A Última Carta - A Seleção escrita por AndreZa P S


Capítulo 26
4.4




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"Sei que aí dentro ainda mora um pedacinho de mim. Um grande amor não se acaba assim"

Fangner - Espumas ao Vento

Durante o almoço, os Singer e os Schreave sentaram-se à mesa. Eu não queria ter que almoçar ao lado de Maxon, embora tenha tido força de vontade o suficiente para ir e sorrir em momentos adequados, mas somente para não deixar meu pai e May preocupados. Se é para representar, eu representaria. Apesar de ter a sensação de que os olhos de Max seguidamente encontravam-se em mim, fui forte o bastante durante quase toda a refeição de me ater somente às conversas fluídas e leves ao meu redor. O que era, sem duvidas, um pouco estranho. Era óbvio para mim, e acredito que para Maxon também, que havia uma aura densa e escura nos envolvendo, impedindo-nos de relaxar realmente e aproveitar o momento. No entanto, o restante da família parecia alheio à isso.

Só fui obrigada a falar, quando May me fez uma pergunta sobre a simulação do casamento hoje (ela não sabia sobre o contrato, e eu prefiro que continue assim).

–Está ansiosa para o casamento mais tarde, Ames? - Seu rosto iluminou-se inteiro só de imaginar a festa.

–Não terá casamento. - Falei, minha voz soando um pouco mais alta do que era necessário. Desta vez, tive certeza de que Maxon virou a cabeça para me encarar. Minha irmã franziu o nariz, parecendo confusa, enquanto que Marlee arregalou seus olhos castanhos claros. - Hoje é apenas a simulação. O casamento será dentro de alguns dias. - Conclui, abaixando a cabeça e cravando meu garfo no último pequeno tomate em meu prato. Arrisquei uma olhada rápida para Maxon, não resistindo ao impulso de fitá-lo finalmente. Assim que encontrei os seus olhos ele desviou o rosto para a frente, rindo de alguma piada que o Lorde fizera, mas que eu nem havia escutado.

Suspiro baixinho, sentindo-me cansada. Não cansada fisicamente, mas psicologicamente e... emocionalmente. Às vezes eu me enchia de esperanças - esperanças essas que não eram baseadas em nada sólido, diga-se de passagem -, para então vê-las escorrer por água abaixo, quando finalmente eu me permitia sair do mundo da ilusão para o mundo real. Onde os sentimentos machucam, as escolhas machucam, e os seus erros voltam, sem sombras de duvidas, para te cobrar. Finais felizes ficavam lá, nos livros que eu me acostumei a ler, e nos filmes da Disney.

Após o almoço, Marlee e eu fomos até a biblioteca. Eu precisava encontrar algum livro que me distraísse, que contivesse palavras complicadas, teorias complexas e, de preferência, com mais de 600 páginas.

–Então é isso? Você realmente acha que acabou? - Perguntou-me Lee, enquanto eu vasculhava em um dos corredos apinhados de livros dos Schreave.

–Acho que sim. - Respondi, a voz saindo fraca. Olho para trás, apenas para confirmar a expressão compadecida que estava no rosto da minha amiga. Dou de ombros, fingindo para mim e para ela, que no final eu iria superar. Afinal, os seres humanos vivem cerca de... sei lá, uns 70 ou 80 anos. Não é possível que durante todo esse tempo exista somente UMA pessoa que possa ser considerada o amor da sua vida, né?

Ok. O problema nem era sobre encontrar um outro amor. O problema é que eu me contento com o Maxon, e poderia passar esses anos que me restam ao seu lado sem dificuldade alguma. Mas não que ele pense da mesma forma.

–Mas ele não comentou nada sobre a carta? - Indagou ela, após alguns minutos de silêncio, enquanto meus olhos corriam de títulos para outro.

–Não. Talvez ele nem tenha lido, quando vê até jogou a carta fora sem nem sequer abrir o envelope. - Paro para pegar um livro com muitas páginas e capa grossa. O abri e folheei algumas páginas amareladas pelo o tempo, sentindo um leve odor de mofo. Bem, este deveria servir.

–Você acha que ele faria isso? - Retrucou Marlee, com uma expressão de duvida no rosto.

–E por que não faria? - Retruquei de volta.

Ela pega um livro qualquer da estante e me lança um sorriso cheio de dentes.

–Eu acho que ele virá te ver ainda hoje. - Murmurou, toda cheia de convicção.

–Pois eu espero que não venha. Não estou disposta em continuar deixando arder minhas feridas. Eu quero é que elas se cicatrizem o mais rápido possível, e pra isso não posso deixar que ele me machuque mais. - Falei, evitando olhar em seu rosto. - Bom, acho que devemos começar as nossas leituras. - Conclui ao começar a movimentar minhas pernas para a área principal da biblioteca particular dos Schreave. Marlee não comentou mais nada, e eu também não.

Por volta das 15:40 da tarde, duas mulheres se empenhavam em dar os últimos retoques no vestido simples, porém elegante, em que eu estava. Era de mangas compridas, de um tecido leve e claro que ia até o chão. Nem se comparava ao meu vestido de noiva, mas achei que ficou muito bem em mim.

–Dulce, dê um ponto aqui para mim? - Pediu Dona Annie. Dulce apertava uma agulha fina entre seus lábios grossos e tingidos de vermelho, e aproximou-se de mim rapidamente. Suas mãos eram leves e habilidosas, e dentro de uns 5 segundos, o ponto já tinha sido feito.

–Está linda. - Murmurou ela.

–Seu noivo ficará contente em te ver assim. - Complementou Dona Annie, sorrindo tanto que seus pés de galinha se acentuaram. Forço um sorriso para ambas. Não, Maxon não ficaria contente em me ver. Fingi para mim mesma que meu coração não se apertou dentro do peito, e perguntei:

–Vocês acham que precisa de mais alguma modificação antes da simulação?

Dulce me analisou atentamente, seus olhos correndo de cima a baixo. Uma de suas mãos foram parar em seu queixo pontudo, e quando estava prestes a murmurar algo, ouvimos batidas na porta do quarto.

–Deixa que eu abro. - Prontificou-se Annie, que correu para abrir a porta.

E ele era a última pessoa que eu esperava ver agora. Maxon sorriu para a pequena mulher. Um sorriso educado, mas quem o conhecia saberia que não fora autêntico. Dona Annie, apesar de estar na base de seus 50 anos, foi incapaz de esconder um sorriso encantado. Revirei os olhos mentalmente. O que é que ele tinha que deixava as mulheres assim? Inclusive eu, no caso. Seria porque ele estava usando uma camisa social justa, dobrada até a altura dos cotovelos, e por cima um colete tão azul que parecia preto? Ou a gravata de mesmo tom, que o deixava ainda mais lindo e maravilho? Quem sabe, nem tivesse a ver com suas roupas, talvez fosse porque ele é educado, firme, amoroso, e tivesse lá os seus 1, 87 de altura.

Bem, Maxon era muito, muito mais do que isso. E agora mais uma vez a ficha caiu. Por mais que o tempo passasse, eu jamais teria condições de encontrar alguém que mexesse comigo DAQUELE jeito.

–Posso conversar com America a sós por um momento, senhoras? - Questinou, dando alguns passos para dentro do quarto.

Dulce soltou uma risadinha rouca, e concordou com veemencia.

–Claro, querido. Fiquem à vontade. - Falou, puxando Annie pelo o braço segundos depois, e fechando a porta assim que saíram. Eu quase pedi para que elas ficassem.

Quase.

–Não esperava ter ver por aqui. - Digo, minha voz soou levemente trêmula, mas se ele não estivesse prestando atenção, talvez nem tenha percebido.

Maxon colocou as mãos dentro do bolso de sua calça escura. Seu rosto, mais uma vez, era como uma lousa em branco. Impossível sequer cogitar quais eram os seus pensamentos ou emoções.

–Decidi de última hora. Estava pensando sobre tudo isso, e cheguei a uma conclusão. - Me falou, os olhos cravados nos meus, me analisando. Engulo em seco e deslizo uma mão pelo o meu vestido, desviando o olhar para os meus pés ainda descalços.

–Uma conclusão? - Perguntei, quando houve uma pausa tensa entre nós. Meu coração voltou a bater enloquecidamente dentro do peito, e cada batida era uma paulada na minha alma.

–Sim. - Falou em tom seco. Quando ergui minha cabeça para fitá-lo, ele desviou o olhar para a janela, e então apertou com a ponte do nariz com suspiro pesado. - Mas antes quero saber porque fez aquilo, de queimar as cartas no jardim?

Seco uma gota de suor frio que brotou na minha testa, meu estômago se contorcia de forma desagradável. Eu havia escutado a sua pergunta, mas minha mente trabalhava em outras palavras agora. Como assim conclusão? Ele não podia decidir assim, era muito cedo. Solto o ar pela a boca lentamente, meu rosto um pouco corado. Encaro Maxon, e ele me olhava com a testa franzida, provavelmente se perguntando o por quê de não tê-lo respondido ainda.

–Eu... quis queimar, porque aquela vida já não me interessa mais. Só isso. - Falei, por fim. Max apertou os olhos, estava na cara que ele não confiava mais em mim. Mas o que eu podia fazer além de me lamentar? Nada.

Um pesado silêncio caiu sobre a gente, e eu sentia que eu estava sendo empurrada para baixo. Os ombros de Maxon também pareciam tensos, e inclinados para o chão, como se carregasse um peso enorme nas costas.

–America, acredito que... seja tarde para nós. Eu queria tanto me apaixonar desse jeito, queria mesmo. Mas não foi da forma que eu pensava... existe a possibilidade de que nem tenha sido recíproco. - Balancei a cabeça, negando, e quando fui abrir a boca para dizer algo, Maxon me cortou: - Não vou conseguir ficar perto de você, não sei nem se você realmente cumpriu o que o contrato exigia, mas prefiro não pensar sobre isso para não deixar que me maltrate ainda mais. Meu sentimento vai me atormentar durante minha vida inteira, mas creio que será mais fácil sem precisar ter ver quase todos os dias.

–O que você está querendo dizer? - Sussurrei, minha voz saindo falhada. Por mais que eu tentasse impedir, meus olhos se encheram de lágrimas.

Ele não olhou em meus olhos quando falou:

–O contrato não valerá mais. A traição não é tolerável neste acordo, e nem para mim.

Dou um passo para trás, como se tivesse levado um tiro ou algo do tipo. Franzi as sobrancelhas, incapaz de conseguir assimilar suas palavras com rapidez suficiente. Mas quando finalmente compreendi o que aquilo queria dizer, não pude conter o desespero que começou a emegir de dentro de mim.

–Você está falando sério? - Fecho os olhos com força. - Maxon, minha família depende desse contrato, você não pode fazer isso comigo. Você quer me punir não quer? Quer me machucar da mesma forma que VOCÊ se sente machucado? - Falei, respirando fundo para não deixar as lagrimas caíres, meus olhos ainda fechados. - Mas vou te dizer uma coisa, Maxon, não precisa de nada disso pra me fazer sentir mal. A cada instante me sinto doer inteira, simplesmente pelo o fato de te amar e já não poder te ter mais. Você não precisa acreditar em mim, mas não faça isso. Não faça isso. - Implorei, cogitando a possibilidade de trancá-lo no quarto até que mudasse de ideia. Minha cabeça parecia que estava a parte do restante do meu corpo, me sentia à deriva em alto mar, sozinha e perdida. Sem esperança alguma.

Finalmente o encarei. Maxon tinha seu rosto inteiro contorcido, e por um breve momento pensei que ele viria até mim e me tocar, mas ele parou no meio do caminho, as mãos fechadas em punho. Ele iria dizer mais alguma coisa, mas a voz de meu pai soou do outro lado da porta, e nós dois fomos pegos de surpresa.

–Filha, os jornalistas já chegaram! Estamos esperando vocês agora! - Falou ele, parecendo já estar começando a ficar nervoso. Meus olhos saíram da madeira da porta, e então voltaram para o rosto de Maxon.

–Conversamos depois. - Murmurou por fim, já virando de costas e abrindo a porta, passando por meu pai com um breve aceno. Papai me olhou, preocupado e desconfiado.

–O que deu nele? - Indagou-me. Deslizo as mãos pelo meu rosto, e me olho rapidamente no espelho para ver se estava tudo certo com a minha aparência. Com o dedo indicador, retiro uma manchinha escura do olho esquerdo.

–Não sei. - Murmurei, minha voz soando sem vida.

A simulação não estava exatamente como escolhemos. Estava presente apenas alguns dos itens, muito provavelmente o Lorde não queria que entregassemos a cerimônia antes da data do casamento em si. Dois de seus jornalistas de confiança já estavam presentes, com suas respectivas câmeras a postos. Maxon desceu as escadas antes de mim, enquanto eu me encolhia ao lado de meu pai, meu braço enganchado no seu. As fotos já começaram ali, e então foi a deixa para que a família inteira começasse a sorrir. Pelo o que pude vislumbrar, os únicos sorrisos verdadeiros ali eram de May, que se encontrava completamente alheia ao que acontecia na mansão de fato, e Madame Amberly, que realmente achava que seu filho e eu tínhamos uma chance de ser felizes juntos. Bem, nós tivemos, mas acho ela já se perdeu.

Maxon foi até o lugar do noivo, com Carter e Marlee e May logo atrás, mais para a direita de seu corpo. A música nupcinal começou a tocar e eu respirei fundo, tentando fazer com que minhas pernas não fraquejassem. Por sorte, meu pai amparou boa parte do meu peso durante o trajeto relativamente longo. Max sorria para mim, mas não era de verdade. Alguns dos empregados assistiam com expressões que iam de contentamente, até felicidade. Tentei sorrir também, pois os flashs não paravam de ser disparados. Papai me entregou para Maxon, e aquilo que era para ser um momento em que eu estaria eufórica, estava tendo o efeito exatamente oposto. Eu podia sentir uma espessa neblina de depressão se arrastando em minha direção.

O padre, que eu nem sei se era padre mesmo, começou a recitar algum trecho da bíblia desconhecido por mim. Mas as palavras eram bonitas, e eu comecei a chorar. Não pude me conter. Enquanto muitos podiam considerar lágrimas de emoção por estar prestes a realizar um sonho, só eu sabia o real motivo. O homem gordinho, vestido de branco com detalhes em roxo sorriu amavelmente para mim, parecendo satisfeito. Olho para Maxon, que me fitava surpreso, e engulia em seco.

– "... O amor é paciente, o amor é bondoso. - Continuou a recitar o padre, a voz profunda e grave, entrando pelos os meus ouvidos e afundando no meu coração. Maxon não desviou o olhar do meu rosto dessa vez. Seu olhos me examinavam, e acabou deixando transparecer alguma emoção, finalmente. Talvez tristeza, eu não sei dizer ao certo. - Não maltrata, não procura os seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."

E então nos deu a deixa para falar os nossos votos, que nenhum de nós precisou escrever, na verdade. Eram só palavras, sem significado, que outra pessoa pediu que dissessemos como se tivessem vindo do nosso coração, mas nem chegava perto. Maxon falou sobre muitas coisas, mas era vazio, era falso. E então chegou a minha vez, e eu lhe falei, ainda com lágrimas nos olhos, sobre coisas bonitas. Max fechou os olhos e suspirou quando eu terminei, seus lábios fechados em uma linha rígida. O Padre nos questionou se aceitávamos casar um com o outro, e respondemos que sim. Minha voz saindo fraca e quase inaudível.

–Podem se beijar. - Disse simplesmente o homem. Maxon olhou para baixo, parecendo indeciso, então eu tomei a iniciativa. Aproveitei os saltos altos que usava, que me deixavam poucos centímetros mais baixa do que ele, e lhe beijei. Beijei como se tivesse sido o nosso primeiro beijo e como se nada de ruim tivesse acontecido entre nós. Minhas mãos envolveram seu pescoço, enquanto eu pressionava nossos corpos e nossas bocas. Max resistiu num primeiro momento, mas logo suas mãos apertaram minha cintura, um aperto de aço. Nossas línguas travavam uma guerra dolorida, porque sabíamos o que nos aguardava assim que nos afastassemos um do outro novamente.

Após a simulação não vi mais Maxon naquele dia. Ele e o Lorde saíram cerca de uma hora depois, e eu não sei o motivo. Pensei que quando chegasse, ele iria vir me ver, mas não veio.

Na manhã seguinte, enquanto eu encontrava May e Marlee sentadas no sofá da sala principal, fui recebida com sorrisos malicosos por parte de minha irmã, e esperançosos por parte de Lee. Ergui as sobrancelhas quando cheguei perto o suficiente, e me acomodei no sofá em frente a elas.

–Posso saber por que estão me olhando desse jeito? - Perguntei, os olhos franzidos. May não se deu ao trabalho de me responder, apenas estendeu o jornal local para mim e ampliou ainda mais o seu sorriso. - O que é isso? - Ninguém me respondeu, então decidi ler a matéria de capa da Wins, um jornal popular que abordava desde fofocas até assuntos políticos.

"E quem falou que político não ama?

– Abaixo do título, há uma foto minha e de Maxon nos beijando durante a simulação de casamento -.

Ontem, dia 26, tivemos a simulação do casamento de America Singer e Maxon Schreave. Maxon que recentemente lançou-se em sua carreira política ao lado do pai, Clarkson Schreave, está tendo um ano muito favorável, ao que parece. Apesar da candidatura recente, ainda goza de certa popularidade entre os eleitores - convenhamos, o país precisa se renovar, e quem melhor para isso do que alguém no auge de seus 22 anos de idade? - , e ainda conseguiu fisgar o coração da bela ruiva, America, que ainda tímida e aparentemente deslocada em grandes eventos políticos, conseguiu ganhar uma certa simpatia da populção. Um casal que com certeza quebra alguns protocolos: primeiramente pela a juventude e ousadia em se arriscar neste circo que é a política da Inglaterra, e segundo por não terem se deixado levar somente pelas as aparências, que só serevem para nos enganar e eleger o candidato errado para o Senado. Como muitos devem saber, os casamentos arranjados por aqui e em outros países do mundo são muito comuns. São associações que visam somente poder e beleza, que até hoje conseguem encantar as pessoas com suas máscaras de refinamento. Mas nós precisamos de pessoas reais, agora. Chega hiprocrisia, oras! E é por este motivo que deixo claro o meu voto nessa pequena matéria. Voto em Maxon, que com sua America, conseguiu me fazer acreditar que ainda exista pessoas verdadeiras neste meio, que agem com o coração. O beijo de ambos deixa claro. Os políticos, por mais inacreditável que pareça, também amam.

Martha Chevalier"

Logo abaixo havia uma ilustração sobre as intenções de votos dos ingleses. A disputa entre Maxon e Aspen está acirrada, com apenas 6 por cento de diferença entre eles. Com um suspiro, deixo o jornal em cima do sofá. May e Marlee se entreolham, então eu digo:

–Já volto. - E então subo as escadas, sentindo meu corpo estranho. Eu não sabia o que achar daquele artigo, e me perguntei o que Maxon estaria achando. Quando dobro o corredor, acabo batendo contra um corpo forte e quente. Lentamente olho para cima, encontrando o olhar de Maxon me perfurar inteira.

–Quero conversar você. É rápido. - Falou.

Assenti com a cabeça.

–É sobre o contrato. Não precisa se preocupar com a sua família, eu irei mantê-lo, mas também não posso ficar com você aqui contra a sua vontade. - Ele deslizou uma mão pela a lateral de seu rosto sério. - Então, depois de completarmos 6 meses de casamento, você estará liberada do contrato, sem nenhum tipo de complicação para vocês. Ficara livre para fazer o que bem entender, e namorar quem bem entender.

Eu não falei nada por um momento, apenas franzi a testa.

–Namorar quem eu bem entender? - Abro um sorriso afetado. - Bom, eu não sei quantas vezes eu vou ter que repetir, mas a única pessoa que eu quero está bem na minha frente.

Observei Maxon enrugando a testa, e então engoliu em seco. Ele parecia mais vúneravel desta vez, então me aproximei, tocando-lhe o pescoço. Olhei no fundo de seus olhos, querendo que ele visse o quanto eu estava sendo verdadeira com ele, e comigo. Eu sentia bem no fundo que ele me amava, mas ele era orgulhoso demais para dar o braço a torcer.

–Eu te amo, Max. - Murmuro, sentindo minhas mãos tremerem um pouco em contato com a sua pele. Me inclinei para frente, fechando os olhos e abrindo levemente os lábios, permitindo que ele me beijasse.

Eu queria que ele me beijasse. Era o que eu mais ansiava agora.


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