–MÃEEE, VOU CONHECER O PRÉDIO – Gritei para a senhora mamãe depois de uma boa e longa arrumada no quarto.

–OK, FILHA VOLTE ATÉ AS 19, NÓS IREMOS SAIR HOJE – ela respondeu gritando também.

Peguei o elevador e desci até o térreo, se for pra conhecer que seja pelo começo, logo que ele parou, eu sai do elevador e andei um pouco indo para a entrada onde fica a portaria, dei a volta no prédio, que havia bastante arvores, plantas, flores... o que deixava o ambiente bem bonito e logo cheguei a área da piscina que parecia tão atraente perto daquele calor de meio de Janeiro, andei até ela e coloquei a mão na água que estava simplesmente incrível, eu pularia na hora de roupa e tudo se minha curiosidade de conhecer o prédio fosse menor, mas ninguém nasceu perfeito.

Continuei andando e logo vi duas quadras uma de futebol e basquete e outra de Tennis e Vôlei, vi que tinha dois garotos de mais ou menos 9 anos que estava jogando futebol e o loirinho estava pulando e fazendo uma "dança da vitória" bem estranha na minha opinião, resolvi ignorar e continuar minha "exploração".

Andei um pouco mais e descobri que havia dado a volta no prédio, entrei no hall e vi uma sala de estar sem ninguém, uma porta de vidro fechada que onde provavelmente seria o salão de festas, ao lado uma sala de jogos com uma mesa de Bilhar e outra de Ping-pong, eu estava começando a andar até lá porem eu ouvi uma música, mas não era uma música qualquer era minha musica preferida, Pompeii do Bastille (quem quiser pode ouvir para acompanhar a história), olhei ao redor do Hall pra tentar descobrir de onde vem a música e vejo uma porta que estava um pouco escondida e tenho quase que certeza de que a música vem de lá.

Vou andando até a porta e fico olhando pela fresta que tem na porta e lá dentro era uma espécie de estúdio, tinha um grande espelho e aquelas barras que as dançarinas de balé usam para se alongar e se apoiar durante os passos, e havia uma garota dançando , e que dança hein, ela dançava muito, e tinha uma garotinha pequenina de que eu daria no máximo uns 4 anos, em uma tentativa fail de tentar copiar os passos.

Assim que a música acaba eu entro e começo a bater palmas, primeiro a garota me olha assustada e vai correndo pausar a outra música que havia acabado de começar e depois me olha e percebo que está vermelha.

Assim que eu termino de aplaudi-la, nós duas caímos na gargalhada e segundos depois falo:

– Caramba, você dança muito bem. –elogio com sinceridade –Meu nome é Alice mas pode me chamar de Ali. – Me apresento e estendo a mão para ela

–Obrigada. Meu nome é Michaella mas pode me chamar de Mickey. – Ela aperta a minha mão– Prazer – Logo veio a garotinha se escondendo entre as pernas da Michaella com um olhar tímido e um sorriso travesso no rosto. – Essa é minha irmãzinha Emily – Michaella a pega no colo para eu vê-la melhor.

–Oi Emily – Eu falo com uma voz idiota e ela se esconde na curva do pescoço da irmã

– Ela é meio tímida no começo, mas depois que você a conhece ela vira a criança mais fofa e divertida do mundo. – Michaella fala e simplesmente não pude deixar de notar que ela estava usando uma calça de moletom e um casaco

– Hey, Mickey, você não esta com calor não?! Estamos no meio de Janeiro, quase no verão e você estava dançando, de calça!!! – Me xingo mentalmente por ter sido tão enxerida me arrependendo da pergunta que acabara de fazer

– Pior que não, eu estava dançando mas o ar condicionado está ligado – E foi ai que eu resolvi dar uma boa olhada no estúdio.

O estúdio tinha um Ar Condicionado gigante, um sistema de som bem legal com um celular plugado, que provavelmente seria da Mickey, o piso era todo emborrachado. Logo ouço meu celular tocando e rapidamente atendo:

–Alo, quem fala?

–FILHA, ONDE VOCÊ ESTÁ?– Logo reconheço a voz e o desespero

–Mãe eu estou bem, estou aqui no térreo

–ENTÃO SUBA JÁ MOCINHA, JA É 19:15 E NADA DE VOCÊ AQUI, EU FIZ CHILLI SUA COMIDA PREFERIDA. SUBA LOGO – Meu deus quanto drama por causa de 15 minutos.

– Já subo mãe. Tchau – Quando percebo a própria desligou na minha cara.

–Então Michaella, você gosta de chilli? – pergunto mais pela vontade de ter uma companhia no jantar ao invés dos meus pais me questionando sobre o prédio e conversarem sobre politica.

– Gosto sim. Por que?

– Quer ir jantar em casa? Minha mãe fez chilli – Torço para ela dizer que sim.

–Não obrigada – resolvi não insistir já que tinha me intrometido demais na vida dela

– Ok então, até logo. – Digo acenando na direção delas

– Até mais– ela me responde e a Emily ainda em seu colo acenando para mim.

Parece que eu vou ter que aguentar mais uma noite de questionamentos e de conversas sobre politica.