A Última Carta - A Seleção escrita por AndreZa P S


Capítulo 19
3.3


Notas iniciais do capítulo

Eiiiii!!!! DANI, DANI, DANI!!!1 Obrigada pelo o comentário! Por que tu é tão legal, sério? HAUHAUHDSUHDSUH
De verdade, me imagine pulando e batendo palmas agora! KKKK
Obg MESMO pela recomendação ♥



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A escolha

 

"Meri,

Eu não sei o que deu em você naquele dia, mas eu sinto que o que a gente teve não pode ter sido em vão. Tem algo diferente em você, foram eles? Maxon chantageou você para terminar comigo ou desconfiou de algo? Sério, America, você não pode dizer aquelas coisas para mim e depois me deixar no escuro, não posso suportar isso! Sabe que faria qualquer coisa por nós dois, passaria de qualquer limite, não pode simplesmente deixar no ar se ainda gosta de mim ou não. Amo você e isso não vai mudar nunca! Me mande respostas, estou implorando, me mande uma maldita carta! 

Estou disposto a esquecer aquele curto momento em que você se afastou de mim, pois sei que o que sentimos um pelo o outro é mais forte do que qualquer mágoa ou qualquer playboyzinho que possa estar entre a gente. Te amo de verdade, e ninguém nesse mundo pode te amar mais do que eu. 

Aspen Leger"

Olho para as palavras que Aspen me escreveu, sentindo um aperto dolorido dentro de mim. A imagem mental da breve conversa que tivemos me causava um mal estar que me consumia por inteiro toda vez em que ficava sozinha, toda vez em que não estava conversando com alguém ou ajudando a cuidar dos preparativos do casamento. Uma semana se passou desde que Marlee chegara, e desde então sempre me mantenho ocupada com algo, sentindo além de tudo falta de Maxon. Ele também estava atarefado e conversamos poucas vezes, já que sempre que nos víamos tinhamos algo importante para fazer em seguida. 

Eu estou, infelizmente, confusa. Sério, muito mesmo. Não podia evitar de a todo momento considerar a hipótese de ter sido impulsiva demais na minha maneira de lidar com Aspen. E se, no final das contas, fosse apenas um encantamento aleatório que eu tive por Maxon? E se fosse Aspen o meu amor verdadeiro? 

Ok, sei que essa coisa de amor verdadeiro é muito, muito piegas, mas poxa...me criei afundada em livros românticos e filmes da Disney. Guardo a carta dele no mesmo lugar de sempre e então me deito no sofá. Olho para aquela parede meio rosa, meio salmão...para aquele quadro pintado a óleo mostrando a imagem de uma garota com ar inocente, segurando um buquê de flores coloridas. Bufo e viro o rosto para o outro lado, fechando os olhos. Eu precisava tomar uma iniciativa, de verdade. A quem eu queria? Aspen Leger ou Maxon Schreave? 

Tinha certeza absoluta de que Aspen me amava..., mas e quanto ao Max? Ele me amava? Será que eu tinha condições de ser aquele amor-que-ele-queria-que-o-consumisse? Franzo a testa e solto um longo e frustrado suspiro. Se eu tivesse certeza de que Maxon também gosta de mim TANTO quanto eu gosto dele, talvez eu tivesse a certeza que faltava sobre o futuro da minha vida amorosa. Não, não...há quem eu estou querendo enganar? Estou apaixonada pelo o Maxon, não APENAS gosto dele como eu costumo dizer em voz alta e repetir seguidamente para minha mente e para o meu coração. 

Pronto. Era isso. Tudo bem, mas eu também gostava de Aspen, eu sabia disso. E aí, como é que fica? 

Sou retirada de meus devaneios quando escuto o Walktalk chiando dentro do quarto. Abro os olhos e fico esperando a voz de Silvia soar em meus ouvidos, o que não demorou nem dois segundos. 

—America? - Chamou ela. Há um murmurinho, e então uma risada ecoa alta pelas as paredes. Outra voz toma o lugar da de Silvia, e então Marlee entra em cena. - America! Venha me ajudar A-GO-RA. Só porque sou sua madrinha, não quer dizer que eu tenha que fazer tudo sozinha. Chega de preguiça, desça até aqui ou então irei te buscar pelos os cabelos. - Ameaçou e eu não pude evitar de abrir um sorriso. Estico a mão para baixo, catando o aparelho que estava jogado no chão.

—Tudo bem, Marlee. Já estou descendo, não precisa partir para meios violentos, não. - Digo, enquanto me levanto e dou uma espiada em mim mesma pelo o espelho. 

—Ótimo. Não demora...o quê? Ah, deixa que eu...ta bom. - Suspirou ela de repente, com uma voz derrotada. Em seguida, a voz de Silvia diz:

—America, querida. Não esqueça que dentro de uma hora mais ou menos, estaremos finalizando a produção estética do casamento. O pessoal já está se organizando e você e Maxon precisam dar o último ok. 

Abro um sorriso cheio de dentes.

—Maxon vai chegar mais cedo hoje? - Pergunto, não contendo a expectativa de vê-lo hoje com mais calma e, quem sabem, trocar mais do que 10 palavras e olhares transbordando de significados. 

Silvia solta uma risada. Ela tem aquele tipo de risada madura, sabe? Nem alta, nem baixa...na medida certa. 

—Sim, ele deve estar aqui dentro de poucos minutos. - Afirma. Escuto Marlee fazendo alguma piadinha ao fundo, e quando ela volta a falar, sua voz está risonha. - Não demore, senão a senhorita Marlee terá algum tipo de ataque. - Brincou. Não resisti e dei uma gargalhada.

—Não se preocupe, já estou indo! - Quase cantarolei. 

Assim que o walktalk ficou em silêncio, abri a porta do roupeiro e vasculhei algo para vestir que não me fizesse ficar com a aparência um tanto desleixada da qual me encontrava agora. Depois de jogar algumas peças de roupas em cima da cama, optei por um vestido de manga comprida, solto e de cor clara... era tipo aquela cor...verde água, eu acho. Passei uma generosa camada de rímel nos cílios e para terminar um gloss de cor rosa tão clarinho, que quase parecia que era cor de boca.

Desci as escadas de dois em dois degraus, eu tinha um plano na minha cabeça. Eu perguntaria para Maxon se ele gostava de mim de verdade. Obviamente, a coragem necessária para isso estava bastante aflorada na minha mente, mas na hora H...bom, apenas torço para não gaguejar e nem algo humilhante do gênero. 

Marlee está com os braços levantados e sorria tanto quanto eu. Silvia está ao seu lado, com as mãos enlaçadas uma na outra diante de seu corpo. Ela também sorria, de um jeito divertido...provavelmente achando graça da minha madrinha. Bom, não que eu achasse que poderia acontecer algo diferente, minha amiga é tão gentil e animada que seria difícil não gostar dela. Madame Amberly também lhe achou encantadora, e até mesmo o Lorde acabava rindo de alguma coisa engraçada que hora ou outra soltava sem querer. 

—Está tão bonita assim apenas para dizer se gostou da decoração ou não? - Marlee me perguntou, dando um sorrisinho maroto e cruzando seus braços finos. Reviro os olhos.

—Dá um tempo, Lee. - Disse eu, desviando o olhar para a grande quantidade de pessoas que estavam ziguezagueando pelo o salão principal. - Parece que estão todos muito apressados. - Observei enquanto me aproximava delas. 

—Sim, mas também pudera, senhorita America. O casamento é dentro de alguns dias! - Exclamou Silvia toda animada. 

Engulo em seco.

—É...tem razão. - Murmuro soando com um misto de nervosismo e ansiedade. 

Marlee engatou um braço no meu.

—Bom, vamos logo! Você sabe que eu adoro essas coisas de festas. - Fala ela, enquanto me puxava em direção ao jardim da mansão. - Até mais, Silvia! - Despediu-se Lee por sobre o ombro. Virei meu corpo para trás apenas para poder dar um sorriso à Silvia, que retribuiu de forma maternal.

Quando finalmente saímos para fora, pudemos perceber que o apinhado de gente que estava lá dentro não se comparava em nada com a quantidade de funcionários que se encontravam do lado de fora. Ao que parece, o Schreave não poupariam dinheiro em fazer uma festa de casamento de pompa. Um homem careca, vestido com trajes formais, se aproximou trazendo quatro taças em uma bandeja. Duas com um líquido alaranjado e os outros dois com uma cor rosa forte. 

—Boa tarde, senhoritas. - Cumprimentou ele com um sorriso tão grande e simpático, que Marlee e eu retribuimos na mesma medida de forma instantanea. -Gostaria que a noiva e a madrinha provassem os sucos, ambos com pouquissimo alcool, para saber se podemos deixá-los no Menu.

—Sem problemas. - Eu disse, já estendendo a mão para pegar uma das taças. 

—Eu não sou de beber, se tiver muito forte vou protestar, hein? - Resmungou Marlee de forma brincalhona. O sujeito deu risada e logo balançou a cabeça em negativa.

—É realmente muito pouco alcool. - Afirmou novamente. 

Nós nos entreolhamos e demos um gole. Ela no rosa e eu no laranja. 

E nossa! O gosto era muito bom! Parecia uma mistura perfeita de laranja com maracujá e alguma outra coisa que o deixava muito saboroso e um tanto exótico. 

—Muito bom, parabéns. - Elogiei. Eu não imaginava ser possível, mas ele abriu ainda mais o seu sorriso. 

—Bom, eu não gostei muito...tem um gosto meio... - então Marlee se virou para mim e me entregou a taça que acabara de beber. - Prove. - Pediu ela. E assim eu fiz. 

É...não era tão bom, tinha um gosto esquisito de melancia e tutti fruti, com milhares de outras coisas. 

Franzi o cenho.

—Acho que esse nós vamos dispensar, mas o laranjinha - digo eu ao erguer um pouco a taça. - O laranjinha é ótimo, vou beber todo eles. - Avisei, balançando a cabeça de cima para baixo de forma convicta, e depois de terminar com todo o líquido a recoloquei mais uma vez na bandeja.

—Fico feliz em saber! As senhoritas gostariam de provar mais algumas amostras? - Perguntou.

Eu não queria, mas disse que sim porquê ele parecia empenhado em deixar o cardápio exatamente do meu gosto. Ele se despede e diz que logo iria trazer mais uma rodada para nós, enquanto que Marlee parecia empolgada. 

Mas, assim que ele fora embora, outra coisa me chamou a atenção. Não foram as flores rosas e brancas, todas sem espinho, ou os tecidos de mesma cor que enfeitavam tudo de tal forma que poderia ser considerado algo de princesas. Foi Maxon, caminhando ao lado de Carter (que estava vestido de terno e sem nenhum resquício de terra) que eu vi. Assim que seus olhos cruzaram o meus, senti meu coração acelerar dentro do peito, ele abriu um sorriso torto e eu também. 

—O Maxon é lindo, mas aquele amigo dele...meu Deus. - Sussurrou Marlee em meu ouvido, enquanto observávamos sem nem piscar eles se aproximarem de nós. 

—É o melhor amigo dele, o Carter. - Sussurro em resposta e ela ajeita os cabelos. Eu já havia cogitado a possibilidade de apresentar Carter e Marlee antes, mas não houve a oportunidade certa, além do que já havia reparado que o amigo de Max era do tipo galanteador. Bom, pensando melhor, bem que Marlee adorava ser galanteada. 

—Senhoritas. - Nos cumprimentou Maxon assim que parou diante de nós. Ele se inclinou levemente para baixo, em uma espécie reverencia de brincadeira.

—Olá. - Diz Lee, olhando por debaixo daqueles seus cílios enormes de Maxon para Carter de forma discreta. 

—Deixa eu apresentar esses dois. - Começo eu, olhando de relance para Marlee que havia, subtamente, corado as bochechas. - Carter, essa é Marlee. Marlee, esse é Carter. Ambos estão solteiros, caso queriam saber. - Concluo. Maxon soltou uma gargalhada alta, enquanto que Marlee me deu um soco no braço que doeu de verdade. Carter colocou as mãos dentro do bolso da calça, e sorriu daquele jeito confiante que já vi ele lançando para as empregadas da mansão. 

Não podia deixar de comentar para ela que ele, apesar de ser jardineiro, não era flor que se cheire. Quer dizer, Marlee também me disse que não estava afim de namorados no momento, talvez nesse instante eles fossem perfeitos um para o outro.

—Prazer em te conhecer, Marlee. - Diz ao estender a mão para ela.

—O prazer é meu, Carter. - Retruca, pegando a mão dele mais do que os poucos segundos que a educação exigia. 

—CADÊ OS NOIVOS? - Ouvi uma voz masculina fina gritar, instantaneamente olhei para trás, tentando identificar de onde estava vindo. Momentos depois, Silvia aparece com uma prancheta, praticamente correndo em nossa direção.

—Senhor Maxon e America, o Phllip D'Willians está os aguardando para poder finalizar a decoração. - Falou ela, olhando de mim para Max toda hora. - Ele tem mais 5 decorações agendadas para ainda hoje, então eu peço que vocês vão logo. - Pediu ela, dando uma olhada ao seu redor, provavelmente verificando se tudo o que dependia dela já estava pronto. - Mariana! Não é essa a louça, é aquela que deixei em cima da mesa da cozinha! - Gritou ela. Seus olhos voltaram-se para nós. - Com licença. - Murmurou, já caminhando apressada para o outro extremo do jardim. 

—Já que vocês serão nosso padrinhos, podem se organizar para averiguar se está tudo como o combinado. Pode ser? - Perguntou Maxon, olhando um tanto malicioso para Carter, que soltou uma risada e bateu continência. 

—Sim, senhor. 

Marlee fingiu indiferença e deu de ombros. 

—Claro.

 

Alguns vários minutos depois, eu dizia para o tal de Phillip que eu gostaria de mais flores, que elas davam um ar jovial e primaveril para a cerimônia. Num primeiro momento ele negou, disse que o ideal seria exatamente como estava mas, no fim, depois de muita insistência, ele acabou cedendo. Tínhamos outras coisas para acertar ainda, mas de repente comecei a sentir gotas gordas e geladas pingando em minha cabeça e, segundos depois, milhares delas molhavam toda área aberta, fazendo com que todos começassem a desmanchar tudo o mais rápido possível. Pus as mãos em formato de concha acima dos meus olhos e olhei para Maxon, que agora já estava com o cabelo completamente bagunçado e a camisa branca já começava a colar em seus músculos. 

—Essa é a hora em que a gente corre muito, muito rápido até um lugar coberto? - Pergunto com um sorriso no rosto. 

Maxon se inclina para mim e me abraça. Logo depois, sua boca encosta em minha orelha e sua voz saí um pouco rouca.

—Não. Essa é a hora que eu mato a saudade de você e te beijo na boca. - Diz ele, fazendo com que um arrepio quente varresse o meu corpo. 

Balanço a cabeça em concordancia, parecendo um pouco idiota, mas ele não se importou, apenas abriu um sorriso pra mim antes que nossos lábios se encontrassem.

E dessa vez ele durou, durou bastante tempo. Não aconteceu nenhuma interrupção, e foi de verdade, ninguém nos obrigou. E ele beijava bem, ah, como beijava! Suas mãos percorream a linha de minha cintura, e quando finalmente paramos para recuperar o folêgo, suas pupilas estavam tão dilatadas que parecia que seu olhos castanhos haviam sido substituídos por um negro magnético. 

—Maxon...- falei baixinho, me encostando nele e repousando a cabeça em seu peitoral. 

—Estou aqui. - Respondeu, e eu não precisava estar olhando para o seu rosto para saber que ele sorria mas, mesmo assim, ergui os olhos para fitá-lo. Tive que piscar algumas vezes para poder enxergar o seu rosto de fato, a chuva embaçava a minha visão. 

—Espero que fique aqui pra sempre, mesmo. - Eu disse.

—Se por aqui você se refere a ficar embaixo de chuva, sinto em dizer que não quero que fique resfriada e nem nada do tipo, então vou ter que levá-la para um local fechado. - Mumurou ele, olhando para mim tão intensamente, que achei que ele estava conseguindo enxergar os meus ossos. - Mas por outro lado, caso você esteja se referindo á minha pessoa...saiba que eu vou ficar com você pelo o tempo que você desejar. E espero que você queira por um longo tempo. 

Tive que me concentrar muito para não roubar um beijo dele. Meu coração parecia a batida de dezenas de baterias de escolas de samba, daquelas que tem no carnaval do Brasil, sabe? 

—Se depender de mim, vai ser por muito tempo. Muito, muito tempo. - Afirmo, tendo certeza absoluta de que eu dizia a verdade. Eu escolhi a pessoa que eu queria casar mesmo, pra valer. E ela está diante de mim, sorrindo tão bonito que parecia que eu poderia me derreter toda e virar uma poça ali mesmo.


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