Welcome to my World! escrita por KAT


Capítulo 21
Minha própria vida começará a passar como um filme pela minha cabeça!


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, tudo bem? Atrasei um pouco, mas, o capítulo ficou enorme e muito pesadooo, se preparem! haha. Tive que corrigir numa correria enorme, então se acharem erros, me perdoem e coloquem nos comentários! ´Podem ler! ♥



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Assim que cheguei a meu quarto, senti Sophia atrás de mim.

 – O que você quer? Eu não quero ver você - avisei, mas, como sempre, ela apenas me ignorou entrando no quarto.

— Hãn... Tá tudo bem com você? - Ela perguntou.

— Tudo estaria bem melhor se você me deixasse em paz. - avisei, cruzando os braços.

— Por que você saiu da festa bem na hora que o vídeo do Vitor ia ser exibido? - Ela perguntou, franzindo o cenho.

— História pra outra hora! – avisei - Pode sair agora?

— Vocês se beijaram.

 – O que? - Tentei me fazer de desentendida.

— Eu vi, em seguida, o vídeo começou e você saiu... Você gosta dele, pode assumir.

— Eu não vou assumir nada por que não tem nada para ser assumido. Eu odeio o De La Riva, foi ele quem me beijou.

— Um beijo só acontece quando dois querem. - Ela disse e mordeu o lábio inferior, dando um sorrisinho sarcástico.

— Some daqui. - ordenei, encarando-a.

— Só quero que você entenda que quando acontece, não adianta fingir que não se importa. Não sei pelo que você já passou para ter deixado de acreditar no amor, mas, eu te entendo, América, eu não te julgo por agir assim.

 – VOCÊ NUNCA PASSOU POR ISSO, COMO PODERIA SABER DE ALGUMA COISA? TUDO SÃO FLORES E ARCO ÍRIS PARA VOCÊ, SOPHIA STWART, VOCÊ NÃO SABE DE NADA! - gritei, já cansada daquela conversa, minha voz estava rouca, então diminui o tom de voz - Vá embora.

— Só estou tentando ajudar, se continuar assim você ficara sozinha. - Sophia disse, era muito visível que ela estava assustada pelo meu tom de voz, pelas minhas palavras, pela minha forma de dizer, enfim, por tudo, entretanto, eu não ligava.

 –Terminar sozinha é tudo que eu sempre quis, você é tão tola que não percebeu isso ainda? - sussurrei, não por opção, mas sim, por que eu simplesmente não conseguia falar mais nada sem começar a chorar, falando baixo, talvez atrasasse o processo.

Sophia me encarou por alguns segundos, ela me olhava da mesma forma que todos acabam me olhando no fim. Eu não podia julgá-la, eu havia procurado por isso. Mas, eu não consegui mais, andei em passos largos até o banheiro e me tranquei ali. Comecei a andar de um lado para o outro, várias vezes, me questionando sobre tudo, estou sentindo tantas coisas, mas, acho que a raiva de não saber dar um nome a tudo isso, estava se sobressaindo. Encarei-me pelo espelho, era possível ver como eu estava irritada pelo meu olhar, apesar da vontade de chorar, não me permiti, eu poderia morrer com todos esses sentimentos, mas, a prioridade, é que eles continuem guardados aqui dentro de mim.

—Inferno! - Praticamente gritei, batendo a mão no espelho, com o pulso fechado, em seguida, me arrependi, ao ver alguns cacos de vidro caindo e junto alguns pingos de sangue, eu havia me cortado, dei pouca importância, no momento a dor física era o que menos, me preocupava. Sentei-me no chão, peguei um pedaço de papel higiênico e enrolei em minha mão, não iria adiantar muito, entretanto, era o máximo que eu podia fazer. Minha própria vida começará a passar como um filme pela minha cabeça.

 (...)

— Onde minha mãe foi, pai? Eu a vi sair daqui, ela estava levando todas as coisas dela, por quê? Eu a perguntei, mas, ela não respondeu. - falei, entrando em casa e avistando meu pai sentado no sofá, com um copo de uísque em mãos.

 – Ela foi embora... Foi para sempre. - Ele disse, sem sequer olhar para mim.

— Como? O que você quer dizer com isso? - perguntei, realmente sem entender.

— Ela é uma covarde, não aguentou os problemas, e simplesmente, foi embora, nós deixou. - Ele disse, ainda sem me encarar. Na época eu achei que ele não estava me olhando apenas por estar triste demais para conseguir, hoje sei que na verdade, a culpa não permitia.

— Me diz a verdade, pai. - Pedi, eu sabia que minha mãe não era assim.

— Estou dizendo, América. Tínhamos uma vida perfeita, mas, ela não quis. Sabe, ela nunca quis ser mãe, provavelmente, você foi demais para ela... - Ele tentou explicar, eu apenas fiquei calada, meus olhos automaticamente estavam cheios de água - Nós vamos superar, filha!

 Hoje sei que ele estava dizendo essas coisas, por que não queria sentir mais culpa do que já estava sentindo, não queria meu ódio... Mas, na época eu não entendi por que ele estava mentindo, apesar de querer acreditar que minha mãe não me deixaria apenas por não dar conta de simplesmente... Ser minha mãe, eu não via motivos para ele estar mentindo para mim.

 – FALA A VERDADE PAPAI, A MAMÃE NUNCA FARIA ISSO! - Eu gritei, fazendo ele se assustar um pouco.

— Eu estou dizendo Amé.... - Ele tentou me convencer, mas, eu o interrompi.

— A VERDADE PAI, O QUE ACONTECEU COM ELA? - Voltei a gritar, e ele finalmente, me encarou, entretanto, sem dizer uma palavra - EU QUERO SABER, ME DIZ AGORA!

— VOCÊ QUER SABER? - Ele também gritou, jogando o copo de uísque na parede, assustando-me - Lembra-se daquela amiga da sua mãe que vinha aqui todos os fins de semana? -Ele perguntou e eu apenas balancei a cabeça em concordância, ainda sem entender - Você achava estranho ela vir aqui, apenas nos momentos que sua mãe estava trabalhando, até chegou a me perguntar o motivo, mas, eu arrumei uma desculpa... Mas agora vou dizer, ela vinha aqui por que tínhamos um caso, América. Eu trai a sua mãe. - Quando ele disse essas palavras, senti uma dor profunda, eu não conseguia entender, eles se amavam... Era o que eu pensava. Eu não precisava de historinhas de amor, contos encantados, eu tinha o típico casal perfeito em casa, todos os meus sonhos de amor perfeito se baseavam neles, nos meus pais, na bela união, no belo casamento, e agora, o que eu tinha?

— O que... O que foi que você fez? - perguntei, com a voz embargada.

 -Quero que saiba que eu amo sua mãe, o que eu fiz foi apenas um deslize, todos nós temos momentos de fraqueza, principalmente, os homens quando se tratam de mulheres. Você tem que aprender, se você quiser um relacionamento que dê certo, não pode ser tão tola quanto sua mãe, terá que compreender seu marido e os momentos de fraqueza que ele pode ter.

 – Eu odeio você. - falei, eu não podia evitar me sentir traída também, aliás, ele havia enganado nós duas. Naquele dia, eu jurei que nunca passaria por aquilo, mal sabia que passaria por algo pior.

(...)

 A essa altura algumas lágrimas já desciam por meu rosto, eu não queria lembrar, isso era tudo o que eu menos queria, gostaria de enterrar o passado, mas, infelizmente, ele fazia parte de tudo que sou hoje. Talvez fosse esse o motivo por qual eu mais o odiava. Levantei-me e sai do banheiro, buscando esquecer todos aqueles pensamentos, entretanto, quando sai tive uma surpresa: Vitor estava sentado em minha cama. Respirei fundo, eu tinha que conseguir fazer isso.

 – Sai daqui! - Foi tudo que eu consegui dizer.

— Se você pedisse com educação talvez eu considerasse esta opção... - Vitor disse, sendo sarcástico.

— Sendo assim, se eu pedir com educação, você morre? - perguntei, pra ser sincera, eu ainda estava com muita raiva de Vitor, sendo mais sincera ainda, eu nem sei o motivo. Provavelmente por ele ter me beijado e principalmente, por esse beijo causado algum efeito em mim.

— Eu preciso falar contigo. - Ele disse, baixando a guarda.

— O que você quer? Veio reclamar pelo teu vídeo? Se quiser eu te envio ou excluo, agora não preciso mais dele, já concretizei minha vingança contra ti. - falei, tentando parecer indiferente, mas, por mais que eu quisesse evitar minha voz ainda estava embargada e meus olhos vermelhos pelas lágrimas.

— Se não tivéssemos nos beijado segundos antes daquele vídeo ter sido exibido, provavelmente eu estaria aqui para brigar com você e jurar que teria volta. Mas diante das circunstâncias, eu seria um idiota se fizesse isso.

— Você já é um idiota, não mudaria nada. - Afirmei, dando de ombros. Diferente do que eu esperava, Vitor não retrucou, apenas aproximou-se com um pequeno sorriso nos lábios.

— Sabe, eu acho que esse seu jeito marrento de ser é um dos principais motivos pra eu sentir tudo que sinto por você. - Ele estava bem próximo de mim, então falou isso no tom mais baixo que conseguiu, tal proximidade fez com que meus instintos gritassem tão alto que quase o beijei.

— Sai de perto de mim! - Ordenei.

— Quer isso mesmo? - Ele questionou, pressionando o corpo contra o meu.

— Sim, se afaste agora! - Mandei, utilizando o pouco de sanidade que me restava. Mas por dentro: "Não por favor..." Era o que minha luxúria implorava. Apesar de ter juntado todas as minhas forças e mandando-o afastar-se, o garoto não me deu ouvido, ao contrário, senti sua respiração em minha nuca e, em seguida, a sensação molhada e quente de seus beijos contra meu pescoço. Eu provavelmente não teria resistido, nem feito nada para impedir o que estava prestes a acontecer, entretanto, as lembranças voltaram a me atacar.

(...)

— Hoje completamos 3 meses de namoro! - Meu primeiro e único namorado afirmou.

— Eu sei... - Respondi ríspida, como de costume.

 – É ótimo saber que sou seu primeiro namorado e serei o primeiro homem de sua vida. - Ele se aproximou de mim, começando a beijar meu pescoço.

 – Eu não sei se quero, não agora. - Eu disse, mas, Rafael pareceu não me ouvir. Continuou beijando-me.

 – Eu sei que você tem medo de que o que aconteceu com sua mãe se repita, mas, você precisa confiar em mim, já estamos juntos a muito tempo.

— É complicado, Rafael. Eu não sei se confio em ti tanto assim.

— Como è? Como pode dizer que não confia em mim? Nunca te decepcionei, sempre estive aqui para ti. - Ele parecia estar nervoso por minhas palavras.

— O problema não é você, apenas não sei se algum dia vou confiar em alguém o suficiente para dar esse passo tão importante que você quer... Só estamos juntos a 3 meses, espere mais um pouco. -Tentei explicar, sem parecer rude demais ou coisa assim.

— Não, eu quero você demais, não posso esperar - Ele disse me olhando de forma estranha.

— Não me pressione, eu já disse que não quero agora! - Berrei quando ele segurou meus braços.

— Mas eu quero! - Ele avisou e voltou a beijar meu pescoço, segurando meus braços com toda sua força.

— Para... Para com isso - Pedi com os olhos marejados.

— Não vou parar. - Ele informou, continuando a beijar-me.

 – Os seus pais vão chegar daqui a pouco, o que dirá a eles? - Questionei, tentando convencê-lo a parar com aquilo.

— Eles viajaram, eu não te avisei por que sabia que você não ia querer vir aqui. - Rafael explicou, tentando tirar minha blusa.

— O que? Você planejou tudo isso para ficar sozinho comigo, contra minha vontade? - Berrei novamente, me debatendo contra ele. tentando me afastar.

— Foi... Não precisava ser assim, foi você que escolheu a forma mais difícil.

— Eu vou dizer pela última vez, sai de perto de mim! - Ordenei, sem parar de me debater.

— América - Ele acariciou meus seios - Nós vamos fazer isso, você querendo ou não! - Em seguida, ele tentou voltar a me beijar, entretanto, eu fui mais esperta, chutei o meio de suas pernas, no lugar onde eu sabia que mais iria doer, e em seguida, corri, mas, mesmo assim, o desgraçado me seguiu, foi bem mais rápido e me tacou no chão.

— Tente fugir de novo que você vai ver! - Ele disparou e deu um tapa em meu rosto, foi inevitável, comecei a chorar muito, desde que minha mãe havia ido embora, foi a primeira vez que chorei perto de alguém. Ele não pareceu se comover, arrancou minha roupa da forma mais brusca que você pode imaginar, e então, aconteceu tudo o que eu mais temia.

(...)

Por um instante de loucura, enquanto Vitor beijava meu pescoço, vi no lugar dele uma das pessoas que mais me fez sofrer, o Rafael. Desesperei-me, empurrando-o o mais longe que consegui, meus olhos estavam cheios de água novamente.

— O que você tem? - Vitor perguntou, voltando a se aproximar, parecia estar preocupado.

— Nada, eu estou bem. - Falei, olhando para cima, para impedir que as lágrimas caíssem.

Eu não precisava dar explicações para Vitor, eu não queria sua pena, eu não queria a pena de ninguém, a única pessoa que sabia disso era Daniel e com certeza, vai continuar sendo assim.

— Você é linda. - Ele disse, acariciando meus cabelos, porém, eu me afastei. Ignorei tudo aquilo que eu estava sentindo, aquela tristeza pelas lembranças ruins do meu passado e principalmente o misto de emoções que não consigo dar um nome que eu estava sentindo por Vitor, ignorei todos os meus motivos para querer as respostas que Vitor poderia me proporcionar, como por exemplo, que sentimentos ele sentia por mim e principalmente por que, e tentei ao máximo não me importar nem demonstrar nada a respeito.

— Pare com esses elogios e todas essas babaquices, eu não sinto nada por você. - Me senti mal, eu não gostava de mentir, apesar de saber que não era possível ser amor, eu sentia algo por ele.

 – Escuta - Ele segurou meus ombros - Não quero que você entenda, mas, eu amo você, América!

— Amor? O que é isso? Biologia, Química, Filosofia…? - Usei o sarcasmo como de costume, era a única forma que eu encontrei de fingir que aquela frase não tinha mexido comigo, mas, na no fundo, eu sabia que tinha mexido.

— Não faz isso, América, não destrói tudo. - Ele pediu com lágrimas nos olhos.

—Não faça isso você, De La Riva. Quem ama são os tolos, quem ama são os sonhadores que nada sabem... O amor não existe e, quem diz amar, são os que menos sabem do "amor", e você não tem noção do quanto se torna estupido falando isso. - Falei, minha voz saiu mais fraca do que o costume.

Vi uma lágrima descer por seus olhos, nesse momento meu mundo caiu, me arrependi de dizer aquelas coisas, eu não sabia o que fazer, isso era estranho para mim, na verdade, era a primeira vez que eu o via chorar, e o pior de tudo, era por minha culpa. Eu não suportava saber que estava o fazendo sofrer. Vitor se afastou e eu permaneci paralisada enquanto o via sair pela porta com uma expressão um tanto decepcionada no rosto. Após ele sair, andei até a porta, fechando-a.

"Me perdoa, De La Riva." Após fechar a porta, sussurrei para mim mesma, andei até minha cama, deitando-me, novamente deixei algumas lágrimas caírem. Doía saber que de alguma forma eu havia o magoado, eu me importava, odiava isso. Mas, isso é o certo, tenho que mantê-lo distante de mim. Vitor ameaça tudo que sou, consegue me fazer sair do meu mundo escuro, levando-me para um lugar que eu nem sequer conheço, ele me passa uma confiança que ninguém jamais me passou, ele desperta sentimentos que eu jamais conheci, não posso permitir, desprezo qualquer sentimento que ele traga para minha vida, pois os sentimentos são seguidos por muita dor. "Nada vai mudar, o amor não tem espaço em minha vida" Foi a última coisa que pensei antes de cair no sono.

"Ninguém pode encontrar o botão de voltar, garota. Então, coloque a mão na sua consciência e respire... Apenas respire..."Música Breathe da Anna Nalick.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim. Esse foi um dos capítulos mais fofos e tristes que já escrevi na minha vida, shauha. comentem por favor! :3



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