda odeio você. – respondeu, como se fosse óbvio.
— Ah é, saiba que eu também. Lhe odeio a ponto de passar o resto da minha vida contigo.
— Está me pedindo em casamento, América Collins? – Ele falou, encarando-me profundamente, e nós dois gargalhamos.
E assim terminou aquela noite, gargalhadas, momentos incríveis e um ano novo com a promessa de uma vida diferente.
Eu estava mesmo pronta para um novo início, então apenas beijei o De La Riva e recomecei.

 


"Olá Daniel e Sophia (e todos os outros intrometidos que estiverem lendo isso) queremos dizer a vocês que fugimos, sem data para voltar, sem promessas e sem visão do futuro, pedimos desculpas por não ter avisado, mas isso que é fugir, não é? Enfim, queremos apenas dizer algumas coisas á vocês: Vivam intensamente. Não tenham medo do que o futuro pode oferecer. Não neguem quem vocês são e saibam que são incríveis, do jeitinho que são. Mesmo de longe sempre estaremos com vocês. Agradecemos tanto por vocês terem feito parte da nossa história bagunçada e confusa e que inclusive, não termina por aqui. Amamos vocês." — (América e Vitor.)


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Notas finais do capítulo

É, acho que é isso. Não tô bem mesmo.
Muito obrigada do fundo do coração para cada um de vocês que leram até aqui, cada um de vocês fazem parte do meu mundo de certa forma e isso é incrível, serei eternamente grata.
Comentem por favor, me deixem feliz pela última vez ksksk.
Obs: quem quiser pode ler minhas outras fanfics, vou começar várias novas, ia ser incrível ter vocês por lá.
Beijão!



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