Antes das Chamas - Suécia, 1872 escrita por mllebru
Notas iniciais do capítulo
Essa não é a primeira fic que escrevo, mas é a primeira que eu tô publicando, então não joguem pedras em mim se não ficar legal, mas espero que gostem ;)
Dois olhos castanhos buscavam fervorosamente entender algo que havia naqueles papeis, usando as imagens para tentar compreender aquelas letras que pareciam estar embaralhadas para alguém que nunca havia sido apresentada a leitura. A garota estava em uma biblioteca, cercada pelos mais diversos livros e sem poder compreender nenhum.
O barulho da porta abrindo devagar fez com que Luci despertasse do sonho que era ter um livro nas mãos. Ela se virou rapidamente na direção da porta e tentou esconder em suas costas aquele grande tesouro que tinha em suas mãos.
- O que você faz aqui? - o garoto que acabara de entrar perguntou.
Luci travou a única coisa que conseguia fazer era encarar aqueles brilhantes olhos verde esmeralda.
- Você não deveria estar aqui - ele falou quando percebeu que ela não responderia.
- M-Me perdoe - ela gaguejou - eu já estava de saída.
Ela foi em direção à porta com a cabeça baixa, tentando esconder o livro que ainda estava em suas mãos. Ao passar do lado dele, ele segurou um de seus braços, impedindo-a de sair.
- O que é isso? - ele perguntou pegando o livro das mãos de Luci, fazendo com que ela ficasse sem reação - esse é um ótimo livro - ele disse depois de analisá-lo - você deveria mesmo ler.
Luci ficou de frente para ele, olhando bem dentro dos seus olhos, que pareciam puxá-la para mais perto dele, um transe que a fez ficar corada.
- Não precisa se preocupar, eu não contarei a ninguém que você esteve aqui, se quiser continuar lendo, não irei me importar - ele falou enquanto estendia o livro para que ela pegasse de volta.
- Obrigada, mas não estava lendo... Estava apenas observando um pouco... - Luci foi baixando o volume de sua voz aos poucos enquanto falava.
Ele continuou olhando pra ela, mesmo quando não restava mais nada para ser dito ou questionado e Luci também não conseguia tirar os olhos dos deles, olhos tão bonitos e misteriosos.
- Luci! - a estrondosa voz da governanta Müller chamando-a fez Luci sair do transe em que estava.
- Me perdoe, senhor, mas eu tenho que ir agora - ela disse e saiu rapidamente sem dar chances para que ele falasse algo mais.
Ela correu pelos corredores do palácio seguindo a voz da governanta até encontrá-la próximo da cozinha.
- Onde você estava? - a governanta perguntou, irritada.
- Me perdoe, eu estava distraída, mas já estava indo para o salão principal - ela abaixou a cabeça.
- Não me venha com desculpas, seu lugar é com os outros criados, então deveria estar lá.
- Sim senhora - ela já estava se encaminhando para o salão quando Müller segurou seu braço.
- Mas antes vá ao quarto de Greta, ela chegou de viagem e pediu sua presença - ela falou com sua voz rígida - e quando terminar, que eu espero que seja logo, vá ao salão principal. E. Sem. Distrações - ela tornou sua voz ainda mais autoritária do que de costume ao finalizar de dar suas ordens.
- Sim senhora.
A governanta passou por Luci e ela logo se dirigiu ao quarto de Greta, a filha mais nova de Christer, chefe de Luci e responsável temporário pelo palácio, ela tinha quase a mesma idade de Luci e as duas cresceram praticamente juntas já que a mãe de Luci havia cuidado de Greta depois que sua mãe morreu, depois de alguns anos, a mãe de Luci também morreu.
Greta era uma menina simples e simpática, não tinha herdado quase nada do pai, exceto por algumas pequenas semelhanças físicas, mas em sua maior parte, Greta era igual à mãe, tanto em sua personalidade, quanto beleza, pelo menos era o que diziam.
Chegando ao quarto, Luci bateu na porta e Greta a abriu sorridente como sempre.
- Luci - ela abraçou Luci antes que ela entrasse - você não sabe como eu senti a falta de sua doçura durante toda a minha viagem.
- A senhorita também me fez falta - elas se soltaram do abraço - como foi a viagem?
- Fantástica! - ela falava sorridente enquanto se dirigia até à penteadeira - você nem pode imaginar quantas coisas incríveis existem do outro lado do oceano.
Luci fechou a porta e pegou uma escova para pentear os cabelos de Greta, que já estava sentada em frente ao espelho da penteadeira.
- Eu sempre fico imaginando como seria o mundo depois do oceano - Luci disse.
- É maravilhoso, algum dia eu ainda lhe levo junto comigo em uma de minhas viagens.
- Agora posso me contentar com os detalhes da sua viagem - elas sorriram e Greta começou a contar tudo que ocorreu nos meses que esteve fora.
Luci ouviu pacientemente a amiga enquanto a ajudava com as vestes que ela usaria no baile que aconteceria no final da tarde no palácio. Com a ajuda de Luci, Greta logo ficou pronta.
Greta usava um vestido preto e longo, quase maior do que a própria garota, usava um colar com pingentes negros e no cabelo uma presilha que o segurava em um coque. O vestido era deslumbrante - como todos os outros que ela usava -, mas com qualquer peça, Greta conseguia ficar maravilhosa.
- Você está linda. - Luci disse depois de um momento observando.
- Luci, assim você me deixa envergonhada.
- Você deveria já está acostumada, elogios não lhe faltam, ainda mais...
- Já sei o que irá dizer, mas nenhum dos amigos de Erik me interessa, são todos muito atraentes, mas... Você sabe - ela corou e sorriu olhando para o chão.
Luci sabia. Greta estava apaixonada por Oliver, um dos jovens criados de seu pai, um romance secreto que eles tinha há algum tempo, o pai dela nunca aprovaria, mas Greta não se importava, os dois se amavam e pra eles era aquilo que importava.
- Vocês dois formam um bonito casal - Luci disse referindo-se à ela com Oliver.
Greta ficou ainda mais vermelha. Apesar de ser filha de um dos homens mais ricos do país Greta era alguém simples, sem extravagâncias e que se importava com todos. A mãe dela havia morrido no parto e foi criada quase totalmente por criadas e as semelhanças com o pai não eram notadas.
- Meu pai não iria concordar com você - ela falou depois de um certo tempo -, não que eu vá contar para ele, mas posso imaginar a sua reação se ao menos imaginasse algo assim.
- Acho que hoje não é o momento de se pensar nisso - Luci começou a arrumar toda a bagunça que havia sido feita - hoje é um dia de festa e não quero que você se torture com esses pensamentos.
- Tudo bem.
- Eu tenho que terminar de ajudar com os preparativos para o baile e Müller foi bem direta quando disse que queria minha presença no salão.
- Luci - Greta a interrompeu e a garota que já estava saindo do quarto olhou para trás uma última vez - Obrigada por sempre me ajudar com tudo.
- É sempre um prazer lhe ajudar - e com um sorriso, saiu, para terminar com todos os seus deveres.
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Então, isso é só o começo, não deixem de comentar, porque isso é realmente importante pra mim e espero que tenham gostado.