Assim que fomos liberadas da aula seguimos em direção ao salão mais foda de todos. Ele era enorme, sem mais comentários né?

                Assim que chegamos lá um gay veio nos atender.

                - Oi, lindas, o que desejam? – ele tinha uma voz de taquara raxada, mas parece bem legal.

                - Queremos que você faça ela – disse uma das meninas apontando para mim. – Parecer uma garota que não está tentando ser expulsa da escola.

                O gay riu junto com todas.

                - Venha – me puxou – e vocês – disse apontando para as garotas – terei um longo trabalho, voltem em duas horas.

                DUAS HORAS? PUTA QUE PARIU!

                Como posso explicar pra vocês o que aconteceu... bom... ele me fez a seguinte pergunta:

                - Que cor você quer seu cabelo?

                Minha resposta: Loiro

                Dele (a): Ai, natural vai ficar lindo!

                Então agora, duas horas depois. Vou tentar explicar e usar o lindo google tradutor:

                Duas horas, zwei stunden, deux heures... depois, aqui estou com um tom de cabelo que não vejo desde os 10... talvez 11 anos.

                Meu cabelo estava dividido em mais camadas, bem mais, na verdade, e estavam em um tom - que não vejo nenhuma palavra mais próxima – bem parecido com castanho.

                Eu não parecia exatamente mais velha, mas parecia mais madura... sim, madura.

               - Ai, benzinho, seu cabelo está perfeito – disse o cabelereiro dando uma ênfase no primeiro “e”.

                - Obrigada, mas não gosto muito desse tom.

                - Por que? – perguntou.

                - Me lembra minha mãe – disse por fim.

                - E vocês não se falam? Estão sei lá... de mau?

                - Na verdade, ela morreu.

                - Ai, sinto muito. Mas vamos tirar essa cara de enterro e vamos lá para suas amigas presenciarem uma verdadeira obra de arte.

Fomos até lá fora onde as garotas já estavam à minha espera, e fiquei bem próxima à elas. Mas elas pareceram nem perceber minha existência. Vacas.

                - Ei, suas vacas, estou aqui – disse.

                - Ai meu Deus – disseram em coro.

                Porra, tava tão ruim assim?