Férias,inicio do verão,da diversão,da pegação e de geralmente aquelas histórias das quais você jamais esquece.

-Milena? Já arrumou suas malas? Estamos indo hoje de madrugada para o sitio da família. Berrou minha mãe.

-Estou terminando Dona Leila,se acalma que vamos só de madrugada e ainda são 15h40,tenho tempo até de fazer duas malas. Berrei de volta.

Tinha me esquecido que a cada dois anos sempre passamos o verão todo no sitio da família,com todos os parentes reunidos.Achava um máximo quando era menor mas,de um tempo pra cá que virei adolescente não tenho visto a mesma graça em fazer essa viagem.Por ser família tenho receio em dizer que não vou e acabar magoando minha mãe ou meu pai,então sempre acabo indo!

Passaram-se algumas horas depois que terminei de arrumar a mala,então decidir ir ver televisão na sala,já que na maioria do tempo ficava no meu quarto lendo. Não demorou muito até que meu irmão chegasse batendo a porta,se não batesse a porta seria outra pessoa rs.

-Eai,maninha. Até que enfim saiu daquela toca que chama de quarto

-Pois é,desci pra dar de cara com você e quase ficar surda com a batida da porta.Aliás,quantas vezes a mamãe já disse para não bater a porta ?

-E quantas vezes eu já te disse para parar de pegar no meu pé?

-Impossível querido,nasci com a função de tirar seu sossego

-Percebo isso tudo vez que olho na sua cara

-Ótimo,sensação de missão cumprida!

-Chega de conversa afiada.Você sabe se o papai e a mamãe ainda vão para o sitio em Petrópolis?

-Vão sim,agora pouco estava ouvindo a Dona Leila reclamar porque ainda não tinha feito a mala.

-Af,toda a vez a mesma coisa.Esse verão podia ser diferente.

-E quem disse que só porque vamos para o sitio não pode ser diferente? Sempre será a mesma coisa se sempre formos o mesmo.

-Verdade,vou ver se consigo levar um amigo! Valeu eim pentelha,vou arrumar as minhas coisas.

Ops,má ideia em falar que podia ser diferente. Eu odiava os amigos do meu irmão,eram sempre folgados que nem ele,se achavam demais e sempre falavam besteiras demais.Só tinham uma qualidade na qual eu enxergava:Eles eram lindos. Lindos e sem personalidade,que grande decepção! Da sala mesmo ouvi meu irmão perguntar para o meu pai se ele podia levar um amigo do curso para as férias em família e,meu pai que nunca negava nada ao Pedro,obviamente disse que podia.Meu irmão tinha muitos amigos mas,nunca ouvi ele mencionar algum do curso,fiquei curiosa para descobrir quem era o tal garoto.

Minha mãe chegou da floricultura e logo propôs que saíssemos para jantar fora já que ela não estava nenhum pouco afim de cozinhar para nós,porque estava exausta do trabalho.Concordamos,nos arrumamos rápido e em meia hora já estávamos dentro do carro. Sempre que saímos os quatro juntos é sempre a mesma coisa,a briga pra ver quem vai tomar conta do rádio,a intriga para deixar o vidro fechado porque meu cabelo voa com facilidade e embaraça com a mesma facilidade também e o bate-boca para ligar o ar-condicionado e minha mãe nunca deixava,porque como ela diz ataca a rinite dela.Ok,ainda não me acostumei com as manias deles mas,fazer o que né. Briga vai,briga vem,até que o Pedro resolveu contar/avisar para a minha mãe de que levaria um amigo para o sitio.Minha mãe não gostou muito da ideia,porque segundo ela a viagem para o sítio era sagrada e reservada para pessoas da família.Meu irmão insistiu tanta na ideia de levar o tal amigo que a minha mãe acabou deixando,muito contra a vontade dela mas deixou.Não demorou muito,até que:

-Mih?

-Eu?

-Já que seu irmão vai levar um amigo,porque você não leva um também?

-Ah mãe,a gente passa natal e ano novo lá no sitio,é difícil algum amigo abrir mão de passar as duas datas longe da família

-Verdade filha.Só esses amigos do seu irmão que não se importam

-São amigos do Pedro,o que mais você queria?!

Rimos do que eu disse e logo depois já chegamos no restaurante de comida mexicana.Jantamos e voltamos pra casa cedo,para dormimos bem já que partiríamos para Petrópolis as 4h da madrugada,detalhe de que ainda íamos buscar o amigo do meu irmão.É tão folgado que nem pôde vir aqui e dormir em casa,para nos poupar de ir até a casa dele.