Miiu Hatsumine escrita por Creeper


Capítulo 4
Um dia cansativo


Notas iniciais do capítulo

Decidi postar hoje,em vez de sábado, espero que gostem!



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(Zatsu POV On:)
Fiquei mais de 1 hora dentro da enfermaria ,já estava pegando no sono sentado na cadeira estofada que ficava no canto da sala quando ouvi a enfermeira dizer:
—Acordou?
—O-o q-que aconteceu?—Miiu perguntou sentada na maca.
—A janela rachou.—eu disse me levantando.
—Se não fosse Zatsu,você partiria dessa para a melhor.—disse a enfermeira.
Eu aproveitei que a esverdeada estava distraída,então sai silenciosamente da sala.
Sabia que deveria voltar para a minha classe,o intervalo acabará fazia 50 minutos.
Vi Sakita Yowane correndo em direção ao banheiro feminino,ela parecia chorar.
—Hã?—eu me perguntei.
(Zatsu POV Off)

(Miiu POV On:)
Vomitei todo o chá que havia tomado,minha boca ficou com um gosto amargo.
Já havia voltado para a sala de aula e nenhum sinal de Zatsu ou Angie.
Minha cabeça latejava de dor e parecia que tinha um liquidificador misturando tudo dentro do meu estômago. Eu gemia baixinho na minha carteira para ninguém perceber.
—Como sabem,seus pais ou até mesmo avós ja estudaram nesse colégio.—dizia a professora.—Tudo isso é herança de vocês...
—Professora!—Chou levantou a mão.—O que significam as notas musicais pintadas nas paredes?
A professora deu um risinho e disse:
—Isso vocês terão de descobrir sozinhos.
Será que meus pais estudaram nesse colégio?
***
Ouvi o maravilhoso sinal que avisava que era hora da saída.
Guardei meu material e sai da sala.
Eu estava morta de fome porque,1) não comi nada no intervalo,2) mesmo que tivesse comido,já teria vomitado.
Estava andando devagar para não gastar as energias que ainda me restavam. A tontura e a fraqueza tentavam me consumir,mas eu aguentava firme me apoiando na parede.
Ouvi barulho de passos apressados que pareciam correr. Me virei para trás e vi Saki correndo na maior velocidade sem olhar pra onde ia.
—Saki CUIDADO!—eu gritei.—VOCÊ VAI BAT...
Quando vi ele vindo em minha direção, dei um passo para o lado e ele acabou tropeçando e espatifando a cara no chão (como eu sou uma boa amiga).
—ER...—eu completei ajoelhando ao lado dele.—V-você está bem?
Saki se sentou e pude ver o rosto dele todo arranhado.
—Essa doeu.—ele disse esfregando o rosto com as mãos.
—Vem,eu te ajudo.—eu disse me levantando e estendendo a mão para ele pegar.—Por que a pressa?—Saki pegou minha mão e o ajudei a se levantar.
Saki olhou para o chão meio triste e respondeu:
—M-minha mãe vem me buscar e ela fica brava quando eu demoro.—ao dizer isso ergueu a cabeça como se tivesse lembrado de algo e saiu correndo.—Tenho que ir. Tchau!
***
Fiquei parada na frente do colégio pra ver se Angie estava por lá para irmos embora juntas.
—Vem logo,Rinny!—ouvi uma voz.
Virei para o lado e vi Rinny sendo puxada por um garoto muito parecido com ela,só que esse tinha os cabelos azuis turquesa que se tornavam loiros nas pontas,alguns fios rebeldes caíam perfeitamente sobre a sua testa escondendo seus olhos.
—Nossos pais estão nos esperando!—disse o azulado.
—Já vou Mike!—disse Rinny.
Sentei no segundo degrau da escada que dava na porta principal do colégio,apoiei meu rosto em minhas mãos e fiquei pensando em como meu gatinho estava.
—Ainda não foi pra casa?—disse uma voz atrás de mim.
Era uma mulher,tinha longos cabelos rosados e os olhos azuis me fitavam com atenção,usava vestimentas (na minha opinião eram meio extravagantes para estar em uma escola) amarelas e pretas e uma coisa me chamou a atenção: ela tinha o número 03 tatuado no braço.
—E-estou esperando minha amiga.—eu disse.
—Ah, onde está minha educação.—ela disse sorrindo.—Sou Luka Megurine,professora de música.
—Eu s-sou Miiu...—não completei a frase porque nesse momento Angie chegou correndo e se pendurou no meu pescoço.
—ONDE VOCÊ SE METEU GAROTA?—ela gritou no meu ouvido.—TE PROCUREI O DIA INTEIRO!
Luka deu um sorriso ao ver a cena e entrou dentro do prédio.
—Longa história...-eu disse revirando os olhos.—Vamos embora!
***
Contei tudo o que aconteceu no meu dia para Angie e ela o dela.
—Lenny!—eu disse abrindo a porta de casa.—Cheguei!
Lenny estava sentado em cima da bancada da cozinha me fitando atentamente.
Fui até a geladeira e peguei uma caixa de leite e uma lata de atum.
Joguei minha mochila sobre a mesa e tirei os tênis, o blazer e a gravata ali mesmo.
Peguei um copo de vidro no armário e o enchi de leite até a boca.
Lenny me olhava balançando a cauda de um lado para o outro,sabia o que ele queria.
—Já entendi.
Abri a lata de atum e despejei dentro de uma vasilha de plástico. As orelhas negras de gato ficaram atentas aos meus movimentos.
—Bom apetite.
Sentei em cima da pia bebendo meu leite e beliscando o atum que sobrou na lata.
O gato já havia se deslocado e agora saboreava o delicioso atum gelado na vasilha de plástico.
Subi até o andar de cima e tomei um banho quente,lavando o cabelo para tirar o sangue que havia tingido minha cabeça.
Enquanto a água vermelha descia pelo ralo,desliguei o chuveiro e vesti uma blusa azul larga e um short curto amarelo.
Prendi meus cabelos molhados em um coque bem no alto da cabeça.
O corte na minha cabeça continuava a sangrar,para evitar uma hemorragia peguei o kit de primeiros socorros e fiz um curativo para cobrir a ferida.
Ainda eram 16:15. Era muito cedo para ir dormir.
Eu morava apenas com Lenny. Quando eu era mais nova,morava em um orfanato,mas fugi. Haku-san,minha antiga cuidadora me manda uma pequena quantia em dinheiro todos os meses para me manter.
Fiquei andando de um lado para o outro dentro de casa,sentir meus pés descalços em contato com o chão gelado de madeira branco era relaxante.
Lenny dormia em uma cama improvisada em um canto da casa. Ver as orelhinhas pretas se mexendo era tão fofo.
"Meu headphone"
Lembrei que o havia perdido. Lágrimas discretas rolavam sobre minhas bochechas.
"A única coisa que me lembrava aos meus pais"
Me joguei na minha cama e comecei a chorar,chorar e chorar. Chorava porque doía...não estou dizendo que a minha cabeça doía por causa do contato com o vidro. Mas sim,o meu coração doía, pois havia perdido algo muito importante. Acabei pegando no sono em meio as lágrimas.
***
Acordei com algumas batidas vindo da porta da frente. Os lençóis estavam ensopados e meus olhos inchados. Limpei meu rosto com as costas da mão e me levantei meio tonta.
Andei vagarosamente até o andar debaixo e abri a porta sem nenhum ânimo.
Ao ver a figura que se encontrava atrás da porta me surpreendi. Era uma velha albina que eu conhecia muito bem,de cabelos brancos e olhos vermelhos que sempre me olharam com carinho.
—Haku-san!—eu a abracei.
—Como você está grande!—ela retribuiu o abraço.
—Senti sua falta!—minhas lágrimas corriam.
***
Alguns dias depois,já estava decidido que Haku iria ficar algumas semanas na cidade cuidando de mim.
Contei pra ela como foi meu primeiro dia de aula (menos a parte de ter perdido os fones) e ela me ouviu com atenção enquanto preparava algo na cozinha para eu comer.
—Você precisa se alimentar.—ela disse colocando um prato de sopa na minha frente.
—Obrigada.—eu disse pegando os talheres.
Olhei para o lado e pude ver a noite estrelada que ja caíra do lado de fora.
Os olhos cansados da albina me olhavam demonstrando carinho e preocupação.
Ela sempre foi como uma mãe para mim.
"Mãe".
—Haku-san.—eu disse enquanto comia. Ela parou de comer e prestou atenção.—Posso te perguntar uma coisa?
—Claro,Miiu.
—V-você p-por acaso s-sabe q-quem s-são...—eu engoli em seco.—M-meus p-pais? E p-por que me abandonaram?


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Notas finais do capítulo

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