Filhos da Guerra escrita por Leonardo Souza


Capítulo 2
I




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Natasha

Localização: Desconhecida

Hora: Desconhecida

 

"Eu preciso sair daqui." Natasha murmurou para si mesma. "Sair e matar todos do outro lado daquela porta".

 

Jonas

Localização: Antiga cidade de São Paulo

Hora: 12:27



Assim que Jonas entrou no bar, viu que, Augusto, seu contato já estava esperando por ele. Adiantado, como sempre.

"E então, o que tem para mim hoje?" Ele perguntou enquanto se sentava na cadeira.

"O de sempre, Jonas, querem que você fale algumas palavras de encorajamento para o exército, mas você continua negando…"

"Não vou perder meu tempo falando com homens que é certo de que morrerão em combate." Jonas fez um sinal com a mão, sinalizando para o garçom que estava ali.

"Você não sabe se eles vão morrer." Augusto respondeu.

"Existem pessoas com poderes que podem confirmar minha teoria." O tom de Jonas era de deboche.

"Certo, certo, se não for falar com eles, ao menos faça algo para mostrar que está disposto a nos defender."

"Alguma sugestão?" Ele estava intrigado.

"Nossa inteligência tem indícios de que uma frota de aviões inimigos estão sobrevoando nosso espaço aéreo e você tem licença para derrubar eles."

"Preciso da minha cerveja primeiro." O garçom chegou com as bebidas, Jonas frequentava aquele bar então todos os empregados sabiam o que ele bebia.

 

Peter

Localização: Zona morta do Canadá

Hora: 11:39

 

"Corre, Peter!" Foi a última coisa que Jon disse antes de trancar a sala subterrânea, deixando Peter, Cloe e Albert. Do lado de dentro. Isso foi há cinco dias.

 

"Será que eles já foram?" Albert pergunta enquanto anda de um lado par o outro na sala.

 

"E isso faz alguma diferença? Morrer aqui dentro ou morrer lá fora." Cloe responde, irritada.

Os cinco dias ali não foram fáceis, nos dois primeiros houveram batidas na porta, pessoas tentando entrar.

"A comida e a água estão acabando." Albert comenta, passando a mão no queixo, que pela primeira vez desde que eles se alistaram estava com uma sombra de barba visível.

"A sala foi projetada para abir em sete dias," Peter responde. " Só precisamos aguentar mais quarenta e oito horas."

"Acho que não temos comida para dois dias." Albert fala enquanto examina as pratilheiras com poucas garrafas de água e algumas barras de cereais.

"Se você tivesse aceitado o racionamento desde o começo, como sugeri, teríamos comida o suficiente." O tom de Cloe ficou ainda mais irritado.

"Me desculpa por ter esperança de que alguém do nosso pelotão iria nos salvar." Albert voltou a andar pela sala.

"Isso aqui é guerra, não vencemos guerras esperando que alguém venha nos salvar, nós precisamos fazer Isso."

Os três ficam em silêncio, reconhecendo pela primeira vez que não havia ninguém do lado de fora esperando, no ninguém do lado deles no mínimo.

"Vamos pular o almoço hoje." Peter sugere.

"Tudo bem." Os dois concordam e vão para cantos separados da sala.

 

***

 

No último dia a tela ao lado da porta começa a mostrar uma contagem regressiva de vinte e quatro horas. Eles passam esse tempo arrumando as mochilas, separando a comida e água em quantidades iguais para o caso de um deles morrer eles não penderem tanta coisa, nos últimos dez minutos eles ficam encarando a porta e se preparando para o pior.

" Repassando o plano," Peter começa a falar, quebrando o silêncio, mas não a tensão. "Não vamos usar os poderes, só em último caso. Armas primeiro, depois luta corporal. Lembrem-se: poderes apenas em último caso. Estão prontos?"

"Prontos."

Cinco, Cloe tenta esconder que está tremendo.

Quatro.

Três. Albert verifica outra vez se sua arma está carregada.

Dois. Peter fecha os olhos, não quer ver o que fez aquele barulho na porta.

Um.

 

As portas se abrem e o cenário que eles conheciam mudou completamente. No lugar em que antes existiam barracas, carros, caixas empilhadas e tanques de água, agora não havia mais nada. É possível ver alguns destroços espalhados pelo chão e no meio deles, cadáveres. Todos os nossos amigos, agora reduzidos a corpos sem vida. Peter não tive coragem de procurar entre os corpos com medo de achar o de Jon, depois do choque visual passar eles começaram a sentir o cheiro de sangue, pólvora e carne podre, era insuportável.

"Para onde vamos?" Cloe perguntou com a mão cobrindo o nariz.

"Vamos olhar todo o que restou. Procurem água, comida, armas, qualquer coisa que nos ajude a sobreviver." Peter começou a caminhar em direção ao local do antigo galpão e percebeu que Albert estava parado no mesmo lugar, observando tudo em choque.

"Albert?"

"Estamos no meio da zona morta," Ele responde sem tirar os olhos dos corpos, "estamos condenados."

"Nós não vamos morrer aqui." Peter vai até ele. "Vamos achar um jeito. O protocolo fala que se você for atacado na zona morta tem que seguir para o leste, existe um campo secundário lá."

"Se ele existir de verdade." Albert encara Peter, com os olhos cheio de lágrimas.

"É a nossa única opção, Albert."

"Tudo bem." Albert arruma os óculos. " Não vamos morrer aqui, certo?"

"Certo." Cloe e Peter respondem em uníssono.

 

***

 

Eles não acharam nada que pudesse realmente ajudar. Os inimigos se certificaram de levar tudo o que fosse útil e destruir o resto, o estoque deles se resumia a uma garrafa de água para cada e seis barras de cereais no total. Aquela foi a primeira vez que Peter achou que eles iriam morrer ali.

 

Izumi

Localização: Japão

Hora: 18:13

 

Izumi acordou desesperada após um pesadelo , no qual sua mãe a atacava, por instinto ela rapidamente segurou sua espada, pronta para atacar, levou um tempo até que ela finalmente notasse que havia sido apenas um sonho, ela fui até a cozinha e notou que não havia chá em nenhum dos armários. Pensou em ir até a loja para comprar, mas não queria ver as pessoas fugindo dela como se fosse matar todas caso olhassem para ela de um jeito errado. Acabou se contentando com café, foi para a sala de estar, se sentou no sofá e ligou a televisão. 

Depois que a guerra havia ameaçado voltar, aparentemente todos os canais a só falavam sobre esse assunto. Mesmo sem nenhum ataque oficial, apenas boatos de que tropas estavam se movimentando. No primeiro jornal que parou, estava a manchete: “Onde está a General Dos Doze que protege o Japão?”

 

A apresentadora estava especulando o motivos de Izumi não ter feito nenhuma aparição apoiando o exercito Japonês e como os outros membros dos doze haviam feito várias aparições e estavam dispostos a lutar na linha de frente.

"Existe algum motivo por trás da nossa única protetora não aparecer?" A apresentadora perguntou para o entrevistado.

"Medo, talvez." Ele respondeu e deu um sorriso passando a intenção de que era brincadeira, mas Izumi sabia bem o tido de homem que ele era. É por causa de homens como este que estamos voltando a guerra.

 

Natasha

Localização: Desconhecida

Hora: Desconhecida

 

A primeira coisa que Natasha recebeu depois de acordar foi um folheto explicativo, ela perdeu as contas de quantas vezes releu e sabe citar cada palavra de cabeça.

 

Você foi escolhido (a) para fazer parte de um teste em pessoas com poderes com a finalidade de criar Híbridos e acabar com a guerra. Você está preso em um fluxo temporal diferente. Não tente nada.

 

Depois de algum tempo um homem, cabelo branco, pele clara e jaleco branco entrou apareceu para dar explicações.

"Olá," ele falou enquanto entrava na sala."Eu sou o responsável pelo experimento e pelo fluxo temporal." Natasha continuou encarando o homem. "Vou tentar explicar, não podíamos usar um prédio tão grande ou chamaríamos atenção desnecessária então eles me contrataram para resolver esse problema." Ela começou a olhar para suas unhas, como se fossem a coisa mais interessante que ela já viu. "Meu poder é bem simples, existem várias pessoas nessa sala ao mesmo tempo, mas eu as separo em locais diferentes e se morrer todas vão aparecer nessa sala ao mesmo tempo e como você sabe, dois corpos não ocupam o mesmo lugar. Imagine quinhentos." O homem saiu, sua postura era orgulhosa como se tivesse acabado de explicar sua teoria para um grupo de cientistas renomados. Natasha começou a examinar a sala, uma porta de saída e entrada, nada que ela poderia usar como arma, seus poderes não funcionavam ali, ela não sabia qual era o seu poder, e teve que afastar o pensamento de que eles tiraram seu poder para sempre. Ela sabia que precisava imobilizar o doutor que entrava pela porta, precisava ser rápida o suficiente para correr o mais longe nos corredores antes de ser capturada ou morta, a sensação era de que ser morta seria o mais provável. Ela precisava bolar um plano, o mais rápido possível. Para conseguir fugir ou morrer tentando.


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